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Rabid é o bacanudo remake do setentista homônimo do Cronenberg, que é homenageado em cada frame do longa, seja nas várias referências a seus filmes como no body horror, um gore lindo de se ver. As atuações são superiores ao original, com personagens mais profundos, em especial a protagonista e o mad doctor. Na verdade este remake complementa o anterior (que acho fraco), ou seja, seria mesmo um reboot. Tem alguns defeitos sim pro final, mas o pouco que faz faz bonito. 8,5-10

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The Death of Dick Long é uma boa comédia de erros que parece feita pelos irmãos Coen. Tem um mistério a resolver no filme que te mantém ligado, e conforme são jogadas pistas você fica boquiaberto com as conclusões, tipo WTF?! As interpretações são deliciosamente naturais e ja valem o ingresso, coisas de cinema indie mesmo. Outra, é daqueles filmes que é melhor evitar trailer ou sinopse, pois quanto menos se souber dele, melhor a experiência. Foi o meu caso, ainda bem. 9-10

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Já se passaram 35 anos desde que o diretor James Cameron sacudiu os gêneros de ficção científica e ação bombástica, através do primeiro filme da extensa franquia “O Exterminador do Futuro”. Após três sequências que não trouxeram resultados tão satisfatórios quanto o dos dois primeiros exemplares, o diretor Tim Miller (de Deadpool) uniu forças ao próprio Cameron para criar toda uma nova história que se passa após o segundo filme. Com isso, temos “O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio" (2019), o “terceiro” capítulo da saga.

Na história, Sarah Connor (Linda Hamilton) e a ciborgue Grace (Mackenzie Davis) tentam impedir um novo Exterminador (Gabriel Luna) que veio do futuro para matar a importante humana Dani (Natalia Reyes). Os subtextos continuam sendo aqueles sobre os perigos da tecnologia, e sobre os paradigmas de um futuro distópico dominado pelas máquinas, além de alguns papos sobre escolha e destino. O roteiro repete vários elementos dos dois primeiros filmes, e se alterna entre acertos e erros de execução: por um lado, há consistência em determinadas explicações, e do outro, ainda traz as típicas falhas lógicas sobre viagens no tempo, além de apresentar algumas reviravoltas e decisões que soam aleatórias.

Linda Hamilton continua sendo a mesma Sarah ‘badass’ e cínica do segundo filme, e brilha em cada um dos seus momentos em tela. Arnold Schwarzenegger, o epicentro da franquia, ressurge como o T-800 num contexto que não apenas funciona em termos narrativos como nos leva a apreciar as novas facetas do seu personagem. Mackenzie Davis e Natalia Reyes são muito bem-sucedidas em suas atuações, num roteiro que traz total importância para as suas personagens. E o vilão feito pelo Gabriel Luna é ameaçador o bastante, e tem lá suas próprias sutilezas.

A direção de Miller está longe de ser única e marcante a nível estético ou sonoro, mas é de tirar o fôlego nas empolgantes e incansáveis cenas de ação, as quais surgem sem nunca ofuscar o também extenso lado dramático da história. Destaque para a já memorável perseguição numa estrada do México, além dos tiroteios e pancadarias envolvendo Hamilton ou Schwarzenegger, momentos em que você fará uma viagem no tempo para o cinema “brucutu” dos anos 80 e 90.

Sim, “Destino Sombrio” conseguiu exterminar com sucesso as três continuações de qualidade discutível da franquia “Exterminador do Futuro”, mesmo sem possuir uma quantidade tão significativa de novos elementos. De toda forma, a alma dos primeiros filmes foi recapturada com dignidade, o senso de diversão pipoca com algum conteúdo voltou em grande estilo, e a representatividade feminina é bacana. Estaremos bem servidos se a franquia seguir uma clássica frase que, nesse filme, foi proferida pelo Arnold de forma diferente: eu não voltarei.

Nota: 7

 

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Sucesso em Sundance 2019, "Luce" supreendeu o público com sua trama provocadora, mas principalmente causou admiração pela performance do duo Naomi Watts e Octavia Spencer, a quem, ainda hoje, suscita apostas longínquas para indicação a Melhor Atriz Coadjuvante, o que seria sua quarta nomeação em 8 anos. Enfim, Hollywood aprendeu a amá-la e, pelo jeito, não sem motivo - é verdade - ela está excelente aqui. 

O roteiro não é nada óbvio, é quase enigmático. A toda hora somos desafiados a não cair nos jogos mentais do adolescente modelo do colégio, ou da professora exigente. Na base, as máscaras sociais, o papel do negro na sociedade americana, e o fato de que todos somos imperfeitos. 

Gostei bastante.

Tim Roth, Octavia Spencer, Naomi Watts, and Kelvin Harrison Jr. in Luce (2019)

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The Girl on the Third Floor é outro filme de casa assombrada cuja atmosfera e humor são bem satisfatórios. Bem próxima do estilo do Cronenberg, evita sustos fáceis e os troca por giros psicológicos (e eróticos) bem mais satisfatórios. Mas seu trunfo maior é o ator principal, o ex-lutador CM Punk, que faz com que o filme se aproxime do Raimi pois é a cada do Bruce Campbell, e o filme parece um remake bem feito do oitentista A Casa do Espanto. 8,5-10

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Extracurricular Activities é uma comedinha dark teen que dá pro gasto, inofensiva e inócua. Seu humor negro e dinamismo a aproxima bastante do dinamismo do bacana Tragedy Girls. A estória se resume a um Mr Wolf (de Pulp Fiction, lembra?) teen resolvendo os problemas da molecada num colégio, e por si só ja vale a bizoiada. Atuações apenas corretas, estória redondinha sem reviravolta, algum gore com violência superficial e garotinhas boazudas completam o pacote. 8-10

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Terminator: Dark Fate é a prova de que deveriam ter jogado a pá de cal nessa franquia faz tempo. É melhor que os dois últimos, sim. Mas não traz nada de novo e nem agrega coisa nenhuma á franquia. É genérico. Sim, é legal rever a Sarah Connor chutando bundas e tal, mas o filme parece remendo dos dois primeiros. Tem uma decisão ousada logo de cara, mas de que adianta se o filme é ruim? É uma produção assistivel? É, mas que não faz jus aos nomes envolvidos em sua produção. Pô, Cameron?! Esperou todo esse tempo pra isso?  6.5-10

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The Odd Family: Zombie on Sale por sua vez já salvou o dia de ontem, uma zombédia coreana bem divertida que dá um frescor original aos filmes de zumbi, do mesmo naipe do ótimo One Cut of the Dead. Imagina um mix Fido, Cocoon e Warm Bodies? Parece bizonho mas dá certo! Tem alguns cacoetes asiáticos que incomodam, mas no geral o filme é bem engraçado. É o que o Jim Hammursh quis fazer com seu The Dead Don´t Dead, e sem elenco estelar. Aqui o elenco é desconhecido e justamente por isso o filme funciona a contento. 8,5-10

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Terminei de ler hoje o romance de Giorgio Bassani, "O Jardim dos Finzi-Contini", e corri pra rever o filme. O livro é ótimo, e, do meio para o final, excelente, embora trate bastante de poesia italiana e alguns temas regionais da época, que, claro, me fugiram do entendimento completo. Mas mesmo assim é maravilhoso ver como pode ser construída uma narrativa de amor em uma primeira camada, mas que repousa em outras mais terríveis, como antissemitismo, fascismo, guerras. O texto é lírico, é pausado, poético, terno, devagar, mas a perturbação do período pré-guerra na Itália vai nos alarmando pouco a pouco.

Sim, o livro é ótimo, mas esse filme do De Sica é magnífico. É uma obra-prima de delicateza. Tudo é tão elegante, refinado, chic, simbólico, digno, e, no final, a realizade da guerra se impõe duramente sobre a beleza, sobre a riqueza, sobre a elegância, unindo os mais afortunados aos menos afortunados dos judeus da época. Justificadíssimos o Leão de Ouro em Berlim em 1971 e o Oscar de Filme Estrangeiro de 1972, bem como a indicação a Melhor Roteiro Adaptado para Ugo Pirro (indicado no mesmo ano pela outra obra-prima "Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita" de Elio Petri) e Vittorio Bonicelli.

A adaptação do livro, diga-se, foi muito fiel, mas, no filme, optou-se por deixar bem claro as razões para o descaminho amoroso. Ficou bom. No livro, tudo é mais ambíguo, deixado para as conclusões do leitor, mas acho que o cinema precisa de mais decisão. É outro veículo. 

Agora, como eu não vi antes as inúmeras ligações desse filme com "Me Chame pelo Seu Nome"? Uma quadra de esporte, passeios de bicicletas, uma casa extraordinária pertencente a judeus intelectuais, e...o principal...a conversa entre pai e filho sobre as dificuldades do amor!!! No livro, a passagem é maravilhosa, emocionante, pois o pai judeu realmente se esforça para tentar abrir o coração, considerando que pode ser a última, dada a aproximação da guerra...No filme, essa conversa de pai e filho é bonita, mas o diálogo é bem menor, foi mais cortado. No filme de Guadagnino, no entanto, a conversa não se preocupa em durar pouco, é uma cena grande em tempo...Mas as duas, porém, tem o mesmo fundamento, e semelhante emoção. Enfim, sou obcecado por "Call Me By Your Name". Sou obcecado por "O Jardim dos Finzi-Contini". 

Dois filmes, irmãos de elegância.

 

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Como sou vegetariano há 15 anos, migrando para o veganismo, fiquei com os ânimos renovados ao assistir a esse "The Game Changers" (com um título muito apelativo no Brasil), "Dieta de Gladiadores", salvo engano, documentário sobre alimentação, produzido pelo Schwarzenegger.

Que possamos a cada dia, com mais consciência, reduzir nossa pegada ecológica! Mas melhor ainda quando tivermos mais consciência que ficamos mais saudáveis, mais bonitos, mais fortes, com uma alimentação menos dependente de proteína animal. O doc traz ainda exemplos de muitos atletas (olímpicos ou não) que são grandes campeões sem comer carne. Meu lado esportivo adorou.

O documentário é dirigido por Louie Psihoyos, ganhador do Oscar na categoria, pelo maravilhoso "The Cove".

Está na Netflix.

The Game Changers (2018)

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21 hours ago, SergioB. said:

Mas melhor ainda quando tivermos mais consciência que ficamos mais saudáveis, mais bonitos, mais fortes, com uma alimentação menos dependende de proteína animal.

A titulo de curiosidade, a ciência ainda não entrou num consenso em relação a isso. Tem os profissionais que defendem e os que não, logo não tem como cunhar essa assertiva como verdade universal. Por enquanto essa tendência alimentar (que hoje virou moda) ta do naipe do gostar ou não de certo time, algum político ou qualquer outra coisa. Ou seja, cada um segue sua preferência. Falo como alguém que comeu um suculento churrasco regado a cerveja neste domingão..? E viva as diferenças?

 

Bliss é um indie bem estiloso que basicamente é um mix de Transpotting com Mandy, só que com mais gore. Ta sendo vendido como filme de vampiro mas nem, o mais próximo disso é que lembra (de certa forma) é Fome de Viver. O aspecto sujo, as cores saturadas e a trilha de punk-metal joga a favor desta produção bem atuada e redondinha. Mas é filme de arte, que fique claro. Diferenciado, manja? Pra assistir puxando umzinho... 8,5-10

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The Drone é um daqueles terrir do gênero "quanto pior, melhor" do naipe de Sharkado. Vai vendo, aqui a trama é chupinhada de Brinquedo Assassino, só que ao invés do boneco possuído é um drone!? Os diálogos são hilários e o desconhecido elenco parece se divertir nessa tosqueira. Assista o trailer pra ver o naipe da bagaça... A pergunta é: como será que decidiram numa mesa redonda a produção deste filme? Mistério.. 8-10

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On 11/2/2019 at 12:34 PM, Jorge Soto said:

eu ja acho que essa franquia agora ta com destino sombrio mesmo...?

O filme pelo jeito (e felizmente) floopou. Então, sei lá, acho que vão enterrar franquia mais uma vez e depois de uns anos vem outro louco tentar fazer outro reboot.

Espero que o James nos próximos anos esteja MUITO ocupado com os milhões de Avatares que ele está fazendo, aí pense 10.000 vezes antes de colocar o nome dele em outro projeto bomba que nem foi esse.

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5 hours ago, Jorge Soto said:
23 hours ago, SergioB. said:

 

A titulo de curiosidade, a ciência ainda não entrou num consenso em relação a isso. Tem os profissionais que defendem e os que não, logo não tem como cunhar essa assertiva como verdade universal. Por enquanto essa tendência alimentar (que hoje virou moda) ta do naipe do gostar ou não de certo time, algum político ou qualquer outra coisa. Ou seja, cada um segue sua preferência. Falo como alguém que comeu um suculento churrasco regado a cerveja neste domingão..? E viva as diferenças?

O documentário trata desse argumento da falta de consenso, mas como uma jogada da indústria da carne para justamente colocar em dúvida as pessoas. Mas, como você disse, cada um faz sua opção de vida. Pra mim, foi mais fácil cortar a carne do que cortar a cerveja. Convida a galera para o próximo churrasco aí, @Jorge Soto!!! :)

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"The King" é um filme muito esforçado, de muito capricho na parte técnica (Trilha bonita do Britell, Fiona Crombie ("The Favourite") no Design, Fotografia cinza do Akapaw), com atores talentosos, e é um bom divertimento, no geral. 

Porém, acrescenta pouco a essa seara de filmes históricos ingleses da época medieval. O diferencial fica por imaginarmos pessoas tão jovens, inexperientes, imaturas, com tantas responsabilidades naquela época...

O Timothée está muito bem, principalmente do meio para o final. Ele tem uma coisa que me encanta num ator. Reparem como ele "ouve bem" a fala alheia, parece que ele "medita" sobre a frase do colega de cena. Ele tem uma expressão de um ator que "visualiza" a palavra emitida. Não gostei da atuação do Robert Pattinson, aqui. Ficou desconfortável tendo que usar um sotaque francês.

Timothée Chalamet in The King (2019)

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Portals é uma antologia scy-fy/horror tipo V/H/S que já arranca com interessante premissa  - sobre portais interdimensionais na Terra - e tem uma espinha narrativa coesa. Mas a boa impressão fica só nisso, pois apesar do quarteto talentoso de cineastas envolvidos, o filme resulta menos que a soma de suas medíocres partes.  Estórias mornas e monótonas, atuações frouxas e personagens mal desenvolvidos, sem falar que até no gore e tensão deixa a desejar.  6,5-10

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47 Meters Down Uncaged  é a divertida sequência do bacanudo Medo Profundo  que não pretende ser mais do que é, um filme B de tubarões assassinos. Desta vez fizeram um Abismo do Medo no mar, tenso, claustrofóbico e eficiente como survival, com homenagens descaradas a Deep Blue Sea. Sim, as atuações não chegam perto do longa original (principalmente a filha do Stallone, chatinha!), o roteiro se contradiz ás vezes e que cena é aquela do cara ouvindo Roxette embaixo dágua? Sim, é inferior á primeira mas ainda assim diverte á beça. 8,5-10

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se liga na referência...?

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Mini doc da Netflix sobre uma adorável menina praticanete de sumô. Diz a sinopse do documentário que ela luta pela profissionalização do sumô feminino no Japão, etc, mas, na real, o doc mostra que se se é dito que há preconceito dos tradicionalistas, por outro lado, ela até participa de um campeonato mundial pelo Japão, como integrante da equipe feminina de sumô do país...

Portanto, o "problema" do doc é muito mal desenhado. Vi mais a "mudança" do que o "preconceito".

 

Hiyori Kon in Little Miss Sumo (2018)

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"Ghosts of Sugar Land" é um mini doc da Netflix, premiado em Sundance 2019, que talvez se torne o candidato do Serviço ao Oscar na categoria. 

A partir da montagem de uma série de fotografias, espertamente modificadas, o doc narra um grupo de amigos do Texas que tenta compreender as razões que levaram um amigo deles de  juventude a defender o Estado Islâmico na Síria. Na onda da representatividade, é feito por muçulmanos americanos.

É bom, mas não é ótimo.

21 minutos.

Ghosts of Sugar Land (2019)

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Adaptações cinematográficas de livros são complicadas, especialmente quando se trata de grandes obras de Stephen King. Uma das mais corajosas adaptações é “O Iluminado”, dirigida pelo saudoso Stanley Kubrick, que se estabeleceu como uma obra de caráter bastante autoral em seu estudo de terror psicológico. Quase 40 anos se passaram, e agora temos a adaptação da sua sequência, intitulada “Doutor Sono” (2019), que traz resultados mistos ao tentar ser diferenciada e ao mesmo tempo respeitosa a King e Kubrick.

Na história, Danny Torrance (Ewan McGregor) continua traumatizado pelos acontecimentos no Hotel Overlook, e agora precisa unir seus poderes extra-sensoriais aos da adolescente Abra (Kyliegh Curran), para tentar impedir a ameaça de Rose Cartola (Rebecca Ferguson) e seu culto. O diretor Mike Flanagan não consegue esconder sua indecisão no tom da obra, pois arrisca um enfoque muito mais fantasioso e fabulesco, para depois sentir a necessidade de retomar os elementos e o estilo do filme clássico. O roteiro também tem alguns tropeços lógicos quanto à extensão do lado sobrenatural, e quanto a algumas atitudes estúpidas de certos personagens.

O lado psicológico ainda é forte em suas questões sobre traumas, família disfuncional, medo e até alcoolismo. Ewan McGregor faz uma ótima atuação ao nos mostrar um Danny atormentado que carrega (quase literalmente) vários demônios internos. E Rebecca Ferguson também se sai bem ao transformar sua vilã Rose em um tipo místico e humanizado ao mesmo tempo. Já Kyliegh Curran não cativa tanto com a sua importante personagem, da mesma forma que os personagens secundários se tornam esquecíveis após cumprirem com seus papéis...

Flanagan tem lá sua habilidade, tanto na forma peculiar de nos colocar numa espécie de serenidade sombria durante o desenvolvimento da história, quanto numa fotografia que destaca o seu lado intimista. A decisão de não apelar para certas convenções do terror também é respeitável. Ainda assim, ele só consegue atingir de fato um resultado magistral ao transformar o abandonado Hotel Overlook num personagem central da narrativa, o que nos presenteia com um ato final à la “casa mal-assombrada” que é catártico, arrepiante e memorável!

No fim, “Doutor Sono” apenas expande com alguma competência esse pequeno universo criado por Stephen King. Salve as devidas proporções, ele está mais para “IT Capítulo Dois” (2019) do que para “O Iluminado” de Kubrick, pois é de uma fantasia mais clara e objetiva do que aquela que havia sido apenas sugerida anteriormente. Mesmo com suas falhas, a imersão funciona, o ‘fan service’ está na medida, e o terror se entrelaça bem aos subtextos dramáticos já citados. Este pode não ser um filme realmente iluminado, mas pelo menos não causa sono.

Nota: 7

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Vencedor do Urso de Ouro este ano, além de outros prêmios pelo mundo, para mim, eram favas contadas que ele seria o candidato de Israel ao Oscar. Não foi. Elegeram outro, que acabou desclassificado por ter mais de 50% de falas em inglês; que foi substituído por outro filme ...Pensei: por que não o ganhador de Berlim?

O protagonista é críptico, enigmático, talentoso, e louco. Ele incorpora as memórias do diretor Nadav Lapid (de "A professora do Jardim de Infância"), que realmente rejeita Israel, que também nunca quis voltar ou falar hebraico. Ou seja, é uma autobiografia, o que me faz, de per si, dar um joinha, por que fugiu bastante do que entendemos como autobiografia, pois acabamos não sabendo exatamente muito da sua vida, mas entendemos bastante bem, politicamente falando, o que ele quer dizer: a vida do imigrante é difícil, é um perrengue; a França está aberta, mas as portas estão fechadas...Israel, contudo, é apenas uma terra para ser esquecida.

Há uma cena de caráter sexual muito, muito, muito, perturbadora. Palmas para o ator. Um animal em cena. Fui pesquisar: era cotado para ser lutador olímpico de Judô por Israel; foi ser bailarino; aprendeu francês perfeitamente...Carrega o filme, o seu primeiro filme.

 

Tom Mercier in Synonymes (2019)

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Laddaland é um terror tailandês com forte carga dramática e crítica social. Começa feito Poltergeist mas depois fica a dúvida se tudo não passa da nóia do personagem principal diante da própria desagregação familiar. Bem ambientado, personagens medonhos, alguns sustos e bem tenso as vezes. No entanto, o filme peca pela fraca atuação do ator principal, que parece não se dar conta que o filme gira em torno dele, e a excessiva duração do longa. Mas mesmo com desfecho anti-climático e algumas incoerências do roteiro é bom ver exemplares asiáticos deste gênero. 8-10

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Memory: The Origins of Alien é um bacanudo documentário que analisa as origens de Alien e o coloca no contexto da época, mostrando de forma convincente a sinergia dos elementos que deram origem ao clássico. Com farto material de arquivo, os destaques são os depoimentos das viúvas de Dan O´Bannon e H.R.Giger. Se tem algum defeito é a ausência de qualquer testemunho do Ridley Scott, embora não falte confete á ele. É uma produção feito com carinho aos fãs do filme e de cinema em geral, e que complementa o também ótimo The Beast Within: Making Alien. 9-10

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"Minha Vida em Marte" é um dos melhores exemplos de como a linguagem da televisão campeia no nosso cinema popular. O povo brasileiro tem uma tendência de querer reencontrar na tela grande aquilo que viu em casa. Tanto é assim que esse filme arrecadou espetaculares 21 milhões! 

Não tem como avaliá-lo como cinema, pois não tem linguagem de cinema. É o programa da tevê ( por sua vez, originado da peça), por sinal dirigido pela mesma Susana Garcia, que deu azo ao primeiro filme, e a essa sequência. Uma comédia sobre relacionamentos amorosos que vão e vêm. E eu filosofo: é sobre o mal que o Mito do Amor Romântico pode causar na cabeça de alguém.

Paulo Gustavo e Mônica Martelli são excelentes comediantes, e, mais do que intepretar um personagem, projetam aqui suas personas deliciosas.

Não sou o público alvo, mas eu ri pra caramba.

 

Mônica Martelli and Paulo Gustavo in Minha Vida em Marte (2018)

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Depraved é uma sensível e emotiva nova revisitada á obra de Frankenstein, porém sob a ótica da sociedade moderna. Atualizando a história pra Nova York de hoje, investe com sabedoria mais no drama ao terror. É uma obra indie B, de baixo orçamento, introspectiva e artesanal, que visualmente inunda os olhos num mix de animação e som pra traduzir as percepções do "monstro". As atuações estão corretas, e o cara que faz o Frank (no caso, Adão) manda bem. Com maquiagem show de bola, é um pequeno grande filme que só peca pelo desfecho e a excessiva duração, com destaque pra belíssima sequência no museu, diante do quadro do Van Gogh. 9-10

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Good Boys é uma divertida comédia que basicamente é um Superbad só que com crianças de sete anos. Aqui a transição da infância pra adolescência é tocada da ótica infantil, e o trato da sacanagem é feita com hilária inocência. O trio de atores-miris principais ta muito bem, embora visivelmente custe a se entrosarem. O Jacob Tremblay manda bem neste gênero, mas é facilmente ofuscado pelo negrinho. Repleto de gags, a impressão é que o filme foi feito lá pelos oitenta, dadas as semelhanças com, por exemplo, os Batutinhas. Matinê bem bacana e inofensiva. 8,5-10

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"Vita & Virginia" é um filme bastante esforçado, que conta com uma atuação excelente da Elizabeth Debicki como Virginia Woolf, e uma atuação razoável da Gemma Arterton, como Vita Sackville-West.

 É a adaptação de uma peça de 1993, escrita pela grande atriz Eileen Atkins, com base na correspondência entre as duas escritoras. Bom, é verdade, claramente se trata de uma "peça". Pois é muito falado, com muitos diálogos grandes, preciosos, elaboradíssimos, literários demais, que, a meu ver, tornam-se artificiais no cinema. 

Embora o filme trate do longo relacionamento entre as duas, e mostre o momento de escritura de vários livros de Virginia, o filme acaba privilegiando ao final a escrita do SUBLIME, MARAVILHOSO, INESQUECÍVEL  "Orlando" - um dos meus livros favoritos da vida. Então, pra mim, especialmente, o filme se tornou muito interessante, muito melhor do que realmente é, enquanto cinema.

Gemma Arterton and Elizabeth Debicki in Vita & Virginia (2018)

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"Harriet" é um filme apenas razoável.

Tem bons figurinos de Paul Tazawell (que alguns apostam ainda com chances de ser indicado) e uma ótima atuação de Cynthia Erivo. Só. No momento, só vejo o filme indicado em Canção (que também não é lá grandes coisas) e em Atriz.

Cynthia, como disse, tem uma ótima atuação, mas é extremamente prejudicada pelo PÉSSIMO Roteiro. Imaginava-se que com um papel como esse, uma importância histórica como essa, Cynthia seria pule de dez para o Oscar em Atriz. Mas, quando o filme saiu, as críticas ao filme foram muito mornas.

Há momentos terríveis de abandono do realismo histórico. Do nada, a personagem está fugindo dos fazendeiros e...começa a cantar!! Vem uma canção "do nada". Socorro! Fora uma parte "sobrenatural", infantil, boba...Uma visão melodramática, espiritual, que ficou muito mal empregada.

Não curti também a montagem, acelerando passagens da vida dessa lutadora emblemática.

Tão emblemática que será a estampa da futura cédula de 20 dólares.

Leslie Odom Jr., Janelle Monáe, and Cynthia Erivo in Harriet (2019)

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The Divine Fury é mix de Blade com Constantine só que de olhos puxados. É um horror de ação coreano bem divertido, um filme de exorcismos diferenciado tal qual o bacanudo The Priests. Demora pra engrenar mas quando o faz vem com tudo. Tem umas cenas arrepiantes que deixa qualquer genérico da Blumhouse no chinelo e é bem criativo no roteiro. Com atuações corretas, o único porém é que se faz excessivamente longo. Meia hora a menos cairia como luva sem prejuizo na estória. 8,5-10

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Draug por sua vez é um drama de horror sueco nos moldes de A Bruxa com elementos de Conan. É um filme que resumidamente fala sobre brutalidade em tempos de crise e que vale a pena unicamente pelas personagens femeninas, que deixam as masculinas brucutús no chinelo. De baixíssimo orçamento, ele empolga mais como estudo dos bárbaros medievais do que como terror... pois ele é confuso e meio entediante nesse aspecto. 8-10

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Filmes do Box Sessão Anos 80 Vol. 7 que vi no fds.

Esse box é o mais fraco de toda coleção, tem 3 filmes "mais ou menos" e 1 bem fraco. Não tem nenhum mais memorável pra mim.

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Trânsito Muito Louco (Moving Violations, Dir.: Neal Israel, 1986) 2/4

Clássico da Sessão da Tarde (maioria dos filmes desses boxes é), mas nunca fui muito fã. É bonzinho, tem piada boa por aqui e acolá, mas só. Foi produzido pelo mesmo pessoal do Loucademia de Polícia, mas sem o mesmo resultado. Loucademia tratava de um lugar bem sério e bem rígido, mas que pessoas de todo tipo poderiam se matricular por lá, assim teria esse choque de costumes dentro da instituição. Já uma  'escola do Detran' (mostrada aqui) nunca trouxe tanta rigidez assim e sempre todo tipo de pessoa passa por lá, não teria esse choque de costumes. O máximo aqui, foi que inventaram um policial linha dura que passa a dar aulas por lá, e aí tem certo choque com certos alunos. Curiosidade é que é estrelado pelo irmão do Bill Murray, John Murray (os dois fizeram irmãos mais tarde no Os Fantasmas Contra Atacam de 1989).

Willow na Terra da Magia (Willow, Dir.: Ron Howard, 1989) 2/4

Dos filmes de fantasia da época, esse é menos memorável pra mim (prefiro bem mais A Lenda, Feitiço de Áquila e A História sem Fim), mas é bom, ok. Fim. O problema dele agora é que muita coisa lembra a saga Senhor dos Anéis. Parece que fizeram uma história "nova", mas em cima de elementos de lá (a vila dos anões lembra a dos Hobbits, a jornada de levar o bebê 'sei lá pra onde' parece a do anel, o personagem do Val Kilmer não deixa de lembrar o Aragorn mas com humor, e etc), e no fim acaba se comparando um filme com outro, e Senhor dos Anéis é mil vezes melhor. 

Sobre Ontem à Noite (About Last Night, Dir.: Edward Zwick, 1986) 2/4

É um bom romance moderno (mesmo sendo dos anos 80, acho que a questão aqui ainda é relevante), sobre um casal que mal se conhece mas resolve viver juntos e aí claro que vai vir muitos problemas. Tudo é bem filmado e bem mostrado, sem maiores ressalvas, mas não é o meu tipo de filme. **O pior são os amigos lixos dos dois, que ficam minando ainda mais a relação deles (O amigo do cara fica empurrando mulheres pra ele, mesmo com ele comprometido, e a amiga da garota fica o filme todo com cara de "odeio homens"). Ganhou um remake com um elenco negro em 2014.

Loverboy - Garoto de Programa (Loverboy, Dir.: Joan Micklin Silver. 1989) 1/4

Pior filme desse box (talvez de todos boxes da coleção). Premissa meio boshta e filme sem muita graça, do cara que quer voltar pra faculdade, mas o pai não quer liberar o dinheiro, aí ele acaba trabalhando de gigolô pra mulheres mal amadas do local. O problema é que ele quer ir pra faculdade pra voltar pra namorada - ??? (vira gigolô pra voltar pra namorada, faz sentido não...). Elenco legal desperdiçado e final do filme é tudo mal resolvido pra poder ter o final feliz.

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