Jump to content
Forum Cinema em Cena

O Que Você Anda Vendo e Comentando?


Tensor
 Share

Recommended Posts

  • Members

401)

"Despedida de Ontem" é o primeiro longa do cineasta e, mais que isso, um dos maiores intelectuais alemães, Alexander Kluge. Um dos grandes nomes do Novo Cinema daquele país, naquela onda que abrangeu vários países do mundo nos anos 1960, da República Tcheca ao Brasil, pode-se dizer que ele é um Godard teutão.

Um filme bastante difícil, quase sem fio narrativo, no qual o cineasta dirige sua irmã. "Conta" , bem entre aspas, a história da tentativa de ressocialização de uma jovem que furtou um casaco de pele, foi presa, e entrou em um período de custódia, no qual precisa arranjar uma ocupação, voltar aos estudos, ou algum outro jeito recomeçar. Ela tentará isso tudo, estudará Filosofia, por exemplo, ou tentará um emprego menor, ou ainda começa um romance com um funcionário do governo. Aos poucos, vamos entendendo que ela povém de uma família judia, que perdeu, obviamente, tudo com a guerra, e está em deslocamento, do leste para o oeste. Livre. Intensa. Despreocupada com o futuro. E seguindo uma singular teoria de vida: Aprender a desaprender.

A questão é que isso que eu escrevia cima não é o filme, é quase uma forma errônea de explicar o filme segundo uma análise comercial. O filme é muito elíptico, críptico, cheios de cortes bruscos, inserção de erros de gravação, objetos da própria filmagem à mostra, idas e vindas de montagem...

Realmente, um trabalho fora da curva, uma maneira de enxergar o cinema fora do padrão comercial. 

Não gostei, mas valeu a pena conhecer. Como a protagonista, aprender a desaprender o que o cinema convencional nos oferece.

Despedida de Ontem - 14 de Outubro de 1966 | Filmow

Link to comment
Share on other sites

  • Members

The Innocents é outro bacanudo thriller sobrenatural-fantástico nórdico que trata com o batido tema de criancas do mal se valendo quase da mesma premissa do tambem bacanudo Poder Sem Limites ou até a franquia X-Men. Fotografia top, clima minimalista top, tensao top...mas este filme se sustenta principalmente pelas ótimas interpretacoes do elenco mirim, que deixa muito ator gabaritado de Hollywood no chinelo. O filme tem um crescente bem legal dentro de sua proposta, com direito até batalha mental final que remete o clássico Scanners. 8,5-10

The Innocents film poster

 

 

Upgrade é um bacanudo thriller scy-fy B que tem tudo: gore, porradaria e um roteiro bem articulado pra sua simplória premissa, que bebe da fonte de Robocop, mas versao digital. As desventuras do cara ressucitado por um chip foderoso que busca vinganca te prendem do início ao fim, com atuacoes convincentes do desconhecido elenco e muitas situacoes hilárias. A reviravolta final serve coo cereja de bolo, embora tenha que aparar uma ou outra aresta do roteiro que ficou meio sem explicacao. Mas até ai o longa cumpriu seu papel que é divertir.8,5-10

Upgrade (2018) film Poster | Film, Film posters, Poster

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Matrix Ressurections é a sequencia tardia e beeeem fraquinha da trilogia que devia ter ficado só nela mesma. Vai vendo, este aqui nao responde nada de sua confusa estória e se limita a ser unicamente uma estória de amor.. e bem piegas, por sinal. Sim, é bem feito tecnicamente e tals, tem porradaria de monte.. sim, mas nao te prende, nao empolga e nao tem nenhuma cena memorável, por exemplo. Aqui também fez falta os atores originais do Agente Smith e Morpheus porque os genéricos que puseram nao tem a mesma presenca em tela do Fishburne e Weaving. O filme tem muita auto-referência á trilogia, mas nesse quesito até o último filme do Teioso se sai anos-luz muito melhor. Outra coisa, pruma franquia que se destacou por inovar nos efeitos especiais o longa aqui faz mais do mesmo, onde a única "novidade" é o "tempo congelado" que aliás ja foi vista beeem melhor com o Mercúrio na franquia dos X-Men. Outra, o vilao pateta do Neil Patrick Harris é irritante até nao poder mais.. nao transmite sensacao de ameaca nenhuma... prontofalei!🤬 Resumindo, curti bem menos do que gostaria, porque o Keanu e a Moss até se empenham, mas o conjunto nao desce, infelizmente! Preciso rever novamente porque pra mim é mais um caca-niquel sem alma descarado, feito pra gerar sequências e derivados, pegando carona na onda dos super-herois porque aquela cena final, pelamorrr🤣.. 6-10

Matrix 4: veja pôster inédito de Resurrections com elenco principal -  TecMundo

 
Link to comment
Share on other sites

  • Members

402)

Um final de semana de cinema pouco ou nada convencional. Deve ser minha raiva por não me conceder a ida ao cinema para ver o novo Homem-Aranha. Ai, ai! Hoje com o ainda não lançado comercialmente "Capitu e o Capítulo", de Júlio Bressane. 

A ideia é boa. Diz o diretor que veio de Haroldo de Campos. Percebeu o poeta que um dos protagonistas em "Dom Casmurro" são os "Capítulos". Aqueles curtos, irônicos, digressivos. Bressane ficou com isso na cabeça, e fez um filme que não é uma adaptação (ainda bem!) do conhecido enredo, mas quase um ensaio desconstrutivista sobre Bentinho, Capitu, Escobar, e o Casmurro narrador...

Do capítulo mais famoso deles, o dos vermes que não sabem o que roem, apenas roem, Bressane aproveita-o para colocar imagens reais de vermes. Eu pensei que o filme seria um aproveitamento curioso disso, dessa tática, e fiquei até animado. Mas não. O filme é uma doideira, doidera mesmo. Do tipo, Capitu e Bentinho fumando charuto e exclamando Epa-rei de candomblé...Putz, nessa hora me deu uma vontade de ver o Homem-Aranha... E depois o filme sai do universo de Machado para incorrer em trechos de Lima Barreto, e digressões sobre poetas brasileiros que morreram jovens... Tipo, se ejetou do próprio livro-base...Não entendi.

O filme é "estrelado" por Vladimir Brichta e Mariana Ximenes. Ele não sabe o que faz em cena. Sério. É constrangedor. A Mariana...tipo, linda mulher e esforçada, mulher realmente interessada em arte...Mas, como atriz, é péssima! Não entendo como pode estar em tantos filmes dos últimos vinte anos...Socorro!

Gostaria muito de ver o Bressane explicando o próprio filme. Considero-o muito culto, uma mente poderosa e instigante. Mas aqui avançou demais o sinal.

Capitu e o Capítulo - Ingresso.com

Link to comment
Share on other sites

  • Members

403) 

Os Críticos de Nova York e os Críticos de Los Angeles reconheceram, ambos, o japonês "Drive My Car", de Ryûsuke Hamaguchi, como o melhor filme do ano. O filme, que saiu de Cannes com muitos elogios e o Prêmio de Melhor Roteiro, é o candidato do país do Sol Nascente ao Oscar, e vem brigando por mais coisas, como uma possível indicação a Roteiro Adaptado, pela transformação em cinema de um conto de Haruki Murakami.

Minha relação com Murakami começou ainda jovem quando surpreendi o dono da livraria em busca do maravilhoso "Caçando Carneiros". Depois viriam outros livros. Minha crítica ao filme é a mesma que aponto aos livros dele...Os sentimentos são exacerbados, quase como se o Japão fosse o México. É tão engraçado. A ponta de um lápis quebrar pode desencadear um suicídio duplo juvenil...Dito isso, existem muitos elementos que de fato encantam na literatura dele. Como a construção lentíssima dos personagens, a influência ocidental (aqui o teatro russo) na cultura japonesa, um clima entre o "estranho" e o lânguido, dores de amor...É sempre uma leitura que vale a pena...

O filme tem todas essas características. É estranho e bonito. Lento, demorado, quase três horas. Com vinte minutos finais muito bons. 

Não acho que seja o melhor filme do ano, como muitos dirão. Aliás, não me passa batido que tenta ser "Burning", sem consegui-lo. Faltou um enredo mais entretenido, pra começar.

Drive My Car poster - Foto 12 - AdoroCinema

Link to comment
Share on other sites

  • Administrators

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa

12
 2021 ‧ Ação/Aventura ‧ 2h 28m

 

 Spoiler ahead 🙈

Vamos lá, baixada a poeira, vi o filme na estréia, seção das 11:20 da manhã...normalmente estaria só eu na sala...mas tinha uma galerinha...

Mas vamos ao que interessa, finalmente um filme do Tom Holland que posso chamar de Homem Aranha, este filme é um culminação de 20 anos do Aracnídeo, ele me fez gostar mais do Aranha do Tom Holland, que enfrentou dramas pesados e teve que tomar decisões deficieis, onde abriu mão de algo grande em prol do bom geral da nação, ou seja, um true hero, o filme também me fez gostar do Aranha do Andrew Garfield, o qual considero a melhor partipação (das participações) do filme. E claro, a participação do meu prefirido Aranha, o Tobey Maguire. 

O filme ainda serviu para resetar tudo e começar tudo do zero para o próximo filme, com o Holland, indo morar em um muquifo, sem grana e sem aquele uniforme high tech do Stark. Poderia fechar com tudo com um participação do Aranha do Miles Moreales, já pensou? Tipo numa cena pós créditos, onde ele procura o Peter Parker pedindo ajuda para voltar para o seu mundo...mas a Marvel deve estar guardando o MIles para um futuro próximo...

Mas isso é só um "quero Mais" pois com tantos acertos, os furos no roteiro, não incomodam, como a partricpação "só pra constar" do Dr Conor e o CGI sofrível no lagarto, parece que usaram o mesmo CGI do Espetacular Homem Aranha. Mas dos vilóes foi extremamente er o Alfred Molina e Willem Defoe, como sempre entrega o que promete e agora com um visual foda....só vai.

 

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Administrators

The Power of the Dog (Netflix)

Faroeste/Drama

Todo mundo reclamando do título nacional e vendo o filme você entende o porque. Phil e George tem um grande rancho em Montana, dois irmãos que dormem no mesmo quarto desde criança. Estamos na década de 1920 e a modernindade dá os sinais de vda, com carros e eletricidade. Mas não se engane, é um faroeste dos bons. Na trama, Phil (Cumerbatch) presa muito por essa proximidade do irmão (George), enquanto Cumberbatch é aquele cowboy durão, com pose de machão, o George é tranquilo e mais civilizado, quando a Rose entra a vida do George, o Phil sente um ódio enorme, pois ela está tirado o George dele e bagunçando toda a rotina, a´te o sexo deles incomoda Phil, já o George parece que está sempre pisando em ovos para falar com Phil, uma mistura de medo, respeito e cuidado. No meio de tudo disso tem o flho da Rose, Peter, magro, frágil, delicado vira alvo do Phil, mas as investidas do Phil não abalam o Peter, já a Rose desmorona. Com um belissímom visual, com várias cenas abertas com grandes paisagens que gritam por um tela de cinema e uma atuação retumbante do Cumberbatch, desde a postura, o jeito de falar e de caminhar, este filme figura num dos melhores do ano para mim. Só estranhei o sumiço do George em deternimado ponto do filme. 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

404)

Sem muito tempo por aqui, fechando um ano de muito trabalho, vi este filme japonês de título bambo, conhecido por "O Homem do Vento Cortante", ou "Morrer para Viver", de 1960, mas o que é importante é que todos o conhecem pelo seu diretor-ator principal, o grande escritor, o mítico, Yukio Mishima. 

De cara, você se surpreende pela atuação. Ele dá um banho, com sua cara de mau, invocada,e roupa de couro preta. Não conheço um escritor desse quilate que tenha atuado tão bem, a direção também é ótima. Um filme de gângster, um ex-Yakuza sai da cadeia, onde aparentemente se regenerara, e é perseguido pelas gangues vingativas, e, mais do que isso, por seu passado. Uma trama meio corriqueira, mas que do meio para o final dá uma guinada, e ele estará às voltas com uma namorada grávida, que ele ama, mas ele não deseja o filho, por temer a violência dos rivais. 

Em cenas impossíveis hoje em dia, ele bate na namorada até falar chega! É inacreditável! A xinga, a esbofeteia, pra caramba, mas...ela o ama, e permanece! Sabe que a violência que ela sofre é o medo dele de viver e ser morto.

É bem legal o filme. Mas vale mais pela curiosidade extrafilme, ver como um escritor homoerótico trabalhou tantas facetas diferentes da masculinidade, ao longo de sua vida. Uma coisa até "The Power of the Dog" da vida real.

O Homem do Vento Cortante - 1960 | Filmow

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Hunted é um bacanudo thriller de vinganca belga que a despeito da pegada meio feminista te prende do inicio ao fim. É frenético, tem gore e violencia de rodo, e ainda por cima faz o paralelos do longa com tom fabular que aludem ao conto da Chapeuzinho Vermelho. A atriz principal faz das tripas coracao e carrega o longa nas costas com seu arco evolutivo, mas isso só é possível porque o "lobo" psico killer da vez tambem honra as calcas que veste. A Shudder tem mandado bem com boas producoes originais ultimamente e esta diverte na medida certa. 8,5-10

Filmstill zu Hunted (2020) von Vincent Paronnaud


 

Violation é o tradicional "rape and revenge" que pega emprestado muita coisa do filme acima, mas a pegada com que é tocado difere do tradicional e por isso ja vale a pena. Imagina um filme de onde as muié dao o troco a abusos, tipo Doce Vinganca ou Bela Vinganca, feito pelo Lars Von Trier.. é isso! No entanto, pra mim justamente essa pegada meio lenta, preciosista, minimalista e surreal as vezes me tirou da imersao no filme. As muié tao andando bem neste filme e o vilao, que nem é tao vilao assim, faz com que esta producao canadense destoe do gênero. 8-10

202882691_4064513560299150_5004841562693714590_n.jpg

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

405)

Com muito atraso, conferi "A Crônica Francesa", novo filme de Wes Anderson, e por mim rotulado como o seu pior. Sempre escrevo que adoro como nos filmes dele a forma e o conteúdo se retroalimentam, mas aqui não houve isso. O conteúdo morreu.

Aliás, "Que conteúdo?" - muitos perguntar-se-ão. Não creio que muita gente saiba o que foi o "New Journalism", ou mesmo se interesse muito por isso. As revistas jornalísticas culturais tiveram - eis o verbo, no passado - muita importância na detecção e no lançamento de novos artistas. Pois prestigiar a arte era como uma missão do jornalismo, em seus segundos cadernos, ou bons colunistas. Visualizamos isso no filme, mas acho que só visualiza quem consegue ver. A maioria das pessoas, penso, vai achar a temática inexpressiva. E não por que elas sejam só desinteressadas desse mundo, mas é que o filme - e esse é um dos maiores problemas - trata tudo com extrema velocidade! Tudo é rapidíssimo! Não acho que essa aceleração foi benéfica para o tema. Os atores, em virtude disso, têm até dificuldade em se destacar, até por que a maioria deles mal têm direito a falas, como - chocante - uma atriz do tamanho de Saoirse Ronan.

Nem preciso discorrer sobre a beleza do quadro. É Wes Anderson, com Adam "Fantástico" Stockhausen no Design, Milena Canonero no Figurino (ruma à décima indicação, em 5 décadas?), Robert Yeoman na Fotografia...Mais Alexandre Desplat em linda trilha, jogando em casa, com o sitiamento do filme em seu país.

Infelizmente, o apuro estético esmagou o conteúdo.

A Crônica Francesa | Novo filme de Wes Anderson ganha título nacional e  trailer legendado - Cinema com Rapadura

Link to comment
Share on other sites

  • Administrators

Alerta Vermelho - Red Notice ( Netflix)

Ação/Comédia ‧ 1h 55m

Ladrões no estilo 11 Homens e Um Segredo, onde Ryan Reynolds usa todo seu poder de fogo faze do graça, e é o que segura o filme, a Gadot segura pelo seu charme e o The Rock pelo Carisma. Cenas de ação boas mas pouco inspiradas  Uma boa seção da tarde. 

Link to comment
Share on other sites

  • Members
On 12/21/2021 at 2:07 PM, Big One said:

The Power of the Dog (Netflix)

Faroeste/Drama

Momento OK OK🤣 o ator Jesse Plemmons, que faz o George e no filme casa com a Rose, interpretada pela Kirsten Dunst... é mesmo casado na vida real com a eterna MJ do Raimi. Ambos tem dois filhos. Fim do momento Nelson Rubens..😁

Kirsten Dunst sees all the business in a blazer and midi skirt as she and Jesse  Plemons head to Los Angeles – Uber Turco News

Link to comment
Share on other sites

  • Members
4 hours ago, Jorge Soto said:

Momento OK OK🤣 o ator Jesse Plemmons, que faz o George e no filme casa com a Rose, interpretada pela Kirsten Dunst... é mesmo casado na vida real com a eterna MJ do Raimi. Ambos tem dois filhos. Fim do momento Nelson Rubens..😁

Kirsten Dunst sees all the business in a blazer and midi skirt as she and Jesse  Plemons head to Los Angeles – Uber Turco News

 

Sabia que eles eram noivos. Desconhecia que tinham filhos. Eu tinha meio que preguiça dele, mas me convenceu nos últimos trabalhos. 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

406)

Sem muito tempo, e com muita saudade dos trabalhos da canadense Sarah Polley - que prepara novo filme para 2022, a respeito de abusos sexuais em uma comunidade religiosa na Bolívia. Achei esse curta-metragem de 2001, "I Shout Love", uma comédia romântica sobre uma mulher que tenta evitar a separação do namorado. Primeiro com um ataque de choro, segundo com encenações frente a uma câmera de todos os momentos bons que eles tiveram juntos.

O pavor de todos os homens: uma mulher escandalosa, superapaixonada, destemperada. Então logo de cara desgostamos da protagonista, mas a medida em que acompanhamos as reencenações dos bons momentos, vamos entendendo como ela pode ser divertida, legal, e nos surpreedemos com a revelação de um segredo, que muda toda a pespectiva.

Como sempre, tudo dela é muito bem escrito. É um talento essa mulher. 

I Shout Love (2002) directed by Sarah Polley • Reviews, film + cast •  Letterboxd

Link to comment
Share on other sites

  • Members
1 hour ago, Muviola said:

Power of the Dogs é baseado num livro que não li, mas me remeteu bastante ao japonês Yukio Mishima e também ao cinema de Claire Denis, no sensorialismo e nas camadas de masculinidade.

 

Estou louco para ler o livro assim que o traduzirem - pois ler em outro idioma me cansa, ainda mais em uma hora do dia que já estou cansado. Procurei saber e toda aquela parte final, dos índios - expulsos da terra pelos irmãos - dando as luvas de presente para a mãe (nesse detalhe especial), foi bastante adaptada, bem transformada pela Jane Campion. 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

407)

Foi quase uma maratona, sem sê-lo. Vi muitos Rohmer em 2021. Mas encerrei com um exemplar mais fraco do diretor francês, este "A Mulher do Aviador", de 1981.

Um filme de imaginação de um namorado ciumento. Ele vê um homem saindo do apartamento da namorada (a sempre excelente, Marie Rivière), com quem ela de fato tivera um caso. Um dia depois, acaba-lhe seguindo pelas ruas de Paris. Espiona-o na companhia de uma jovem, que por obra do acaso, esbarra com ele, e se entusiasma pela inusitada emoção detetivesca. Será que a namorada o trai?

O crucial é perceber que a namorada não precisa "traí-lo". Ela é livre! Não quer casar, não quer morar junto com alguém, não quer perder sua liberdade, sua privacidade. Ela diz isso a ele em vários momentos, joga limpo, inclusive no melhor deles, no final do filme. Então entendemos que o filme é mais sobre a imaginação do homem ciumento. O ciúme te faz fazer coisas estranhas, ridículas. É uma deturpação da realidade, embora Rohmer deixe claro que há um ponto de verdade na emoção. Um ponto cego.

Dos diálogos, dessa vez, eles são mais "quantitativos" do que "qualitativos". Esperava mais.

A nota triste foi saber que o ator protagonista, que poderia ter seguido em outros filmes do Rohmer como o restante do elenco seguiu, morreu meses depois em um incêndio em uma barraca de camping.

A Mulher do Aviador - 4 de Março de 1981 | Filmow

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Rare Exports é um curioso e bom terror finlandês que descontroi o mito do papai noel da mesma fora que Troll Hunter. É muito interessante ver a visao nórdica, cinica e dark, das festas natalinas e que o Papai Noel deles é totalmente do mal. So achei que muitas coisas ficara mal explicadas pra im, quica por desconhecer o mito deles com mais precisao, mas de qualquer forma é uma producao que se deixa ver justamente pela exotica procedencia. 8.5-10

n Rare Exports film poster.... | Download Scientific Diagram


A Christmas Horror Story é uma bacanuda antologia de terror natalina canadense onde seus 4 contos principais praticamente se complementam e estao no mesmo nivel, algo raro neste tipo de coletâneas. Bem feitinho, com gore competente, trilha sonora fodástica e atuado de forma competente, o único porém é o seu anfitriao, o cara que apresenta as estórias, o William Shatner, que nao tem nada a ver com este gênero e é impossivel dissasociá-lo do canastrudo Capitao Kirk. De longe a melhor estoria é a dos duendes zumbis e sua reviravolta final. 9-10

A Christmas Horror Story [DVD]: Amazon.co.uk: William Shatner, George Buza,  Rob Archer, Grant Harvey, Steven Hoban, Brett Sullivan, William Shatner,  George Buza: DVD & Blu-ray

 

em tempo

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

408)

Sou supeito, pois gosto dos filmes do Adam Mckay, mesmo os mais despretensiosos. Não foi diferente com "Não Olhe Para Cima", embora tenha achado que ele foi mal dirigido em certas cenas, como, por exemplo, a do primeiro encontro dos astrônomos com a Presidente. Achei que as decisões de câmera foram muito ruins ali, e em outros momentos, o que tornaria imerecida uma terceira indicação a ele na categoria. Porém, achei o filme muitíssimo bem escrito, muito necesário, e, acima de tudo, muito legal! 

Adoro esse humor absurdo, crônico, pateta...Ri de várias situações, e ri pra não chorar da maioria dos eventos. Mais do que reais, presentes, em seus equivalentes, diariamente no nosso noticiário. Os atores estão excelentes, a destacar, Mark Rylance, Jonah Hill, Leonardo diCaprio, Cate Blanchett...Perfeitos! 

O filme não foi amado pelos críticos, mas acho que pelo menos as indicações ao Oscar em Roteiro Original e Montagem (Hank Corwin) estão asseguradas. 

Um comentário muito lateral, mas amei o título... A disputa entre "Olhar" e "Não Olhar" foi maravilhosa, não estava esperando por essa confrontação tão inteligente. E depois divaguei acerca do meu método de olhar o mundo, que é o método dos Liberais Clássicos. Nós olhamos também. E olhamos para cima! Não só para o céu, mas para o poder hierárquico. Tanto que a principal construção histórica que os Liberais legaram ao mundo foi o esvaziamento do poder do soberano. Um Liberal de verdade não adula o poder, o vigia, o cerca, e o quer potencialmente menor. Jamais eu, por exemplo, seria uma pessoa de raiz coletivista, pois nessa corrente os burocratas são como que "guias" infalíveis do povo (vide Vargas, Lula, etc), como também jamais apoiaria um Conservador serviçal dos "empreSaurios". Quando temos paspalhos no poder, como os mostrados no filme, como os atuais da vida real, só posso olhá-los com ódio e desejar a eles uma morte explosiva. Antes da minha.

Amei!

 

Leonardo DiCaprio & Jennifer Lawrence Reveal Earth's Destruction in Don't  Look Up Trailer – 1NEWS – 1NEWS

Link to comment
Share on other sites

  • Members

409)

"Porto das Caixas", de 1963, é tido por alguns como o primeiro filme do Cinema Novo brasileiro, e é simplesmente um nocaute! Sério, que filme maravilhoso! É o primeiro longa-metragem de Paulo César Saraceni, cujo segundo seria simplesmente "O Desafio" - akela coisa!

Baseado em um crime famoso da metade do século XX, conhecido como o "o crime da machadinha", e bebendo em "Obsessão" de Visconti, conta essa história, assinada por Lúcio Cardoso, de uma mulher ousada, bonita, e inteligente, que vive um casamento horroroso, com um marido violento, e sai pela cidade a busca de um amante, não para ter prazer sexual, para que possa matar o marido. 

Conjugando a estagnação social de uma cidade do interior fluminense, às vésperas de uma eleição com promessas de "Reforma Agrária", com o processo de independência individual, a esposa quer se livrar das correntes do casamento, numa era pré-divórcio. Não só pleiteia o fim do casamento infeliz, mas mesmo um livramento, no qual possa ser alegre, e sexy, de novo, como o é com os vários homens com quem tenta convencer a virar um sócio no crime. Em vão, os homens são todos uns inúteis nesse filme.

Belíssimamente fotografado, belíssimamente interpretado pela atriz (argentina, naturalizada brasileira) Irma Alvarez, com bela trilha sonora de Tom Jobim...mas, acima de tudo, magnificamente bem dirigido. O filme é uma completa sensação...de que ela está aprisionada em uma vida toda sem progresso. Não só no casamento, sem amor, sem dinheiro, mas na própria cidade que não vai para a frente. Tanto que seus amores clandestinos se dão em fábricas abandonadas, esqueletos de prédio, ou num triste e precário parque infantil, e ela ainda diz morar perto da "casa assassinada". Tanto que a montagem da cena da execução é intercalada com discursos políticos inflamados, nos quais se diz que "Não adianta nada ser campeão mundial e não ter feijão".

Um filmaço!

Viva o cinema brasileiro!

Porto das Caixas - 1962 | Filmow

Link to comment
Share on other sites

  • Members

@SergioB.

Olha que coincidência. Também assisti um Saraceni hoje.

"Crônica da Casa Assassinada" foi uma das minhas leituras favoritas deste ano. A saga de Nina, a bela carioca que chega ao interior de Minas Gerais para se casar com Valdo Menezes, parte de uma decadente família aristocrata, estava cheia de ricas observações sobre um típico cenário brasileiro de preconceito, hipocrisia, religiosidade, inveja, ciúme, etc, numa polifonia ensurdecedora.

Na adaptação para o cinema, Saraceni sabiamente tira o caráter polifônico, usa uma montagem extremamente elíptica e foca nas cunhadas Nina e Ana, antagonistas ente si e vitimas do ambiente altamente sufocante e envolvido de tanto remorso, dores e pecados que a Casa lhes impõem.

A música de Tom Jobim ajuda a criar este cenário um tanto fatalista, mas ao mesmo tempo onírico deste ambiente.

 

images - 2021-12-26T161448.940.jpeg

Link to comment
Share on other sites

  • Members

@SergioB.

Olha que coincidência. Também assisti um Saraceni hoje.

"Crônica da Casa Assassinada" foi uma das minhas leituras favoritas deste ano. A saga de Nina, a bela carioca que chega ao interior de Minas Gerais para se casar com Valdo Menezes, parte de uma decadente família aristocrata, estava cheia de ricas observações sobre um típico cenário brasileiro de preconceito, hipocrisia, religiosidade, inveja, ciúme, etc, numa polifonia ensurdecedora.

Na adaptação para o cinema, Saraceni sabiamente tira o caráter polifônico, usa uma montagem extremamente elíptica e foca nas cunhadas Nina e Ana, antagonistas ente si e vitimas do ambiente altamente sufocante e envolvido de tanto remorso, dores e pecados que a Casa lhes impõem.

A música de Tom Jobim ajuda a criar este cenário um tanto fatalista, mas ao mesmo tempo onírico deste ambiente.

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

410)

E para aumentar o volume de coincidências, @Muviola, acabei de assistir a "A Casa Assassinada". 😄 Foi a empolgação com "Porto das Caixas", e também foi útil para matar a curiosidade por essa adaptação, já que também li o livro de Lúcio Cardoso neste ano - sendo ele o quarto melhor livro que li em 2021. 

Você está coberto de razão ao dizer que o Saraceni acertou ao retirar o caráter polifônico do livro. Mas, convenhamos, não havia outro jeito. Era um desafio tremendo condensar mais de 700 páginas em menos de duas horas. É trabalho para uma minisérie. O filme não deu conta, a meu ver, da definição do caráter de Valdo ou de Demétrio. E a linha do tempo ficou meio confusa para quem não leu o livro. Mas o maior problema para mim foi a nítida falta de dinheiro para bancar a produção. Se você captou também, em algum momento do filme, fala-se em "chácara". Porque não dava pra acreditar que aquilo ali era uma fazenda, que dirá uma grande fazenda em decadência...É uma pena, pois, se houvesse achado uma locação melhor, teria ajudado bastante o filme...Não é algo trivial. A casa é a representação da velha sociedade patriarcal (Mineira..Uma Minas meio estranha por que ora é perto de Ubá, ora perto de Entre Rios de Minas, dois municípios distantes entre si) sendo substituída pelo dinheiro novo.

Dito isso, achei que a Norma Bengell e o Carlos Kroeber mandaram bem demais, nos seus difíceis personagens. Os leitores brasileiros só falam de Capitu, mas a Nina é uma das outras grandes personagens da Literatura brasileira, concorda?

Mais uma vez, trilha de Tom Jobim, e Fotografia de Mário Carneiro. 

A Casa Assassinada - 1971 | Filmow

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Kingsman - A Origem é um bom thriller aventuresco de guerra onde vao enfiando a mitologia da franquia aqui e ali pra servir de prequel da agência de espionagem que dá nome ao filme. Olha, ta bem longe de ter o charme e transgressao do primeiro filme, até porque ele nao quer ser repeteco dele. É tipo outro filme, na verdade um de guerra onde costuraram espertamente no roteiro fatos e personagens históricos do inicio do século passado, estilo Forrest Gump. Tanto que de Kingsman parece so ter o titulo mesmo, pois como frisei é um bom thriller de guerra.. agora quem quer assistir repeteco dos filmes anteriores esquece, este aqui tem outra pegada! Dentre as atuacoes corretas do elenco estelar de longe se destaca o vilao Rasputin do Rhys Ifans, que ofusca até a dos protagonistas principais. Pena que ele fique pouco tempo em cena. E é isso, gostei mais do que pensei pois é incrivelmente bem feito e superior ao horrível segundo filme. Mas ainda assim perde pro insuperável primeiro. 8-10

The-Kings-Man-poster-courtesy-IMDb.jpg?ssl=1

 

 
Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Loading...
 Share

×
×
  • Create New...