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Forum Cinema em Cena

O Que Você Anda Vendo e Comentando?


Tensor
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10 hours ago, Gust84 said:

Tenho muita vontade de ver!

não seja por isso...eu baixei mas tem no youtube legendandinho...enjoy!

 

Mon Mon Mon Monsters é um bacanudo  e cruel conto sobre amadurecimento com forte crítica social mascarado de terror sobrenatural.  Imagina Stand by Me tocado pelo Takeshi Miike..é isso! Trata de bullying, abuso escolar, frutrações e toda sorte capaz de construir pequenos monstros, com elementos do ótimo Deadgirl e Lesson of Evil. É um terror diferente "made in Taiwan", visceral, com gore lindo de ver e boas atuações, embora não isenta dos tradicionais cacoetes (exageros) do cinema asiático.  9-10

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Greta é um bom filme de stalker que atualiza as insanidades de Atração Fatal ou Mulher Solteira Procura. Chloe Moretz é facilmente eclipsada pela vilã elegante/sofisticada da Isabelle Huppert mas o filme precisa de muita suspensão de descrença pra se levar a sério. Resumindo, é um thriller meio genérico que só vale pela atuação da vilã mesmo. E evite o trailer pois ele entrega alguns spoilers. 8-10

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Mostra como o narcotráfico chegou ao interior da Colômbia e às comunidades tradicionais, destruindo seus valores.

Tem muito mérito artístico. Mas, ao mesmo tempo, é terrível de asssitir: chato pra dedéu, só gente feia, simbolismos chatos de comunidades indígenas e simbolismos intelectuais para intelectuais (por exemplo, Flamingos em uma sala; "O Discreto Charme da Burguesia", de 1972).

Ciro Guerra é um bom diretor (Em verdade, aqui, codirige, ao lado de sua esposa) está concluindo um filme de um livro excelente o que lhe vai render muitos frutos, mas...Ele é muito severo no modo de filmar. Até no Haneke eu encontro mais humor (ironia, sarcasmo). Nele é só severidade e crueza. Sua conclusão é  única: frente ao dinheiro fácil, nenhum princípio resiste.

Pájaros de verano (2018)

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Reset é uma scy-fy de ação chinesa bacanuda, com viagem no tempo, duplicatas indo e vindo e se encontrando, etc e ta..do naipe dum Cronocrimenes de olhos puxados. Muito bem feita e produzida, o único porém é que se eu já não tivesse assistido Volta pro Futuro 2, Contra o Tempo e até Vingadores Ultimato eu teria curtido bem mais. É diversão que recicla tudo que já se viu e consegue um tiquim de identidade própria. 8,5

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Who´s Watching Oliver é uma trágica love story travestida de filme de serial killer/torture porn. Pode ser entendido como uma parábola sobre dominação e libertação, onde o gore (gostoso de ver) não é gratuito e soa até poético, as vezes. É um bom filme indie canadense que subverte fórmulas em prol da narrativa e se sustenta em boas atuações, como a do psicopata nerd e a mãe dominadora. 9-10

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Always Be With You por sua vez é um terror sobrenatural fraco, fraco mesmo! Ele começa muito bem com um acidente tenebroso, tipo Premonição, e depois se desenvolve em várias narrativas dos envolvidos, tipo Crash. Mas é muita e muita informação que se perde o foco principal. Parece que o filme quer abraçar vários temas mas não desenvolve nenhum a contento. Uma pena porque as melhores cenas estão no início e no fim. Nem a reviravolta final salva esta produção. 7-10

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Cinebiografias de músicos famosos costumam seguir uma espécie de roteiro padronizado, visto que a maioria das histórias reais envolve os atos da ascensão, queda e redenção do artista. “Rocketman” (2019), filme sobre o cantor britânico Elton John, não é diferente... mas uma coisa é certa: a obra segue suas próprias regras narrativas, e nos brinda com um bem-vindo diferencial em um segmento cinematográfico que sempre trouxe irregularidades - mesmo após o recente sucesso de um discutível filme sobre uma certa banda...

Ao invés de um mero drama com passagens “burocráticas”, o diretor Dexter Fletcher entrega aqui um quase legítimo musical, no qual as letras, ritmos e melodias das icônicas canções de Elton John conseguem expor boa parte da história e do emocional do protagonista. Essa hipnótica metalinguagem - que às vezes beira o surreal e onírico - resulta numa experiência sensorial que nos faz esquecer de problematizar aquelas pequenas inconsistências históricas e cronológicas que nunca deixarão de existir no cinema “baseado em fatos reais”.

De toda forma, o elemento humano é o principal aqui, primeiramente pelo fato de Taron Egerton fazer uma atuação sensacional como Elton John! O jovem ator traz o pacote completo:  as demonstrações de talento quase sobrenatural do cantor/pianista, o seu carisma incomum, os momentos de carência (ou pura babaquice), a homossexualidade sem pudores, e o ‘mix’ de pompa e glamour que o artista praticamente injetou em suas próprias veias – juntamente com as drogas - quando se reinventou para adentrar o ‘showbusiness’.

Felizmente, os outros personagens não ficam apenas gravitando em torno do protagonista. Jamie Bell faz o compositor Bernie Taupin com uma profundidade que nos leva a acreditar de verdade na amizade e química musical que existiu entre os dois. Bryce Dallas Howard também possui seus momentos como a ambígua e imprevisível mãe de Elton – e podem ter certeza de que há uma surpreendente fuga do clichê na forma como o arco familiar do cantor é finalizado.

Apesar de alguns excessos caricatos aqui e ali, “Rocketman” é uma envolvente profusão de canções bem utilizadas, cores e figurinos autoexplicativos, drama comovente, irreverência pitoresca, e... enfim, legítimas cafonices “eltonjonianas”. Muito além da sua capacidade imersiva, o filme mantém a humanidade no centro do palco, e prova que podemos nos reinventar da forma que quisermos, desde que consigamos nos calibrar ao longo da nossa jornada de crescimento e amadurecimento. Sejamos fabulosos “foguetes” como Elton John!

Nota: 9

cartazrocketman.jpg

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Melhor Live Action da Disney. O que, pra mim, era até fácil, mas sem diminuir os méritos: é muito bom! É bom com força!

O trio de atores principais está espetacular, intensamente carismático, com loas ainda maiores para o Will Smith.

 Um filme dinâmico, engraçado, nostálgico, e inovador.

Já ganhou o Oscar de Canção, mais um para os letristas de "City of Stars" de "La La Land".  O australiano Michael Wilkinson também deve conseguir a indicação a Melhor Figurino; será sua segunda, embora, a meu juízo, tenha certas composições bem duvidosas.

Palmas para  direção do Guy Ritchie. Entrou em um vespeiro, e saiu mais do que ileso, saiu rejuvenescido.

Alan Menken, um dia as pessoas vão entender que 8 Oscars são pouco para você. A infância de bilhões de pessoas não seria a mesma sem suas músicas!

Will Smith, Alan Tudyk, Navid Negahban, Marwan Kenzari, Naomi Scott, and Mena Massoud in Aladdin (2019)

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The Perfection é um thriller psicológico (ou seria de vingança?) bem bacanudo e imprevisível. É um pequeno e insano filme que é o novo Audition ou Cisne Negro do violoncelo, narrado em capítulos, com boas atuações e trocentas reviravoltas. Quiçá uma ou outra cena fique forçada mas não desabona esta grata surpresa. E que desfechooo, que me lembrou o igualmente ótimo American Mary!!! 9-10

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I Spit on Your Grave Deja Vu é a sequência do crássico original que ninguém pediu, a despeito dos remakes "rape & revenge" que são igualmente dispensáveis. Roteiro porco, atuações canhestras e violência borocoxô só depõem contra esta m.. A personagem principal não merecia todo esse desrespeito. Fuja com todas suas forças disto. 4-10

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Desde Sundance, está sendo um estouro no mundo indie. Dirigido pela atriz Olivia Wilde, e produzido por Adam Mckay, este filme é um parente bem próximo de "Superbad", mas com pretensões mais altas.

A campanha para conduzi-lo a uma vaga de Melhor Roteiro Original já está forte. E pode dar certo. Não tem a densidade dramática de "Oitava Série", pelo contrário, seu prisma é muito mais cômico e porralouca. Pegou o modelo de várias produções da Netflix e pôs substância e ...surto...nele! Gostei muito!

Porém, o que mais me chamou a atenção foram mesmo as atrizes, sobretudo Beanie Feldstein, que era uma das melhores coisas de "Lady Bird", e aqui está simplesmente espetacular.

Beanie Feldstein and Kaitlyn Dever in Booksmart (2019)

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See You Yesterday é um bom e diferenciado drama scy-fy com foooooorte critica social, que pode ser definido como mistura de Infiltrado na Klan com De Volta para o Futuro, inclusive com deliciosa ponta auto-referencial do Michael J. Fox. Efeitos modestos, produção simples (porém simpática), atuações carismáticas e desfecho que dá o que pensar completam esta pequena pérola da Netflix. 8,5-10

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The Kid é um faroeste meia boca que lembra telefilme a despeito do seu abonado elenco. Até o Chris Pratt não se salva, reprisando sua performance do ruim Sete Homens e Um Destino. Com roteiro que parece prequel do divertido noventista Joung Guns (aquele da música Blaze of Glory, do Bon Jovi), aqui é tudo muito aborrecido e com tiroteios medíocres, sem chance. O único que se salva é a boa performance do Ettan Hawk, mas é preciso bem mais pra salvar o filme todo. 6-10
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Sabe o que acho no fundo, no fundo, a respeito dessa série? É  uma ode aos dublês ( a seara original do diretor) e a outros profissionais de filmes de ação. 

A narrativa fica em segundo, em terceiro plano; de tal forma que o estilo toma conta de tudo. O que interessa - Já entendemos -  é fazer sequências de ação, nos mais variados moldes, para deixar o espectador mais de boca aberta. Eu sinceramente creio que se soubéssemos mais sobre o protagonista (não falo nem de biografia - não é caso de divã - mas de gostos mesmos, mais "não mexa com o cão"; "não toque no meu carro" ), mais eu iria gostar. O estilo seria preenchido por algum conteúdo.

No mais, o que dizer do plano das facas, ou do plano com os cavalos, ou do ( longo) plano com os cachorros? É um balé! Estamos vendo um balé. E a personagem da Anjelica Huston deixa isso às claras.

Provavelmente, o Melhor filme de ação do ano. Ainda que ele não signifique nada. Ainda que ele tenha, conscientemente, como proposta não significar nada.

Keanu Reeves in John Wick: Chapter 3 - Parabellum (2019)

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Rim of the World é uma scy-fy teen onde crianças salvam o mundo de aliens no vácuo da vibe oitentista de Stranger Things. Sim, é divertidinho mas não passa disso pois entupiram tanto de referências (visuais, inclusive) á cultura pop cinematográfica, que no final o filme parece uma colagem delas a esmo. Nisso a produção perde sua identidade e fica só nisso, tornando-se esquecível apesar de ser bem feitinha e ter atuações corretas (entenda-se caricatas). Nessas horas a gente percebe o clássico que é Os Goonies. 7,5-10

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Shadow é um impressionante épico altamente visual com um ritmo que lembra muito 13 Assassinos, onde tudo se constrói em direção uma sequência de ação apoteótica. Ainda assim é um filme que é bem diferenciado pois tem seu toque intimista, tal qual os demais filmes do Zhang Yimou. As atuações com sempre estão ok, contidas dentro do seu lirismo e a produção é bem caprichada. É um bom filme que não é pra todos, mas ainda assim tá um tiquim abaixo do crássico do diretor, Hero. 9-10

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Por que Greta Gerwig decidiu refilmar essa história tantas vezes contada, e tantas vezes bem contada? Eu sinceramente não entendo. É por essas e outras que tenho uma certa preguiça desse feminismo "de encomenda" dos nossos dias.

Assim como fiz com "Nasce uma Estrela", pretendo (re)ver as adaptações mais famosas do livro que ganharam vida no cinema. Comecei hoje pela de 1994, que, com justiça, obteve 3 indicações no Oscar de 1995. Curiosamente as primeiras dos hoje multi-indicados Colleen Atwood (Figurino) e Thomas Newman (Trilha Sonora), que perderiam para os icônicos "Priscilla, Rainha do Deserto" e "O Rei Leão", respectivamente.  Naquele ano, a categoria de Atriz foi muito fraca, uma das mais fracas da história, mas, creio, que, com a cédula na mão, eu acabaria votando em Winona Ryder. 

O filme até hoje é encantador, lindo, delicado, feminino... Dirigido também por uma mulher - se isso for relevante - a australiana Gillian Armstrong (de "Oscar e Lucinda"). E é um ótimo trabalho dela. De forma alguma, é um "chick flick", ou mel para donzelas românticas, é um trabalho de muito gabarito técnico! A câmera flui dentro da casa, por entre os vestidos, pela neve, pelo bosque, é tudo muito bonito. Filme de inverno, com cara de inverno, com cara de Natal, e com cara de família. O sentimentalismo inerente à história não me afasta dela, mas creio que afasta alguns homens, de fato. Mas não quem gostar de cinema.

Claire Danes, Kirsten Dunst, Christian Bale, Gabriel Byrne, Susan Sarandon...Percebo até que esse conjunto de grandes atores está mais adequado a idade das personagens, do que o conjunto escalado para a versão de 2019.

Realmente, impressiona a atualidade do livro de Louisa May Alcott.

Little Women (1994)

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Primeira vez que vejo esse "Little Women" de 1933, e tive de vê-lo em inglês, depois de alguma procura. No Brasil, ganhou o título de "As Quatro Irmãs", e depois, como veremos, ganhará outros batismos.

O filme foi indicado a 3 Oscars em 1934: Roteiro Adaptado (que venceu), Direção para George Cukor (sua primeira indicação) e Melhor Filme. Mas cabia mais. Estou ainda sem acreditar...Como a Academia pôde premiar Katharine Hepburn, naquele ano, por "Manhã de Glória" - um filme terrível e uma atuação caricata - e deixar de premiá-lo por este? É inacreditável! Vem de há tempos esse malfadado costume de indicar alguém pelo trabalho errado. Aos 26 anos, Katharine estava um pouco fora da idade para interpretar a mocinha na primeira parte do filme, mas depois, na segunda metade, quando há a passagem do tempo, quando há a evolução emocional da personagem, ela está dona da atuação. Dona de si. 

O filme tem uma leitura de comédia e depois de drama romântico, bem típica de Cukor. Não há nem traço de entender o "feminismo" inerente ao livro; não o existia como ismo. Os tempos eram outros. É curioso, e mais que curioso, louvável, vermos como a versão de 1994, conseguiu entender que essa história de mulheres, essa história de quatro irmãs, tinha um potencial sociológico forte. Havia política naquela casa de mulheres (Como não haveria? Eram tempos de guerra). Não havia apenas afeto. 

Pra os cinéfilos, sempre um prazer ver Paul Lukas, Spring Byington, e Edna May Oliver, atuando. Grandes atores, indicados ao Oscar, premiados com o Oscar, que hoje, para 99% das pessoas, seus nomes não significam nada.

Só o lendário nome Hepburn sobrevive. 

Katharine Hepburn, Joan Bennett, Frances Dee, and Jean Parker in Little Women (1933)

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The Pool é um bacanudo survival tailandês repleto de reviravoltas e muita tensão. Se no ótimo indiano Trapped o cara ficava enclausurado num flat, aqui o infeliz personagem (que ainda por cima é diabético) se vê preso dias a fio numa piscina!? São situações corriqueiras e banais que ganham dimensão épica por conta da ágil direção e roteiro bizonhamente nervoso. As atuações estão corretas e o CGI ta aceitável, auxiliando a narrativa. Grata surpresa neste finde. 9-10
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Downhill por sua vez é um thriller de sobrevivência chileno fraquíssimo. Tenta ser uma espécie de Amargo Pesadelo durante uma competição de mountain bike na Patagônia, mas tropeça com todos os clichês já vistos no gênero. Até o gore e a tensão, seus maiores chamarizes, são fracos. Junte isso a um elenco esquecível, o roteiro enfia uma trama de pandemia que não diz a que veio. E que desfecho meia-boca, hein? 4-5-10

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Continuando a série...

Rebatizado no Brasil de "Quatro Destinos", o "Little Women" de 1949 (também visto em inglês, depois de bastante procura) é o mais diferente de todos, não no cerne da trama, mas em algumas decisões de roteiro e composição. A mais chocante: a idade das personagens. Não vou nem falar da personagem principal vivida por June Allyson, então com 32 anos, mas por que a personagem Beth, irmã do meio, vira a caçula. Será que é por que queriam a todo custo Elizabeth Taylor no filme? Ela, com 17 anos, linda como sempre, não poderia mais interpretar uma garotinha. Então a personagem "Amy" virou a irmã do meio. A história das curiosidades nos conta que June Allyson estava grávida; que foi o primeiro filme em inglês do lindão Rossano Brazzi, crush da minha avó; e que Taylou quebrou a perna durante a filmagem, o que prejudicou o ritmo delas em duas semanas. 

O excelente diretor Mervyn LeRoy repetiu o que foi feito em 1933: primeira parte, comédia; segunda parte, drama romântico. Mas o embalou pra presente. Se aquele filme era em preto-e-branco, e modesto em design; este é em bonito Technicolour, e mais requinte pós-guerra. Indicado aos Oscars de  Melhor Fotografia em Cores; e Direção de Arte em Cores, do qual saiu ganhador, em 1950.  Tudo é doce e casto: Inclusive, a cena final, a mais romântica, prejudicada em sua encenação pelo auge do Código Hays. A cena mais triste, também ela, não é mostrada. O que essas ausências nos ensinam? Que o puritanismo é algo tão frágil que deve ser defendido tanto do amor, quanto da morte. A Moral, portanto, é maior do que a Vida.

Vejam como são as coisas, uma mesma história pode ser um retrato puritano de época, ou um retrato de emancipação à frente do seu tempo, como o ângulo do filme de 1994. E, provavelmente, do que virá.

 

Little Women (1949)

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"Little Women", de 2018, título no original, é a leitura contemporânea da história clássica. A trama é a mesma, mas o roteiro teve de se renovar, bem como a mise-en-scène. Aqui as garotas usam jeans, calçam all stars, ouvem rock, vomitam em uma festa, não adoecem de escalartina...; embora haja a manutenção de alguns elementos, como a presença dos gatos (filhotes em 1933 e 1994, crescido aqui), os gêmeos (apenas em 1949),  a exclamação absurda "Christopher Colombo!" ( 1933, 1949), o cabelo queimado pela escova desajeitada (da versão de 1933 e 1994), o abraço emocionado ao receber o piano (1949); enfim, há uma reunião dos elementos que deram certo em cada filme passado, porém retrabalhados.  Ficou legal isso! Você vê que houve pesquisa! Que houve a intenção de homenagear todos os filmes. Acho legal isso! O cinema não nasceu ontem,  tem uma história!

Não tenho nada contra fugir da adaptação de época, pelo contrário, mas... gente...As atrizes são péssimas! Que saudade de Katharine Hepburn, Janet Leight, June Allyson, Winona Ryder, Elizabeth Taylor, Kirsten Dunst...

A atriz principal, Sarah Davenport,  tem todos os cacoetes que eu detesto atualmente em atuação: Superinterpreta o tempo todo. Sorri profisisonalmente, chora profissionalmente, faz caras e bocas em todas as cenas... Parece querer chamar a atenção o tempo todo. Outro erro colossal é alterarem completamente o final para criarem uma cena em que se explicita o objetivo do filme: realçar o amor entre irmãs. 

Se a versão de 1933 é a história clássica; a de 1949 é um registro puritano em technicolour; se a versão de 1994 é um gabaritado feminismo; aqui em 2018, a política foi excluída para realçar o amor fraternal. Tanto que a frase da própria escritora Louisa May Alcott é posta em destaque: "I Could Never love anyone as I love my sisters".

Bonito, mas em 2018, é pouco. Tanto que não fez sucesso algum. Na verdade verdadeira, parece apenas um filme comum da Netflix.

 

Encerro aqui esses dias passados com essas adoráveis mulheres. A produção inglesa, a pioneira adaptação, de 1917, em cinema mudo, é, hoje infelizmente considerada perdida. E a produção americana, também muda, de 1918, é hoje peça de museu. No aguardo, para a versão de Greta Gerwig. De tudo que eu vi: 1994 > 1933> 1949> 2018! 

Já afirmei muitas vezes que só se é bom cinéfilo quem vê muitos filmes, de todos os gêneros, de todas as épocas, de todos os países. Mas, abro uma exceção, é possível entender muito de cinema apenas vendo uma grande produção muitas e muitas vezes. O olhar muda. Torna-se detetive de todas as nuances.

 

Lea Thompson, Sarah Davenport, Allie Jennings, Melanie Stone, and Elise Jones in Little Women (2018)

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A Rebelião é um scy-fy distópico marromenos que tem dois momentos bem claros: começa prometendo como ficção de aliens dominando a Terra, feito Distrito 9 e Um Lugar Silencioso, mas depois degringola num thriller político que nem lembra seu início, apesar de ser bem atuado e produzido. A trama confusa e repleta de personagens mal desenvolvidos depõe contra a boa intenção de denunciar ditaduras neste filme que poderia ter sido um cult do gênero. Pior que o diretor é o mesmo do primeiro bacanudo Planeta dos Macacos. 7-10

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K-Shop é um bom thriller de horror inglês com forte crítica social, humor negro e doses generosas de gore pra fã do gênero que se preze. Bem atuado, este mix de Taxi Driver, Um Dia de Fúria e A Pequena Loja dos Horrores tenha como defeito em se esticar além da conta uma vez que meia hora a menos cairia bem sem prejuízo algum da narrativa. É um filme pequeno tem a seu favor seu personagem principal, cujo ator árabe carrega todo filme nas costas em sua foderosa atuação. 8,5-10

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Curta de Documentário da Netflix, a respeito da passagem devastadora do Furacão Maria sobre a ilha de Porto Rico, em 2017, mas, mais preciso, sobre o grande número de pessoas desalojadas depois dele. A ajuda existe num primeiro momento, em virtude da comoção, depois...cada um que se vire!

Eu gostei. Como cinema, não tem nada de mais. Mas põe um tema relevante que estava fora do radar em discussão. Além de tudo, espeta a Administração Trump, e ainda o pensamento colonialista americano sobre a ilha, cujos habitantes são vistos como americanos de segunda classe. 

37 minutos.

After Maria (2019)

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Direção do Ethan Hawke envolvendo três linhas temporais, para contar um pouco da vida do cantor e compositor de country music, Blaze Foley. A fotografia  quase em sépia é nostálgica, os atores são bons (Richard Linklater faz uma ponta aqui),  mas...as canções...Achei-as horríveis! Não entendi a razão de ser da homenagem. Não cheguei lá. Atende a um gosto musical e a um modo de vida bem localizado, bem particular, eu acho.  Não são meu estilo, definitivamente.

Quando as pessoas vão parar de confundir sensibilidade com depressão, sensibilidade com alcoolismo?

Cuidado com o cartaz, ele, tão lindo assim, te prepara para algo melhor do que de fato o filme é.

Blaze (2018)

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Holiday é um thriller dramático dinamarquês que de um roteiro bem banal (biscate de gangster quer sair daquela vida) extrai boas performances e cria tensão latente todo momento. Com estética de The Neon Demon e plot de Uma Linda Mulher ás avessas, esta produção honesta e pequena tem mensagem atual em tempos feminazi de internet. Mas não é pra todos os gostos, pois o desfecho consegue ser bem melancólico. 8-10

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Assimilate é uma boa scy-fy que resumidamente é uma repaginagem indie, atualizada e internética do crássico Invasores de Corpos. É um filme teen bem intencionado que não se leva a sério, sabendo bem ficar no seu quadrado. Quiçá o relaxo na produção conte contra, mas não a ponto de desabonar este filme B que parece ter sido feita nos anos 80 só que com desfecho ousado. 8,5
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Existe uma blague: "Quando não há notícia, jornalista entrevista jornalista". 

Este documentário da Netflix Espanha é uma série de entrevistas com jornalistas e fotojornalistas espanhóis que cobrem ou cobriram conflitos de guerra pelo mundo: Síria, Serra Leoa, Congo, Sudão, Uganda...

Não é que não tenha valor temático...É que ao final sabemos a moral: enaltecer a função do jornalismo, contra tudo e contra todos. "A Vida Pela Notícia".  Bem perto da mitificação.

Eu só gostei pelo lado da Geografia...Amo saber mais sobre países fora do radar...

Morir para contar (2018)

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Imagine estar no Festival de Cannes de 1996 e assistir a "Ondas do Destino", "Fargo", e "Segredos e Mentiras" - o vencedor da Palma de Ouro? Puro prazer cinéfilo. Só que pra gozar, pra gozar mesmo, melhor ir com o maravilhoso "Crash: Estranhos Prazeres". Gosto desse subtítulo.

Que filmão! Há quantos anos não o via, e permanece louco e sensual. Sem blábláblá, sem lógica, sem moral, sem pudor. 

Obra-prima do Cronenberg. Mas o filme não seria nada sem a trilha sonora sedutora, maliciosa, e amedrontadora, do mais tarde compositor da Terra Média, premiado com o Oscar, Howard Shore.

"The Dog. The dog is brilliant". 

 

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A Maldição da Chorona é um derivado fraquinho da franquia Invocação do Mal, quiném A Freira. Eu que curto o gênero achei genérico, simples e banal demais. E pior, sem tensão ou medo algum, e isso é vela e caixão prum filme desses. Sobra o quê? Uma ou outra cena bem feitinha e a lenda (verdadeira) mexicana na qual o personagem-título se baseia. Se fosse feito sem a necessidade de entupido de qualquer jeito na franquia supracitada quem sabe este filme tivesse vingado melhor. 6-10

Imagem relacionada

 


Webcast é mais um "found footage" que cai facim no esquecimento a despeito de sua interessante premissa, que pelo menos foge de assombração, monstros, pé-grande, etc. Esta produção inglesa de orçamento merreca até tem boas atuações e cria uma mitologia interessante sobre a seita de bruxos, mas este mistério investigativo bacana se diliu nos finalmentes. Sim, é ali que esta obra cai nos vícios típicos de filmagem em primeira pessoa: gritaria, câmera tremida, escuridão total e desfecho óbvio. 7-10

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A crítica vomitou em cima desse filme aqui. Se não estou enganado, foi saudado com vaias e mais vaias em Cannes. Bom, eu gostei e gosto do estilo meio maluco e torto do Nicolas Winding Refn. Seus filmes são cheios de simbolismos...sim...muitas vezes pedantes...mas prefiro quem se arrisque e ponha a cara para bater aos que seguem a cartilha (lembrando que isso não é errado). Dá para tirar um monte de interpretações desse aqui e ao mesmo tempo nenhuma. Dá para entender quem detestou. Da minha parte, como já dito: gostei. Assistido no Claro-Vídeo. Cotação: Bom. 

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Sem lugar a duvidas, é um dos melhores curtas de todos os tempos. "La Jetée", ou "A Pista", ou "A Plataforma", de 1962, é uma aula de roteiro, montagem e direção, do francês Chris Marker, que não precisaria ter feito mais nada na vida, além desses 28 minutos. É um trabalho primoroso. O final se aplaude de pé.

Subvertendo a ideia de cinema como um filme em movimento, seus 28 minutos são apenas "frames", quadros estáticos, mostrados, um depois do outro, como uma sessão de fotografias, ou slides, com uma narração em voz over.

A história é uma ficção científica atípíca, bem francesa, mas pode ser vista como uma história de amor também. Após a Terceira Guerra Mundial, com Paris destruída pela radioatividade, os sobreviventes instalados nos subterrâneos da cidade desenvolvem uma técnica para viajar no tempo. O passageiro escolhido é alguém obcecado pelo rosto de uma mulher de seu passado, a quem deseja reencontrar.

Lembraram de "Os 12 Macacos"? Pois o filme de Gilliam se inspirou neste curta. Não o achei em português. Vi em francês. 

 

La jetée (1962) 

 

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Revi-o ontem à noite, para poder compará-lo com o curta inspirador visto de dia. Mas nem dá propriamente para fazer uma comparação. Gilliam já afirmou que não viu o curta antes de dirigir o filme, para não ser influenciado. Confiou no roteiro. Roteiro este que pega a essência do curta, e o enche de mais história, de mais ação, de mais dúvida, de pistas falsas...É qualidade David Webb, né, minha gente?

Todos os excessos e psicodelia de Terry Gilliam estão aqui, mas de um modo acessível graças às excelentes atuações de Brunce Willis, Madeleine Stowe, e Brad Pitt. Muita gente argumenta que o Pitt deveria ter levado o Oscar de Coadjuvante em 1996. Tomara que ele ganhe no ano que vem pelo filme do Tarantino. O que eu não consigo entender é como Jeffrey Beecroft não foi pelo menos indicado pelo Design de Produção. Ninguém fala dele, mas ele só tem trabalho bom: Um Lugar Silencioso, Dança com Lobos, até a franquia Transformers...Ele deveria ser mais considerado.

Gosto muito do final. Pra mim, inclusive ele é muito claro. Aqui, sim, dá pra fazer uma comparação: No curta, os cientistas do subterrâneo tinham apenas o objetivo de entender mais o vírus, não estavam preocupados necessariamente em impedir os acontecimentos, ou favorecer romances. "The Future is History". Quando vi o filme pela primeira vez tive essa mesma impressão também, e agora ela foi confirmada, mais de 20 anos depois.

Bruce Willis and Madeleine Stowe in Twelve Monkeys (1995)

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