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Forum Cinema em Cena

Festival CeC de Cinema Francês


Jack Ryan
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Rainha Margot - La reine Margot' date=' Patrice Chéreau, França, 1994[/quote']

 

 

 

Reputação: 3/3

 

 

 

E finalmente a resenha mais aguardada do festival. Não vi o filme, mas o texto levanta muitos pontos de interesse no pouco espaço que tem. Novamente, gostaria que fosse um texto maior, mas a Lucy escreve bem e a resenha está fechadinha dentro de seu próprio espaço.leomaran2011-08-29 14:15:17

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Só pra esclarecer, eu tinha dito que, nesse final de semana, eu ia postar sobre todas as outras resenhas que foram publicadas nos últimos dias. No entanto, acabei recebendo o calendário de provas e, amanhã mesmo, tenho um simulado da FUVEST, portanto, não tive tempo de conferir as obras - nem a do Jack. Vou tentar fazer isso o quanto antes, pessoal.

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A Bela da Tarde - Belle de Jour 1967

Catherine Deneuve, Jean Sorel, Pierre Clémentini e Michel Piccoli, dirigido por Luis Buñuel.

 

Por Sith

 

 

 

O filme se inicia com uma linda sequência de um jovem casal andando de carruagem, um ambiente totalmente romântico e belo, e então repentinamente vemos esse cenário mudar drasticamente quando a bela Sevérine (Catherine Deneuve) e violentamente espancada e estuprada no meio da floresta, mostrando a verdadeira intenção do diretor Luis Buñuel era romper os paradigmas e escandalizar a sociedade francesa da década de 60.

 

 

 

belle_de_jour_catharine_bunuel.jpg

 

[/img]

 

 

 

Sevérine é uma bela e infeliz jovem casada com um rico, bem sucedido e insosso médico chamado Pierre (Jean Sorel) e para dar sentido a sua vida, decide trabalhar durante as tardes em um famoso bordel enquanto seu marido está no trabalho, durante sua vida secreta conhece e se apaixona por um cliente que na verdade é um perigoso bandido que também se apaixona por ela.

 

 

 

 

 

 

Catherine Deneuve consegue atuar de forma satisfatória como uma garota tímida e frigida no inicio do filme e com seu marido e uma devassa em todas as perversões sexuais no bordel em que trabalha, Deneuve não tem uma atuação brilhante no filme, muitas das tomadas parecem um pouco forçada e pouco natural, a apatia dela em diversos momentos é captada pelo diretor e compõe os quadro com sua falta de expressão, o que funciona muito bem em algumas cenas, mas não em todas. E para completar, a atuação de seu marido Pierre que é bem fraca, o que faz com que o filme não se destaca pelas atuações, e sim pelo que ele representa, mostrando o sexo como parte fundamental para a felicidade da vida de um casal, principalmente para a felicidade feminina, na década de 60, especialmente na burguesia européia, onde as mulheres tinham o “direito” de apenas se contentar a uma vida pacata e sem graça de dona de casa. Afinal, qual não foi a mulher que um dia já não pensou ter um dia de prostituta ou poder se liberar das amarras da hipocrisia da sociedade?

 

 

 

http://www.supamovs.com/c/3710/3710_3.jpg

 

 

 

 

A Bela da Tarde retrata a busca de uma dessas mulheres em busca de prazer e satisfação pessoal, durante a trajetória da protagonista, o diretor nos apresenta uma série de fetiches como o sadomasoquismo e necrofilia como se fossem coisas naturais da psique humana que não encontram espaço na sociedade, precisando de locais como bordeis para que os homens realizem suas fantasias. O filme nas mãos de um diretor inexperiente poderia acabar se tornando um filme pornô de quinta categoria, mas Buñuel consegue retratar de forma magistral os bastidores de um bordel de luxo focando mais nas situações vividas pelas garotas de programas e sem apelar para cenas de nudez ou de sexo, apesar de uma bela fotografia que consegue captar de forma ímpar todos os predicados de Deneuve.

 

 

 

Tudo isso culmina no final de A Bela da Tarde em algo extremamente trágico, e nos faz refletir que todas nossas escolhas terão conseqüências futuramente.

 

 

O filme parece simples para um espectador comum, possui uma narrativa lenta com os acontecimentos demorando um pouco a se desenrolar, algo característico dos filmes europeus, que ficou perfeito no estilo realista do filme, mas em contra-partida, as pessoas que não estão acostumadas com esse tipo de narrativa, acham o filme chato e cansativo, algo que não podemos menosprezar, já que mais de 90% do público brasileiro está acostumado a narrativa dos blockbusters americanos.

 

 

 

No fim, o filme é uma bela experiência de como a sociedade burguesa da década de 60 é retratada, e podemos inclusive traçar paralelos com a hipocrisia da sociedade atual, como ela ainda não aceita a escolha das mulheres que buscam mais liberdades sexuais.

 

 

 

Em resumo, é um filme da vida como ela é, como diria o saudoso Nelson Rodrigues.

 

 

 

http://3.bp.blogspot.com/_pn72A09QL5c/StXIfK4vcaI/AAAAAAAADBU/OU93C8gFAaY/s400/Belle+de+Jour+%5B22%5D.gif

 

 

 

O Sith preparou toda a formatação (um monte, aliás, hehehe), mas o fórum não é amigo de códigos, e no passar pra cá quase tudo se perdeu. Mexi como pude pra deixar perto do original, mas não ficou igual. E a primeira imagem, que iria antes do título, sumiu.

 

 

 

Em breve:

 

 

 

30/08 - O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960) – bs11ns

 

31/08 - Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952) - leomaran

 

01/09 - Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958) - luccasf

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (7)

 

 

 

Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958) - luccasf

 

Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952) - leomaran

 

O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994) - Lucyfer

 

Fúria (Furia, Alexandre Aja, 1999) - Tensor

 

O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960) – bs11ns

 

 

 

Resenhas em aberto (8)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

Fat Girl (À ma soeur!, 2001) - Alexei

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe-

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan - página 13

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), de Luis Buñuel, por Sith - página 14

 

As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei - página 14

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns - página 14

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva - página 13

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan - página 12

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994), de Patrice Chéreau, por Lucyfer - página 14

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf - página 12Jack Ryan2011-08-30 21:08:22

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A Bela da Tarde - Belle de Jour 1967

Catherine Deneuve' date=' Jean Sorel, Pierre Clémentini e Michel Piccoli, dirigido por Luis Buñuel.

 

[/quote']

 

 

 

Reputação: 2/3

 

 

 

Períodos muito longos. No fim de uma frase, já se esquece onde ela começou. Gostei da análise e dos paralelos traçados no texto.leomaran2011-08-29 23:14:04

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O Sith postou no blog dele a resenha, com a formatação que ele tinha em mente: Star Smuggler!

 

 

 

Aproveitando pra comentar:

 

 

 

A Rainha Margot - faz muitos anos que vi o filme, e não gostei muito quando vi. Não discordo do que a Lucy escreveu, mas a execução em si não me agradou, fiquei com a sensação de algo forçado e que apela para ser chocante pq não consegue chocar apenas pela estória em si, pelo contexto, e tal.

 

 

 

A Bela da Tarde - mais um que não me agradou muito. Talvez até merecesse uma revisão, pq foi meu primeiro Buñuel, mas o fato é que não tenho vontade de revê-lo, o que já diz muito. Além disso, se é pra ver o Buñuel com sua eterna mensagem de que a sociedade hipócrita é uma merda, é melhor eu explorar a filmografia dele que eu não conheço, pelo menos a fotografia muda, hehehe.

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Rainha Margot - La reine Margot' date=' Patrice Chéreau, França, 1994[/quote']

 

 

 

Reputação: 3/3

 

 

 

E finalmente a resenha mais aguardada do festival. Não vi o filme, mas o texto levanta muitos pontos de interesse no pouco espaço que tem. Novamente, gostaria que fosse um texto maior, mas a Lucy escreve bem e a resenha está fechadinha dentro de seu próprio espaço.

 

Concordo. Disse lá no face que a resenha dela é igual coito interrompido. Quando começa a ficar bom, acaba. Acho que ela devia escrever mais. Viu Lucy?
 
 
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A Rainha Margot. Não vi o filme mas devo confessar que a história não me interessou muito não. A resenha tá boa embora seja curtinha. Não é o modo como foi escrita é o tema mesmo que parece meio datado.

 

A Bela da Tarde. Gosto demais do filme principalmente pela retratação de Buñuel. Pra época o tema era muito polêmico e, talvez, feito hoje passaria meio batido. Mas tem uma importância muito grande na evolução do cinema por tudo que representa. Parabéns pela resenha e pela escolha do filme.
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o%20sol%20por%20testemunha.jpg

 

 

 

O Sol Por Testemunha (Plein Soleil). Diretor: René Clément. 1960

 

por bs11ns

 

 

 

Adaptado do romance de Patricia Higsmith, o filme conta a história de Tom Ripley (interpretado por Alain Delon), um jovem ambicioso, frio e calculista que é enviado á Europa (Itália e França) para trazer de volta Philippe (Maurice Ronêt), o filho bon vivant de um industrial que não se preocupa com outra coisa a não ser torrar o dinheiro do pai em viagens e festas ao redor do continente.

 

Essa premissa já deixa o espectador com vontade de acompanhar quais métodos Ripley irá usar para atingir seu objetivo que, na verdade, é bem diferente daquele para o qual foi designado. O mais interessante é perceber que cada ato dele, cada fala, cada gesto é milimetricamente planejado e arquitetado sendo justamente esse o grande trunfo de Clément. Não li o romance de Patricia mas o personagem aqui é recriado com uma genialidade tão requintada, que mantém todos os outros em suas mãos o tempo inteiro conforme a história evolui. Todos os elementos são utilizados para deixar Ripley mostrar até onde podemos chegar quando impulsionados pela inveja, pelo desejo de ter uma vida que não é nossa de direito, pela ambição de chegarmos onde queremos a qualquer custo. A mudança nos figurinos dele é essencial para essa composição. Se como Ripley, Delon usa roupas sem muita personalidade mais descoradas e humildes, ao assumir Philippe as cores e o corte das roupas se modificam (até o corte de cabelo é outro). A cenografia ajuda na construção do contexto pois a sofisticação e o luxo ilustram o cotidiano de pessoas ocas, sem conteúdo, interessadas em si mesmas. E aqui me refiro também a Philippe, um egoísta autocentrado e arrogante que não enxerga o mundo além do seu umbigo, pagando um preço muito caro por tais atitudes. Não que os atos de Ripley sejam justificáveis ou compreensíveis mas o seu alvo serve de exemplo para quem esbanja o que tem sem a menor consciência sobre o que é de verdade e sobre o valor das pessoas. Dos aspectos técnicos o que mais encanta é a fotografia. Quase um personagem, interage o tempo inteiro com Ripley, iluminando-o e servindo para retratar o quão á vontade se encontra com tudo aquilo (como na cena em que está sozinho no barco depois de matar Philippe) evidenciando que basta apenas uma simples oportunidade para as pessoas mostrarem sua verdadeira essência. A atuação de Delon é precisa na medida em que ele constrói um Ripley que praticamente não se altera, não demonstra emoções ou qualquer tipo de remorso. Pelo contrário: usa sua beleza como um artifício naturalmente encantador pra enredar a todos, inclusive quem está assistindo, em sua ardilosa teia de mentiras e manipulações. A namorada de Philippe, seu pai, seus outros amigos, todos ficam fascinados com ele e quem assiste tem que se controlar pra não esquecer as monstruosidades que comete e acabar torcendo por ele. Apenas o detetive que investiga o desaparecimento de Philippe não se entrega aos dotes do moço. Um clichê dispensável mas que não compromete em absoluto a qualidade desse longa extremamente bem montado, que tem uma direção segura, um roteiro eficiente, coerente e muito objetivo que sabe exatamente onde quer chegar, cujo personagem central deve ter inspirado a construção da Marquesa de Merteuil vivida por Glenn Close em Ligações Perigosas quase trinta anos depois (embora eu a ache imbatível em matéria de vilania). 10/10

 

 

 

O romance de Higsmith teve uma outra adaptação dirigida por Anthony Minguella em 1999 com Matt Damon como Ripley, entitulada O Talentoso Ripley que concorreu á 5 OSCAR (Direção de Arte, Trilha Sonora, Figurino, Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante - Jude Law) e mais duas continuações: O Retorno do Talentoso Ripley (de 2002, dirigido por Liliana Cavani, com John Malkovich no papel principal) e Ripley No Limite (de 2005, dirigido por Roger Spottiswoode, com Barry Pepper, no papel-título, Willem Dafoe e Tom Wilkinson). Exceto a primeira, as outras duas são completamente dispensáveis.

 

 

 

Infelizmente, este é mais um filme que ainda não vi.

 

 

 

Em breve:

 

 

 

31/08 - Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952) - leomaran

 

01/09 - Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958) - luccasf

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (5)

 

 

 

O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994) - Lucyfer

 

Fat Girl (À ma soeur!, 2001) - Alexei

 

Fúria (Furia, Alexandre Aja, 1999) - Tensor

 

O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

 

 

Resenhas em aberto (7)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe-

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan - página 13

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), de Luis Buñuel, por Sith - página 14

 

As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei - página 14

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns - página 14

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva - página 13

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan - página 12

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994), de Patrice Chéreau, por Lucyfer - página 14

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960), de René Clément, por bs11ns - página 15

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf - página 12Jack Ryan2011-08-30 21:06:12

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O Sol Por Testemunha (Plein Soleil). Diretor: René Clément. 1960
por bs11ns

 

Reputação: 3/3

 

Desta vez, o parágrafo gigantesco não me incomodou, principalmente porque o texto está excelente, muito bem escrito mesmo. Parabéns, bs11ns. Pena que também não assisti o filme. Mas fiquei com vontade de ver.
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Brinquedo Proibido (Jeux Interdits, 1952)

 

by leomaran

 

 

 

Quantas coisas o rosto inocente de uma criança pode fazer! Se ela mesma consegue esquecer os horrores da guerra, chega a ter o poder de suavizar seus contornos, transformando-a em algo suportável. O grande mérito de Brinquedo Proibido não é mostrar como crianças indefesas sobrevivem apesar da guerra, e sim como vivem através dela. Os garotos incorporam até mesmo a morte em suas brincadeiras diárias.

 

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De início, o que se sobressai é a pequena Paulette (Brigitte Fossey), que acaba de perder os pais, mortos por uma descarga aérea de tiros. A pobre garota anda perdida pelo campo de batalha, carregando com tanto amor seu cãozinho morto que é impossível não sentir pena. Pode parecer que ela não tem consciência da condição do animal, mas a resposta é mais complicada do que isso. Paulette não reconhece a morte como o fim. Para ela, ainda existem as preocupações ligadas ao bem-estar daqueles que se foram, que devem ser enterrados “para se proteger da chuva”, como a garota mesma diz.

 

O filme mantém um estranho equilíbrio entre o lírico e o supostamente real. Principalmente ao retratar as relações humanas, o resultado é próximo da caricatura, refletido nas personalidades e gestos. Aqui me refiro às pessoas do padre, do pai de família que acolhe Paulette, do vizinho que vive em constante briga com ele, dos dois jovens enamorados, do filho fugido do exército. Enfim, de todos que não as duas crianças principais: a adorável Paulette e Michel (Georges Poujouly), que é quem a recolhe para dentro de casa.

 

A relação entre os dois se constrói tendo como base um estranho amor, levando-se em conta que a garota é muito mais nova que Michel. Ela o enxerga como uma espécie de protetor. Ele a vê como um animalzinho raro, que deve ser tratado com todo o carinho e atenção do mundo. A solidão dos dois ajuda a germinar a semente da forte amizade que criam um pelo outro. Uma amizade tão verdadeira que é fácil aceitar que eles não poderiam mais viver separados sem que perdessem algo importante da vida.

 

Jeux_interdits-1.jpg

 

O brinquedo proibido do título é a ambição nutrida por Paulette de construir um cemitério de animais, que possibilitaria que seu cãozinho morto não estivesse solitário em seu descanso eterno. Michel, apesar de parecer compreender a inutilidade do assunto, faz de tudo para agradar a amiga. As melhores cenas são aquelas em que a menina escolhe cuidadosamente as mais belas cruzes para adornar os túmulos das baratas, larvas e abelhas que Michel mata às escondidas. Em sua ingenuidade de criança, Paulette se apaixona pela cruz do altar do padre, que obriga Michel a roubar.

 

A brincadeira, que mistura e deturpa os conceitos de morte e religião, teria tudo para ser um tabu, mas parece bela e poética devido à inocência com que os dois jovens se incumbem de colocá-la em prática. O ambiente que os cerca é de resignação desinteressada para com a morte e de uma absoluta submissão à igreja, o que torna compreensível a diversão descoberta por ambos.

 

O fim é inevitável e ilustra o rompimento de uma doçura e inocência que talvez jamais retornem. Ao focar as cenas derradeiras no olhar lacrimoso e andar perdido de Paulette, o diretor René Clément só faz intensificar essa sensação de perda e abandono.

 

 

 

Obs.: a primeira imagem do texto do Léo não abriu, então eu escolhi outra pra substituir, mas posso trocar, basta indicar a original.

 

 

 

Em breve:

 

 

 

01/09 - Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958) - luccasf

 

02/09 - Fat Girl (À ma soeur!, 2001) - Alexei

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (4)

 

 

 

O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994) - Lucyfer

 

Fúria (Furia, Alexandre Aja, 1999) - Tensor

 

O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

 

 

Resenhas em aberto (7)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe-

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan - página 13

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), de Luis Buñuel, por Sith - página 14

 

As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei - página 14

 

Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952), de René Clément, por leomaran - página 15

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns - página 14

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva - página 13

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan - página 12

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994), de Patrice Chéreau, por Lucyfer - página 14

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960), de René Clément, por bs11ns - página 15

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf - página 12

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Brinquedo Proibido. Outro filme que não conhecia e que fiquei morto de curiosidade de ver pelo lindíssimo texto do leomaran. Anda inspirado hein??? Está escrevendo muito bem. gostei muito do modo como você esclarece o contexto das cenas pra história do filme. Parece ser comovente. Parabéns, de novo!

 

By the way, obrigadíssimo pela opinião. Tenho a mania mesmo de escrever de uma vez! Já mandei as três resenhas, então não dá pra consertar. Mas aos poucos vou tentar me corrigir. Acho esse filme muito envolvente. Tentei passar isso pro texto embora não ache que tenha ficado perfeito! Mas valeu pela nota!03
bs11ns2011-09-01 09:09:15
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Bom' date=' assisti a Cópia Fiel, então posso dizer que gostei da visão do bs11ns sobre o filme. Não achei tão bom quanto ele achou, mas concordo com boa parte do que ele viu ali.[/quote']

 

Gostei bastante mesmo principalmente pela abordagem do Kiarostami. Acho que o que ele fez ali foi um questionamento sobre a vida de um ponto de vista menos sensorial e aprofundado do que o Malick no A Árvore da Vida, por exemplo. A montagem dele é muito bacana e Binoche arrasa. Meus únicos problemas são as soluções pro desfecho, porque ele questionou tanto e deu a impressão de não ter chegado a lugar algum, e o excesso do texto. Mas no geral me agradou bastante sim!
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Brinquedo Proibido. Outro filme que não conhecia e que fiquei morto de curiosidade de ver pelo lindíssimo texto do leomaran. Anda inspirado hein??? Está escrevendo muito bem. gostei muito do modo como você esclarece o contexto das cenas pra história do filme. Parece ser comovente. Parabéns' date=' de novo!

 

 

 

By the way, obrigadíssimo pela opinião. Tenho a mania mesmo de escrever de uma vez! Já mandei as três resenhas, então não dá pra consertar. Mas aos poucos vou tentar me corrigir. Acho esse filme muito envolvente. Tentei passar isso pro texto embora não ache que tenha ficado perfeito! Mas valeu pela nota![img']http://www.cinemaemcena.com.br/forum/smileys/03.gif" height="17" width="17" align="absmiddle" alt="03" />

 

 

 

Valeu. O filme é realmente muito bonito, vale a pena assistir.

 

 

 

Jack, tenho uma dúvida. Quando vai ser o prazo limite pro envio das listas? Vou viajar amanhã e só volto no domingo depois do feriado. Portanto, durante esse tempo nem vou aparecer por aqui. Se o prazo for até a próxima semana, me avisa que eu já mando até amanhã mesmo.

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By the way' date=' obrigadíssimo pela opinião. Tenho a mania mesmo de escrever de uma vez! Já mandei as três resenhas, então não dá pra consertar. Mas aos poucos vou tentar me corrigir. Acho esse filme muito envolvente. Tentei passar isso pro texto embora não ache que tenha ficado perfeito! Mas valeu pela nota![img']http://www.cinemaemcena.com.br/forum/smileys/03.gif" height="17" width="17" align="absmiddle" alt="03" />

 

 

 

Dá pra consertar sim, bs. Se quiseres enviar uma versão revisada da resenha, isso é plenamente aceitável.

 

 

 

Valeu. O filme é realmente muito bonito' date=' vale a pena assistir.

 

 

 

Jack, tenho uma dúvida. Quando vai ser o prazo limite pro envio das listas? Vou viajar amanhã e só volto no domingo depois do feriado. Portanto, durante esse tempo nem vou aparecer por aqui. Se o prazo for até a próxima semana, me avisa que eu já mando até amanhã mesmo.[/quote']

 

 

 

Léo, salvo algum imprevisto, creio que o prazo limite será mesmo o do outro fim de semana (não o próximo agora). Temos resenhas garantidas até terça-feira, então até pela quantidade de textos se encaminha pra isso.Jack Ryan2011-09-01 12:41:47

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E está na hora de divulgar as outras duas perguntas que compõem o trio da atividade 3. Agarrem-se a suas cadeiras, hehehe.

 

 

 

Qual filme não-francês melhor representa a França ou seu cinema? Por quê?

 

 

 

Quais as semelhanças e as diferenças mais notáveis entre o cinema francês e o americano?

 

 

 

Viram, conhecer filmes de outros países tb é importante, hehehe.

 

 

 

Lembrando que a primeira pergunta é:

 

 

 

Que gênero você acha que o cinema francês produz com mais qualidade? Por quê?

 

 

 

As respostas devem ser enviadas pra mim por MP.

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Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour L'échafaud)

 

by luccasf

 

 

 

Grande parte dos amantes da sétima arte sabe que o cinema francês passou por um período extremamente conturbado, durante e após o término da Segunda Guerra Mundial. No entanto, o que se encontrava em um péssimo estado, conseguiu se reerguer de forma magistral. Em meados da década de 60, jovens críticos da famosa revista "Cahiers du Cinéma" se organizaram para mudar a concepção do cinema francês, que desagradava os conterrâneos. Eis que surge a Nouvelle Vague francesa, um dos principais movimentos do cinema mundial. Os grandes pioneiros: Jean-Luc Godard, Claude Chabrol, François Truffaut, entre outros, produziram grandes obras que buscavam a fuga dos aspectos do cinema comercial. No entanto, como toda obra, temos os protagonistas e os coadjuvantes. Bem menos reconhecido que os realizadores supracitados, temos Louis Malle, um diretor que produziu o seu primeiro filme no ano de 1958, chamado "Ascensor para o Cadafalso" (Ascenseur pour L'échafaud). De fato, sua estreia passou bem despercebida, comparada com o alvoroço causado pelos primeiros filmes de Godard e Truffaut, "Acossado" (À bout de souffle, 1960) e "Os Incompreendidos" (Les quatre cents coups, 1959), respectivamente.

 

"Ascensor para o Cadafalso" não é apenas um noir que funciona muito bem, mas é, também, um dos filmes que mais faz relação com as características peculiares da Nouvelle Vague francesa. As lentes da câmera de Malle estão focadas nos jovens; a nova geração. Os mesmos têm atitudes impensadas e em momento algum temem as consequências. Tudo na vida de um jovem é mais divertido quando ele corre algum tipo de risco. Viver loucamente, desafiar os limites e sempre experimentar coisas novas. É com base nessa questão que "Ascensor para o Cadafalso" retrata, por meio dos personagens mais novos, a ousadia dos pioneiros do movimento supracitado. Pode ter passado despercebido, mas, sem dúvida alguma, "Ascensor para o Cadafalso" é um filme sensacional, que não se restringe apenas aos requisitos básicos do gênero.

 

A premissa consiste num possível plano perfeito elaborado por um casal - Jeanne Moreau e Maurice Ronet - que visa matar o dono de uma empresa. No entanto, o que havia sido planejado com muita precaução, acaba dando errado quando dois jovens - Georges Poujouly e Yori Bertin - acabam atrapalhando uma das etapas do plano. Resta agora saber as proporções que essa intervenção causou e, obviamente, quem vai receber a culpa por todo esse alvoroço. O elenco agrada pelas atuações, dando destaque para a interpretação de Jeanne Moreau com os seus belíssimos diálogos. É difícil esquecer dos takes onde a atriz caminha pelas longas avenidas, ao som da encantadora trilha sonora; uma das grandes cenas marcantes da produção.

 

Louis Malle dirige, com precisão, os estragos do efeito dominó presente no filme, resultando num produto tão bom quanto os outros que surgiriam, anos depois. O roteiro não falha e todas as cenas são muito bem organizadas, entregando, de pouco em pouco, as pistas para os personagens. Como sabemos, muitos filmes entregam a resposta para o espectador desde o começo, entretanto, isso não faz com que a atmosfera noir seja prejudicada, muito pelo contrário. O espectador, que segue de cúmplice, acaba sendo surpreendido com o belo desfecho, mesmo achando que sempre esteve no controle da produção. Justamente nesses momentos que percebemos o trabalho consciente do diretor. Louis Malle desliza a câmera com perfeição, sempre encontrando os melhores enquadramentos. Estreante? Definitivamente, não parece.

 

Para acompanhar o desenvolvimento da trama, somos presenteados com um agradável banquete visual e sonoro. Henri Decaë entrega uma belíssima fotografia para o filme. Nos takes noturnos, notamos a beleza dos ambientes urbanos, principalmente nas longas avenidas que costumam aparecer em boa parte dos filmes da Nouvelle Vague. São ambientes típicos que realçam a formosura do país. Por outro lado, temos Miles Davis cuidando da trilha sonora, ou seja, o trabalho vai além das expectativas. São poucos os filmes que conseguem balancear tão bem imagem e som.

 

A fase decadente do cinema francês foi superada pelos jovens cineastas. Louis Malle pode não ter recebido o mesmo crédito que os outros realizadores supracitados, entretanto, um estreante que dirige um filme como "Ascensor para o Cadafalso", definitivamente, merece o nosso respeito.

 

 

 

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Faz um tempo já que Ascensor para o Cadafalso tá na minha lista, mas nunca chega a hora de vê-lo.

 

 

 

Em breve:

 

 

 

02/09 - Fat Girl (À ma soeur!, 2001) - Alexei

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (4)

 

 

 

O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994) - Lucyfer

 

Fúria (Furia, Alexandre Aja, 1999) - Tensor

 

O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

 

 

Resenhas em aberto (7)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe-

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958), de Louis Malle, por luccasf - página 15

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan - página 13

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), de Luis Buñuel, por Sith - página 14

 

As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei - página 14

 

Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952), de René Clément, por leomaran - página 15

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns - página 14

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva - página 13

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan - página 12

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994), de Patrice Chéreau, por Lucyfer - página 14

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960), de René Clément, por bs11ns - página 15

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf - página 12

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Fat Girl

 

Agressividade intelectual

 

by Alexei

 

 

 

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A diretora francesa Catherine Breillat concebeu e executou Fat Girl (À ma soeur!, 2001) com a agudeza de uma navalha. Cada frame, cada diálogo presente no filme tem o propósito de provocar, instigar, questionar e, em último grau, expor idiossincrasias da sociedade ocidental contemporânea acerca de temas como amor, sexualidade, gênero e morte. O pano de fundo é o relacionamento entre três jovens durante as férias de verão no sul da França: a bela adolescente Elena, de 15 anos (a deslumbrante Roxane Mesquida), o estudante italiano Fernando, que a seduz (Libero de Rienzo), e a testemunha ocular de todo o processo, a irmã mais jovem de Elena, Anaïs, de apenas 13 anos (Anaïs Reboux).

 

 

 

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Anaïs é a garota gorda do título em inglês, que recebe de seus pais uma incumbência para lá de ingrata: estar sempre com a sua irmã, não importa o que aconteça, estejam onde estiverem. A tarefa é ainda mais inglória se levado em consideração o fato de que Elena é uma verdadeira bitch em processo de formação: fútil, inconsequente e gratuitamente cruel com sua irmã menor. Enquanto Elena jacta-se de sua beleza, de como os homens a desejam e de como ela não terá dificuldades para encontrar um que queira desvirginá-la por amor - de onde vem o interesse paterno em transformar a irmã menor numa espécie de guarda-costas -, Anaïs é bem mais pragmática: seu desejo é de que sua primeira vez seja com um homem sem qualquer vínculo emocional com ela, assim não há risco de corações serem partidos quando ele se for.

 

 

 

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Em Fat Girl, cuja estrutura repousa, primordialmente, no processo de sedução de Elena por Fernando, nada é o que parece. Nós, espectadores, somos inicialmente convidados a encaixar os personagens principais em seus arquétipos tradicionais (a mocinha inocente e iludida, o garanhão conquistador que não vale nada, a gorducha problemática e rancorosa), para sermos surpreendidos por inversões de papéis logo em seguida. A diretora trabalha com sucessivos choques estéticos e psicológicos (nudez frontal, violência verbal e física, abandono emocional sucedido por demonstrações de afeto) para nos dizer que é a mera reprodução de valores e constructos puramente sociais (no caso, a virgindade, um conceito destituído de valor biológico) que, em última análise, nos leva ao insucesso e à infelicidade.

 

 

 

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Quando Elena, logo após o segundo encontro com Fernando, o convida para o seu quarto – com Anaïs na cama ao lado – mas desiste de perder a virgindade com ele, afirmando que tem que haver amor nesse momento, Fernando responde dizendo que as garotas, em regra, consentem em fazer sexo anal como uma “prova de amor”. Embora o amor seja o cerne da conversa e, supostamente, o objetivo maior dos dois, o que menos se vê ao longo dos pouco mais de oitenta minutos do filme é amor. Fernando não ama Elena, e esta não o ama em resposta, tampouco ama Anaïs ou seus pais. Não há amor, nunca houve. Há apenas desejo, o desejo sexual de dois jovens, mas a incapacidade de eles lidarem com a situação – o surgimento da atração física pura e simples -, pelo fato de estarem reproduzindo valores sociais que não são os deles, os leva à construção de um teatro, uma mentira que, no fundo, é conhecida por todos os envolvidos e que os levará à desgraça.

 

 

 

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A sugestão maior de Breillat é de que é a forma como a sociedade interpreta e, em última análise, reprime o desejo sexual – da mulher, principalmente – é que resulta em insatisfação e fracasso. O insucesso é de variadas ordens: emocional, familiar e mesmo estatal – algo revelado no absurdo rompante de violência do polêmico final, quando vários desejos travestidos de profecias, verbalizados ao longo do filme, serão concretizados. Serão de Anaïs, a única personagem lúcida de Fat Girl, as palavras mais impactantes, o extravazamento de que, afinal de contas, é o que se passa dentro dela, independentemente de convenções sociais, que realmente importa.

 

 

 

Bom, sábado é nossa folguinha, então no domingo à noite virá o texto do Tensor. Até lá, não esqueçam de comentar as resenhas publicadas recentemente, temos Fat Girl, Ascensor para o Cadafalso, O Sol por Testemunha e Brinquedo Proibido apenas nessa página. Aproveitem! 03.gif

 

 

 

Em breve:

 

 

 

04/09 - Fúria (Furia, Alexandre Aja, 1999) - Tensor

 

05/09 - A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994) - Lucyfer

 

06/09 - O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

07/09 - O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (0)

 

 

 

Resenhas em aberto (7)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe-

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958), de Louis Malle, por luccasf - página 15

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan - página 13

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), de Luis Buñuel, por Sith - página 14

 

As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei - página 14

 

Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952), de René Clément, por leomaran - página 15

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns - página 14

 

Fat Girl (À ma soeur!, 2001), de Catherine Breillat, por Alexei - página 15

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva - página 13

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan - página 12

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994), de Patrice Chéreau, por Lucyfer - página 14

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960), de René Clément, por bs11ns - página 15

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf - página 12Jack Ryan2011-09-02 20:58:55

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Furia (Alexandre Aja, 1999)

 

 

 

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by Tensor

 

 

 

Não é segredo pra ninguém que eu sou muito fã do cinema desse cara, então achei bem apropriado escrever sobre esse filme – que é o primeiro de sua carreira - para o festival, e que também é bem pouco conhecido pela galera aqui do fórum. E eis minha surpresa então quando descubro uma obra especialmente diferente de tudo que o Aja criou depois disso (pelo menos quanto à temática). Pra quem não conhece nada sobre o filme (eu não conhecia), então vai uma capenga sinopse: se passa em uma França alternativa, onde um governo opressor agora está no poder, e qualquer tipo de manifestação artística é estritamente proibida. Theo, o protagonista da história, é um dos vários inconformados que se esgueiram pelos becos a noite para estampar verdadeiras obras primas da pintura naquelas paredes, sempre correndo o risco de ser capturado pelos membros do exército opressor que passam a noite vagando em blindados a procura dos rebeldes.

 

 

 

Quem chutou George Orwell e seu 1984 ganha um Kit Kat. É por aí. Mas com uma pequena e colossal diferença: a arte. O filme gira quase que exclusivamente quanto a opressão dessa, como se a inibição por manifestá-la (telas de pintura são proibidas, músicas não tocam no rádio, etc), tivesse criado um mundo absolutamente sem alma. Já no inicio do filme, como imagens de apresentação, vemos a ação de Theo se esgueirando pelos becos e se escondendo dos blindados para poder manifestar sua arte naquelas paredes. E quando ele finalmente consegue com o mínimo de privacidade, é como se isso o consumisse, como se o ato dessa inibição forçada fosse não menos do que pólvora jogada na fogueira, como não poderia deixar de ser. Ele explode, vira um artista que utiliza sua raiva (fúria), para criar o belo, dar forma ao seu intrínseco, o que o proíbem... É uma imagem poderosa, magistralmente filmada por esse diretor (que tinha apenas 20 anos na época), como se fosse um maestro raivoso criando uma imagem deslumbrante. E no dia seguinte, assiste tentando esconder a melancolia enquanto membros do exército obrigam moradores a apagarem cada desenho que tenha sido criado durante a noite, quase o desmoronando por dentro, como se estivessem apagando parte dele próprio e a qualquer momento ele fosse simplesmente sumir. E o que lhe resta depois é vagar por aquelas ruelas que não levam a lugar nenhum, segurar perto do ouvido o seu rádio que solta apenas chiados na esperança de encontrar qualquer manifestação musical (e às vezes ele quase pensa que encontra). Mais tarde Theo conhece Elia (a Marion), alguém com um aspecto físico que o obceca: um olho azul e um escuro, como se fosse uma obra de arte orgânica. E aí que reside a maior força do filme: nesse relacionamento. Em um mundo cinza como esse, uma pessoa como Elia, que compartilha de seus ideais, que também se esgueira para criar o belo, passa a ser o ultimo resquício de beleza poética que ele poderia encontrar em sua vida, e como de certa forma é. E quando ele a perde por um momento, sua jornada obsessiva pelo resgate dela se torna pura, bela, angustiante. Até porque o relacionamento deles é a única coisa que poderia confrontar o cinza que os rodeiam. É um filme que valoriza o mágico do ser humano justamente impedindo que ele o manifeste.

 

 

 

Além do óbvio conteúdo critico que carrega a obra, a narrativa e toda a capacidade de criar cenas fortes, perturbadoras, que se tornariam a maior marca do cineasta em seus filmes subseqüentes, já mostram muita força nesse. Toda a resistência de Elia aos diversos tipos de tortura é arquitetada com uma crueldade visual que não deve em nada aos outros filmes do cara. Talvez até sentidas de forma mais poderosa, já que a atuação da Marion é maravilhosa, ela realmente parece estar carregando um mar de intensa dor naquele corpo. Mas também não tem como negar que o mais interessante nesse é ver um diretor que depois se especializaria em um delicioso gore, contar uma estória sensível como essa, de pessoas presas em um universo sem magia e transformando suas próprias vidas na representação dessa.

 

 

 

Baita filme, Aja, esse cara pode fazer o que quer.

 

 

 

Ou talvez não seja nada disso, já que eu assisti sem legenda em Pt por que não encontrei, então tive que me conformar com a Ing mesmo, que eu não manjo tanto. Talvez o filme fale de besouros, ou viagem no tempo, ou etc, e eu não to sabendo. :P

 

 

 

Em breve:

 

 

 

05/09 - A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994) - Lucyfer

 

06/09 - O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

07/09 - O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (0)

 

 

 

Resenhas em aberto (7)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe-

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958), de Louis Malle, por luccasf - página 15

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan - página 13

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), de Luis Buñuel, por Sith - página 14

 

As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei - página 14

 

Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952), de René Clément, por leomaran - página 15

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns - página 14

 

Fat Girl (À ma soeur!, 2001), de Catherine Breillat, por Alexei - página 15

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva - página 13

 

Fúria (Furia, 1999), de Alexandre Aja, por Tensor - página 15

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan - página 12

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994), de Patrice Chéreau, por Lucyfer - página 14

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960), de René Clément, por bs11ns - página 15

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf - página 12Jack Ryan2011-09-05 22:17:41

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ATENÇÃO:

 

 

 

Prazo para entrega das resenhas - domingo (10/09)

 

Prazo para entrega das listas, respostas e notas para as resenhas - quarta-feira (13/09)

 

 

 

Lembrando que aqueles que desejarem participar das atividades 2 e 3 e concorrer aos prêmios precisam ter enviado pelo menos uma resenha.

 

 

 

Nossa, três resenhas postadas sem nenhum comentário entre elas, é uma pena isso. Bom, eu tentei encontrar Fúria, mas não rolou. Ascensor para o Cadafalso tá aqui, devo vê-lo em breve.

 

 

 

Fat Girl! eu vi ontem. Gostei muito da análise do Alexei, bastante perceptivo, captou os pontos importantes e teve uma interpretação bastante iluminada. Tem algumas coisas, até bem importantes, com as quais eu discordo. Uma delas é a questão da ausência do amor, não vejo isso como uma mensagem assim tão forte do filme. Acho que há sim coisas ali que podem ser consideradas amor. Ou, parafraseando o doutor House, pensar que se ama é amar. Tb acho o título em inglês um pouco apelativo e bastante estreito em relação a tudo o que o filme explora.

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A Fraternidade é Vermelha - Trois couleurs: Rouge, Krzysztof Kieslowski, França, 1994

 

by Lucyfer

 

 

 

A música não consegue passar despercebida. Ela se faz notar e admirar. Aparece nos momentos certos e eleva o conteúdo emocional. Existem também as imagens admiráveis, entre elas a sessão de fotos icônica, num fundo vermelho. A cor está tão presente, que nós podemos associá-la ao filme independentemente do título. Com exceção do branco em duas cenas, apenas o vermelho se destaca, a única cor vibrante num cenário cinza.

 

 

 

Kieslowski nos faz imergir em seus personagens. Acontece nos dois primeiros filmes da trilogia e também no terceiro, com Valentine, interpretada por Irène Jacob. A atriz alterna tristeza e alegria numa suavidade que não leva os dois sentimentos a extremos, e assim compõe uma personagem nem feliz nem infeliz. Ela busca desesperadamente uma conexão verdadeira com o namorado egoísta e exigente, que permanece numa distância física e emocional. Chega a doer o controle mantido por ele sobre a relação dos dois e as reações de Valentine, sempre preocupada em dar as respostas que ele quer ouvir.

 

 

 

Ela encontra amizade num homem solitário, isolado do mundo, que tem uma expressão rígida, decidida a não demonstrar sentimentos, mas que deixa escapar a melancolia. Ele se afasta das pessoas e ao mesmo tempo parece buscá-las. Escuta os telefonemas de seus vizinhos e não se aproxima deles, apenas usa suas conversas para suprir a necessidade de contato humano; além de deixar as portas de sua casa constantemente abertas, como se fosse um convite para qualquer pessoa entrar, mas ninguém entra, exceto Valentine, que forma com ele um relacionamento inesperado.

 

 

 

Fisicamente nós estamos sozinhos no mundo, mas não sabemos permanecer sós. Buscamos a companhia do outro e a cumplicidade. Emocionalmente somos incompletos. A partir daí, Kieslowski filmou uma obra-prima sobre o ser humano buscando ligações afetivas. O final transmite de forma simples e discreta um sentimento importante. A sutileza da preocupação e do alívio expressos num rosto diz tudo, cria intensidade, e não indiferença. E a história se repete, mas com uma perspectiva melhor para o futuro.

 

 

 

ATENÇÃO:

 

 

 

Prazo para entrega das resenhas - domingo (10/09)

 

Prazo para entrega das listas, respostas e notas para as resenhas - quarta-feira (13/09)

 

 

 

Em breve:

 

 

 

06/09 - O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

07/09 - O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (0)

 

 

 

Resenhas em aberto (7)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe-

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958), de Louis Malle, por luccasf - página 15

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan - página 13

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967), de Luis Buñuel, por Sith - página 14

 

As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei - página 14

 

Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952), de René Clément, por leomaran - página 15

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns - página 14

 

Fat Girl (À ma soeur!, 2001), de Catherine Breillat, por Alexei - página 15

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva - página 13

 

A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994), de Krzysztof Kieslowski, por Lucyfer - página 15

 

Fúria (Furia, 1999), de Alexandre Aja, por Tensor - página 15

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan - página 12

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994), de Patrice Chéreau, por Lucyfer - página 14

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960), de René Clément, por bs11ns - página 15

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf - página 12

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Ascensor para o Cadafalso. Fiquei com vontade de ver porque o tema parece ser bem interessante e quero saber o desfecho da história. Já ta fila aqui. Parabéns!

 

Fat Girl. Nunca tinha ouvido falar no filme. E to imaginando que desgraça será essa que Breillat coloca no final!!! Difícil de achar pra baixar!!! Mas não vou desistir. Grandona a resenha né??? Mas ta boa!!!

 

Furia. Outro filme do qual até o diretor eu desconhecia a existência (eita ignorância hehehe). A resenha tá show hein? Mas procurei feito um doido na net ontem e nada de aparecer esse filme. Aliás pouco do Aja! Se alguém tiver algum link aí, souber onde vende e puder me falar agradeço. Lembrei de 1984 do Orwell mesmo lendo a resenha (esse filme é fantástico). Texto top!!!

 

A Fraternidade é Vermelha. Já tinha ouvido falar do Kieslowski mas nunca do filme! Parece o tipo de filme minimalista, intimista e soberbo com o qual me identifico. Tentarei ver também.
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Cara, vou te dizer que passei GRANDE dificuldade pra encontrar o filme também. Achei o torrent em um sitezinho mequetrefe que nem sei se encontraria de novo.

 

 

 

Mas o restante dos filmes do cara é bem tranquilão: Viagem Maldita, Espelhos do Medo e Piranha são hollywoodianos. Alta Tensão tu pode ter um pouco mais de dificuldade, mas nem tanto.

 

 

 

Aliás, só Furia e Alta Tensão são franceses, os restantes são americanos. E não espere que nenhum seja minimamente semelhante a Furia, são terror mesmo. Tensor2011-09-06 14:31:01

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Beleza Tensor. Vou procurar por esses outros então! Espelhos do Medo é um com o Kiefer né? Acho que até vi o trailer e me animei a ver mas daí li as críticas e me desanimei hehe. Piranha já ouvi falar também! Mas é bem terror né??? Não sou muito chegado não!!! Até um suspense de tirar o fôlego ainda curto mas prefiro essa coisa mais 1984 mesmo!!! De qualquer forma valeu pelas dicas e parabéns de novo pela escolha e pelo texto!

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