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Sputnik é um bom thriller scy-fy russo que tem muitos ecos do noventista A Experiência, numa estética retrô-vintage envolto na embalagem da Guerra Fria oitentista. Ele até tenta ser uma espécie de Alien soviético, tendo inclusive sua própria narrativa, mas o excesso de subtramas piegas o desfavorece (principalmente aquela do filho do astronauta). Ainda assim é uma scy-fy competente com bons efeitos, boas atuações e muito bem produzido. A cena do interrogatório é bem legal. Pena que o filme é daqueles que poderia ter sido um filmão, mas não foi..ainda assim, deixa-se ver de boa. 8-10

Review: 'Sputnik'

 

Termination é uma fraca antologia de 5 curtas de ficção que apesar de bem intencionada não chega sequer ao que inicialmente se propõe. A idéias de criticar os rumos da humanidade se resumem a um compêncio de curtas irregulares entre si, uns ruins mesmo e outros que parecem apenas recheio do conjunto, sem dizer nada. Resta o quê desses indies? A boa produção, os efeitos, direção de arte e uma ou outra boa idéia. O melhor de todos é o quarto, que trata de clonagem e experimentos alienígenas, esse aí daria um longa até do naipe de Arquivo X. Mas como dizem "uma andorinha só não faz verão", o conjunto deixa muito a desejar. 6-10

Termination (Film, 2019) — CinéSéries

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Star Wars Episódio VII - O Despertar da Força (Star Wars Episode VII - The Force Awakes, Dir.: JJ Abrams, 2015) 1/4 

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Curioso que é a 2ª vez que vejo o filme. Primeira vez foi em 2015 nos cinemas e assisti empolgado, e até gostei muito dele na época. Prometia uma boa trilogia, apesar desse filme ser basicamente um remake do Episódio IV. Bem, agora a trilogia saiu, vemos o que rolou, e o filme meio que desaba pra mim, porque a promessa ficou só na promessa mesmo, e o que restou foi um remake fraco do Episódio IV. Nada mais. Trilogia nova, como um todo, acabou não acrescentando absolutamente nada a franquia, e esse filme vai junto. Acho que até a trilogia prequel (qualquer filme ali) me anima mais que esse aqui (sério). Enfim.

 

A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, Dir.: Wes Craven, 1987) 5/4

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A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy (A Nightmare on Elm Street 2 - Freddy's Revenge, Dir.: Jack Sholder, 1985) 2/4

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A Hora do Pesadelo 3 - Os Guerreiros dos Sonhos (A Nightmare on Elm Street 3 - Dream Warriors, Dir.: Chuck Russel, 1987) 3/4

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Assisti os 3 primeiros filmes da franquia nesse fds. Estranho que sempre considero o fim da Parte 3 como "verdadeiro final" da série (pelo jeito como destroem o Freddy), então, fico com impressão que a relevância da série acaba ficando só nesses 3 filmes (gosto dos demais, mas meio que o 3º filme fecha mesmo o lance). 

Estranho que em relação a história, o 1º filme tem essa ligação maior como o 3º filme: Freddy ataca nos sonhos, personagens do 1º filme voltam no 3º (Nancy e seu pai) e etc. Senso de continuidade bem maior no 3º filme do que no 2º. Como se o 2º filme nunca estivesse existido. Mas em relação a clima de terror e ambientação, o 1º acaba tendo sim ligação maior com o 2º filme. O 2º filme por mais que tenha mudado coisas ali (Freddy agora ataca no mundo real), ainda tem cara de terror mais sério que tinha no 1º filme. Talvez porque os 2 filmes foram feitos quase juntos no começo/meio dos anos 80 (84 e 85), e nessa época os filmes do gênero ainda se levavam mais a sério (mesmo muita coisa sendo 'camp', o gênero tinha uma certa sobriedade, não ria muito de si mesmo no início da década). O 3º já saiu em 1987, e ali o gênero já zoava de si mesmo (muito terrir surgiu ali). Nisso, o 3º filme o considero mais "leve" que o 2º de forma geral (não tenho muito argumentos sobre isso, é mais uma sensação mesmo).

Ainda considero o 3º filme, a melhor sequel de A Hora do Pesadelo, o que atrapalha, pra mim, é que não gosto tanto do lance do 'X-men contra Freddy', uma equipe ali de jovens que vão combatê-lo. Prefiro o lance de personagem solo se matando e se 'virando nos 30' pra salvar os outros (como acontece nos demais filmes da série).

Já o 2º filme, atrapalha o fato de terem jogado fora a ótima mitologia do Freddy, de atacar nos sonhos e etc, pra colocar algo já meio desgastado que é o lance de possessão. A Hora do Pesadelo 2 é basicamente um remake de Amityville 2: Família muda pra casa nova, ali tem uma entidade que usa o filho mais velho do casal pra matar pessoas. Mas como disse, o que salva é que ele ainda tem clima bom de filme terror que herdou do primeiro filme (temos a cena do ônibus, a cena de morte do amigo do Jesse e o final na fábrica que são bem climáticas). 

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Pai dos documentários sociológicos, mas muito mais do que uma reportagem, ou um documento, "Eu, um Negro", de Jean Rouch, chegou em 1957 para ficar para sempre como referência de linguagem.

Seus retratados - jovens desempregados do Níger que buscam uma ocupação em Abidjan, então capital da Costa do Marfim, "a Chicago africana" - não são objetos da câmera propriamente. São mais do que isso. De comum acordo com o diretor, vivem personagens, com nomes de referência de Hollywood, em que espelham suas próprias vidas, suas próprias dificuldades, seu desejo por amor, seu desejo por status, por um simples trabalho. É uma encenação da vida real.

Como os recursos eram poucos na época deste primeiro longa de Rouch, o Som era uma dificuldade. Então, as falas são todas feitas a posteriori, uma dublagem, inclusive, acho, apropriadamente dessincronizada.

Como sempre digo, o cinema é um professor de geografia. Que coisa maravilhosa ver o litoral da África, ou o rio Níger, a cores, nos anos 1950. Vemos a pobreza endêmica, bem como uma natureza mais pura. Vemos também todo o carinho do parisiense Rouch por essa região, onde por fim acabou morrendo, em um acidente de carro.

Os comentários da internet repetidamente descrevem os retratados como "nigerianos". Eles são do Níger, não da Nigéria, portanto, o gentílico é "nigerino" (ou nigerense).

O cinema é um professor de geografia.

 

Moi un noir (1958) French re-release movie poster

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6 hours ago, Jailcante said:

A Hora do Pesadelo 3 - Os Guerreiros dos Sonhos (A Nightmare on Elm Street 3 - Dream Warriors, Dir.: Chuck Russel, 1987) 3/4

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Assisti os 3 primeiros filmes da franquia nesse fds. Estranho que sempre considero o fim da Parte 3 como "verdadeiro final" da série (pelo jeito como destroem o Freddy), então, fico com impressão que a relevância da série acaba ficando só nesses 3 filmes (gosto dos demais, mas meio que o 3º filme fecha mesmo o lance). 

Estranho que em relação a história, o 1º filme tem essa ligação maior como o 3º filme: Freddy ataca nos sonhos, personagens do 1º filme voltam no 3º (Nancy e seu pai) e etc. Senso de continuidade bem maior no 3º filme do que no 2º. Como se o 2º filme nunca estivesse existido. Mas em relação a clima de terror e ambientação, o 1º acaba tendo sim ligação maior com o 2º filme. O 2º filme por mais que tenha mudado coisas ali (Freddy agora ataca no mundo real), ainda tem cara de terror mais sério que tinha no 1º filme. Talvez porque os 2 filmes foram feitos quase juntos no começo/meio dos anos 80 (84 e 85), e nessa época os filmes do gênero ainda se levavam mais a sério (mesmo muita coisa sendo 'camp', o gênero tinha uma certa sobriedade, não ria muito de si mesmo no início da década). O 3º já saiu em 1987, e ali o gênero já zoava de si mesmo (muito terrir surgiu ali). Nisso, o 3º filme o considero mais "leve" que o 2º de forma geral (não tenho muito argumentos sobre isso, é mais uma sensação mesmo).

Ainda considero o 3º filme, a melhor sequel de A Hora do Pesadelo, o que atrapalha, pra mim, é que não gosto tanto do lance do 'X-men contra Freddy', uma equipe ali de jovens que vão combatê-lo. Prefiro o lance de personagem solo se matando e se 'virando nos 30' pra salvar os outros (como acontece nos demais filmes da série).

Já o 2º filme, atrapalha o fato de terem jogado fora a ótima mitologia do Freddy, de atacar nos sonhos e etc, pra colocar algo já meio desgastado que é o lance de possessão. A Hora do Pesadelo 2 é basicamente um remake de Amityville 2: Família muda pra casa nova, ali tem uma entidade que usa o filho mais velho do casal pra matar pessoas. Mas como disse, o que salva é que ele ainda tem clima bom de filme terror que herdou do primeiro filme (temos a cena do ônibus, a cena de morte do amigo do Jesse e o final na fábrica que são bem climáticas). 

Sei la, eu acho esse o melhor filme da franquia. Um misto perfeito de horror, alucinação e action movie. Tanto que so curti Novos Mutantes porque visivelmente o diretor bebeu da fonte desse filme pra fazer o dele..

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"N`aum vou nem falar nada!!!"

Assim que terminei de escrever sobre "O Passo Suspenso da Gaivota", semana passada, me dei conta que Jeanne Moreau e Marcello Mastroianni já haviam feito um casal antes, e isso tinha absurdamente me passado em branco. Claro, em "A Noite", de 1961, a obra-prima de Antonioni sobre a Incomunicabilidade, o segundo filme da famosa Trilogia .

Deu vontade de rever. Muita lentidão, tempos mortos, erudição, e tédio, para, quase ao final, obter-se o sumo do filme da boca de Monica Vitti dizendo ao casal: "Vocês acabaram comigo esta noite!", naquele enquadramento belíssimo em preto-e-branco.

A se louvar neste filme: A cena da piscina, com os ébrios convidados mergulhando nela como tolos; o fato do amigo deles estar morrendo do coração, metaforicamente, assim como o casal; a conversa entre Moreau e o conquistador playboy não ser ouvida...

"Sentir que você me pertencia, não só naquele momento, e que a noite era eterna a seu lado".

Urso de Ouro em Berlim.

A Noite, Antonioni. | Pôsteres de filmes, Cartazes de cinema, Cartazes de  filmes

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Os Doze Macacos (1995) - Revi esse aqui e confesso que apesar de achar muito bons os demais filmes desse diretor, esse daqui não desceu. A impressão que fica é que costuraram uma história toda cagada, com momentos ambíguos de loucura, pretensão, overacting, e depois quiseram passar a ideia de que o filme tinha profundidade além de um pires. Mas infelizmente (ao menos numa reassistida) você percebe como tem várias conveniências (somadas a momentos inexplicados, incoerentes...) e como tudo é "telegrafado" de longe. 

Os Doze Macacos pra mim falha miseravelmente do começo ao fim. Quem não é adepto de filme de maconheiro então passe longe.

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Maratona Emir Kusturica. "A Vida é um Milagre", de 2004.

É o menos bom dos filmes do Kusturica, neste panorama por sua obra que venho fazendo. Esta comédia de guerra se refugia durante a primeira hora na mise-en-scène extraordinária que ele desenvolveu ao longo da carreira: Trilha balcã sonando o tempo todo; animais fofinhos por todos os lugares (gato, cachorro, ganso, pintinhos, galinhas, mulas, cavalos, e até urso!); festas de província com todo mundo dançando e se embebedando; futebol como ópio do povo...Acho que quem assiste a um filme dele pela primeira vez não pode deixar de sorrir com esse estilo. É tudo muito simpático, e divertido. Mas neste filme, infelizmente, faltou história para mais uma hora e meia depois de confortar-nos com o esfuziante estilo.

Aliás, não faltou história, ela foi meio desperdiçada. Um engenheiro sérvio que vive na Bósnia, e que, quando eclode a guerra, da desintegração iugoslava, em 1992, é obrigado a tomar conta de uma muçulmana bósnia, por quem se apaixona.

 Kusturica espelha a divisão étnica da região como uma história de amor entre os civis de uma aldeia. Posso estar superinterpretando agora, mas o recado que passa é: O conflito foi coisa de militares, não teve a ver com o povo em si. Um pouco ingênuo isso, além do que, meio gentil demais com o papel dos sérvios - como o diretor - comprovadamente os maiores responsáveis pelos crimes contra a humanidade perpetrados na ocasião.

A Vida é um Milagre | Filmes, Cinema, Vida

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GENTE...

Vai ser difícil eu gostar tanto de outro documentário neste ano como eu gostei de "Boys State", já cotadíssimo ao Oscar da categoria.

"Boys State" fez sucesso em Sundance, no começo do ano, quando abocanhou o Prêmio do Júri de Melhor Documentário (ganhando do ótimo "Crip Camp"), sendo adquirido por uma bolada, em parceria da A24 e Apple Tv+. 

Basicamernte, acompanha uma eleição juvenil no Texas - nos moldes de um Parlamento Jovem, ou Jovem Senador - que acontece há vários anos, em vários estados americanos, que simula eleições, no intuito de formar novas lideranças. A câmera dos diretores Amanda McBaine e Jesse Moss é sábia o suficiente para não se intrometer nos assuntos da disputa, mas decididamente conseguiu captar os jovens mais interessantes, bem como os pequenos movimentos de fluxo de uma eleição. 

Comumente depositamos as esperanças de mudança nos mais jovens, mas e quando eles apenas reproduzem os métodos viciados e efetivos do sistema vigente? É fascinante vermos como as pessoas com perfil mais educado, mais culto, ou mais talentoso, são sobrepujadas aos poucos pelos de perfil mais bonito, ou mais "ganhador", ou de mero "slogans". Racismo, fake news, puxadas de tapete, mentiras, começam a aparecer como estratégias eleitorais, tão logo o discurso de unidade e amizade desaparece.

Chega a assustar ver como os meninos de 17 anos falam sobre aborto, sem sequer fazerem referência às mulheres. Tal qual o pleito nacional, o controle de armas torna-se uma questão primordial e decisiva no pleito.

Excelente.

Boys State Movie Posters From Movie Poster Shop

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Na espera por "Duna", decidi ver os esquecidos e pouco comentados primeiros longas de Denis Villeneuve, anteriores ao sucesso internacional de "Incêndios": 

Comecei por "Polytechnique"/ "Politécnica", de 2009,  o "Elefante" do diretor. Reconstitui em pouco mais de 70 minutos, e em preto-e-branco quase da tonalidade de um xerox, um massacre em uma faculdade de engenharia de Montreal, ocorrido no ano de 1989. 

Diferentemente de outros filmes, em que os motivos do atirador ficam meio "no ar", aqui a motivação é clara. O atirador era um homem de 25, talvez incel, misógino, que atribuía às dificudades de sua vida ao movimento feminista, assim covardemente todas as vítimas foram apenas mulheres. 

Então é aquela brutalidade, aquele desespero pelos corredores, aquela correria, mas, como filme, o resultado é meio fraco. Não me impressionou. Não se incursiona pela vida pregressa do autor, nos quais as questões poderiam ser ao menos debatidas (nunca justificadas!). Prefere-se  enfocar a tenacidade e inteligência de uma determinada aluna do curso, mas que infelizmente é uma personagem painel, fictícia. Como eu escrevi acima, fica claro o motivo, mas não quem era a pessoa do atirador. E, por respeito as vítimas, elas são uma representação fictícia do sucedido. Não gostei disso. Houve muito respeito e pouca verdade.

É mais um documento de homenagem às vítimas, e familiares, e funcionários da escola, do que qualquer outra coisa.

Não achei em português. Vi em francês.

Polytechnique Movie Posters From Movie Poster Shop

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She Dies Tomorrow é um terror dramático marromenos apenas, sei lá.. é experimental demais pro meu gosto. A interpretação daquilo que se vê depende do espectador: se uma metáfora da paranóia e depressão, ou da inevitabilidade da morte. Antes fosse mais normal, por assim dizer. A idéia tem similaridade com a pandemia e é bem produzido mesmo sendo indie até o sabugo da unha. As atuações estao ok, incluindo a de muitos diretores indies. Mas eu achei apenas razoável. 7,5-10

She Dies Tomorrow (Ela Morre Amanhã) - resenha sem spoiler – Lugar Nenhum

 

Power of Grayskull: The Definitive History of He‑Man and the Masters of the Universe é um delicioso documentário que narra a ascensão, auge e queda do herói bombado da Mattel, num raro caso de brinquedo que dá origem a gibi, desenho e filme. E não o contrário, que é o que normalmente ocorre. Fora o impacto cultural na molecada e industria na época. É palpável notar que todos os envolvidos nos projetos (quaisquer que sejam) o faziam por amor ao personagem. Destaque pro segmento que fala do horroroso filme de 1987, com depoimentos do Lundren, Languella e equipe técnica. Como curiosidade, a She-Ra apareceria no filme mas foi cortada!? Um documentário que transpira década de 80 e pérola rara da Netflix. 9-10

Power of Grayskull: The Definitive History of He-Man and the Masters of the  Universe (2017) - IMDb

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Sou apaixonado por tudo o que Christophe Honoré faz ou fará. O cérebro dele é uma garantia de qualidade, de delicadeza, de sofisticação, de apuro. Finalmente, vi "Em Paris", de 2006, um filme curtinho, lindo, sobre depressão masculina. Mas que riqueza...

Como sempre, recortes da vida urbana de Paris, de suas noites; os apartamentos são pequenos, cheios de livros, discos, cartazes nas paredes, a expressarem a vida mental dos personagens. Ou então, a época, por exemplo pôsteres de "A History of Violence", e de "Last Days". Não só o cinema está no filme, como também a literatura. Em determinado momento, Louis Garrel lê "Franny And Zooey", um livro de Salinger, cujo tema dialoga com o tema do filme, um irmão espirituoso que ajuda uma irmã em depressão, por insistência da mãe. Aqui, é o adorável pai que faz a ponte entre os irmãos.

Santificados irmãos, Romain Duris e Louis Garrel, ambos no auge da beleza e do talento. O primeiro faz o irmão em depressão, depois do término de um namoro; e o segundo faz o irmão conquistador, boa-vida, que tenta levantar o ânimo do irmão. 

É de uma delicadeza infinita, uma singeleza, uma simpatia...Começa meio estranho, e depois vai só ganhando charme, e, ao final, temos uma canção maravilhosa de Alex Beaupain de brinde, cantada por Romain Durris. E não podia esquecer de que na trilha há ainda "Cambodja" de Kim Wilde, bem anos 1980.

Mas a cena mais bonita pra mim é dos irmãos lendo um livro de história infantil um para o outro. 

Maravilhoso ver os homens sendo afáveis, ternos, delicados, sentimentais, uns com os outros, sem que a sexualidade de algum deles entre em desconfiança.

 

Em Paris — Leopardo Filmes - Produção e distribuição cinematográfica

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Segundo longa de Martin Scorsese, "Boxcar Bertha/ "Sexy e Marginal", de 1972, é sempre apelidado como o "Bonnie and Clyde" do diretor, por conjugar estrada+crimes+sexualidade + um quê de justiça social, pelo interiorzão dos Estados Unidos.

Muitos pensam que é o pior filme de Scorsese. Mas e a cena final? A cena final é incrível. Para mim, o filme vai melhorando à medida que avança. 

Nesta onda de neofeminismo, talvez mereça ser revisitado, pois a obra do diretor novaiorquino é sempre tida como muito masculina. Aqui, o protagonista é, caso raro, uma mulher, vivida por Barbara Hershey, lindíssima e já muito boa atriz. Mas não só por isso, os outros personagens também são outsiders : Um negro, um (se bem entendi) judeu do norte, a menina orfã, e um líder grevista tido como comunista, instalados, todos no preconceituoso sul dos Estados Unidos.

Um painel de excluídos do sistema, que, depois de sofrerem, irão se orgulhar disso. Passarão ao mundo do crime de maneira circustancial, mas depois viverão o submundo como se fossem à forra.

Os dois pontos fracos, fraquíssimos: são a Trilha Sonora, feia e mal calibrada; e também umas cenas de tiro muito mal ensaidas, ou típicas de filme B.

Vale, no entanto, (re)descobrir.

Sexy e Marginal - Saraiva

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11 hours ago, SergioB. said:

Segundo longa de Martin Scorsese, "Boxcar Bertha/ "Sexy e Marginal", de 1972, é sempre apelidado como o "Bonnie and Clyde" do diretor, por conjugar estrada+crimes+sexualidade + um quê de justiça social, pelo interiorzão dos Estados Unidos.

Muitos pensam que é o pior filme de Scorsese. Mas e a cena final? A cena final é incrível. Para mim, o filme vai melhorando à medida que avança. 

Nesta onda de neofeminismo, talvez mereça ser revisitado, pois a obra do diretor novaiorquino é sempre tida como muito masculina. Aqui, o protagonista é, caso raro, uma mulher, vivida por Barbara Hershey, lindíssima e já muito boa atriz. Mas não só por isso, os outros personagens também são outsiders : Um negro, um (se bem entendi) judeu do norte, a menina orfã, e um líder grevista tido como comunista, instalados, todos no preconceituoso sul dos Estados Unidos.

Um painel de excluídos do sistema, que, depois de sofrerem, irão se orgulhar disso. Passarão ao mundo do crime de maneira circustancial, mas depois viverão o submundo como se fossem à forra.

Os dois pontos fracos, fraquíssimos: são a Trilha Sonora, feia e mal calibrada; e também umas cenas de tiro muito mal ensaidas, ou típicas de filme B.

Vale, no entanto, (re)descobrir.

Sexy e Marginal - Saraiva

Gosto desse filme...posso estar errado mas acho que o Scorsese estava assistindo muito Sam Peckinpah na época. 

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Nas duas últimas semanas foram tantos filmes vistos, completamente ao acaso, estrelados por Jeanne Moreau, que talvez fosse um chamado para assistir a "Joanna Francesa", de 1973, do diretor - assinando então - Carlos Diegues.

Que atuação fantástica! Pena estar cercada por um elenco abaixo da crítica, vários atores não profissionais, e os profissionais também, fraquíssimos. Outra coisa a se lamentar é o desastre técnico do Som, que obrigou todos a serem dublados na pós-produção, inclusive Moreau, dublada por Fernanda Montenegro.

A história é bastante pesada. A protagonista é uma cafetina francesa, residente em São Paulo, que é levada a Alagoas por um de seus amantes, um senhor de Engenho, cuja esposa está nas últimas, assim como sua fazenda, assim como o ciclo econômico. Estamos no Brasil dos anos 1930, com Getúlio armando seu Golpe. Há ainda resquícios da escravidão na fazenda, ou, melhor, parece que por lá, ainda não acabou. A Igreja é aliada dos fazendeiros, ainda que rivais, e não está nem aí para o povo. Jeanne, chamada na região, de "Joana Francesa", parece ter a personalidade forte o bastante para se encantar com o Brasil rural, de frágil equilíbrio político e legal, bem como para lidar com a estranha família do amante, que esconde um terrível segredo de constituição.

Amo o clima de fazenda nordestina. Com suas rendas Renascença; a palha de carnaúba,e o couro no mobiliário antigo, em madeiras de Maracatiara, Sucupira...Mas isso é o design, antes da adoção desse nome. O que importa é a região escolhida de Alagoas. O calor da serra da Barriga. O claro rio Mandaú. Lá é precisamente a cidade de União dos Palmares, que abrigou o antigo Quilombo dos Palmares. Que felicidade de Diegues escolher essa região! Pois até no cartaz do filme dá pra ver como os negros, mesmo lá, são tratados. Joanna Francesa é carregada nos ombros por um empregado negro da fazenda. Os filhos mestiços, bastardos, não têm direitos. As manifestações culturais são desvalorizadas. Privilegia-se o piano europeu, tocado, em certo momento, pelo (ainda vivo!) estilista Pierre Cardin, que, pelo que sei, teve um relacionamento com a atriz.

Aliás, como dissociar o filme de sua música tema? "Joana Francesa", de Roberto Menescal e Chico Buarque, rimando belamente português e francês? Jeanne Moreau arrebenta, como cantora e como performance! Estamos falando de uma das maiores atrizes da história, que se apaixonou pelo nosso Brasil mais rude, que tinha perfume de "cachaça e suor"; "cujo mar a arrebatou".

O filme sofre muito tecnicamente. Mas é rico. Quem terá a riqueza de si para reconhecer?

Jeanne Moreau: lembranças que ficam do filme 'Joanna Francesa' | Lu Lacerda  | iG

 

 

 

 

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O Diabo de Cada Dia (2020)

The Devil All the Time 

 

Um olhar bem pessimista sob religião e fé, apensar da revelação final de um certo personagem. Destaques? Vários, a começar pelo personagem Arvin interpretado maravilhosamente bem pelo ator mirim Michael Banks Repeta e por Tom Holland, este faz um Arvin já contido, um barril de pólvora prestes explodir. Um cara que tem aversão á religião. Chegamos a Halley Bellet que passei todo o tempo em que ela estava em tela tentando descobrir, onde a tinha visto, (Foi no remake de 7 Homens e Um Destino) aqui ela passa a impressão de uma mãe carinhosa e esposa afetiva, misture isso a policiais corruptos, serial killers e bom. Temos ótimo ingredientes aqui que o diretor soube manejar bem. Robert Pattinson aqui aparece barrigudo e com um sotaque bem carregado num personagem bem desagradável. Aliás o diretor Antônio Campos, apesar do nome não é brasileiro, mas filho de brasileiro, do jornalista Lucas Mendes da rede Globo (do Manhattan Connection).

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Challenger: The Final Flight (Challenger, o vôo final) Netflix

Documentário que investiga o acidente da Challenger, aliás não podemos chamar de acidente uma coisa que estava na cara dos envolvidos e poderia ter sido evitada. A explosão da Challenger foi um baque no orgulho americano. Eles vinham lançando seus ônibus espaciais com frequência. E eles chegaram a tal ponto que eles se julgaram capaz de tudo, "podíamos fazer tudo" diz um ex-agente da Nasa em certo ponto. Eles estavam tão á vontade com as viagens espaciais que nesta, levariam uma civil, uma professora. 

O doc mostra que a mistura de politicagem, irresponsabilidade, covardia e soberba levaram a explosão. Soberba que ainda permanece em um deles até hoje. Dá asco de ouvir ele se justificando. Eles tinham dados que mostravam que não era seguro decolar com as temperaturas negativas. Mas a pressão por manter o cronograma falou mais alto. Os americanos e parte do mundo, viram incrédulos o ônibus espacial explodir minutos após a decolagem. 

Lembro desse acidente e da reportagem na época no Jornal Nacional.

Challenger_Netflix_Wiki_01.jpg

 

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Segunda Palma de Ouro em Cannes do diretor dinamarquês Bille August, "As Melhores Intenções", de 1992, ainda levou o Prêmio de Melhor Atriz, para Pernilla August, pelo seu desempenho brilhante como a mãe do Maior de Todos, Ingmar Bergman. É, o filme, com roteiro do próprio, conta a história do enlace amoroso entre a mãe e o pai de Bergman, do namoro à gravidez do filho.

Uma história de amor, portanto? Risadas, risadas. Não. Desde logo, o namoro encontrou oposição. Oposição da rica família da mãe de Bergman, que não queria a filha envolvida com um mero estudante de Teologia, e, diga-se, muito mulherengo...Oposição da mãe de Bergman também, muito protetora, que não queria perdê-lo. Mas a maior força opositora à felicidade do casal era eles mesmos.

Duas personalidades teimosas, meio ressentidas, orgulhosas, que queriam dirigir a relação à sua maneira. O pai de Bergman claramente fez de tudo para isolar a esposa do restante da família em uma região distante da Suécia, onde fora designado pastor.

Depois de três horas de muito apuro apuro técnico, excelentes atuações, execução elegantíssima, um design e uma música formidáveis, chegamos ao fim sabendo que o filme era outro. O filme não é sobre uma difícil história de amor, mas sobre a genealogia dos filmes do diretor.

Quando vemos a avó de Bergman - que era professora de piano - tocar o instrumento muito melhor do que a nora, como não pensar em "Sonata de Outono"? Ou quando vemos o pai de Bergman isolado em uma capela, como não pensar em "Luz de Inverno"? E quando assistimos incrédulos às terríveis brigas do casal, como não pensarmos em "Cenas de um Casamento"? E assim vai...

O fruto não cai longe da árvore.

 

As Melhores Intenções - ( Den Goda Viljan ) - FilmEarte - Filmes Raros para  Colecionadores e Cinéfilos

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Antebellum é uma pérola que faz parte da recente onde de terror social, do naipe de Corra e Nós e tão bom quanto eles, apesar de pouco conhecido e divulgado. Esta produção começa de um jeito, tipo Raízes, 12 Anos de Escravidão ou A Cor Purpura até quase a metade, onde tem uma reviravolta digna do M. Night Shyamalan que muda tudo o que foi visto e te prende justamente por querer saber como vai se desenrolar o longa. Depois vira um ótimo survival de horror e procura de vingança de encher os olhos. Jordan Peele ficaria orgulhoso deste filme. Dica: NÃO ASSISTA o trailer pois ele entrega um baita spoiler! 9-10

Antebellum (2020) - Dir. Gerard Bush, Christopher Renz in 2020 | Newest  horror movies, Janelle monáe, Antebellum

 

The Witch é um bacanudo filme de ação e não de terror como o título pode sugerir. Imagina uma versão Novos Mutantes e Lucy repleta de ação, com sangue voando pra todo lado..é isso! Esta produção coreana pega vácuo dos blockbusters de super-herói mas a narrativa é no estilo asiático, e isso é positivo pro filme, embora pese pra pieguice em mais de um momento. Tem uma reviravolta bacanuda nos finalmentes que abona esta produção que tem cara de virar franquia. 8,5-10

魔女》可以看出韩国电影人的野心-看点快报

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Maratona Kelly Reichardt, com o difícil de achar "River of Grass", de 1994, o primeiro longa da diretora, sua primeira entrada no cinema. Uma mulher infeliz no casamento, sem muito carinho maternal, conhece um rapaz malandrão em um bar, flertam, e, no final da noite, acabam supondo que assassinaram uma pessoa. Então fogem pelos distritos alagadiços do norte da Flórida, escondendo-se de uma perseguição policial que não existe.

Reichardt já começou muito bem. Adorei!  Nesta maratona, descobri o segredo da filmografia dela - pensar o que o filme não é! -  minha diversão só aumenta. Aqui temos um anti-road movie! Fui ajudado pela própria diretora, que, em suas palavras, resumiu à época do lançamento: “Road movie without the road, a love story without the love, and a crime story without the crime".

Amplio a irônica autodefinição para falar das consequência: A desglamourização da vida bandida. Isso também vai ao encontro do segredo cinematográfico que mencionei acima: A vida não é como no cinema, ela parece dizer. Não haverá uma mobilização de centenas de policiais atrás de você, seus rostos não aparecerão nos jornais, vocês não serão lindos tampouco ( os atores são bem "prejudicadinhos", mais um acerto!), nem disporão de um grande arsenal. Tampouco a construção de um road movie  de Kelly Reichardt buscará um supersentido metafórico para a vida, de um modo existencialista, de um modo beat. A estrada aqui é apenas um percurso comezinho, no qual é preciso ter dinheiro para pagar o pedágio, senão você volta, como acontece com os personagens, em certo momento, numa cena de quase humor - rindo de quem esperava alguma coisa grandiosa, rindo da ideia de climax.

Em suma, o cinema dela não é (ou não será) como as pessoas pensam que o cinema é.

River of Grass (1994) - IMDb

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Maratona Leos Carax, fruto da expectativa por "Annette".

Em 2006, o Festival de Viena pediu um filme de 1 minuto para o diretor francês, que, vale lembrar, estava longe do cinema desde 1999 (neste período só fazendo clipes para Carla Bruni ou um alternativo para o New Order).

"My Last Minute" é chocante e divertido, ao mesmo tempo. Apresente um modo sem falhas de parar de fumar.

É meio sem-vergonha computá-lo como mais um filme visto este ano? Bom, é um curta creditado. Achei brilhantemente executado. Não só a ideia. Mas a composição como um todo: música de início, o posicionamento da câmera, as velas e flores na mesa quase-fúnebre...

 

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Star Wars Episódio VIII - Os Últimos Jedi (Star Wars Episode VIII - The Last Jedi, Dir.: Rian Johnson, 2017) 1/4

250px-Star_Wars_The_Last_Jedi.png

Claro que Rian Johnson tem o mérito de tentar romper o aspecto remake dessa nova trilogia, tomando certas atitudes polêmicas, tentando guiar certos eventos pra outro rumo no próximo filme, mas, no fim, fez outro remake de um filme da trilogia clássica, agora do 'Império Contra Ataca': 01) Ray se separa dos demais pra treinar com o Luke (que nem Luke faz no Ep. V), 02) cenas dos rebeldes fugindo da Primeira Ordem (como fizeram no Império no Ep.V), 03) cena da traição de um personagem, e 04) "batalha na neve" do começo do filme do Ep. V, foi pro final daqui (ficou meio ridículo que o lugar parece neve como no Império, mas um personagem faz questão de frisar que o solo tinha era sal, não neve - sim é igual mas diferente). 

Enfim, único mérito do filme, que é tentar roer as rédeas de remake da nova trilogia, acabou não indo pra lugar nenhum já que filme seguinte JJ passou por cima das mudanças que o Rian tentou montar aqui. Pode ser o melhor da nova trilogia (dos 3 filmes numerados), mas isso não significa muita coisa. Continuou não acrescentando nada a franquia, e soou mais um remake.

SPOILER Da minha parte: Primeira vez que vi, entrei em estase com a cena do Luke na batalha final. Literalmente, pulei da cadeira quando vi isso. Filme subiu muito no meu conceito por causa disso. Simplesmente foda. Mas infelizmente, diretor mata essa cena 2 vezes. 01) Porque era um "holograma" do Luke ali e não ele em si (com holograma, até eu enfrento o Império/Primeira Ordem), e 02) o Luke morre depois da batalha. Sujeito não foi 'in person' na batalha e mesmo assim ele morre? Rian, ou você usa holograma ou mata o Luke na batalha, as duas coisas, não, violão. Matou uma cena foda, fi.

 

Star Wars Episódio IX - A Ascensão Skywalker (Star Wars Episode IX - The Ryse of Skywalker, Dir.: JJ Abrams, 2019) 1/4

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Depois de cada fã de SW reclamar do que o Rian Johnson fez no Ep. 8, Disney medrô e resolveu chamar o JJ de volta, pra entregar o 'arroz com feijão' (previsão inicial era que o Colim Trevorrow de Jurassic World dirigisse o filme, mas depois do que rolou com o Ryan, Disney resolveu fazer uma aposta mais 'segura'). Por incrível que pareça, esse filme não parece tão remake como os outros 2 (só o final que tem uns lance do Retorno de Jedi - mas como adotaram o final feliz do bem vencendo o mal, não tinha como fugir disso), só que mesmo assim, mais uma vez um filme que não acrescenta nada, é 'fim de festa' mesmo e JJ entrega o básico. Sem maiores surpresas. Mas se é pra fazer um elogio, é um filme bonito, tem muitas locações interessantes, principalmente na cena final.

Na vez que vi no cinemas, achei o ritmo muito acelerado, agora nem tanto, mas, nitidamente, JJ poderia (deveria) ter cortado muita coisa inútil ali. Filme soa como videogame que personagens vão avançando de fase a fase até chegar no chefão final (então, uma fase e outra poderia ter sido eliminada, não precisa colocar todas ali). E também não precisava JJ romper com tudo (sim, tudo) que o Ryan fez no Ep. 8. Tem coisas que a gente sabe que JJ não saberia lidar (como o Kylo Ren ser o vilão total, sem ter um mestre por trás dele - lá vai o filme trazer o Palpatine de volta), então, ok, mas tem coisas bem ridículas como refazer o capacete do Kylo (forçando essa semelhança dele com o Darth Vader), mas ao contrário do Vader, Kylo não precisa daquela capacete pra nada, então pra que perder tempo nisso? Deixa o Kylo de cara pra fora mesmo ou de capacete: Tanto faz. Isso só deixa claro que JJ ficou mesmo magoado com Rian ter desfeito coisas que ele pôs no Ep. 7, daí resolveu descontar e desfazer tudo que o Rian tinha posto no ep. 8. Essa rinha de diretores, matou a trilogia, com um filme querendo passar por cima de outro, assim a história não andou. Tudo soou só um remake pífio da trilogia original. Uma pena porque tinha personagens e atores bons pra fazer algo único.

 

Rogue One - Uma História Star Wars (Rogue One - A Star Wars Tale, Dir.: Gareth Edwards, 2016) 3/4

250px-Rogue_One_-_A_Star_Wars_Story.jpg

 

Um filme pra salvar SW na década passada. O melhor deles com certeza. Disparado. Pena que não dá pra fazer uma sequel (em tese ela já existe,  o Ep. IV seria a sequel desse aqui) porque tem muito ator bom com personagens fortes, e história boa e tensa. Mas vão fazer série prequel no Disney+, então nem tudo tá perdido. Aguardar.

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"Crime e Castigo" é o longa de estreia do finlandês Aki Kaurismäki, em 1983. No famoso livro em que Truffaut entrevista Hitchcock, de 1966, o mestre do suspense afirmou que "Crime e Castigo" era um romance infilmável. Diz Kaurismäki, ironicamente, que quis provar que não. 

Por que ironicamente? Na verdade, ele muda muitíssimo a história do clássico russo, ou então a adapta apenas em linhas gerais. Muda o universo da história para a Finlândia dos anos 1980, um país ainda não tão rico assim. O protagonista assassino passa de estudante a açougueiro, mata dessa vez um homem, e seu crime é testemunhado por uma jovem, com quem se envolve romanticamente...

Mas a mudança mais significativa é que o criminoso não sente "culpa", não se desespera, nem se medra diante do tirocínio do delegado de polícia. Ao contrário, o desafia, tem até orgulho de seu ato.

Ao longo dos anos 1980, Kaurismäki colocaria os pobres trabalhadores de seu pais em grande foco, até atingir o ápice no maravilhoso "A Garota da Fábrica de Caixas de Fósforos", de 1990. O recado subliminar que fica é: esmaguemos os ricos, eles saberão o por quê.

Crime and Punishment (1983) - IMDb

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Estava há alguns anos sem ver nada de Takeshi Kitano. Sacrilégio! No Japão, ele era um popular comediante da tevê; então inteligentemente quis mostrar sua versatilidade, ingressando no cinema com uma série de bons filmes policiais, explorando a máfia japonesa, até chegar à obra-prima "Hana-Bi: Fogos de Artifício", em 1997 - ganhador do Leão de Ouro em Veneza.

No filme seguinte, em 1999, entretanto, sai da brutalidade e cai na ternura comovente, lançando "Verão Feliz", no qual um ex-Yakuza, picareta, malandrão malandrão, ajuda um menino de 9 anos a reeencontrar a mãe, com quem nunca viveu. Para isso, pegam a estrada, conhecem muitos tipos curiosos pelo caminho, sentem tédio, sentem fome, passam perrengue, mas se divertem bastante também, construindo uma bela amizade. No meio do filme, dá-se o tal encontro. Ou não. É um momento muito ambíguo. 

Fiquei pensando então o que ele faria ainda nos últimos quarenta minutos de filme. E o roteiro é tão fera que dá um drible na gente, e passamos, em uma troca de perspectiva genial, a acompanhar o personagem de Kitano a visitar sua própria mãe.

Trilha sonora lindíssima.

Mais um título que prova que 1999 é o o ano é o ano é o ano.

 

YESASIA: Kikujiro (1999) (DVD) (UK Version) DVD - Kitano Takeshi, Kishimoto  Kayoko, 20th Century Fox - Japan Movies & Videos - Free Shipping

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Maratona Hong Sang-soo na reta final...Então vamos para algo do começo, "O Poder da Província Kangwon", de 1998, segundo filme do diretor coreano.

A tal da Província Kangwon é uma região turística, de mar e montanhas íngremes, que, desde os anos 1950, divide a península coreana entre norte e sul. Mas no filme o foco é em outra divisão, homem e mulher, pois a obra divide-se em duas histórias paralelas: uma parte guiada por uma protagonista feminina, uma estudante amante de um homem casado, que vai veranear com amigas, para esquecer a relação; e a outra parte guiada por um protagonista masculino, um professor adúltero, decidido a trocar de emprego, que vai com um amigo passar alguns dias na região. Vão os personagens no mesmo trem.

Interessante como a personagem feminina, com suas amigas, pensa em aproveitar a região, como turismo de paisagem, mas, denunciando carência, abre uma oportunidade para o amor, assim que ele aparecer. Outra vez com alguém casado, para desgosto das amigas. Já o homem, junto com seu amigo, não quer saber muito de montanha, de peixes, de mar, os dois querem mais é fazer turismo sexual; pegar umas russas no nightclub da região. Cabeça de mulher; cabeça de homem; parece dizer o diretor.

Os dois personagens se encontrarão no final do filme, do nada, sem muito sentido dramatúrgico, mas como uma assumida intrusão fantasma. E o desejo por sexo e o desejo por amor, espelhados no homem e na mulher, semelhantemente, vão frustrar os dois.

Cinematograficamente, tem mais locações e cortes do que todos os filmes posteriores do diretor somados. Ou seja, o estilo minimalista ainda não tinha se apoderado da mente de Sang-soo. Os planos estáticos são poucos, e duram - o quê? - no máximo uns 3 minutos. Bem diferentes das cenas longuíssimas de hoje em dia. Até os porres de soju estão bem mais contidos. Estão presentes aqui, comandando duas cenas de briga, claro, mas duram menos.

No entanto, "O Poder da Província Kangwon" não pode deixar de ser visto como uma semente para o seu cinema futuro. Uma semente para a sua visão desiludida do homem e da mulher no jogo amoroso.

The Power of Kangwon Province - Alchetron, the free social encyclopedia

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A primeira incursão no cinema do turco Nuri Bilge Ceylan foi com este curta-metragem, de 17 minutos, indicado a Palma de Ouro em Cannes, em 1995 (Ou seja, vem de longe sua relação laureada com o Festival). "Koza" é estrelado pelos próprios pais do diretor. Ceylan usa as fotos dos dois enquanto jovens para contar rapidamente, sem absoluta nenhuma linha de texto, que os dois se conheceram e casaram bem jovens, e foram viver aparentemente em uma área bem rural, perto de um rio, com bosques, colméias, animais...

Fotografado em preto-e-branco, com a beleza costumeira (já que Ceylan era um fotógrafo premiado em seu país), depois da sucessão de imagens deles jovens, o filme corta para os dois já velhos, e, infelizmente, distantes um do outro, sem amor. Apenas uma companhia um para o outro, no meio da solidão da natureza hostil.

Tomara que os pais do diretor na vida real sejam mais felizes do que aparenta esse casal.

Já vi o pai e a mãe do diretor em outros filmes dele, por todos, no espetacular "Climas".

Koza (1995) - IMDb

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