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(295)

"N`aum vou nem falar nada!!!"

F I N A L M E N TE !!

Gente...Eu poderia tá com meus amigos nesta tarde de sábado em um barzim bebendo cerveja e comendo bolinho de angu; eu poderia tá jogando vôlei com meus parças; eu poderia tá me deliciando com as cocotinhas; mas não, eu tô aqui enfurnado em casa, desperdiçando um lindo dia de sol lá fora, vendo um filme de 4 horas de duração! Mas não é qualquer filme, é o clássico "Um Dia Quente de Verão", de 1991, de Edward Yang. Ao longo do ano, assisti a outros filmes dele para me preparar para essa jornada, e não me arrependi. É realmente um filmão!

Conhecer mais a filmografia dele foi importante para testar minha paciência com a vagareza de seus planos. E a extensão dos planos, a calma, e a paciência que há dentro das cenas, inclusive, não só no espectador, fazem bem ao filme. É um trabalho de imersão. O único momentro que parei foi por que tive de dar aquele Google maroto e pesquisar uns lances políticos da ilha de Taiwan. O filme, nesse aspecto, não é didático. Ao contrário, é lírico. Embora, por outro lado, se trate de um filme inspirado em um evento real, de matiz policial.

A pesquisa foi instrutiva para eu perceber um lance das cores do filme. Durante o longo governo ditatorial de Chiang-kai Shek, na ilha nacionalista, implantou-se uma perseguição política a quem fosse comunista-continental, e isso ficou conhecido, como "terror branco", derivando em milhares de mortos e torturados. Eu tava mesmo encafifado como tudo era branco, dos armários do colégio às camisas das pessoas, às bandejas de café...Será que é piração minha?

Mais além, o filme mostra como a ilha estava tomanda nos anos 1960 pelo militarismo, que se reflete, no mundo juvenil, pelo confronto das gangues. Há também a ocidentalização forçada, com as músicas de Elvis Presley dominando a cultura (e se espraiando em versos até no título do filme); ocidentalização refletida em matéria religiosa, com a irmã do protagonista, quase uma crente; e a ocidentalização em matéria econômica, com as figuras da irmã mais velha e da mãe (algo presente também em "História de Taipei") sonhando com uma possível ascensão profissional da família na América.

Se as duas primeiras horas são mais enfadonhas, mais difíceis, muito presas ao mundo juvenil; as duas últimas horas são ótimas, mostrando a perseguição à acovardada figura do pai (algo disso há em "História de Taipei") com destaque para os sensacionais e surpreendentes 40 minutos finais.

Dizem que é um dos melhores filmes de todos os tempos. Mas quem vai encarar e comprovar? Seus exatos 257 minutos são em geral obstaculizantes, tanto que o diretor entregou também uma versão menor com 188 minutos. 

De qualquer forma, assim como um bolinho de angu e uma cerveja gelada; um voleizinho disputado; e umas cocotinhas do Tinder; sim, vale a pena gastar um sábado imerso cinematograficamente neste dia. 

Um Dia Quente de Verão - 27 de Julho de 1991 | Filmow

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24 minutes ago, SergioB. said:

(295)

"N`aum vou nem falar nada!!!"

F I N A L M E N TE !!

Gente...Eu poderia tá com meus amigos nesta tarde de sábado em um barzim bebendo cerveja e comendo bolinho de angu; eu poderia tá jogando vôlei com meus parças; eu poderia tá me deliciando com as cocotinhas; mas não, eu tô aqui enfurnado em casa, desperdiçando um lindo dia de sol lá fora, vendo um filme de 4 horas de duração! Mas não é qualquer filme, é o clássico "Um Dia Quente de Verão", de 1991, de Edward Yang. Ao longo do ano, assisti a outros filmes dele para me preparar para essa jornada, e não me arrependi. É realmente um filmão!

Conhecer mais a filmografia dele foi importante para testar minha paciência com a vagareza de seus planos. E a extensão dos planos, a calma, e a paciência que há dentro das cenas, inclusive, não só no espectador, fazem bem ao filme. É um trabalho de imersão. O único momentro que parei foi por que tive de dar aquele Google maroto e pesquisar uns lances políticos da ilha de Taiwan. O filme, nesse aspecto, não é didático. Ao contrário, é lírico. Embora, por outro lado, se trate de um filme inspirado em um evento real, de matiz policial.

A pesquisa foi instrutiva para eu perceber um lance das cores do filme. Durante o longo governo ditatorial de Chiang-kai Shek, na ilha nacionalista, implantou-se uma perseguição política a quem fosse comunista-continental, e isso ficou conhecico, como "terror branco", derivando em milhares de mortos e torturados. Eu tava mesmo encafifado como tudo era branco, dos armários do colégio às camisas das pessoas, às bandejas de café...Será que é piração minha?

Mais além, o filme mostra como a ilha estava tomanda nos anos 1960 pelo militarismo, que se reflete, no mundo juvenil, pelo confronto das gangues. Há também a ocidentalização forçada, com as músicas de Elvis Presley dominando a cultura (e se espraiando em versos até no título do filme); ocidentalização refletida em matéria religiosa, com a irmã do protagonista, quase uma crente; e a ocidentalização em matéria econômica, com a figura da irmã mais velha e da mãe (algo presente também em "História de Taipei"), sonhando com uma possível ascensão profissional da família na América.

Se as duas primeiras horas são mais enfadonhas, mais difíceis, muito presas ao mundo juvenil; as duas últimas horas são ótimas, mostrando a perseguição a acovardada figura do pai (algo disso há em "História de Taipei") com destaque para os sensacionais e surpreendentes 40 minutos finais.

Dizem que é um dos melhores filmes de todos os tempos. Mas quem vai encarar e comprovar? Seus exatos 257 minutos são em geral obstaculizantes, tanto que o diretor entregou também uma versão menor com 188 minutos. 

De qualquer forma, assim como um bolinho de angu e uma cerveja gelada; um voleizinho disputado; e umas cocotinhas do Tinder; sim, vale a pena gastar um sábado imerso cinematograficamente neste dia. 

Um Dia Quente de Verão - 27 de Julho de 1991 | Filmow

Eu vi durante uma tarde de minhas férias este ano e se tornou um dos meus filmes favoritos.

Eu gosto especialmente como o garoto Xiao representa a metonímia do próprio país, alguém em busca da própria identidade 

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30 minutes ago, Muviola said:

Eu vi durante uma tarde de minhas férias este ano e se tornou um dos meus filmes favoritos.

Eu gosto especialmente como o garoto Xiao representa a metonímia do próprio país, alguém em busca da própria identidade 

Eu me apressei a ver, justamente por que você comentou impressionado. :)

Sobre o garoto, eu não sabia nada da história...Que coisa, heim?!

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Os anos 1980 dão de 1000 nestes anos 2020! A gente olha um filme assim, e percebe que as interações entre as crianças; mais constantes, mais livres, e sobretudo menos vigiadas; rendiam menos adultos de cristal. 

Vi hoje cedo, "Os Goonies", de 1985, na Netflix. Sei que todo mundo adora a parte subterrânea da casa e suas armadilhas, mas me enjoavam pelo excesso desde criança, eu gostava e gosto muito da primeira parte, com a apresentação dos personagens, do bairro, da casa. O legal foi saber que se fazem excursões até às locações na cidadezinha de Astoria no Oregon, e até um festival em homenagem ao filme. Se pudesse, iria com certeza. Há uma cena do Josh Brolin carregando o irmão Sean Austin, pela varanda, e o garotinho se entrega, como se derrotado, e sai com os pés comicamente se arrastando. Eu fazia muito isso com meu pai. 

Richard Donner, morto em julho, entrega mais um sucessão, superdivertido, e que marcou época. Que navio é aquele? Bela construção. 

Doeu saber que a Patty Duke, mãe de Sean Austin, em uma limpeza doméstica, jogou fora o mapa do tesouro! Aliás, ele arrasa desde pequeno. A cena dele com o pirata é linda. Martha Plimpton, muito expressiva também. 

 Os Goonies poster - Foto 11 - AdoroCinema

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Insólita a figura do goleiro no futebol. Único autorizado a jogar com as mãos; tem uma área determinada de atuação; usa um uniforme diferente; é um solitário; um estraga-prazer ao impedir o gol. Em seu segundo filme, "O Medo do Goleiro Diante do Pênalti", de 1972, o diretor Win Wenders leva às telas um romance homônimo do escritor, Nobel 2019, Peter Handke, que coassina o roteiro, romance esse que brinca com o arquétipo dessa posição no futebol.

No começo do ano, li  meu primeiro livro do Handke, que me encantara pelo título - "Don Juan (narrado por ele mesmo)" - mas o susto foi grande. Aqui o mesmo susto. Uma história igualmente esquisita, estranha, contra as expectativas, que usa os símbolos de uma forma sarcástica.

Em um campinho do interior da Alemanha, logo no começo do filme, um guarda-redes surta ao levar um gol. É curioso, pois não vemos propriamente a ação do chute, pois os olhos da câmera estavam concentradas nele perto de uma das traves. Mas quando o gol acontece, a câmera e a atenção de todos se voltam para ele brigando com o árbitro, alegando ter sido uma ação ilegal. Torna-se, assim, o centro das atenções, pela primeira vez no jogo. É expulso, e suspenso de algumas partidas.

Bom, inusitadamente, o protagonista em seu tempo livre passará os próximos dias indo ao cinema, se envolverá com uma moça, e, do nada, sem motivo algum, a matará. Então, procurará fugir, mudando-se de hotel em hotel. Mas a questão é que a polícia nem desconfia dele, nem os moradores, por mais estranho e violento que seja seu comportamento nos arredores. Estamos diante de um psicopata; sim, é um psicopata e ninguém nota!

Segundo a conclusão da história, ninguém liga para o goleiro. Por suas características, ele não é o protagonista.

Filme antigo, que não foi inspirado no caso do goleiro Bruno. Mas poderia.

O Medo do Goleiro Diante do Pênalti - 19 de Fevereiro de 1972 | Filmow

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On 9/15/2021 at 4:22 PM, Jorge Soto said:

Coda é um delicioso filme familia que trata de independência e amadurecimento teen com muita originalidade, carisma e simpatia. Sim, é quase uma versao ianque do ótimo francês Familia Belier com algumas sutis modificacoes. Os problemas da garota normal numa familia de surdos sao elevados á enèssima potência quando junto vem os prolemas tipicos aborrescentes e tal, mas o melhor deste filme que é previsivel (sim, ate o sabugo da unha) é seu empenhado e desconhecido elenco que faz com que nos identifiquemos imediatamente com todo mundo e que aqueles sejam pessoas próximas á gente, íntimas até. Filme família ideal pra matinê e futuro candidato guti-guti a Sessao da Tarde, sem sombra de dúvidas, pra sair com sorrisao no rosto no final. 9-10

Eu amei Familia Bellier. Assisti fazem alguns meses, antes de sequer saber que existiria esse "remake".

Comecei a assistir esse CODA e a ficha foi caindo de que era a história da Família Bellier e não consegui seguir em frente logo nos primeiros 10 minutos.

Li críticas dizendo que o filme "supera" o original.

Mas achei a atmosfera do original muito mais cativante. 

O original tem uma inocência e uma profundidade muito bem trabalhada, o que não senti nos minutos iniciais que assisti do CODA. Fiquei com a sensação de que esse remake quis ser mais "sério" que o original.

Fora que o elenco do "original" possui uma sintonia muito melhor.

Enfim, não sei se darei outra chance para CODA.

 

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51 minutes ago, Saga S. said:

Eu amei Familia Bellier. Assisti fazem alguns meses, antes de sequer saber que existiria esse "remake".

Comecei a assistir esse CODA e a ficha foi caindo de que era a história da Família Bellier e não consegui seguir em frente logo nos primeiros 10 minutos.

Li críticas dizendo que o filme "supera" o original.

Mas achei a atmosfera do original muito mais cativante. 

O original tem uma inocência e uma profundidade muito bem trabalhada, o que não senti nos minutos iniciais que assisti do CODA. Fiquei com a sensação de que esse remake quis ser mais "sério" que o original.

Fora que o elenco do "original" possui uma sintonia muito melhor.

Enfim, não sei se darei outra chance para CODA.

 

Tem outra gde diferenca nesse Coda e Familia Bellier, fora o fato de ser ianque e europeu.. no gringo os atores sao de fato surdo-mudos, enquanto no europeu nao..

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6 minutes ago, Jorge Soto said:

Tem outra gde diferenca nesse Coda e Familia Bellier, fora o fato de ser ianque e europeu.. no gringo os atores sao de fato surdo-mudos, enquanto no europeu nao..

Os dois são gringos... :lol:

Mas entendi:

Família Bellier: Atores "ouvintes"

CODA: Atores surdos

É isso?

Um dia quando o Família Bellier não estiver mais tão fresco na memória quem sabe eu dou uma chance ao CODA.

 

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Para celebrar a chegada da estação florida (mentira, foi coincidência) assisti "O Conto da Primavera", de Eric Rohmer, o primeiro de sua série "Contos das Quatro Estações". 

Formalmente falando, não que haja grande diferença entre as séries "Contos Morais", "Comédias e Provérbios" e esta, mas sob a regência de Rohmer, nunca podemos falar que é "mais do mesmo". 

O início aqui, silencioso, é com uma jovem, chamada Jeanne, que depois vamos descobrir é professora de filosofia em ginásio, que se mostra incomodada com o lugar físico onde está. Ela está emprestando seu apartamento para a prima, mas ela também não consegue ficar na casa do namorado. Corta para uma festa, no qual ela parece não conhecer ninguém e também se sente desconectada com o lugar, até que uma adolescente, Natasha, puxa conversa e a chama para refugiar-se em sua casa. 

Algo que me chamou atenção: o cinema de Rohmer é verborrágico; no entanto, grande parte de suas personagens são pessoas altamente introvertidas e inseguras, por mais que transmitam grande conhecimento artístico e filosófico, sentem-se desconectadas ao lugar que pertencem, seja literal ou metaforicamente. 

Outro ponto, quase todo o filme dele há uma sequência de flerte e, nossa, como ele sabe filmar isso. Eu fisicamente me sinto seduzido pelo jogo que ele propicia de diálogos e plano/contra-plano. 

Por mais que eu tive dificuldade de captar sobre o que ele queria falar aqui (seus filmes não são de tramas, mas há sempre alguma ideia principal), só de me gerar essa sensação, me ganha. 

Conto da Primavera.jpeg

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(298)

Um dos cineastas mais criativos dos ultimos tempos é o neerlandês (odeio usar esse gentílico) Alex van Warmerdam. Já é hora dos Festivais olharem com carinho para o seu trabalho. Em seu "Schneider vs. Bax", de 2015, ele entrega uma comédia policial muito legal, em que um assassino de aluguel (que é um exemplar pai de família) é contratado para matar um escritor (vivido pelo diretor), em uma região pantanosa dos Países Baixos. Porém, como em todos os seus filmes, nada é o que realmente parece ser.

Aos 40 minutos, ocorre uma virada sensacional, que meu vontade de bater palmas. Equiparada ao inesquecível final de "Garçom", de 2006. Mas...infelizmente, tenho que ser sincero, e dizer que o filme depois não sabe se resolver. A ponto de a esposa do diretor, a ótima Annet Malherbe, ter ficado com um papel aquém do seu talento.

Mesmo assim, louvo seu cinema: inventivo, irreverente, fora da caixa. Irmão europeu dos Coen. 

Um dos pontos a se destacar é que os dois adversários do título, muito inteligentemente, não se encontram.

Schneider vs. Bax: Fotos e Pôster - AdoroCinema

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(299)

Em conhecida entrevista, Quentin Tarantino elenca seus vinte filmes favoritos desde que começou sua carreira de longas, em 1992, até aquela data, de 2009. Não os enumerou, deixou claro apenas o primeiro lugar: "Batalha Real", de 2000, do japonês Kinji Fukasaku. É a adaptação de um livro de 1999, que depois do sucesso gigantesco deste filme, tornou-se um mangá conhecido.

Realmente, o filme é ótimo, muito divertido, e bem executado. Tarantino amou por que se viu. É violento, engraçado, cheio de ação, sangue, capítulos, e reviravoltas. Uma das atrizes que mais manda bem, e não escapou aos olhos do diretor americano, é Chiaki Kuriyama, que depois participaria de "Kill Bill". 

O filme é uma distopia juvenil, que toca um riff de guitarra em cima dos conceitos de "O Senhor das Moscas". Em um país opressivo e militarizado do leste asiático, vivendo uma turbulência social com 15% de desemprego (vejam bem, conheço um certo país aí com 14%...) e lixo nas ruas (não menos do que na minha cidade às segundas-feiras), os jovens estão em protesto, abandonado as escolas. Como forma de criar um terror psicológico, e fazê-los recuar da deserção escolar, o governo cria um plano para atemorizá-los psicologicamente. Um plano não, um jogo mortal. Selecionam 43 jovens do ensino médio de uma escola para uma expedição a uma ilha, onde a tarefa de casa é simplesmente "matar o coleguinha". Só um será declarado vencedor, depois de 3 dias, aquele que conseguir sair vivo - lembrando que esse livro e filme são bem anteriores a  "Jogos Vorazes".

Takeshi Kitano interpreta o professor, encarregado de tocar o jogos, e arrebenta em cena. Cada frase é dita com muito tempo de comédia e terror. Acontece de tudo. Aluno que se suicida, aluno pacifista que morre, aluno que se torna macabro, aluno que tenta tirar a limpo conflitos escolares do passado...As mortes ou são violentíssimas, gráficas, ou são cômicas. O filme é conduzido muito bem entre essas duas linhas. No campo mais profundo, é uma crítica ao comportamento japonês de obedecer ordens, só por uma questão hierárquica. A rebeldia pode nos salvar!

Gostei muito. Mas dizer que este é o melhor filme de 1992 a 2009 é meio forçado. É apenas o filme que Tarantino gostaria de ter feito.

Dizem que este filme gerou um filme americano cujo enredo é parecido, mas o cenário é em uma penitenciária. Talvez o mestre @Jorge Sotosaiba qualé. 

Batalha Real - 2000 | Filmow

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1 hour ago, SergioB. said:

Dizem que este filme gerou um filme americano cujo enredo é parecido, mas o cenário é em uma penitenciária. Talvez o mestre @Jorge Sotosaiba qualé. 

Mestre? Menos, Serjao...🤣 Na verdade esse Battle Royale gerou trocentas cópias gringas que fica dificil precisar qual filme vc se refere, sendo a franquia Jogos Vorazes a mais famosa... Esse aí pode ser tanto Os Condenados como O Sobrevivente (com Schwarzza), já meio datados, como os recentes The Belko Experiment e Mayhem..🙄

 

Prisoners of the Ghostland é uma tentativa do Nicolas Cage emplacar no mercado asiático com Sion Sono, levando alguns atores carimbados junto... nao dá. Essa mistura de scy-fy distópica estilo Mad Max Além da Cúpula do Trovao com western e ainda mais samurai junto comigo nao rolou. Nao bastasse o diretor é 8 ou 80,  e seu estilo característico ajudou a tornar a obra bem mais bizonha que o esperado. É um filme nada convencional, porém muito bem feito. As atuacoes estao aquela coisa, bem caricatas e o Cage esbanja caras e bocas interpretando ele mesmo. A Sofia Mumia Boutella ate se empenha mas nao faz milagre. Enfim, um filme de nicho em especifico entre os fas do diretor, mas pra mim ele ja fez muito melhor. 7-10

Affiches, posters et images de Prisoners of the Ghostland (2021)

 

 

A Christmas Gift from Bob é a sequencia do bunitinho A Street Cat Named Bob, de cinco anos antes e baseado num fato real, que assisti sem pretensao alguma e que me ganhou pela historia (pesada), pela trilha sonora e pelo ator animal, no caso, o bichano que empresta o nome aos filmes.. se bem que sou suspeito disso pois adoro gatos😻. É "filme família" de bicho estilo Sessao da Tarde, mas pelo fato de ser inglês ele pega emprestado temas pesados como consumo de drogas, depressao, etc.. coisas que a Disney passa longe. Este aqui é mais adocicado que o anterior e mais próximo aos filmes do rato milionário, mas ambos tem a ótima trilha indie junto. Atuacoes é aquilo, onde o carisma do gato carrega o filme nas costas, claro. Uma pena, pois o bichano bateu as botas logo depois de concluir as filmagens e o filme é dedicado a ele, pois o bichano era celebridade no Reino Unido.😥😿 8-10

A Christmas Gift from Bob (2020) - IMDb

 

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28 minutes ago, Jorge Soto said:

Mestre? Menos, Serjao...🤣 Na verdade esse Battle Royale gerou trocentas cópias gringas que fica dificil precisar qual filme vc se refere, sendo a franquia Jogos Vorazes a mais famosa... Esse aí pode ser tanto Os Condenados como O Sobrevivente (com Schwarzza), já meio datados, como os recentes The Belko Experiment e Mayhem..🙄

 

Os Condenados, 2007! Boa!

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(300)

Na expectativa por "Red Rocket", revi o excelente "Tangerine", de 2015, do Sean Baker. Filmaço. Mas vou dizer que o roteiro me interessa menos do que sua estrutura, completamente filmado que foi em iPhone 5S. Não só tem uma fotografia sensacional, com um filtro amarelo, mas também tem um ritmo de cena muito jovem e real.

No divertido canal do Youtube "Perdidos em L.A", há alguns vídeos sobre essa zona de prostituição na periferia da cidade. Tipo, são quarteirões à luz do dia, com esse cheirão de sexo pago, com esse cheirão de vidas à margem. Por vidas marginalizadas, não só as prostitutas trans, mas também os imigrantes (armênios) - que não conseguem se integrar de fato ao tecido social.

Amo se tratar de um filme de véspera de Natal. Natal, para os outros.

"_ A vida pode ser muito cruel"

"_ Eu sei. Deus me deu um pênis"

Tangerine 2015 U.S. One Sheet Poster at Amazon's Entertainment Collectibles  Store

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Titane é um razoável thriller dramático que flerta com horror, realismo fantástico e suspense que curti em termos e tem umas cenas em que, na boa, a diretora fumou um du bao... vai vendo, o plot é o de uma mina com placa na cachola que engravida de um carro!? E essa cena de "sexo"?! PQP!! E isso é so o comeco desta producao franco-belga!!! É um filme que custa linkar cenas e enredo, pois aqui parece que a diretora quis impressionar com cenas gratuitas sem estabelecer relacao de fato co o enredo, que bebe da fonte do Lynch e Cronenerg, em especial Crash, Estranhos Prazeres. A simbiose carne e máquina como metáfora de reconstrucao e redencao comigo nao rolou nao. Parece que tem dois filmes diferentes aí, embora as performances da atriz principal e do Lindon estejam muito boas. Tem cenas boas, gore e psicodelia de rodo.. mas ainda tento entender como este filme venceu Cannes, pois o longa anterior da diretora, Raw, aquele da mina vegana que vira canibal, é muuuito melhor! 7.5-10

Póster español de 'TITANE' que se estrenará en España el 8 de octubre -  Aullidos.com


 

The Duke é um simpático drama histórico que pega emprestado temas de obras de arte e coloca pitadas de comédia, drama de tribunal e licoes de moral estilo A Dama Dourada, coicidentemente ambos com a grande Helen Mirren, embora o personagem principal seja feito pelo igualmente grande Jim Broadbent, que se dá bem em papeis de tiozao boa praca. É filme bem alto astral cuja procedência britânica lhe confere um charme especial, como é de praxe. E com uma reviravolta bacana jogada no momento certo, pode crer. Diversao escapista simples, refinada e previsível, com historia divertida baseada em fatos reais, protagonizada por atores bem carismáticos. Curiosamente e sem saber nadicas, depois tomei conhecimento que seu diretor é o mesmo de Um Lugado Nothing Hill, que faleceu anteontem😥.. 8.5-10

Autum - Find Your Next Binge

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On 9/7/2021 at 5:16 PM, SergioB. said:

Jason Momoa é um astro. Ele tem algo de muito gostável na figura, de barba e cabelo grande, como yo. Não sei como ele sobreviveria sem esse visual. Mas em algum tempo será preciso, sob pena de ser sempre o mesmo em cena.

 

Justiça em Família poster - Foto 15 - AdoroCinema

 

Nossa, na baldeacao do Metrô da Paulista com a Consolacao tem um banner promocional gigante desse filme! Claro que nao é minha praia de filmes😂, pois os filmes do Momoa sao todos iguais...tem ate a tradicional machadinha, arma fetiche do ator em boa parte de suas producoes..e de suas postagens nas redes sociais...

😂

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(301)

O que poderia ser mais aprazível do que uma tarde recreativa no lago ao lado de Gene Tierney?

Na madruga, esse clássico de 1945, "Amar Foi Minha Ruína". Vi criança com meus pais e nunca esqueci a cena do lago. Como poderia? Uma das atrizes mais belas da história, e que no ano anterior tinha arrebentado na obra-prima "Laura". Aqui, ela está excelente também, trabalhando junto do húngaro Cornel Wilde; os dois indicados ao Oscar em 1946; ela por este filme; ele em reconhecimento a sua atuação como Chopin em "À Noite Sonhamos". O filme ganhou apenas Fotografia; imagino que por captar a luz do Maine e da Geórgia, já que as cenas no que seria o Novo México me pareceram feitas em paineis pintados de estúdio.

Se a parte jurídica do imbróglio é contestável, a parte psicológica é bem crível. Uma paixão infantil pela figura do pai, já morto, com o ciúme derivando desse medo de perdê-lo novamente, agora espelhado na figura de seu amor.

Um melodrama que serviu de inspiração para 1/3 das novelas brasileiras e metade das mexicanas. Não sem razão. É ótimo. 

 

Amar Foi Minha Ruína poster - Foto 1 - AdoroCinema

 

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(302)

"N`aum vou nem falar nada!!!"

Possivelmente o melhor filme que vi lançado em 2021! É verdade que tenho visto poucos lançamentos, com minha cabeça estranhamente voltada para outro tipo de cinema nos úlltimos meses. Mas que filme! As críticas se dividiram, embora Leos Carax tenha levado o Prêmio de Melhor Diretor em Cannes. Justíssimo prêmio, pois cada cena de "Annette" é meticulosamente realizada.

Inteiramente cantado. Mas nada de Broadway; é mais na linha de "Os Guarda-Chuvas do Amor".  É, numa palavra fora de moda, entoado. Não sabia nada sobre a trama, pois evitei ao máximo ler sobre, e acho que assim a surpresa foi maior. Não imaginava que o filme tratasse sobre os desvios de caráter da fama. Achei a atuação do Adam Driver excelente (ele, o oposto de Denis Lavant, em altura e imposição). Mas mais a da "Annette". Que coisa estranha e atraente! Fiquei vidrado em toda aparição dela!

Amei as canções, por não serem "canções". São abstratas, sem emoção, e embora sejam "narrativas", pois o filme é todo cantado, elas são muito pouco ou nada dramatúrgicas, conforme somos acostumados.

Que talento o desse homem!

Tendo visto toda a sua filmografia, na maratona do ano passado, meu ranking Leos Carax se altera portanto:

1) "Holy Motors";

2) "Os Amantes de Pont-Neuf";

3) "Annette";

4) "Pola X";

5) "Merde", segmento de "Tókio!"

Annette': Robin's Movie Review | KUNR

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Os personagens de Christian Petzold estão em constante trânsito (tanto que tem ele até filme com este título) e em expectativas. Fora isso, eles todos têm acontecimentos passados que nunca são explicitados. Nós temos que ir criando esta biografia conforme presenciamos certas atitudes. 

Em Barbara, a incrível Nina Hoss é uma médica que atua na Alemanha Oriental dos anos 80, mas tem a expectativa de fugir com o namorado para o Ocidente. Ela é designada (ou castigada) para trabalhar num fim-de-mundo da parte litorânea e vive aos constantes olhares suspeitos de seus colegas e de agentes da Stasi, até que ela começa a criar um certo vínculo com o médico principal de 

A sensação de suspense é desenvolvida por meio de ambiguidades e a desconfiança com relação a todos ao redor de Barbara, mas tudo é feito com muito rigor, controle e frieza (no bom sentido). 

Não há como ter catarse se não se sabe o que encontrará no minuto seguinte. 

Barbara.jpg

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(303)

Nunca tinha visto "Contos da Era Dourada", de Cristian Mungiu, de 2009, longa posterior a "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" - aquela coisa! Depois daquele intenso drama, o diretor realiza esta deliciosa comédia episódica para a tv romena, contando seis "lendas", ou histórias engraçadas, da Romênia na era Ceausescu. 

Acertadamente, não é um filme político. É micropolítica. Há a história de uma aldeiazinha superatarefada para receber uma comitiva oficial, e a comitiva não aparece. Há a história de um pequeno jornal em que os editores fotográficos tentam colocar um chapéu fake na cabeça do Presidente, para o então mandatário sair bem em uma foto, mas não percebem que cometem uma bobagem, e precisam recolher desesperadamente o periódico. Há a história de um inusitado roubo de ovos destinados à exportação, quando nos inteiramos do absurdo que o Ditador provocou ao ordenar que TUDO que o país produzisse deveria ir ao comércio exterior, a fim de conseguir dólares para pagar a dívida externa...Em suma, são pequenas situações que mostram o medo da população, o servilismo da imprensa, a degradação econômica do país...

Amei particularmente duas dessas histórias: Uma que mostra um romântico ativista do partido socialista tentando erradicar por si mesmo o analfabetismo entre adultos de uma aldeia. Em duas semanas, sem precisar de aulas, o problema está resolvido; por decreto. Isso me leva a indagar como é que tem gente tão inocente que ainda hoje acredita nos indicadores sociais de Cuba, por exemplo, no que tange a desnutrição infantil, escolaridade...A esquerda brasileira vive permanentemente em um conto de fadas desses mostrados por Mungiu! Por exemplo, estou esperando a vacina Soberana até hoje, enquanto a iniciativa privada americana já criou várias, supereficazes, e que até estão sendo distribuídas para mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, inclusive para o Brasil. 

Mas o melhor episódio é o mais longo deles, de coletores de água e ar. Uma excelente história sobre dois jovens que tentam enganar as pessoas para roubar-lhes, na verdade, garrafas, e com a revenda deles, assim comprar um carro. Para fugir.

O Socialismo foi um fracasso no campo econômico, no campo moral, no campo social - além de assassinar mais de 100 milhões de pessoas e contando...Temos aqui o exemplo romeno para rir ou para nos horrorizar.

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