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Terminei de ler "120 Dias de Sodoma, ou A Escola da Libertinagem", do Marquês de Sade, e fui rever o filme de Pasolini.

Depois de quase 500 páginas de conteúdo pesadíssimo, o filme até me pareceu "leve". O que só prova mais uma vez que por mais maravilhoso que seja o Cinema, nenhuma arte se equipara à Literatura-  essa sim pode absolutamente tudo. 

"Salò, ou Os 120 Dias de Sodoma" é o último filme do cineasta italiano, barbaramente assassinado naquele mesmo ano de1975. A adaptação para as telas foi muito bem feita, mas não em termos de fidelidade. Explico. Primeiramente, Pasolini foi muito inteligente em transpor os acontecimentos para a cidade de Salò, no norte da Itália, que foi a capital do Estado Fantoche da Itália Social de Mussolini, no fim da guerra, quando os Aliados já estavam no Sul da Bota. Assim, logo no início do filme, um letreiro nos situa no coração do Fascismo: Salò, ano de 1944. É dizer: saímos do Antigo Regime francês, pulamos os séculos, mas os homens do poder permanecem os mesmos: Um Bispo, um Duque, um Banqueiro, e um Magistrado. 

Não há palavras para descrever o grau de perversão desses senhores no livro de Sade. É preciso ler. Pesado, pesado, pesado, pesado. A figura do Duque e a figura do Magistrado (principalmente esse) são figuras demoníacas mesmo. Pasolini conseguiu como locação (aliás, Design de produção do oscarizado Dante Ferretti) uma grande casa que foi de verdade um local de abrigo para os nazi-fascistas. Então esse simbolismo já acrescenta muito ao filme. Mas no livro, o castelo das maldades situa-se em uma região montanhosa e inacessível da Suíça. Marcarei as diferenças, até para incentivar as pessoas a lerem.

A primeira parte do livro/manuscrito concentra-se na descrição dos libertinos, e na descrição da captura das crianças sequestradas, bem como na contratação dos "fodedores" e das quatro cafetinas que narrarão suas vidas sexuais para incentivar a imaginação erótica os libertinos. No Filme, Pasolini só deixou 3 narradoras, bem como diminuiu o número de vítimas. E também não incluiu as quatro terríveis velhas que num primeiro momento ajudarão a vida do castelo, mas depois serão incluídas nas orgias.

O filme é famoso pelo banquete de merda. As pessoas sentem repugnância, asco, e tudo. Imaginem centenas (!!!) de páginas com narrações de paixões que incluem defecar na boca, passar vômito com beijo, banhar-se em um tonel de fezes...São centenas de páginas de coprofagia. Então a cena do banquete pra mim "tá de boas!". Outra perversão que o filme pulou foi às relacionadas ao sacrilégio. No livro, são páginas e páginas de narrações em que se enfia hóstias nas vaginas, come-se o padre no altar, ou esporra-se no cálice...Coisas que o Vaticano iria adorar ver no cinema...

A parte mais difícil do livro é o final. As paixões saem da vida sexual, saem do ciclo de merda, saem do ciclo da brutalidade (espancamentos, chicoteamentos, ceras quentes) e entram no círculo de crimes.  Aí é que são elas. Pasolini conseguiu a meu ver mostrar o possível, e todos ficam chocados, com a cena da punição dos desobedientes. Mas aquilo ali, volto a dizer, não é nada perto do que há no livro. Tipo: arrancar os dois braços, as duas pernas, de um dos escravos, e foder com o tronco! Coisas básicas assim. Pasolini também não poderia incluir a humilhação por que passa uma grávida...A vítima "preferida" dos libertinos.

O filme foi banido de vários países, e países, tipo, Austrália, por longos 17 anos...É um filme controverso, polêmico, e difícil. Mas é uma obra-prima de ousadia, mesmo sendo comedido em relação ao livro. Uma vez li algo mais ou menos assim: "Tudo é sobre sexo, menos o sexo. Sexo é sobre poder". Esse filme mostra como o poder ilimitado expressa-se também como violência sexual.

 Depois que deixou seu manuscrito nas pedras da Bastilha, onde estava preso, Sade nunca mais o viu. O texto passou o século XIX completamente ignorado. Só voltou a aparecer no início do Século XX. Foi vendido, proibido, censurado, quase leiloado, e desde 2017 é considerado "Tesouro Nacional Francês". Que jornada! Que poderosas essas palavras! Que tantos quiseram apagá-las, tantos se recusam a lê-las, e elas simplesmente sobreviveram, como prova viva de que a imaginação humana não tem limite.

 

Salo, or the 120 Days of Sodom R1970s Italian Due Fogli Poster ...

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Aos poucos, vou vendo a obra toda do prolífico diretor coreano Hong Sang-soo. Tão prolífico, que "O Dia Depois" foi o terceiro filme dele lançado em 2017.

Filmado em preto-e-branco, fotografado por Hyung Koo Kim de "Memórias de um Assassino", mesmo fotógrafo do também preto-e-branco anterior de Sang-soo, "O Dia que ele Chegou", o filme mostra mais uma vez ( Essa é uma expressão capital em seu cinema), um intelectual casado envolto com uma bela jovem, enchendo a cara de soju juntos em um restaurante, discutindo sobre a vida em longos planos estáticos, a mostrar o cotidiano urbano da Coreia, etc...

Parece que sempre escrevo o mesmo a respeito de um filme dele. As coisas se repetem. Inclusive a atriz, a belíssima Min-hee Kim, sua companheira da vida real, por quem o diretor deixou um casamento. A história do filme: Um homem de meia-idade que trai a esposa com uma mulher mais jovem. Não diga?! As coisas se repetem.

Adotando principalmente o mesmo estilo de sempre, planos estáticos longuíssimos, contudo neste filme há uma alteração da gramática de câmera. Quando, em meio a conversa, há alguma nota de agressividade, o plano se fecha no personagem, deixando o outro no extracampo, para depois voltar ao plano médio.

O grande lance do filme acontece aos 10 minutos do final, quando há um tapa na cara do espectador...O filme volta para uma situação inicial. Mesmo estratagema de "Certo Agora, Errado Antes", só que...levemente modificado, e que faz você ter ódio, nojo, pavor, do protagonista. Spoiler: O homem não se lembrava da garota!

É o suprassumo do machismo oriental.

Gostei muito.

Pandora filmes | O Dia Depois - Pandora filmes

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Visto "À Espera dos Bárbaros", de 2019, filme mais recente do colombiano Ciro Guerra. É a adaptação do livro homônimo, assinada pelo próprio escritor, o Nobel J. M. Coetzze. Li o livro há alguns anos, e desde então, quando soube da produção, apontava que Mark Rylance concorreria a prêmios, incluso Oscar, dada a grandeza do personagem. Só não contava que o filme seria destruído por acontecimentos externos ao filme, os supostos casos de agressão física, ou abuso moral e sexual, envolvendo, respectivamente, Jhonny Depp, e, por sua vez, o diretor Ciro Guerra. Não havia ação de marketing que pudesse contornar a situação. Aliás, temo pela carreira dos dois.

O filme, em si, é ótimo. Muito fiel ao livro. Bela Fotografia de Chris Menges, e, eu não estava errado, uma atuação fenomenal de Mark Rylance. Um gentleman, em cena;  dando vida a um personagem que é a integridade em pessoa; um pacifista, e um crente das vantagens do intercâmbio cultural. Esse lado no livro é melhor desenvolvido, mas fica-se claro que a troca cultural é que desfaz as fronteiras entre as pessoas.

Não temos aqui a linguagem - odeio essa palavra - diferenciada dos filmes anteriores de Guerra. Não. O filme é clássico, formal, sem intervenções estilosas desnecessárias, dando mais valor à trama. 

Gostei muito.

À Espera dos Bárbaros poster - Poster 1 - AdoroCinema

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Documentário, de 2018, do malaio Tsai Ming-Liang, de quem, vocês sabem, eu gosto pra caramba... É um cinema que me desafia, inclusive a paciência.

"Your Face" é um doc que lembra muito o estilo do Eduardo Coutinho. Basicamente, a câmera fica o tempo todo colada no rosto de várias pessoas, coletando suas rugas, suas fendas, suas imperfeições, perfeições, expressões, cacoetes...Alguns, depois de longos minutos de quase uma "brincadeira do sério", não resistem, riem, ou começam a falar, a fazer caretas, ou então simplesmente dormem...É assim com a maioria das pessoas retratadas.

Com outras pessoas, o diretor conversa. Pergunta pelo passado, por amores, pela criação...O único registro famoso é o do ator Lee Kang-sheng, muso do diretor, astro, por exemplo, dos magníficos "O Rio" e "O Sabor da Melancia".

No fundo, uma observação detida, física, do passar dos anos.

Ni de lian (2018)

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Project Power é um filme scy-fy de superheróis divertidinho e que dá pro gasto, embora bem genérico. A premissa da relação de drogas/vicio/superpoderes é interessante, e o formato beira Poder sem Limites, mas é so desculpa pra jogar pancadaria e ação desenfreada na tela. Os atores tao bem corretos e estereótipados, nada de mais, e o Rodrigo Santoro aqui faz novamente mais um vilão latino bem caricato. Diverte, mas apesar de bem previsível o legal mesmo são os efeitos especiais dos poderes. Tem até Hulk, Tocha Humana, Homem de Gelo e Wolverine genéricos.. 8-10

Jamie Foxx e Rodrigo Santoro estrelam "Project Power", novo filme ...

 

You Should Be Left é um razoável thriller sobrenatural estilo Supercine, com atuações bem redondinhas e com roteiro meio borocoxô. Impecável tecnicamente, boa trilha e fatura boa de direção de arte, o filme peca pela previsibilidade no terceiro ato, só isso. Com roteiro meio frouxo, o que sustenta esta produção são suas atuações. Claro que o Bacon se destaca disparado, embora sua atuação fique muito parecida á do Homem Sem Sombra, papéis de maluco que o ator tira de letra. É um filme bem minimalista em sua proposta, o que deve não agradar a maioria. 7,5-10

You Should Have Left (2020) - IMDb

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"Um Filme Falado", 2003, do português Manoel de Oliveira.

Uma mãe, professora de História, embarca com sua filha para um cruzeiro pelo mediterrâneo com destino à India, onde devem encontrar o pai da menina. Durante a viagem, vai ensinando à menina a respeito do passado das civilizações que se desenvolveram à beira do mar. Lisboa, Marseille, Nápoles, Atenas, Istambul, Cairo...Em cada lugar, uma pequena aula de história, uma visita aos monumentos mais famosos (Na visita à Basílica de Santa Sofia, é falado orgulhosamente que lá não é mais uma  mesquita, mas um museu, desde 1935, quando Atatürk a secularizou. Neste 2020, o Governo turco anuncia sua volta à condição de mesquita, em um pavoroso populismo religioso).

Em certo momento, a família portuguesa é convidada a se sentar na mesa do comandante do navio (um americano, vivido por Malkovich), onde estão sentadas três mulheres, representando a cultura francesa (Deneuve) a cultura grega (Irene Papas) e a cultura italiana - Ou do Império Romano - (Stefania Sandrelli). Inicia-se um diálogo poliglota sobre como as nações crescem, ou fracassam, como disseminam sua língua, etc...É dizer: Séculos depois de seu apogeu marítimo, a cultura portuguesa é uma "convidada" na festa do poder. Tudo é muiuto educado, cosmopolita, terno...

Até que algo explode.

Gostei bastante, mas não posso deixar de notar que a visão de história do filme realmente é muito trivial - talvez por que se explica os acontecimentos para uma garotinha...

Um Filme Falado poster - Poster 1 - AdoroCinema

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Vocês viram "The Rental"? É a estreia de Dave Franco na direção, neste ano de 2020. Sempre digo que o Terror é um gênero ideal para um diretor começar a se exercitar, mas o Suspense...É preciso ter mais tarimba; um roteiro com mais graça. Esse filme é quase dividido ao meio, parece indeciso entre o que é. E nada contra ter as duas pegadas. Mas frequentamente dá ruim...

Seria mentira se falasse que não me divertiu. Me divertiu. Algo que apela à minha nostalgia dos slashers dos anos 1980/1990, não sei. 

Mas acho que em essência não apresenta nada do que já não tenhamos visto antes e com mais qualidade.

Engraçado como as falhas morais de cunho sexual nesse tipo de filme são sempre punidas. Freud explica.

The Rental (2020)

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Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1982, "Mephisto", 1981, do húngaro István Szabó, é uma superprodução incrível, espelhando um caso da vida real, na Alemanha nazista.

Adaptação de um livro de um filho de Thomas Mann, Klaus Mann, que conta a história de seu cunhado (e amante!!), um ambicioso ator "de província", que aos poucos vai sendo seduzido pelo dinheiro e pelo poder, servindo ao Ministério da Cultura nazista. Ele que circulava no teatro popular, de inspiração esquerdista-proletária, termina vendendo sua alma ao governo totalitário, assim como o famoso personagem de Goethe. É dizer: O ator interpreta Mefistófeles, mas na vida real é Fausto.

Cenários, locações, Figurino, Maquiagem, uma reconstituição de época perfeita, um luxo só. Fotografia linda de Lajos Koltai. Mas é a atuação do austríaco Klaus Maria Brandauer o grande destaque. Um verdadeiro tour de force. A cena inicial dele, dançando balé, desengonçado, com sua amante nua, é incrível. Mas a cena final desse fime...O que é essa cena final? Gravada no gramado do Estádio Olímpico de Berlim...Fantástica! Depois disso, foi Hollywood que o cooptou, sendo depois indicado ao Oscar por sua performance elegante em "Entre Dois Amores".

Artistas precisam ser independentes; a cultura jamais pode ser adesista.

Filmaço!

Mephisto | posterlad

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Kelly Reichardt fez até aqui o filme do ano para mim, "First Cow". Então estou muito curioso para conhecer toda a sua filmografia, se possível. Não tinho visto esse "Antiga Alegria", de 2006, e gostei demais. Há alguma semelhança com seu último filme: Mostrar a amizade entre dois homens; e o sítio, também uma floresta, um bosque.

São dois amigos que decidem acampar nas montanhas. Um deles está em vias de ser pai, o outro - um hipster - deixou o emprego. Por motivos diferentes, nunca explicitados, querem relaxar, desestressar, e retomar a antiga alegria da juventude, de ficar à toa, junto à natureza. O filme é só isso. E ainda bem. Ainda bem que não brigam, que não se revelam sombras do passado, que não se pegam amorosamente...nada! Não acontece nada. Estes dois homens apenas curtem a natureza, e o tempo; longe da preocupação profissional, longe da política (adoro quando a rádio, esmiuçando os descompassos dao Congresso americano, cessa de pegar...), longe da aflição feminina da gravidez. Mas também estão longe dos jovens que já foram.

Filme muito contemplativo, muito bem filmado, com uma trilha sonora de muito bom gosto. Só não esperem uma trama. Não acontece nada. Ainda bem! Esse minimalismo, esse íntimo antisentimental me conquista.

Gostei muito.

Foto de Daniel London - Antiga Alegria : Poster Daniel London ...

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Yummy é um divertido terrir de zumbis de procedência belga. Não que ele inove, mas ele se vale da fórmula hollywoodiana e consegue fazer melhor, com ritmo frenético e ótimos efeitos práticos de body horror. E ao invés de ter como cenário um shopping center, uma casa ou bunker, ele entorna a formula numa clínica de cirurgia plástica, gerando boas sacadas em cada setor de procedimento estético (o da lipo é hilário!). Sim, pela procedência européia tem cenas escatológicas que nunca seriam vistas em produções do Tio Sam, mas que apenas elevam o nível de entretenimento trash, estilo Fome Animal.  8,5-10

Regenerator vs alien | Horror Amino


 

#Alive é outro bom filme de zumbis, só que coreano. Incrível como este subgênero ficou sem graça nos States e só de fora que vem os melhores últimos exemplares, com mortos-vivos que realmente metem medo. Este aqui bebe da fonte (senão for mesmo remake não oficial) do ótimo francês The Night Eats the World, mas com uma pegada mais pop e entupida de dinamismo e ação. Não chega aos pés do conterrâneo Train to Busan, mas pode facilmente figurar como spin-off uma vez que todos os elementos estão lá. Com atuações corretas e enredo redondinho é uma matinê de blockbuster com responsa. 8,5-10

Comunidad MexiCorea Arirang (@CArirang) | Twitter

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A Touch of Zen (1971) | The Criterion Collection

Épico indiscutível do gênero wuxia e famoso atualmente por ser uma das inspirações do excelente o Tigre e o Dragão e ter ganhado a Palma de Ouro. A fita tem um cunho espiritual fantasmagórico muito interessante. As lutas e coreografias (como não podia deixar de ser) são um show à parte. Acabei vendo o corte de três horas, mas há versões ainda mais longas. Avaliação: Excelente. Assistido no site cinecultz.  

 

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A Sétima Profecia (The Seventh Sign, Dir.: Carl Schultz, 1988) 2/4

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Suspense meio "água com açúcar". Achei que seria meio demoníaco como Coração Satânico ou Adoradores do Diabo (da mesma época), mas se trata do outro lado, digamos assim. Tem certo clima e o elenco é legal. Mas é meio enrolado até se revelar do que se trata.

 

Dragon Quest - Your Story (idem, Dir.: Takashi Yamazaki e Makoto Hanafusa, 2019) 2/4

dragon+quest+your+story.jpg

Baseado na série de videogame 'Dragon Quest", mais especificamente no 5º jogo ('Dragon Quest V' do Super Nintendo de 1992). A qualidade da animação é embasbacante. Tudo é lindo demais. Nível PIxar e além. Problema é que é MUITO ligado ao jogo e aí se você não conhece, difícil se envolver com a história ou personagens. Eu mesmo não joguei e aí fiquei meio boiando, daí continuei só pra ficar admirando a parte técnica mesmo. Detalhe: O filme tem um plot twist no final, e se esse plot tivesse sido mostrado desde o começo, talvez quem não conhece o jogo teria embarcado melhor no filme...

 

Resident Evil - A Vingança (Resident Evil Vendetta, Dir.: Takanori Tsujimoto, 2017) 1/4

Resident_Evil-_Vendetta.jpg

 

3ª animação baseada nos games da série Resident Evil. Tem ligação com os jogos (são sequencias), mas não tem nenhuma conexão com os filmes live-action. Sempre ouvi falar que essas animações são bem melhores que os filme live-action com a Mila, mas tendo por base esse aqui, não achei, não. Tá no mesmo nível. Trama meio insossa, e cenas de ação absurdas e rocambolescas. Parece, na verdade, um episódio de uma série de TV, não uma história mais cheia de um filme de cinema. Único atrativo é ver os personagens do jogos em novas histórias, e a História do vilão também é boa, mas poderiam ter deixado ele pra ser melhor explorado num jogo do que aqui.

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Black Water Abyss é sequencia morna de mais de década do bacanudo filme australliano de 2007. Aqui misturaram Abismo do Medo com filme de jacaré assassino, mas a fórmula não vingou tão bem quanto o divertido recente Predadores Assassinos. Feito com orçamento merreca, rostos que despontam pro anonimato e um jacaré meia boca, o melhor são as paisagens de cartão postal e uma ou outra boa tirada. E olha que gosto de filme de bicho assassino.  7-10

Killer Croc Movie BLACK WATER: ABYSS Trailer | Film Pulse


 

An American Pickle é uma comedinha que dá pro gasto que tem uma premissa igual á origem do Capitão América e fica tirando sarro dos anacronismos entre passado e presente. O protagonista Seth Rogen ta correto, embora não goste muito dele, numa produção que não fede mas tambem não cheira em sua busca de valorizar a familia, sociedade, etc e tal. Pelo menos é um humor mais inofensivo diante do que o ator costuma jogar na tela. 8-10

An American Pickle

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Doutor Sono - Ingresso.com

A maior qualidade desta continuação é ser muito diferente do Iluminado. O filme não vive apenas de fan-service (embora tenha uma quantidade considerável que é bem colocada dentro do contexto) expandindo bastante a mitologia do universo dos filmes. Há um tom mais fantasioso e lúdico mas os momentos de tensão também estão presentes. A química entre os personagens (todos carismáticos) funciona bem e os vilões passam uma sensação real de ameaça (algo capital para qualquer filme de terror/suspense/aventura dar certo). Avaliação: Bom. Assistido na HBO do Net Now. 

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Tive uma semana muito atribulada, então vou escrever de forma bem resumida sobre as produções que vi nos últimos dias.

Pra começar, esse, desde já, fortíssimo concorrente ao Oscar de Melhor Documentário, com o selo Netflix- que aprendeu a ganhar na categoria - "Crip Camp". Patrocinado pelo casal Obama, o doc de James Lebrecht e Nicole Newnham, pinça um pioneiro acampamento para pessoas com deficiência (onde o diretor James passou parte da adolescência), no bojo das intensas transformações sociais pré e pós-Woodstock,  e a partir daí amplia seu escopo para mostrar a luta pela direitos dos deficientes nos Estados Unidos. 

Com registros em vídeo do acampamento, e entrevistas com os partipantes deles, anos depois, ficamos sensibilizados pela gana de viver dessas pessoas. Um depoimento em particular me marcou demais, e considero o ponto alto do filme: Uma jovem com paralisia cerebral tenta dizer, entre murmúrios, lutando com as palavras, algo "incompreensível", e é "traduzida" por um outro colega: Reclama de que não a deixam sozinha!! E queria, como uma adolescente qualquer, o direito à privacidade. Simplesmente ficar sozinha - sem pais, sem acompanhantes aflitos, sem nada. 

O filme é muito emotivo e uma de suas cenas finais, com imagens dos deficientes da época simplesmente subindo, escalando, rastejando, como podiam, a escadaria do Congresso americano, para brigar por seus direitos, é maravilhosa.

Gostei muito.

Crip Camp: Uma Revolução na Inclusão - Café Mais Geek

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Devia isso a mim mesmo. Quem viveu os anos 1990, com certeza se lembra do impacto glamouroso e cômico que surgiu do nada nas nossas tevês. Walter Mercado virou um ícone pop no Brasil, de uma hora para outra. Eu confesso que não sabia nada sobre sua vida, e muito menos ainda sobre seus últimos anos. Achei até que já tivesse morrido. O documentário "Ligue Djá: O Lendário Walter Mercado" explica as razões desse sumiço.

Não era um astrólogo ou um vidente, era, a meu ver, um ator canastrão, com enorme carisma, e que soube aproveitar de sua figura singular.

O documentário, original da Netflix,  tenta alçá-lo a um patamar maior do que Walter de fato era, em vez de seguir o caminho, muito melhor, de abraçar desbragadamente sua canastrice.

 

Tiger King às avessas – Sallve

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Outro Documentário original da Netflix, "Atleta A", é outro forte concorrente ao Oscar da categoria.

Os diretores Bonni Cohen e Jon Shenk dissecam os problemas de abuso sexual e moral na hoje vitoriosa Ginástica Artística Americana. O doc é estruturado basicamente com entrevistas das vítimas, entrevistas dos jornalistas que perseguiram a história, entrevistas com as autoridades investigativas, mas, para meu delírio olímpico, também conta bastante sobre o esporte em si, suas bases primeiras na Romênia, ou Rússia, até chegar aos Estados Unidos, contudo trazendo a cultura impiedosa e de mão de ferro do leste europeu.

Amei.

 

Netflix Documentary 'Athlete A' Review - A Difficult But Important ...

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Quase classifico "Os Amores de Henrique VIII"/ A Vida Privada de Henrique VIII, de 1933, do diretor de Alexander Korda, como uma comédia pastelão.

Mais lembrado por ter dado o Oscar de Melhor Ator a Charles Laughton (na época, havia 3 indicados somente), o filme pretende mostrar os vários casamentos do notório monarca inglês; mas quem viu o filme sabe que ele "joga fora" o mais interessante e importante deles, o segundo, com Ana Bolena, já que começa com ela em vias de ser decapitada. Ou seja, os que são mostrados mais precisamente são do terceiro em diante. O rei é tratado pelo roteiro - por incrível que pareça - de maneira até gentil, como um cara sem sorte no amor...Que diferença para o sublime/estupendo e pouco visto "Ana dos Mil Dias", de 1969.

O design e os figurinos, no entanto, são ótimos para a época.

Os Amores de Henrique VIII poster - Poster 2 - AdoroCinema

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Lá vou eu pela primeira vez criticar um filme do Emir Kusturica, mas esse "El Pepe, Uma Vida Suprema", documentário de 2018, sofre por ser elogioso demais...

O ex-presidente uruguaio é digno de vários elogios mesmo, ainda mais se comparado aos pares da esquerda americana, que, vindos do mesmo berço, se chafurdaram nas benesses do cargo; mas o documentário não levanta nada contra ele. Até os crimes cometidos durante a guerrilha, são relativizados de forma cor-de-rosa. Ao final, parece até uma propaganda política de boas-vindas para o sucessor Tabaré Vazquez, já que mostra até a transmissão de posse. Como gosto de geografia, não deixei de notar a estranha similariedade entre a bandeira da "Frente Amplio" - coligação uruguaia de esquerda -  e a bandeira da Sérvia de Kusturica, com as mesmas cores e sempre enfocadas, numa curiosa associação celebaratória.

Sou particularmente muito atento ao que se passa na economia de nossos vizinhos, e como liberal fico espantado como os brasileiros (e sérvios, pelo visto) acham que Mujica fez um governo maravilhoso...Deixou o cargo com a altíssima inflação de 8% ao ano, se bem me lembro, e um défict grande nas contas públicas. Ou seja, "Dilmou"!; nada diferente da receita econômica da esquerda latino-americana: Gastar; imprimir dinheiro, "dale a la maquinita", esperando um crescimento de fôlego curto e dividendos eleitorais. E depois, em poucos anos, o país precisa de um grande ajuste nas contas. Não à toa, agora temos um governante de direita por lá... Convenhamos, ninguém vai fazer um filme sobre isso.

No mais, adorei como Kusturica dá sempre um jeito de colocar em seus filmes um animal exótico em cena. Dessa vez o galo do ex-presidente. Bem como há sempre grande trilha sonora. Uma delícia ouvir os tangos de raiz...

 

 

El Pepe, una vida suprema (2018) - Filmaffinity

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Agora sim, o filme visto hoje, dia 22 de agosto. Só que não. A primeira vez foi nos anos 1990, alugado displicentemente na extinta videolocadora maravilhosa que havia no meu bairro. Mas não lembrava nada do filme. É "O Cheiro da Papaia Verde", do vietanamita Tràn Anh Hùng. Fez um grande sucesso na época, levando um prêmio em Cannes, e até sendo indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro em 1994.

Belamente fotografado pelo francês Bennoît Delhomme, que precisa ser mais reconhecido, o filme nos situa no Vietnã pré-guerra, em uma casa de gente de posses, que recruta uma pequena menina como ajudante da cozinheira. Ela ficará anos nessa casa, aprendendo a cozinhar, admirando o jardim, admirando a horta com as papaias, os animais que nela habitam, e sendo perturbada por uma das crianças da casa.

É uma relação de testemunha imatura da família, suas dores, dissabores, e também da quase não perturbação social, dado o caráter privilegiado da casa, mesmo num período político já bem conturbado. Até que há um salto temporal, e a fruta - ou a menina -  na metáfora evidente amadurece. Olha...isso que eu resumi é mais do que tem "dito" expressamente no filme. Quase não há diálogos. É tudo muito belo, contemplativo, suave, pincelado de verde, mas diálogo dando formatação à trama não há.

Entendo que por essas características muitos achem a obra do Hùng meio chata. Mas ele de fato constrói um cinema com imagens e não com palavras.

The Scent of Green Papaya (1994) - Movie Posters (1 of 2)

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The Pale Door é um curioso filme que mistura terror e faroeste, mix que deu certo em Dead Birds e Bone Tomahawk, mas que aqui não deu liga não. Deixou muito a desejar, ainda por cima em que tenta ser um novo Drink no Inferno só que ao invés de vampiros são bruxas atazanando cowboys. A produção é pobre, o roteiro idem e as atuações são marromenos. Tem algum gore e violência, mas é preciso encarar muito blábláblá até lá. 7-10

The Pale Door Movie Poster - Evil Avatar

 

Host é um bacanudo terror cibernético feito Missing ou Unfriended, mas é adaptado á atual quarentena. Sim, apesar de ser filme em primeira pessoa este diferencial do covid o torna mais palável e é até seu charme. Uma "brincadeira do copo" online, sacou?  Feito com orçamento merreca é incrível como esta pequena produção consegue ser tão efetiva como Bruxa de Blair e Atividade Paranormal. Uma película que foi a grata surpresa, apesar das atuações onde os personagens usam seus nomes verdadeiros. 9-10

FAISAL✍ (@al_haim10) | Twitter

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Digo e repito sempre em alto e bom som: O ano de 1999 é o melhor da história do cinema! "A Humanidade", do francês Bruno Dumont, é outro digno representante desse ano glorioso. Papou três prêmios em Cannes, Ator, Atriz, e o Grande Prêmio do Júri, mas dividiu os críticos. Muitos não suportaram a desconstrução do gênero "policial", não suportaram o tédio.

Uma garota foi estuprada e morta na região rural de Flandres, de onde se avista a Inglaterra. o encarregado da investigação é um policial apalermado, calmo, doce, pacífico, interpretado por um ator não profissional. Os clichês do gênero começam a ruir. Não há tiro, descobertas de pistas, viaturas em disparada, nada; só há espera, e tempo. A melhor amiga do policial é uma vizinha que usa o sexo como forma de se distinguir na vida opaca das mulheres daquela cidade. Os dois, junto ao namorado dela,  passearão pela cidade; aguentarão o tédio; se amarão, até a resolução do caso.

Até entendermos o cerne do filme, a primeira hora e meia pode parcer insuportável. Mas seu final recompensa e muito. Também é destaque o demorado duplo close em vaginas. Na da menina estuprada, que abre o filme; e na da personagem feminina. Uma ponte semiótica ao quadro "A Origem do Mundo" de Courbet, também ele um Realista, também ele um pintor da vida do campo. Como Dumont.

"A Humanidade" tem esse nome pomposo, quase metáfísico, próprio de um filósofo de carreira como Dumont, que nos chama a refletir sobre nós.

L'humanité - Film (1999) - SensCritique

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MIB Internacional (MiB International, Dir.: F Gary Gray, 2019) 2/4

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01) Efeitos especiais bem fracos. Umas telas verdes bem feias e mal feitas, e uns alienígenas via CG que pareciam Monstros SA (nada contra Monstros SA mas aqui ficou estranho esses alienígenas - as cenas nas sedes do MIB ficou cara de Monstros SA, fim). 

02) O termo "Internacional" não cabe muito bem aqui, já que o filme parece bem americano. Só usar cenários de outros países, não basta. Não tem nenhum ar europeu. Não é como no James Bond ou Indiana Jones que parecem mesmo com ar "internacional", porque tem todo um contexto, mas aqui não rolou nada.

03) Atores principais estão bons. O Thor e a Valquiria tem boa química, problema é essa dinâmica já usada a exaustão da "mulher meio sisuda" com o "garanhão metido", já usado em diversos outros filmes. Aqui não acrescentou nada.

04) Ficou nítido que era melhor colocar o personagem do Will Smith indo ajudar o povo em Londres e dá de cara com um parceiro meio diferente pra missões por lá, mas pagar salário do Will não deve tá fácil pra ninguém, então vamos chamar o povo da Marvel mesmo. 

05) Rebecca Ferguson totalmente mal aproveitada, num personagem que aparece muito pouco.

Enfim, mas acho melhor que o segundo filme (o que não quer dizer muita coisa).

Ranking:

1-MiB

2-MiB3

3-MiBI

4-MiiB

 

Sobrenatural - A Origem (Insidious Chapter 3, Dir.: LeighWhannell, 2015) 2/4

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Tradutores brasileiros de títulos comeram grama aqui. Não é porque o filme se passa antes do filme original que é uma "Origem". Filme não mostra origem de nada, só toca em alguma coisa da história da Eslise, mas não chegam a se aprofundar. Se for analisar o 4º filme é bem mais origem que esse aqui (já que mostra bem mais da origem da Elise).

Filme é melhor que 2 e o 4. Se gosta fácil dos personagens principais, tem muita cena tensa e o fantasmão daqui é bem amedrontador. Só não gostei muito do final (achei que resolveram meio fácil, sei lá.E quando aparece um "Gasparzinho" - um fantasminha camarada - considero meio fail - se fosse usar esse recurso, melhor ele/a não aparecer muito). 

Ranking:

1-Sobrenatural

2-Sobrenatural - A Origem

3-Sobrenatural Capítulo 2

4-Sobrenatural - A Última Chave

 

Fratura (Fractures, Dir.: Brad Anderson, 2019) 3/4

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Gostei bem desse aqui. É bem tensa essa história do cara que leva mulher e filha a um hospital e elas somem lá dentro. Gostei do final também SPOILER: apesar dele ser meio óbvio (a gente meio que sabe o que rolou, mas a gente torce pelo contrário, por torcer pelo personagem e etc).

 

Invasão Zumbi (Busanheng/Train to Busan, Dir.: Yeon Sang Ho, 2016) 5/4

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Sou mais fã de filmes de zumbis clássicos (os do Romero, por exemplo), não tanto dos recentes. Mas década passada virou uma onda mil filmes (e séries) de zumbis. Esse aqui é, com certeza, um dos melhores (se não for o melhor). Consegue fazer tudo aos mesmo tempo e muito bem, correria, personagens principais relevantes, crítica social e etc.

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"...Justice for All"/ Justiça para Todos, de 1979, é mais um filme pouco comentado do canadense Norman Jewison (Sete indicações ao Oscar, nenhuma vitória, nem um Oscar Honorário sequer, nos seus mais de 94 anos - Um absurdo!). Sinceramente, para mim, o filme envelheceu muito bem. O estilo é setentista, com aquela trilha sonora de motel antigo, mas...pra mim até isso é charmoso. O que envelheceu bem, no entanto, é o tema. 

Imaginem colocar de cara a questão do transexual não poder ficar na mesma cela dos outros prisioneiros, homens cis. Estamos discutindo/aplicando isso hoje! O roteiro enfrentava essa questão há 40 anos, pelo prisma certo, pelo prisma dos Direitos Humanos, e pelo prisma do "Justice for all"/Justiça para Todos, do título, palavras do juramento à bandeira americana (e deve ser também de todo advogado por lá desde então). Mas o roteiro, indicado ao Oscar,  não se prende a uma só situação. O personagem de Al Pacino, um advogado criminal idealista, defenderá mais outros dois casos: O de um cliente francamente inocente, e o de um cliente indisfarçadamente culpado. 

Os três casos, em conjunto, discutirão abuso de poder, conluio judicial, interpretações legalistas burras, racismo...Mas principamente Acesso à Justiça. Como o acesso à justiça de quem tem dinheiro ou poder é maior do que o acesso daqueles que nada têm. Superatual, superpremente.

Tudo isso na interpretação monstruosa de Al Pacino, indicado ao Oscar mais uma vez. Se não pelos 110 minutos do filme, mas principalmente pelos incríveis 10 minutos finais, quando do seu inesquecível discurso no Tribunal. 

And Justice for All - America's justice system comes under ...

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Finalmente assisti a "A Estratégia da Aranha", filme de 1970, de Bernardo Bertolucci. O ano de produção diz muito, mesmo ano de "O Conformista". Ambos adaptações literárias, ambos os filmes sobre o fascismo e o antifascismo. 

Aqui uma adaptação de um conto de Borges, no qual se discute relativização da verdade histórica. Cai como uma luva para essa história de um filho que chega a sua terra natal para investigar a morte de seu pai, assassinado em um teatro durante Rigoletto de Verdi, por um grupo de camisas negra, em 1936. Lá reencontra a ex-amante de seu pai, que desconfia que os fascistas ainda estejam por lá, agora em situação de destaque na cidade. 

Surge então um fascinante jogo de mistura entre o passado e presente, com as fronteiras temporais se intercambiando. Não somente o tempo se mistura, mas também as noções de herói e traidor da pátria. Pena que o ator principal, Giulio Brogi, esteja fraco, não sabendo muito bem dar densidade ao invisível conflito pai e filho, ele, que na verdade, faz os dois. Mas a belíssima Alida Valli compensa tudo.

Fotografia de Vittorio Storaro, que faz muito com pouco dinheiro. 

Bom demais!

A Estratégia da Aranha (1970) | A Grande Ilusão

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