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Forum Cinema em Cena

Adaptações de HQ, o Festival_Pag. 18.


Nacka
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3ª Resenha e Lista do Festival de Adaptações HQ' date=' a lista é a da Lucy com o filme O Corvo, postem as notas até dia 09/07, membros do júri mp-me.

 

 

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LISTA:

 

 

5/5

Batman: O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan, 2008)
Sinistro, sério e desesperançoso. O filme acaba ganhando um peso enorme. A realidade que Batman enfrenta é tão podre, que um herói certinho não pode salvar o dia. Ninguém pode... E representando o caos, em oposição à ordem, representada por Batman, temos alguém que se tornou um dos maiores vilões do cinema.

X-Men: Primeira Classe (Matthew Vaughn, 2010)
O filme maduro a respeito do nascimento dos X-Men. Mais drama do que ação. Embora a ação empolgue, a parte mais importante está nos conflitos que os mutantes enfrentam, definindo ideologias e tentando se aceitar. Destaque para Erik, Charles, Raven e um ótimo desenvolvimento de personagens.

 

4/5

X-Men (Bryan Singer, 2000)
A preocupação em tratar da disputa entre humanos e humanos e das diferentes mentalidades envolvidas na situação são o ponto de destaque. Não é muito um filme de ação, mas é entretenimento. Do tipo que a gente pode levar a sério. Magneto, Logan e Rogue, os personagens que ganham mais atenção, se saem bem, cada com seu drama pessoal.

X-Men 2 (Bryan Singer, 2003)
Traz as mesmas qualidades do primeiro, dando mais espaço para a ação. Pela milésima vez é preciso elogiar o ataque de Kurt no início do filme. Música, efeitos especiais e estilo de luta numa união antológica.

Homem-Aranha 2 (Sam Raimi, 2004)
Todo o filme é montado em clichês, como o herói que desiste de ser herói, e o vilão trágico que é vítima do próprio experimento. E funciona muito bem assim, atingindo a nossa vontade ser alguém melhor, mais nobre... Não é uma história de vilão versus herói, e sim sobre Peter tentando lidar a vida fora do comum que ele leva.

Homem de Ferro (Jon Favreau, 2008)
É um filme sobre um herói surgindo e aprendendo que seus atos têm consequências. Um herói imperfeito, e o mais charmoso entre os personagens de adaptações de HQ. Grande parte da qualidade do filme se deve ao talento e ao carisma que ele esbanja. A ação, a armadura e a química dele com sua assistente, que não se permite desaparecer em cena, completam o pacote.

Homem de Ferro 2 (Jon Favreau, 2010)
Basicamente tem as mesmas qualidades do primeiro. Mas, por algum motivo que eu nunca consegui descobrir, é um tiquinho menos bom.

Batman Begins (Christopher Nolan, 2005)
Outro filme-origem. O herói pode aparecer já pronto, mas mostrar seu surgimento também é uma escolha válida, e é o principal objetivo de Begins, que nos permite acompanhar Bruce sofrendo e aprendendo a ser Batman. Além de nos apresentar uma Gotham deprimente.

icon_exclaim O Corvo (Alex Proyas, 1994)
Vingança praticamente na sua forma mais gloriosa. Várias imagens lindas proporcionadas por uma Nova York feia, pobre e violenta. A gente consegue se identificar com Eric e apreciar seus atos de punição muito bem dirigidos, e que são até divertidos.

icon_exclaim Ghost World (Terry Zwigoff, 2001)
Representa aquele momento da nossa vida em que a infância fica definitivamente para trás. As responsabilidades da vida adulta chegam, e podemos fazer escolhas convencionais ou ousar algo diferente. É um filme divertido, mas há algo triste nele...

icon_exclaim O Máskara (Chuck Russell, 1994)
O personagem-título é tão carismático, da forma mais bizarra possível, que ele tem que ser o centro das atenções quando aparece. Um papel ideal para Jim Carrey, porque ele pode ser exagerado o quanto quiser (enquanto estiver incorporando o Máskara). Uma das minhas comédias preferidas.

 

 

 

O Corvo (The Crow, Alex Proyas, 1994)

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Eric aparece na janela do apartamento, enquanto a luz ilumina metade de seu rosto, que expressa raiva e determinação, e é uma cena linda de se ver. A beleza é uma característica de todo o filme. A câmera sobrevoa a cidade, imitando o vôo de um pássaro, e como a aparência do ambiente depende da visão do diretor, temos a chance de admirar uma Nova York escura, degradada, suja, perigosa e sempre chuvosa. A arte pode transformar feiúra em beleza, e quando nos deparamos com um beco cheio de lixo e mal iluminado, é uma bela visão, de certa forma...

O desenvolvimento de personagens não faz falta. Não interessa quem são Eric e as pessoas que ele persegue. O que importa é que ele tinha uma vida e um futuro e estava feliz. Também importam as emoções que o guiam, e que são a revolta, a dor imensa pelo que lhe foi tirado injustamente e o desejo de vingança. Elas aparecem com grande vigor, refletindo a força física de Eric e toda a energia que ele e o diretor colocam nas lutas. Quando se trata de crimes, nos identificamos com a vítima e experimentamos o sentimento de vingança, principalmente se os meios legais não conseguem punir o criminoso. Nós queremos que a punição aconteça, mesmo que de forma imoral, e O Corvo nos dá o que desejamos.

Eric mata os seres abjetos que arruinaram sua vida, mas não imediatamente. Primeiro se diverte com eles, numa brincadeira que alimenta nosso sadismo e cria expectativa. A morte mais bonita é aquela que envolve um carro jogado na água, câmera lenta na medida certa, um coral cantando e chamas em formato de corvo.

 

NOTAS:

 

leomaran - 8/10

Scarlet Rose - 8/10

Sith - 7,5/10

Tensor - 8/10

CACO/CAMPOS - 8/10

 

 
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4ª Resenha e Lista do Festival de Adaptações HQ, a lista é a do Forasteiro com o filme A Balada do Pistoleiro, postem as notas até dia 11/07, membros do júri mp-me.

 

 

 

 

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Critérios: cinco filmes da lista não são adaptações diretas de HQs (Os Incríveis, Corpo Fechado, Judex, A Balada do Pistoleiro e Hancock). Entendo a premissa do festival, “Adaptações de HQs”, não somente como a adaptação de uma HQ específica, mas da mitologia e das temáticas que envolvem este universo. Acho as escolhas bastante razoáveis (quatro dos cinco possuem ligações factuais com o mundo das HQs; um deles eu entendo que pode exigir justificativas). Não quero ser extenso aqui na lista, portanto reservo o próprio fórum, onde teremos todo o tempo do mundo, para eventuais contestações que responderei sem problemas.

O top está ordenado por predileção. Acho mais prático. Os filmes para resenha são Marcas da Violência / Corpo Fechado / A Balada do Pistoleiro.

01. Marcas da Violência (David Cronenberg, 2005)

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Marcas da Violência está em outro patamar. Em princípio eu não pretendia afirmar que não entendo nada de HQs porque sei que isto soa apenas como uma tentativa imbecil de rebaixar expectativas, mas a verdade é que não entendo mesmo, e jamais pensei em Marcas da Violência como uma adaptação de sei lá qual graphic novel. Eu mesmo olho para o filme com certa desconfiança nesta lista, mas a possibilidade de citar ao menos uma obra-prima é sempre irresistível.

Marcas da Violência está em outro patamar (me pareceu adequado escrever isto duas vezes). Transpira a essência do cinema de David Cronenberg, este narrador absolutamente único e inimitável. Não escondo que é o filme mais fácil de resenhar. Espero poder falar mais sobre ele.

02. Corpo Fechado (M. Night Shyamalan, 2000)

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— You know why, David? Because of the kids. They called me Mr. Glass.

Como não consumidor de HQs, só entro em contato com sua iconografia através de outras mídias. Talvez por este motivo, Corpo Fechado trabalha algo que considero mais interessante que a própria substância em si da HQ: seu códice e suas formas de construção, abordadas por Shyamalan através da sua velha temática central: o isolamento. Parece-me adequado, já que o super-herói é, fundamentalmente, uma figura solitária. Vou falar mais a respeito se ele for escolhido.

03. Judex (Georges Franju, 1963)

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Judex é seguramente o filme mais metido a besta da lista. Mas eu não me importo, porque ele é também (e de muito longe) o mais belo. Georges Franju (de Os Olhos Sem Rosto) exercita em síntese a composição do icônico, o que, dentro do limite do que penso que conheço, é um conceito seminal na HQ. É a ilustração, acima de tudo, de um artefato que conecta estas duas artes que estamos celebrando aqui: a força da imagem, em torno da qual apenas gravitam, como meros adereços, todos seus demais componentes.

04. A Balada do Pistoleiro (Robert Rodriguez, 1995)

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Rodriguez apreende o códex HQzístico não apenas num maciço aporte de elementos e referências superficiais, mas na cuidadosa e tributária emolduração de seu protagonista. El Mariachi é um super-herói até a raiz dos cabelos, mas não é um herói proveniente da própria cultura cinematográfica (há a sempre inegável contribuição do western, mas para-se por aí), nem o pastiche de qualquer correlativo preexistente nos quadrinhos. Robert Rodriguez captou diretamente da cultura pop, como quem alcança no ar um punhado de estrelas, a alma de um século de HQs, dando vida a uma obra própria. Se pudéssemos olhar para o futuro e documentar as principais influências da HQ na cultura e em outras mídias, certamente pularíamos simples reproduções e adaptações, e começaríamos pelo que há de mais essencial, a partir de uma criação quase espontânea, quiçá inconsciente. O primeiro fruto dessa presença meio espírita das HQs sobre a cultura popular. Vou falar mais sobre se ele for escolhido.

05. Hancock (Peter Berg, 2008)

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Considero Hancock, de forma ainda mais segura e específica que o filme de Rodriguez, um acontecimento no campo das adaptações de HQs para o cinema e no já tratado assunto do intercâmbio entre as diferentes mídias dentro da cultura pop. Trata-se de uma criação consciente (não espontânea como antes, por isso a maior consistência), puramente cinematográfica, fundada sobre a iconografia das HQs. Claro que não é a primeira, mas talvez seja a única a sobreviver sozinha dentro dessa linguagem. Hancock é o universo HQ respirando através do cinema, livre de amarras mais concretas (como uma graphic novel em que se basear ou mesmo um autor que conecte as duas artes). Como resultado, temos uma narrativa toda especial, que amplifica seu próprio universo e introduz o espectador a um novo mundo pelo menos duas vezes ao longo de sua duração (ignorando por óbvio o plot inicial). Difícil mesmo é encontrar quem goste do filme.

06. Os Incríveis (Brad Bird, 2004)

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Outra criação original, mas que ao contrário de Hancock, usa a mitologia como substância e não como veículo para a transposição de uma grafia para outra. Os Incríveis trabalha conscientemente os super-heróis enquanto figuras já incrustadas no imaginário popular e usa destes padrões já estabelecido para ir derrubando expectativas. Mesmo assim, nada daria certo se o universo original criado para o filme não fosse suficientemente fascinante, assim como a mitologia própria de qualquer HQ. É um dos grandes da Pixar.

07. Batman Returns (Tim Burton, 1992)

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Não importa o quanto Tim Burton venha errando nos últimos anos, ele terá comigo crédito eterno por Batman Returns, um filme que tanto não leva a sério sua HQ como quase faz questão de zombar dela. Mas no fundo eu não entendo o desprezo dos fãs (reforçado principalmente agora, depois de Christopher Nolan), já que Burton cultua em Batman Returns elementos que na verdade são basilares à cultura HQ, como a fuga e o próprio fantasiar lúdico sobre a realidade. Além disso, sua estética pesada foi o mais próximo que o cinema chegou de um grafismo essencialmente HQzístico sobre a imagem em movimento (em geral, as tentativas terminam no mero mimetismo, como é o caso de Sin City e Scott Pilgrim. Não é de fato algo ruim, já que as referências rasteiras cumprem exatamente o que se propõem: provocar dedos apontados e gritos de “olha lá, olha lá!” durante a sessão).

08. O Máskara (Chuck Russell, 1994)

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O Máskara é um triunfo da farsa e do absurdo sobre a frieza do real. É claro que o filme não corre os riscos habituais por já estabelecer desde o início uma atmosfera que pende mais para o desenho animado do que para o cinema, evitando rupturas e outros virtuosismos narrativos, mas mesmo assim: qualquer passo em falso o teria derrubado na vala do ridículo. É a diferença, afinal, remetendo à citação anterior, de Tim Burton para Joel Schumacher: a mão do cineasta. Este assunto continua no próximo da lista…

09. X-Men 2 (Brian Singer, 2003)

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Foi quando vi X-Men 3, de Brett Ratner, que tomei um enorme respeito não apenas por Brian Singer, mas por qualquer lunático que ouse adaptar uma HQ. Sendo uma arte baseada basicamente na ilusão da realidade, o cinema se revela um terreno um tanto inóspito na recepção de histórias em quadrinhos. É MUITO fácil errar a mão. Vendo para onde Ratner levou a série, fica fácil admirar X-Men 2 como um grande exemplo de como se realiza uma adaptação. É notável o equilíbrio e a síntese no tratamento de cada drama individual, na evolução de cada personagem, e como o universo particular dos X-Men torna-se fascinante quando balizado por uma direção que (ao contrário do que fez Burton, e sim, eu gosto de ambos por motivos opostos) respeita muito o material que ilustra sem nunca se esquecer de que isto aqui é cinema, não uma mera extensão da linguagem original (um dos motivos do fracasso de Watchmen, por exemplo).

10. Diabolik (Mario Bava, 1968)

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Uma viagem psicodélica sem volta ao inferno pseudo-futurista dos anos 60. Diabolik exala LSD em cada cor berrante e síncope da narrativa, um filme que é documento do que havia de pior na cultura da época, retratada por Bava com uma atitude zombeteira e displicente, mas sempre genial nas escolhas que claramente diretor algum no mundo faria. Dizem ser bastante fiel à HQ original, onde Diabolik é mais um bandido que só se interessa por ouro e sexo do que um super-herói.

11. Batman – O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan, 2008)

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O crônico problema de condução de ritmo de Christopher Nolan, aqui, como que por obra da reza de milhões de fãzóides histéricos, é o principal trunfo no entretenimento de O Cavaleiro das Trevas. Nolan foge à estrutura clássica da narração não por iniciativa consciente, mas por providência acidental. TDK mantem-se em um pico ininterrupto de tensão por pelo menos uma hora e meia, em uma sequência de acontecimentos amontoados como pretexto para a sustentação da ação e do suspense. A lógica (contrariada aqui) é que isto dê muito errado, como aconteceu em A Origem.

Essa constância autossustentada em TDK só é possível porque Nolan gastou um filme inteiro para introduzir sua versão de Batman, desconstruindo boa parte do que o cinema entendia até então por adaptação de HQs. Nolan aprisiona-se a um realismo que, em BB, me pareceu injustificável, mas que agora faz todo o sentido. TDK pode regozijar-se longamente com o que foi construído em Batman Begins, ignorando o que nele já fora esgotado (dramas, personagens, desconstrução e reconstrução de uma mitologia) para focar no entretenimento bruto, o que é muito bom. Seria ainda melhor se Nolan fosse um grande diretor de ação (ou se fosse um grande diretor), mas a mim isto basta sem maiores problemas.

 

 

 

A Balada do Pistoleiro
(Desperado, 1995. de Robert Rodriguez)

 


 

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— Saw his face?
— His face? No... His eyes.


A primeira aparição é um acontecimento místico. “As luzes iam se apagando só para ele”, diz Steve Buscemi a um bando de embasbacados como quem conta uma história de acampamento. Desde já fica claro que El Mariachi não é um homem; é um ser etéreo, habitante do imaginário que visita o mundo de baixo de tempos em tempos pra meter bala e chutar uns traseiros. É o passado trágico, ter o irmão como arqui-inimigo, ter um nickname, um uniforme… E não há transição. Se vemos Peter Parker virar Homem-Aranha e Bruce Wayne se tornar o Batman, El Mariachi abre o filme já envolto em sua lenda. A história de Buscemi é o primeiro tributo a uma vitória sobre a monotonia do real que Rodriguez ensaia durante todo o filme. El Mariachi é antes um herói narrado por terceiros nessa diegese que se desdobra do que ele mesmo, um personagem sobre o personagem, é antes a roupa preta, o case cheio de armas e a violência fantasística do que um rosto discernível ou qualquer outro traço que lembre uma figura humana.

Essa mitologia fanática por si mesma não é a adaptação de uma HQ em específico nem um filme-referência (cito respectivamente Sin City e Planeta Terror), mas uma invenção que sorve da cultura popular sua matéria-prima. Duvido que Rodriguez tenha pensado em super-heróis ao criar seu El Mariachi, porque não foi preciso. Quando certa iconografia está suficientemente entranhada no imaginário pop, não carece de lógica ou raciocínio, apenas instinto.

Esse universo magístico que Rodriguez conjectura se farta de excessos visuais e cria para A Balada do Pistoleiro um traço próprio, de uma imundície, uma aridez; o mundo que o herói pisa é extensão dele mesmo. Esse hermetismo gráfico é quase cartunesco às vezes, como o chão ensanguentado do bar após a chacina, ou o banheiro cheio de merda que esconde um cartel de drogas, ou no muquifo que lhe serve de batcave: da trilha mexicana às velas vermelhas à água podre que escorre por sobre o espelho usado para o Mariachi vestir sua fantasia. O mundo inteiro parece estar em avançado estado de decomposição por culpa desse intercâmbio interior–exterior que muitos já encenaram (Melville, Mann, Zurlini): há um corpo em algum lugar de A Balada do Pistoleiro.

Como tantas vezes nos quadrinhos, morre o homem e nasce o alterego no momento da tragédia que o define enquanto herói: o assassinato da mulher amada e o tiro que lhe aleijou a mão, epígrafe de sua mitologia. O antigo mariachi era um homem comum até adquirir seus superpoderes, ao mesmo tempo um dom e uma maldição. A mão quase dividida ao meio por uma bala, tornando-se incapaz de aprender novamente a delicadeza da música, refugia-se no simplismo duro do revólver, instrumento que exige apenas um dedo para ser executado. Lançar chamas pelos olhos e ter a força de dez homens é nada diante de um desejo de vingança contra tudo que se move.

El Mariachi nasce super-herói não por iniciativa consciente, mas porque a virtude insurgente dos quadrinhos aparece como atalho mais rápido para a sintetização da fantasia (um dínamo), para zombar do realismo canhestro em que o cinema tende a se imergir e celebrar o impossível enquanto entidade fundante de toda criação, ainda que essa loucura seminal, por onde começa toda forma de arte, venha a ser domada por um autopoliciamento broxante ou pela força das circunstâncias (como aconteceu com Rodriguez).

Não é por acaso que tudo em A Balada do Pistoleiro corresponda a um sonho da ficção que se dobra em si; um gozo demorado. Quando filmou El Mariachi, 3 anos antes, Robert Rodriguez fez o filme que pôde (ele usava uma câmera — a única que tinha — montada sobre uma cadeira de rodas velha para fazer os travellings). A quem viu de repente seu orçamento de US$ 7 mil virar US$ 7 milhões, A Balada do Pistoleiro é um mundo de brinquedo. Sua simples existência basta para que se engaje sobre ele uma fruição inabalável. O cuidado pra que cada cena seja a melhor de todas e pra que cada momento seja histórico mergulham o filme no mais delicioso over criativo, uma livre vazão a vontades incensuráveis que definem o cinema histriônico de Rodriguez.

Afinal ambos, o cinema e a HQ, parecem nascer dessa mesma inocência e desse mesmo protesto: a ilusão da finalidade em si mesma, o prazer da invenção de um segundo universo (porque o primeiro não é mais suficiente). Ambos começam porque alguém se rebela contra a realidade a tal ponto que elege como necessidade primária a criação de uma realidade nova, menos chata, mais cheia de homens voadores e lança-mísseis ambulantes. Há mais semelhanças que diferenças entre A Balada do Pistoleiro e uma revista do Fantasma, há esse ponto incontornável onde as duas artes acham uma à outra: por trás da existência tanto de um filme quanto de uma história em quadrinhos está o ingênuo esforço para fazer do mundo um lugar mais interessante.

 

 
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 Sou obrigado a criar polêmica. Até posso dar uma nota pra resenha do Forasteiro. Mas me parece ir contra a lógica do festival. Embora o Forasteiro tenha justificado , devo dizer que não concordo com o argumento.

 

 Por mais que possa beber na fonte das hqs, A BALADA DO PISTOLEIRO não é uma adaptação de uma hq, manga ou qualquer obra. Até onde sei, era a proposta inicial desse festival. Então, eu não sei se posso(ou devo) julgar esta resenha.
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Hmm, não li a resenha, mas li as justificativas do Forasteiro para a lista. Ele escreve tão bem que quase me convence, mas vou ficar com o Questão - ainda mais depois de tudo o que li (não direcionado a mim, mas sim ao silva, ao lemaran etc) no tópico do Tela Quente - e discordar significativamente da posição tomada pelo Foras.

 

 

 

Acho que o mais legal do Festival foi justamente trazer os fãs de HQ aqui, até para entendermos estas comparações/adaptações. Subverter a lógica às vezes faz bem, contudo vejo a lista "em outro patamar" (se me permite copiar sua expressão, Foras), praticamente impossibilitando o julgamento - que é comparativo. Estarei de olho, contudo, nos desdobramentos (que, espero, ocorram) a esta tentativa de quebra pelo Foras, sempre muito importante ao tentar questionar os modelos que tomamos como base.

 

 

 

Só sei de uma coisa: se o Amfibio estiver julgando, você vai tomar 0, ainda mais por ter colocado um filme francês e um italiano, haha.

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 Sou obrigado a criar polêmica. Até posso dar uma nota pra resenha do Forasteiro. Mas me parece ir contra a lógica do festival. Embora o Forasteiro tenha justificado ' date=' devo dizer que não concordo com o argumento.

 

 Por mais que possa beber na fonte das hqs, A BALADA DO PISTOLEIRO não é uma adaptação de uma hq, manga ou qualquer obra. Até onde sei, era a proposta inicial desse festival. Então, eu não sei se posso(ou devo) julgar esta resenha.
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acho que não é você quem está criando polêmica.

Se o concorrente sequer se importa com as regras da brincadeira porque o jurado deveria se importar com esse concorrente?

 

De boa, nem o filme da resenha e sequer alguns filmes da lista foram baseados em HQ.... e não conseguiu fazer uma lista mínima de 15... Foras só quis se perfazer, para variar.
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 Tem razão, não sou eu que estou criando polêmica. Ela já esta pronta. Mas a questão não é esta.

 

 Só que esta lista passou pelo NACKA e passou pelo SILVA, que inclusive escolheu um filme que não é baseado em nenhuma historia em quadrinhos. Agora a lista é publicada. E me pergunto, como julgar uma resenha do festival de ADAPTAÇÕES de hqs, se ele não é uma adaptação de nenhuma outra obra? Pessoalmente não vejo como.

 

 Acho que teremos que ver com o NACKA que é o coordenador do festival pra ver como esta situação sera resolvida.
Questão2011-07-10 01:30:22
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Forasteiro - 3,5/10

 

Lista - 1/5 - Porque, apesar de procurar sair do óbvio, fugiu também da proposta do festival, que, neste caso (ainda mais do que no de ação, em que eu também encontrei problemas), me parece estar bastante definida. E tem Hancock 06

 

Resenha - 2,5/5 - Está muito bem escrita e expõe os argumentos para a escolha do filme, com os quais não concordo. Acredito que a trajetória da formação de um herói, ou anti-herói, esteja presente na maioria das histórias desde os primórdios da humanidade. Não acho que o filme beba na fonte dos quadrinhos e sim que as HQs, de diversas formas diferentes, conforme seja o foco da publicação, se utilizem dessa mitologia milenar, assim como o filme. E, neste caso, só foram levadas em conta as histórias em quadrinho de super-heróis. Se o festival fosse sobre adaptações literárias, por exemplo, você poderia utilizar A Balada do Pistoleiro e citar O Conde de Monte Cristo (que tem muito a ver com todas as histórias de vingança atuais, na verdade) como uma referência. Eu acharia errado da mesma forma, porque não se trata de uma adaptação e sim da utilização de uns poucos elementos extraídos da obra.  Nessa mesma linha de cálculo, outros longas de faroeste poderiam entrar em uma lista como essa. Concordo que A Balada do Pistoleiro poderia ter sido uma HQ, mas muitos outros filmes também e essa não é a ideia do festival.

 

Dei notas, mas, assim como o Questão, não sei se seria o caso.
leomaran2011-07-10 01:46:53
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É, eu não achei que o pessoal ficaria tão preso a essa coisa de adaptações = adaptações. Achei que o festival teria mais filmes como Os Incríveis e Corpo Fechado (que é um dos prêmios do festival inclusive, e não é adaptação nenhuma).

 

 

 

Não foi pela polêmica. Acontece que já que achei que seria normal o pessoal colocar não apenas adaptações ao pé da letra, o festival ganharia naturalmente uma dinâmica de bate-papo a respeito de cinema/HQ. Resumindo, achei que o festival fosse pra falar sobre filmes (Tensor foi o único até agora), e pensando nisso, achei que a ideia da resenha seria uma boa contribuição, assim como os assuntos que tentei desenvolver rapidamente ao longo da lista. Eu acredito em tudo que disse sobre Desperado, por isso não teria motivo para NÃO incluí-lo. Achei que a ideia contribuía.

 

 

 

Mas enfim, eu tô sentindo que se a gente ficar nessa coisa de regras, que é de uma desimportância tremenda, tudo vai pelo ralo, então é bom resolver logo. Acho muito inútil ficar discutindo isso. Eu não vou dizer que estou me retirando da disputa porque seria no mínimo oportuno, hehe, acho que os votantes e os jurados tratarão de me pôr para fora da competição por meio das notas, organicamente. Não me importo mesmo, acho que isso aqui deveria ser “9 partes festival / 1 parte competição”, no máximo. Como agora entendi que a proporção é inversa, ficou parecendo que me inscrevi na verdade pra outra coisa, então do ponto de vista da competição eu entendo e concordo com vocês. Então sigamos em frente, porque isso é perda de tempo.

 

 

 

A questão que o Leomaran levantou foi a primeira que eu considerei antes de colocar Desperado na lista. Eu pensei exatamente isto que você pensou: “bem, se eu disser que posso associar Desperado a HQs, então eu posso associar o que eu quiser a qualquer coisa”. Não, isso é só viajar na maionese, e é ridículo. Há um tempo atrás, num outro fórum que eu frequentava, um usuário chamado Freak insistia que o Indiana entrar em uma geladeira no início de Indy 4 era uma homenagem do Spielberg a De Volta Para o Futuro. Por quê? Porque na primeira versão de rascunho de roteiro do filme, Gale e Zemeckis pensaram a máquina do tempo como uma geladeira, haha. Bons tempos... as pessoas não riem mais em fóruns como riam antigamente.

 

 

 

Todas as formas de arte são reinvenções umas das outras. O motivo pelo qual isso não gera um círculo vicioso interminável são as contribuições de cada arte ou cada fase desta arte, onde tudo o que muda é a forma: é sempre uma maneira um pouco diferente de contar a mesma história. Cada arte, cada plataforma, cada novo autor em uma nova época ou um novo lugar adiciona uma pequena mudança, que se for suficientemente relevante, será incorporada. Acho que, de tempos em tempos, essas mudanças são tão significativas que acabam compondo um códice próprio, e podem enfim ser definidas como uma nova arte, ou um novo estilo, uma derivação, algo que, por ter desenvolvido toda uma linguagem e uma dinâmica características, necessita de uma classificação especial que o diferencie da sua fonte (isso ocorre não apenas entre mas dentro das artes. Cinema: western, noir, giallo / nouvelle vague, neorrealismo italiano, old hollywood, cinema comercial americano pós-Spielberg, etc). Ou seja, pela mesma lógica, eu não teria o cinema, eu não teria as HQs, eu não teria nem a literatura: seriam todos versões diferentes de tragédias gregas. Por isso acho ridículo quando leio que “a gênese das HQs está nas pinturas rupestres, porque estas pinturas continham uma história da caçada do mamute”, o caralho! Pra mim isso é tão viagem na maionese quanto.

 

 

 

O motivo pelo qual não posso retornar a Adão quando falo sobre Desperado é o mesmo. Há uma progressão a ser obedecida. Ainda que todo filme tenha uma história de vingança, é ainda um filme, não literatura em imagens, ou teatro com ponto de vista, ou fotografias em sequência. Vejo Desperado como essa criatura diferente no cinema porque a base de sua construção passa pelo filtro da HQ, ainda que, se você quiser, ela possa retornar a qualquer ponto da história assim mesmo, aleatoriamente. Não volta porque há elementos que a HQ adicionou, que eram inéditos e que nos livram daquela prisão do círculo interminável, como falei antes. Não são apenas as rupturas, mas as incorporações que cada arte faz da outra que permitem uma evolução e uma diversificação, que permitem que cada forma de arte marque um povo ou uma época.

 

 

 

Eu posso estar errado? Ora, é claro que sim. Inclusive é provável que eu esteja, ou alguém já teria percebido isso antes, mas acredito muito que, se não foi com Desperado, haverá algum ponto da história do cinema em que a HQ será incorporada de modo orgânico (corrijam-me, mas o contrário já não aconteceu? As HQs não incorporaram enquadramentos e composição de planos típicos de linguagem cinematográfica? Não é uma pergunta retórica, eu não sei mesmo, então respondam se puderem). Afinal, ainda no séc. XX, o cinema já incorporou a música, a fotografia, a literatura... se a HQ é uma arte mesmo, o que o impediria de compor-se também com elementos dela? E não, eu não falo de adaptações. Isso seria o equivalente pra mim a você falar de cinema e teatro e fazer o que o Bergman fez com A Flauta Mágica, pôr uma câmera pra filmar a peça no palco, ou falar de cinema e música e dar como exemplo um acústico da MTV. Não há intercâmbios entre as duas linguagens, apenas a apropriação de uma pela outra. Desperado, pelo contrário, pode ser o início de uma assimilação natural para a criação de uma legítima sub-linguagem entre cinema e HQ.

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Forasteio eu até curto a lista que você fez dos filmes, mas cara você criou um paradoxo aqui no forúm pois são longas de heróis baseados em hqs eles seguem a estrutura narrativa e liberdade poetica deste segmento. mas infelizmente não foram baseado em hq.

 

Lista 6/5  Apesar de quase metade da lista fugir da regra aqui da votação não pode menosprezar por completo as escolhas, eu particularmente acho Os Incriveis e Corpo Fechado os melhores longas sobre heróis em si.

 

Resenha 5/5  Para mim foi o melhor momento do Robert Rodrigues c Antonio Bandeiras e a resenha tá otima, a nota baixa e pra não prejudicar os demais participantes.
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Gostei muito da participação do Foras, especialmente pela transgressão num ambiente tão conservador quanto o dos admiradores de HQ e por ter sido, até o presente momento, o participante que melhor conjugou forma e conteúdo, inclusive com boa vantagem quanto aos demais.

 

 

 

Até que ponto a linguagem dos quadrinhos não se destacou de seu próprio veículo e paulatinamente passou a ser reconhecida como base autônoma suficiente para a criação de um filme?

 

 

 

O que, afinal de contas, diferencia filmes como Os incríveis e Corpo Fechado de Kick-ass e outros é basicamente o fato não terem sido elaborados a partir de produtos previamente publicados? Esses produtos, aliás, são mais importantes que seu códice e suas formas de construção, conforme apontou o Foras?

 

 

 

São questões que na minha opinião são muito pertinentes e raramente abordadas. Se a lista e os comentários do Foras não atenderam a expectativa purista ao redor da festival, pelo menos suas colocações deveriam subsistir, ainda que a título de discussão.

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Discordo, se até no Oscar existe a diferença em Melhor Roteiro e Roteiro Adaptado, pq um festival cujo nome é Adaptação de HQ teria filmes não adaptados de HQ?

 

Além do mais, acredito q nos últimos anos, os HQ estão com uma linguagem mais cinematrografica, o caso de El Mariachi é justamente esse aqui, pq se formos abrir espaço, uma porrada de filme poderia entrar na lista...

 

 

 

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Cara, já está claro que o Foras não está ligando para o fato de ser desclassificado, mesmo que de maneira velada. É só uma oportunidade para se discutir os desdobramentos mais interessantes do tema principal do festival e, é claro, cinema.

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Cara' date=' já está claro que o Foras não está ligando para o fato de ser desclassificado, mesmo que de maneira velada. É só uma oportunidade para se discutir os desdobramentos mais interessantes do tema principal do festival e, é claro, cinema.[/quote']

 

ele criou uma oportunidade para discutir desdobramentos... tá bom, senta lá06

 

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Cara' date=' já está claro que o Foras não está ligando para o fato de ser desclassificado, mesmo que de maneira velada. É só uma oportunidade para se discutir os desdobramentos mais interessantes do tema principal do festival e, é claro, cinema.[/quote']

 

ele criou uma oportunidade para discutir desdobramentos... tá bom, senta lá06

Pelo menos foi só uma pessoa. Se todo mundo ou a maioria resolvesse estender a interpretação sobre o tema, os festivais meio que perderiam o sentido. Eu nem ia dizer nada sobre o assunto, mas a defesa do Gago é de lascar... smiley24

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Ok, interessante, como o Nacka havia previsto. hehe

 

 

 

Ainda pretendo ler tudo melhor, pensar mais e etc... O que o Foras levantou é realmente interessante, mas também é um suicídio quanto a competição. Pelo menos ele não se importou com isso.

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Eu já repassei para o júri (àqueles que me pediram uma posição)' date=' minha opinião sobre a lista e a resenha do Forasteiro.
[/quote']

Pq só pro júri? Fala pra nós também.

 

Tensor, vocês façam seu próprio juízo. Nesse sentido estão mais livres do que o júri para pontuar, elogiar ou penalizar a lista do Foras aqui mesmo no tópico, as considerações dos jurados e suas notas serão conhecidas no final. Só lembrando, nós tivemos um episódio semelhante com o silva no Festival passado e que me parece, ter sido resolvido a contento.

 

Acho impressionante o furor que qualquer coisa que o Forasteiro participa, causa. E Foras, dessa vez não tive qualquer culpa... como se verá mais tarde... 19

 

lol

 

 

 

 
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Se ele não se importava com a competição e discordava das regras do festival, deveria ter pontuado tais discordâncias antes do esquema começar.

 

 

 

O Foras escreve lindamente, mas a falta de contexto foi grosseira. Acho pedantismo tentar inventar moda em um jogo cujas regras foram discutidas com antecedência e aprovadas por todos os participantes.

 

 

 

Qualquer resenha dele é sempre muito bem-vinda. O Luiz escreve bem pra caralho, é uma delícia de ler, mas acho que a fuga do contexto original não pode ser ignorada. Estou com o Questão. Precisamos ser coerentes.

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Ta, pra não arregar.

 

 

 

Vamos ignorar a restrição máxima do festival (e nesse caso, seria a única mesmo), que seriam válidos apenas filmes que necessariamente originassem de uma HQ, e vamos utilizar essa ótica do Foras, aonde é válido também todos os quais se apoiassem na mitologia fantástica que nos habituamos a ver nos quadrinhos. Ok.

 

 

 

Não vi A Balada do Pistoleiro (sou um filho da puta mesmo, eu sei), então vou malandra e superficialmente me apegar em exclusivo a descrição inicial do Foras (não é o ideal, mas enfim, é o que tenho): Nickname, uniforme, ambiente de um exagero quase cartunesco, esse lance do "um ser etéreo, habitante do imaginário que visita o mundo de baixo de tempos em tempos pra meter bala e chutar uns traseiros." que o foras digitou tão belamente (sabe escrever esse guri), e todo o resto. E o principal, de que isso não é um filme referência, como Sin City, Kill Bill e etc, mas sim como se fosse criado através dessa "iconografia entranhada no universo pop", no instinto. Vou acreditar cegamente de que tudo isso seja verdade, o que tornaria essa uma das análises mais interessantes que eu li em bastante tempo. Essa diferenciação principalmente, pq apesar de Kill Bill se banhar de tudo isso que tu citou, ele é muito antes de qualquer coisa um cinema referência.

 

 

 

Já em Corpo Fechado - sempre seguindo a ótica que tu escolheu - eu acho que fica mais complicado. Sim, é um cara que se descobre um super herói. É um cara que tem que enfrentar um lunático que quer se fazer por super-vilão. É um filme carregado pelos elementos característicos de HQ: herói com nome e sobrenome iniciando com a mesma letra, nickname, etc, etc. Mas são esses elementos totalmente deturpados, destroçados, desconstruídos, de forma que todo o fantástico da coisa seja marginalizado pra uma versão podre e mais real, bem pouca HQzistica. É um filme que fala de HQ, de certa forma, mas é um filme que passa "fora" dela. Mas enfim, é uma visão bem particular.

 

 

 

Já Os Incríveis, apesar de ser um filme bacanudo de Super Herói, eu vejo que ele é muito mais referencial ao próprio cinema de ação do que histórias em quadrinho. Até pq história de quadrinho não é necessariamente = super herói. Essa é uma mitologia forte no cinema também, e acho que Os Incríveis vai mais pra esse lado.

 

 

 

Mas não tem como dizer que não foi interessante o que o Foras levantou. Mas claro, saiu da proposta e tudo mais, pra questão de competição eu teria muita dificuldade em avaliar. Mas enfim, ele se deu conta disso e parece não se importar. Então as notas aqui são irrelevantes.    

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Mas não tem como dizer que não foi interessante o que o Foras levantou. Mas claro' date=' saiu da proposta e tudo mais, pra questão de competição eu teria muita dificuldade em avaliar. Mas enfim, ele se deu conta disso e parece não se importar. Então as notas aqui são irrelevantes.   [/quote']

 

As notas podem até ser irrelevantes (diabos! qual é o problema de dar 1 ou 0 para o cara e dizer porquê? É, eu sei mas não sou louco de dizer) mas a discussão não, acho que pelo texto, o Foras merece ao menos isso.

 
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Enfim, então vá lá:

 

 

 

Daria 10 se tivesse na proposta, mas dou 7 pq saiu muito.

 

 

 

Pra questão de notas vou fazer que nem no festival de ação então. Imagino a lista e resenha como se não fosse um festival tão especifico, o que eu pensaria dela nessa ótica, e depois tiro 3 pontos. Acho justo, pq não desprezo o trabalho que a pessoa teve, mas também não sou injusto com que fez tudo na proposta.Tensor2011-07-10 21:17:19

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