Jump to content
Forum Cinema em Cena

Adaptações de HQ, o Festival_Pag. 18.


Nacka
 Share

Recommended Posts

  • Members

Desde já peço desculpas à Lolla' date=' porque diante das últimas mensagens me vi forçado a fazer um último adendo ao assunto anterior.

 

 

 

De tudo isto ficou apenas a crença de que quebrei as regras conscientemente, sabe-se lá com que intenção. Ok, vou copiar aqui os dois trechos-chave da regra nº1 do Festival:

 

 

 

- "Preparem uma lista com a quantidade de filmes que acharem representativos dentro do gênero adaptações HQ,"

 

 

 

- "Faça a lista de sua preferência com filmes que tenham representatividade para você"

 

 

 

"achar", "representativos", "gênero" (como ideia ampla e inespecífica), "de sua preferência" e "para você" são marcas de subjetividade. Ou seja, tanto não estava tão claro assim como a regra oficial do festival levava sim a crer numa noção mais maleável.

 

 

 

Talvez vocês achem pouco para uma justificativa, mas eu acho razoável. É claro que a partir disso você pode duvidar da minha intenção por N motivos, mas não porque a regra do festival era indubitável e não permitia a interpretação que infelizmente acabei tendo.

 

 

 

Desculpe de novo, Lolla. Com mais tempo vou ler o texto, a lista e as respostas que parecem estar muito boas.[/quote']

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foras, na boa, acredito que te confundiste com as regras ou não as leu e ao invés de tirar suas dúvidas com o Nacka ou mesmo expo-las aqui, decidiste atirar no escuro e perder um tempão fazendo uma (bela) resenha que no fim das contas não entrou em competição.

 

De qualquer forma acho que estás errado. As regras pareceram bem claras a todos. Só tu não entendeu? Hummm...

 

 

 

E na boa, entendo e acho que tu realmente não leste com atenção a proposta do festival. Não cheguei a me irritar contigo, mas com certas defesas completamente wtf que eu li aqui. Uma que tu não precisavas desse tipo de intervenção em teu favor e outra que a opinião a que me refiro mais fazia uma exibição do próprio interlocutor do que uma defesa sincera da tua resenha.

 

 

 

Vamos seguir. Participa aê. Dê nota a minha humilde resenha 05.gif

Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

Esquece o De Palma' date=' to falando do Burton. Você disse que Returns é mais filme que TDK, mas não disse porquê.

 

 

 

Eu acredito no contrário, porque acho Returns um filme vazio, por assim dizer. É um filme oco, com visual arrebatador, mas com história rasa.

 

 

 

PS: Você se diverte com pagode?   06.gif [/quote']

 

Ahh tá, sobre o Returns então.

 

Para argumentar nesse caso eu tenho que estabelecer uma premissa básica: Cago para quadrinhos, meu negócio é cinema.

 

Dito isso, quando o primeiro acorde da melhor trilha já feita na história do cinema invade nossos ouvidos, quando os primeiros frames surgem na tela, tu já sabe que está diante de algo pessoal, escuro, adulto, estranho. Tu já está no mundo do filme. E daí para frente o Burton desfila com uma elegância suprema. Nenhum personagem é fraco, nada do que é dito é disperdiçado e tudo se encaixa perfeitamente na proposta do cara. É uma engrenagem cinematográfica perfeita. Gostar ou não é subjetivo. Mas impassível ninguém fica. E pra mim aquilo é a única obra prima baseada em quadrinhos já feita. E, bizarramente, já que o considero o melhor ator ever, fez bem ao filme se livrar das amarras do Nickolson. Roteiro pra mim não é nada perto da parada sensorial do filme.

 

Já o TDK sofre do mesmo problema de todos os filmes do Nolan. Ele é um ótimo roteirista, mas um diretor ruim. Eu vejo enorme potencial em seus roteiros, mas o Nolan diretor (quase) sempre fode seus filmes com suas cenas mequetrefes de ação e sua completa falta de identidade cinematográfica. Os frames do Nolan são facilmente esquecidos. E em TDK é a mesma merda. A diferença é o personagem absolutamente foda do Ledger. Cada momento que esse maluco aparece na tela temos uma OP. E porque, já que o Nolan dirige mal? Ao meu ver, porque temos 2 fatores fodas em conjunto. Atuação e roteiro. Mas nem acho que o Nolan não tem salvação. Às vezes ele demonstra um timing foda e tenho que admitir que o cara sabe terminar seus filmes. Prestige (seu melhor filme) e Inception tem finais geniais. TDK é quase isso, se não fosse o excesso de queijo.

 

E não, não me divirto com pagode, hehehe

 

 

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Lolla, eu assumi com todas as letras, duas vezes, que estava errado e que concordava com as colocações, mas não sei ninguém leu ou se acharam que era ironia. Vai saber. Enfim:

 

 

 

Sobre Constantine: acho que o filme tem um problema de tom ou mesmo de identidade, não está nem para o suspense e nem para a aventura, e creio ser por duas razões: acho que Lawrence não tem a manha/o talento pra se sustentar em um gênero que exige tanto a mão do diretor como o suspense (ou mesmo o terror, mas não acho que seria o caso), por isso é até uma boa coisa que ele não tenha essa pretensão; para o outro extremo, Constantine parece se levar a sério demais para permitir uma pegada mais aventuresca/oitentista/etc (penso no que Carpenter e Joe Dante fariam, por exemplo). Nesse limbo entre gêneros, aquela aura noir, que paira em uma cena ou outra, parece funcionar muito bem, mas ainda assim, Constantine não é engraçado, não é tenso, não é intrigante, não é fascinante em sua mitologia, não é coisa com coisa. Por alguma razão, mesmo assim, eu não consigo odiar o filme. Se chegar a assistir de novo vou ver se descubro por que.

 

 

 

Sobre TDK: como disse na lista, considero TDK uma espécie de milagre narrativo cuja eficiência eu não sei se tem muito a ver com Christopher Nolan, um diretor que enfrenta sérios problemas exatamente nesse aspecto. Por alguma estranha razão não me ressinto que a ação (a princípio o grande vértice em TDK) seja ineficiente ao longo de todo o filme (afinal foi o mesmo problema que fez de A Origem algo inassistível), há qualquer tensão latente que percorre e que sustenta algo em torno de 1h30min em que nada acontece, apenas perseguições, tiroteios, sequestros, explosões, etc.

 

 

 

Talvez o Tensor tenha razão, talvez seja o Coringa que mantenha TDK de pé apesar de parecer que o filme vá se desmanchar a qualquer momento. Não o Ledger (não o acho extraordinário; na verdade acho que ele se beneficia muito de todo o aporte que o Nolan constrói para que ele brilhe e da própria mítica em torno do personagem [aliás, o Scofa escreveu há anos um texto sobre isso, se não me engano chamado "Grande atuação ou grande personagem?"]), mas o próprio Coringa e como ele infecta tudo a seu redor. Há uma lógica semelhante em Zodíaco, do Fincher, um vilão cuja impresença envenena todos os personagens. Neste aspecto parece perdurar sempre uma expectativa sobre como cada vida em jogo no filme (e são várias) será afetada ou mesmo destruída pelas ações diretas ou indiretas do Coringa. Talvez TDK seja mais que tudo um filme de personagem antes de um filme de ação, é a única coisa que explica, e aí entra outra questão que eu falei na lista: a necessidade de desenvolvimento deste novo universo e destes novos personagens em Batman Begins, um filme ruim, mas que serve de calço a TDK muito bem.

 

 

 

Sobre Burton x Nolan: o que o FelDias ensaiou é o princípio de mais uma discussão forma x conteúdo. Isso é questão pacificada, imagino: forma >>>>> conteúdo.

 

 

 

Mas o entendo enquanto fã a respeito do diferente tratamento que Burton e Nolan dão a Batman. Nunca li a HQ, como já disse, mas o que me parece (principalmente pelo que já li a respeito da repercussão negativa que o filme teve na época) que Burton limpa a bunda com a HQ original, e isso deve ser difícil para um fã aturar: seu objeto de culto finalmente vai ganhar uma versão no cinema (penso no cinema como o último estágio para qualquer material desenvolvido em outras artes), e o que sai é aquilo de que falávamos antes: a opressão de uma arte sobre a outra, a mera apropriação que Burton faz do universo do Batman para construir a sua própria obra.

 

 

 

Eu admiro o filme por isso, mas também admiro o X2 do Singer por fazer precisamente o contrário. Não há regras no cinema. Ontem estava assistindo a um bate-papo entre Ricky Gervais, Chris Rock, Louis C. K. e Jerry Seinfeld a respeito de comédia (viram isso? é fantástico, mas o youtube já tirou do ar). uma hora o Gervais pergunta ao Jerry se há assuntos sobre as quais não se deve fazer piadas. Jerry responde: "não é 'deve', é 'pode'. Você pode?", ou seja, você consegue? Mesmo que você não devesse vandalizar o objeto de culto de milhões de fãs, você é capaz de fazer um bom filme disso? Se sim, ok.Forasteiro2011-07-12 20:13:21

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Ótimos comentários.

 

 

 

 

 

Mas me referi a estares errado quanto a qualquer ambiguidade nas regras. Para mim, os teus apontamentos não enebriam minimamente as orientações inicias do festival e não consigo entender como cargas d'água chegaste à conclusão de que uma distorção tão absurda caberia no contexto.

 

Foras, vc vê duendes pulando nas frases? 06.gif

 

 

 

Mas voltando à discussão: espero que não pareça que desgosto de Batman Begins ou que subvalorizo TDK aquém do Ledger. Não é pouco colocar em oitavo lugar um filme em uma lista que tinha uns 15 nomes e todos muito apreciados por mim (só para citar um exemplo, não entrou no top 10 a bárbara adaptação da HQ American Splendor com o fodaço Paul Gimatti).

 

 

 

Só acho que o Nolan tem muita imaginação, mas sofre de sérias dificuldades para transpor seu universo particular para os filmes. É um excelente criador, mas apenas regular desenvolvedor. Falta a ele algumas coisas, mas chego a achar os dois Batman infinitamente superiores aos filmes do Burton, por exemplo. Aaaanos-luz mesmo.

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Sobre o Coringa do Ledger, nunca tinha pensado sobre ser mais mérito do Ledger ou do Nolan. O que eu acho é que o Nolan mentaliza muito bem suas cenas mas na hora de transpor para a tela falta o talento à mais. No caso do Ledger, sim, o personagem é foda e sim, o "timing" é muito bom, mas acho que os principais méritos são da atuação mesmo. Tom de voz, entonação, olhar, enfim, as coisas que compõe uma atuação foda. Podemos até analisar por exclusão. Qual outro "atuação/personagem" relevante que o Nolan já "criou"? É só pegar o Batman do Bale, que é de dar pena. Além disso, Begins me dá ansia de vómito de tão ruim. Em Begins não tem o Ledger ou o Coringa.

 

Torço para ser desmentido com o novo Batman e para que Nolan crie novamente um personagem fodão, até para que eu acredite que foi "culpa" dele. E vamos e convenhamos, com o casting até agora, ele vai ter que se esforçar (a Zoiuda de Catwoman, um zé-ninguém de Bale). Só o Hewitt se salva.

 

E sim, a discussão que o Feldias abriu foi a velha formaxconteúdo. E concordo com o Forasteiro.

 

Aliás, o filme que ele escolheu para resenhar é foda, foda, foda e entraria fácil em quase todos os tops possíveis, menos nesse (embora também veja diversos elementos "quadrinescos" no mesmo).

 

      

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

O Nolan escolheu o Ledger porque enxergou nele potencial para dar ao personagem o tom que ele esperava (e que certamente foi uma opção estilística dele em primeiro plano).

 

 

 

Fora que as limitações criativas foram maiores no primeiro filme e em TDK Nolan já podia respirar um pouco mais aliviado e gozar de uma autonomia muito maior. Memento é fantástico, OPzona dele e tem um personagem bem foda no centro fazendo a coisa toda andar. Óbvio que o Guy Pearce é um bom ator, mas nunca fez e duvido que ainda fará um personagem tão bom.

 

 

 

Não espero grande coisa deste terceiro filme e muito menos da Hathaway, mas me sinto na obrigação de dar ao diretor, por tudo que já entregou, um voto de confiança.

Link to comment
Share on other sites

Que pena que não gosta, PT. Acho Memento desesperadamente magnífico. A comparação com qualquer outro filme do Nolan é impossível (e olha que eu de fato gosto MUITO de TDK e The Prestige).

 

Parece que a resenha da Scar ficou boa, mas não li ainda. Vai ser difícil avaliar porque eu realmente detesto Constantine.

 

 

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

Sobre Burton x Nolan: o que o FelDias ensaiou é o princípio de mais uma discussão forma x conteúdo. Isso é questão pacificada' date=' imagino: forma >>>>> conteúdo.

 

[/quote']

 

 

 

Discordo. Conteúdo e forma tem que agir em conjunto, um contribuindo para o outro e vice-versa. Não há prioridade aqui em nenhum sentido. Cinema é equilíbrio. Um filme com forma e sem conteúdo é um filme oco, supérfluo e fútil, apesar de belo. Ou seja, é um filme típico de Tim Burton.

 

 

 

Mas o entendo enquanto fã a respeito do diferente tratamento que Burton e Nolan dão a Batman. Nunca li a HQ, como já disse, mas o que me parece (principalmente pelo que já li a respeito da repercussão negativa que o filme teve na época) que Burton limpa a bunda com a HQ original, e isso deve ser difícil para um fã aturar: seu objeto de culto finalmente vai ganhar uma versão no cinema (penso no cinema como o último estágio para qualquer material desenvolvido em outras artes), e o que sai é aquilo de que falávamos antes: a opressão de uma arte sobre a outra, a mera apropriação que Burton faz do universo do Batman para construir a sua própria obra.

 

 

 

Entendeu errado. Não tenho problema algum que se faça releituras em adaptações de obras que admiro. Existem inúmeras adaptações (não só de HQs) que tomam inúmeras liberdades em relação ao material original, muitas vezes dessa "forma autoral" que você diz "agredir o objeto de culto", e o resultado sair maravilhoso. A questão aqui não é fidelidade (e eu não sou um fã bitolado que dá chiliques com a menor mudança feita), mas se o resultado final é de qualidade ou não. E na minha opinião não é, justamente pelo filme ser só forma.

 

 

 

E é sério isso de você acreditar que o cinema é o "estágio final" de todo material produzido? Você realmente acha que o sonho de todo escritor, autor de quadrinhos etc é o de adaptarem sua obra para o cinema? Putz cara, tira esse rei da sua barriga. Cinema é só mais uma forma de arte dentre várias. Pode até contar com mais recursos, mas não é maior que nenhuma outra.FelDias2011-07-12 21:51:20

Link to comment
Share on other sites

 

Discordo. Conteúdo e forma tem que agir em conjunto' date=' um contribuindo

para o outro e vice-versa. Não há prioridade aqui em nenhum sentido.

Cinema é equilíbrio. Um filme com forma e sem conteúdo é um filme oco,

supérfluo e fútil, apesar de belo. Ou seja, é um filme típico de Tim

Burton.[/quote']

Ficou lindo, mas discordo completamente. Não é necessário equilíbrio e forma é MUITO mais importante que conteúdo. Mas essa é mais uma daquelas discussões circulares do CeC que não me adentrarei. 06

 

Mr. Scofield2011-07-12 21:59:54

Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

Discordo. Conteúdo e forma tem que agir em conjunto' date=' um contribuindo

para o outro e vice-versa. Não há prioridade aqui em nenhum sentido.

Cinema é equilíbrio. Um filme com forma e sem conteúdo é um filme oco,

supérfluo e fútil, apesar de belo. Ou seja, é um filme típico de Tim

Burton.[/quote']

Ficou lindo, mas discordo completamente. Não é necessário equilíbrio e forma é MUITO mais importante que conteúdo. Mas essa é mais uma daquelas discussões circulares do CeC que não me adentrarei. 06

 

 

Já pensei parecido com o Feldias também. Hoje já penso o contrário.

 

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Mesmo assim, acho difícil (não digo impossível nem que não aconteça) um filme vazio mas belamente apresentado ganhar muito reconhecimento. E tem a questão do que é ser vazio. Nesse sentido, não acho que o Batman do Burton seja. O Alice no País das Maravilhas (sinônimo de oco) dele se encaixaria mais nessa opinião e, apesar de acreditar ser um dos seus filmes mais bonitos, achei uma grandessíssima porcaria. Se bem que ali faltou um certo equilíbrio também.

 

Mas, se fosse obrigado a colocar um sobre o outro, teria que concordar que forma>conteúdo.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

 Bom, essa discussão de forma Vs Conteudo é mais velha do que andar pra frente. Pessoalmente, acho que pelo cinema ser feito essencialmente de Imagem/Som, a forma é o conteudo, e vice versa.

 

 Eu gosto mais de TDK do que de RETURNS, e acho que o Nolan tem imensos meritos em relação ao 2º filme da franquia.

 

 Em compensação, acho que  RETURNS esta longe de ser um filme oco. Inclusive, acho que ele dá de 10 a 0 em BEGINS, filme que não acho ruim, mas bastante desritmado.

 

 RETURNS é lindo, e um dos melhores do Burton. Acho injusto dizer que a historia é ras. A historia é simples e despretensiosa, o que é bem diferente. Tem um vilão delicioso no Pinguim do DeVito, e todas as cenas com a Mulher Gato são simplesmente memoraveis.

 

 Tambem discordo quando dizem  que Burton esnoba o material original. O Batman e seu universo estão lá. Com adaptações é verdade, mas o espirito da obra esta intocavel. Batman, Pinguim, Mulher Gato, estão todos reconheciveis.

 

 A grande diferença é que os filmes do Burton são mais desencanados e inocentes(tal qual as hqs até o fim dos anos 70) enquanto o Batman do Nolan já tá mais como as hqs atuais, com historias mais encucadada. Diga-se de passagem, tanto Burton quanto Nolan fizeram na minha opinião filmes irregulares em suas primeiras incursões, e excelentes filmes em suas segundas incursões no universo do morcego.

 

PS: Em "Batman O Retorno" foi feito algo que ao meu ver nunca mais se repetiru em um filme de super heroi. O roteiro coloca o heroi como coadjuvante. Percebam que todos os conflitos do Batman estão ligados aos vilões. Os verdadeiros protagonistas são Pinguim e Mulher Gato, e diferente de todas as outras adaptações do morcego, isso não acontece por que os vilões se destacam mais no filme, isso é percebido no roteiro.
Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

 

Discordo. Conteúdo e forma tem que agir em conjunto' date=' um contribuindo

para o outro e vice-versa. Não há prioridade aqui em nenhum sentido.

Cinema é equilíbrio. Um filme com forma e sem conteúdo é um filme oco,

supérfluo e fútil, apesar de belo. Ou seja, é um filme típico de Tim

Burton.

 

[/quote']

 

Porra, mas o TDK é útil pra quê? 06

 

Mas eu entendo quem prefere o TDK. O Nolan fez um filme muito mais sóbrio e intrincado que os do Burton. É que eu não acho que isso sempre é qualidade.

 

 

kakoserrano2011-07-13 06:18:53

Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

 

Que pena que não gosta, PT. Acho Memento desesperadamente magnífico. A comparação com qualquer outro filme do Nolan é impossível (e olha que eu de fato gosto MUITO de TDK e The Prestige).

 

Parece que a resenha da Scar ficou boa, mas não li ainda. Vai ser difícil avaliar porque eu realmente detesto Constantine.

 

 

[/quote']

 

Memento é um filme de uma piada só, ao meu ver. O Nolan pega o lance de ser ao contrário e explora isso de várias maneiras, mas peca ridículamente na forma, novamente. O Irreversível, do Noé, é um filme com temática semelhante e, ao meu ver, completamente falho de conteúdo. Acontece que o diretor é um gênio estético (vejam Into the Void pra ontem) e dois minutos dele são muito melhores que tudo em Memento. O Noé é um manipulador sensorial dos melhores que já vi. Algo meio Mallick ou Herzog mesmo. O Nolan só conseguiu isso comigo em Prestige. Em TDK ele tem seus momentos, mas é muito irregular.

 

 

 

 

 

kakoserrano2011-07-13 06:25:14

Link to comment
Share on other sites

  • Members
Ótimos comentários.

 

Mas me referi a estares errado quanto a qualquer ambiguidade nas regras. Para mim' date=' os teus apontamentos não enebriam minimamente as orientações inicias do festival e não consigo entender como cargas d'água chegaste à conclusão de que uma distorção tão absurda caberia no contexto.

 

Foras, vc vê duendes pulando nas frases? [img']smileys/06.gif" align="middle" />

 

 

 

Mas voltando à discussão: espero que não pareça que desgosto de Batman Begins ou que subvalorizo TDK aquém do Ledger. Não é pouco colocar em oitavo lugar um filme em uma lista que tinha uns 15 nomes e todos muito apreciados por mim (só para citar um exemplo, não entrou no top 10 a bárbara adaptação da HQ American Splendor com o fodaço Paul Gimatti).

 

 

 

Só acho que o Nolan tem muita imaginação, mas sofre de sérias dificuldades para transpor seu universo particular para os filmes. É um excelente criador, mas apenas regular desenvolvedor. Falta a ele algumas coisas, mas chego a achar os dois Batman infinitamente superiores aos filmes do Burton, por exemplo. Aaaanos-luz mesmo.

 

Como eu expliquei num post anterior, não li o tópico (sobretudo as primeiras páginas), de modo que não o estava acompanhando como vocês. Cheguei e pedi de última hora ao Nacka, por mp, se ainda dava tempo pra participar (ele chegou a postar um aviso aqui no tópico dizendo que eu iria me juntar ao grupo. Eu não tinha uma única mensagem postada aqui até então). E nem vi ambiguidade (se não teria pedido esclarecimentos), achei que fosse aquilo mesmo e pronto. Estranhei, pra te falar a verdade, a ausência de Corpo Fechado das primeiras listas, mas achei que fosse uma questão de preferência ou sei lá.

 

 

 

Não acho Nolan bom diretor. Gosto de O Grande Truque, acho Memento legal (apesar de compartilhar dessa sensação de embuste que o Sapo citou. The Betrayal, um episódio da 9ª temporada de Seinfeld, explora as possibilidades dessa narrativa inversa de modo 10x mais genial hehe. Aliás isso é um problema recorrente quando o assunto é Nolan, como você disse, parece que o desenvolvimento fica sempre aquém do potencial do insight. Seus filmes são sempre movidos antes pela ideia ishpérta que lhes deu origem do que pela própria condução). Insônia eu não vi.

 

 

 

E esqueci de comentar uma coisa sobre o seu texto: colocar Reeves e Bogart na mesma sentença é brincar com fogo, haha. Mas também vejo no Reeves essa sobriedade em cena e uma presença física impressionante. Talvez caiba melhor uma comparação com Alain Delon, que também era menos expressão facial e mais expressão de cena mesmo (acho que nesse quesito o Delon é insuperável. Havia a mise-en-scène do diretor e ao mesmo tempo a mise-en-scène do próprio Delon no posicionamento do próprio corpo em cena, uma coisa inacreditável, principalmente em Le Samourai e A Primeira Noite de Tranquilidade). É claro que o Bogart, apesar dessa semelhança com o Reeves em atrair a câmera com a simples silhueta como se guardasse uma força gravitacional, não entra em conflito com o fato de ele ter 100.000x mais recursos. O olhar de ódio e dor que ele lança pra Ingrid Bergman quando ela entra no Ricky's Café depois de já fechado, na calada da noite, logo depois do flashback em Paris, é um troço que me atravessa a alma toda vez que eu vejo.

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Sobre o Coringa do Ledger' date=' nunca tinha pensado sobre ser mais mérito do Ledger ou do Nolan. O que eu acho é que o Nolan mentaliza muito bem suas cenas mas na hora de transpor para a tela falta o talento à mais. No caso do Ledger, sim, o personagem é foda e sim, o "timing" é muito bom, mas acho que os principais méritos são da atuação mesmo. Tom de voz, entonação, olhar, enfim, as coisas que compõe uma atuação foda. Podemos até analisar por exclusão. Qual outro "atuação/personagem" relevante que o Nolan já "criou"? É só pegar o Batman do Bale, que é de dar pena. Além disso, Begins me dá ansia de vómito de tão ruim. Em Begins não tem o Ledger ou o Coringa.Torço para ser desmentido com o novo Batman e para que Nolan crie novamente um personagem fodão, até para que eu acredite que foi "culpa" dele. E vamos e convenhamos, com o casting até agora, ele vai ter que se esforçar (a Zoiuda de Catwoman, um zé-ninguém de Bale). Só o Hewitt se salva.E sim, a discussão que o Feldias abriu foi a velha formaxconteúdo. E concordo com o Forasteiro.Aliás, o filme que ele escolheu para resenhar é foda, foda, foda e entraria fácil em quase todos os tops possíveis, menos nesse (embora também veja diversos elementos "quadrinescos" no mesmo).

 

[/quote']

 

É verdade, Nolan nunca contou nenhuma atuação foda (nem o próprio Guy Pearce, um ator que eu adoro) antes do Ledger. Acho que se for fazer um balanço, realmente, o Ledger deu mais a Nolan do que o contrário, nunca teria funcionado sem uma atuação perfeita do cara (ainda que eu o prefira no filme no Ang Lee. O que é aquela cena final com ele encarando a camisa do Gyllenhaal no cabide?). Mas o que eu digo é que Nolan tomou a melhor decisão da vida dele ao criar tudo em TDK, desde a coisa mais elementar, a partir do Coringa. Gotham é um mundo onde Coringa é deus, em que a matéria se dobra à sua vontade. Todos no filme são afetados por essa mistura de ironia e maldade que compõem o personagem, então é natural também que o trabalho do Ledger ganhe contornos épicos. Aliás eu sempre achei que o Burton tinha feito algo parecido no primeiro Batman, onde todo aquele histrionismo partia do Coringa escrachado do Nicholson. O problema é que isso continua em Returns, então não sei se a teoria faz sentido, haha.

Link to comment
Share on other sites

  • Members

 

Entendeu errado. Não tenho problema algum que se faça releituras em adaptações de obras que admiro. Existem inúmeras adaptações (não só de HQs) que tomam inúmeras liberdades em relação ao material original' date=' muitas vezes dessa "forma autoral" que você diz "agredir o objeto de culto", e o resultado sair maravilhoso. A questão aqui não é fidelidade (e eu não sou um fã bitolado que dá chiliques com a menor mudança feita), mas se o resultado final é de qualidade ou não. E na minha opinião não é, justamente pelo filme ser só forma.

 

 

 

E é sério isso de você acreditar que o cinema é o "estágio final" de todo material produzido? Você realmente acha que o sonho de todo escritor, autor de quadrinhos etc é o de adaptarem sua obra para o cinema? Putz cara, tira esse rei da sua barriga. Cinema é só mais uma forma de arte dentre várias. Pode até contar com mais recursos, mas não é maior que nenhuma outra.

 

[/quote']

 

A questão é: não teria o Nolan tratado Batman com a seriedade que os fãs de uma HQ exigem de suas adaptações? Burton usa a HQ, Nolan parece deixar que a HQ use os recursos próprios do cinema em seu favor. Talvez isso defina a opinião da maioria dos fãs.

 

 

 

Sobre o 2º parágrafo, tirar o rei da barriga por quê? Eu não sou cineasta tampouco inventei o cinema pra achar que deva defendê-lo. 06.gif Isso faz parte daquela velha barganha posicional entre as artes, do tipo "um filme nunca vai ser melhor que o livro em que se baseou", etc. Isso é bobagem, eu não "represento" o cinema e tenho certeza de que você não representa a HQ. O que eu quis dizer foi que o cinema (pelos recursos de que pode fazer uso mesmo) possui a capacidade de abraçar todas (ou quase todas) as artes e submetê-las à sua linguagem, ou simplesmente compor-se delas, como acaba ocorrendo entre fotografia, direção de arte, coreografia, música, etc.

 

 

 

Isso NÃO significa hierarquia.

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Eu entendo isso que o Foras falou sobre Zodíaco, e realmente acho que nesse filme é exatamente isso, mas não acho que seja o mesmo caso em TDK. No filme do Nolan cada cena em que o Coringa aparece passa a ser o grande acontecimento do filme até ali. O todo depois é totalmente mergulhado nas consequências desse momento, e sustentado pela perspectiva de quando irá ocorrer outro. Foda-se se for daqui 10, 20 ou 50 minutos. Foi relevante o suficiente pra ti PRECISAR de mais. É um filme que te deixa impaciente e ao mesmo tempo aceso, mas que também não frustra quando entrega o ouro, pq esse ouro reluz de tal forma que quase te causa cegueira. E eu não consigo desvincular da atuação. Pra mim poderia ter várias formas daquilo não dar certo e tal. O Ledger foi um monstro, não consigo definir de outra forma. Um acontecimento no cinema mesmo.

 

 

 

Mas vou dizer que muito fã do Batman detestou isso (ontem inclusive tava batendo um papo com três deles). O Coringa do Ledger é absurdamente diferente do Coringa real. O Coringa do Ledger explode em um riso depressivo, com um mar de insanidade por trás. O Coringa real se diverte o tempo todo, de forma quase débil, muito mais parecido com o do Nicholson na verdade. É bem impressionante mesmo, que muitos fãs das HQs tenham detestado justamente o melhor do filme, se frustrado por terem distorcido total a imagem do personagem preferido deles. Enfim.

 

 

 

E o Peruca forçou muito mesmo. hehe. Até pq: trilha de Back to the Future, Terminator 2, Jurassic Park >>>>> All

Link to comment
Share on other sites

  • Members

Pra mim fica mais ou menos assim: O Nolan foi sério demais, o Burton foi sério de menos. 06.gif Mas ambos alcançaram resultados incríveis.

 

 

 

E não é apenas em Returns que os vilões são protagonistas. No primeiro Batman é assim. É só tu notar que o filme se inicia com a origem do Coringa, e o Batman aparece sei lá depois de quanto tempo. Aquilo é puramente a história do Coringa sendo contada, e um homem fantasiado de morcego influenciando nela.Tensor2011-07-13 14:33:08

Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Paste as plain text instead

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

Loading...
 Share

×
×
  • Create New...