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Forum Cinema em Cena

Festival CeC de Cinema Francês


Jack Ryan
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Viagem à Lua (Le voyage dans la lune)

 

Por luccasf

 

                                                        

 

Considerado como um dos grandes pioneiros do Cinema, juntamente com os irmãos Lumière, Georges Méliès apresenta um novo lado dessa arte que caminhava lentamente, no início do século XX. Enquanto os irmãos franceses concentravam seus trabalhos em breves documentários de tendência realista, Georges Méliès abria as portas para o gênero que, hoje, é reconhecido como "ficção científica". Explorando o que era totalmente desconhecido pelo Homem, Méliès nos entrega um curta-metragem que ilustra uma visão imaginativa a respeito do universo, assunto alvo de muitos questionamentos. Mesmo com suas técnicas rudimentares, mas ainda assim elegantes, levando em conta a data da produção, o diretor consegue trazer um charme especial com seus toques fantasiosos.

 

 

 

Desde os seus primórdios, o Homem sempre foi um grande questionador. O que é o universo? Seria possível chegar à Lua? Existe vida em outro planeta? Neste curta-metragem, Georges Méliès responde a todas essas questões se baseando, apenas, nas hipóteses que pairavam nas mentes das pessoas. Em poucos minutos, o diretor nos mostra uma expedição formada por alguns homens, com o objetivo de chegar à Lua. No entanto, quando chegam ao destino tão sonhado, são recebidos por uma raça ameaçadora que tenta defender o lugar onde vivem a qualquer custo. Levando em conta que o diretor é o próprio personagem que apresenta o grande plano aos viajantes, podemos estabelecer que seu personagem não passa de um alter ego da sociedade da época, que estava atrás das respostas para as perguntas que mais lhe intrigavam.

 

Alguns aspectos interessantes, como: a Lua tendo um rosto humano e o povo desconhecido que habita as crateras do satélite natural, indicam os medos que as pessoas tinham, por causa da falta de conhecimento. A curiosidade ganhava forma nas produções de Georges Méliès e nada ficava sem resposta. Justamente por causa dessa abordagem imaginada que "Viagem Á Lua" é considerada a aurora da ficção científica, rompendo qualquer barreira já estipulada dentro do mundo da sétima arte, naquele período.

 

As atuações, mesmo sem os diálogos, conseguem transmitir a mensagem de forma impecável. As feições, os gestos, e até mesmo o próprio movimento do corpo, já entregavam tudo ao espectador. A semelhança com o teatro é extremamente nítida, principalmente no contexto supracitado. Os cenários, os figurinos e toda a parte ligada com a direção de arte eram comandados pelo próprio diretor, que fazia questão de adequar cada quesito ao contexto que estava sendo abordado. As técnicas de edição e os efeitos especiais, por mais simples que sejam, chegam a impressionar. O próprio diretor chegou a ser nomeado como o "pai dos efeitos", afinal de contas, a comparação com os modestos documentários dos irmãos Lumière é inevitável e Méliès demonstrava um trabalho consciente e surpreendedor em uma vertente mais ambiciosa.

 

Em uma viagem experimental, Méliès apresenta a sua visão sobre tudo aquilo, sem precisar de técnicas aprimoradas para satisfazer, de forma graciosa, o público incrédulo, que ainda não tinha noção das proporções que essa nova arte teria, futuramente. Uma viagem fascinante à um dos projetos que abriram as portas do mundo da sétima arte. Os primeiros raios de sol passavam por entre as nuvens, dando início a um dos espetáculos mais fascinantes que já inventaram: o Cinema.

 

 

 

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Quando eu falei em "mais tarde", aposto que ninguém tinha isso em mente, hehehe. Mas a cerveja tava boa, o papo tava melhor ainda, e o bar cheio de gatas, hehehe.

 

 

 

Bom, pessoal, só pra lembrar: a partir de agora vcs devem avaliar as resenhas publicadas com 1, 2 ou 3 estrelas. Essa votação será usada para determinar quantos pontos de reputação o autor receberá no fim do festival. Todas as resenhas poderão receber nota até o fim do prazo, então quem quiser esperar mais tempo antes de começar a avaliar pode fazê-lo sem problemas. E lembrem-se também de que é possível enviar a nota de vcs para as resenhas por MP, para manter o mistério, mas todas as notas serão divulgadas no final, não há voto secreto.

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Obrigado pelos elogios ao texto, que bom que alguém gostou, hehehe.

 

 

 

Parabéns pelo texto, luccasf! Gostei particularmente do trecho "técnicas rudimentares, mas ainda assim elegantes". Concordo contigo, apesar das claras limitações, o diretor usa a imaginação e o senso estético para compor imagens muito interessantes. A montagem deve ter dado um trabalhão. Em termos de atuações, também dá pra notar um componente meio circense, especialmente na ação. Enfim, esse é um filme que todo cinéfilo deveria conhecer.

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Viagem à Lua (Le voyage dans la lune)
Por luccasf 
                                                      

 

3/3 pontos de reputação.

 

Muito bom o texto, principalmente pela contextualização e por citar as características teatrais do filme. Ele é livremente baseado no romance Da Terra à Lua, de Julio Verne, em que os astronautas também viajam ao satélite em uma bala de canhão.

 

E Méliès não foi só um precursor da ficção científica, mas também da ficção em geral no cinema, já que antes as câmeras geralmente só captavam cenas do cotidiano, sem uma história definida.
leomaran2011-08-21 21:35:33
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Viagem à Lua (Le voyage dans la lune)
Por luccasf 

 

Muito boa mesmo a resenha. O que eu mais gostei foi o luccasf ter citado os aspectos técnicos de um curta-metragem extremamente bem editado pra época em que foi produzido, bem como a importância deles pro filme.

Confesso que fiquei surpreso com a qualidade do roteiro. E acho que o tema continua atual sendo que, mesmo com tantas expedições ao espaço, mesmo hoje pouco se sabe sobre o que existe na Lua ou em outros lugares fora da Terra. Além disso, há a discussão da necessidade (ou falta dela) de se gastar uma grana nessas expedições que nem sempre trazem resultados expressivos. O filme é muito atual e foi uma ótima descoberta pra mim. Parabéns pro luccasf.

 

E a nota vou enviar por MP, pra manter o suspense 03
bs11ns2011-08-22 00:26:54
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Um belo começo para as resenhas, hein. 10.gif Assim dá gosto.

 

 

 

Já aproveito e confirmo a publicação da resenha de La jetée para hoje.

 

 

 

E tem uma coisa que eu esqueci de mencionar (foi esquecimento mesmo, não foi pra criar suspense, hehehe): o festival é tão importante que contará com cobertura de imprensa! 16.gif06.gif

 

 

 

Na verdade, é o seguinte, a maioria de vcs já deve saber que eu tenho um blog. Vou publicar no blog uma cobertura do festival, incluindo as regras e os textos que eu escrevi. O primeiro post foi ao ar agora há pouco, vcs podem ler aqui: Festival CeC de Cinema Francês, no Prós e Contras. Quem quiser ter seu texto publicado no blog, basta me pedir (e dizer como quer ser creditado, claro, por apelido, nome completo, com ou sem e-mail, etc.). OU quem tem seu próprio blog ou site, for publicar suas resenhas por lá e quiser a referência, me avisa que eu coloco lá no meu blog o link para o de vcs. Ou as duas coisas tb, é ao gosto do freguês, hehehe.

 

 

 

É claro que quem preferir manter sua participação apenas dentro do fórum pode fazê-lo. Vou partir do pressuposto de que quem não me pedir divulgação não quer ser divulgado.

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La jetée (idem, 1962)

 

 

 

Se você gosta de algum filme que envolva viagem no tempo, é bem possível que você deva uma nota de agradecimento ao diretor Chris Marker. Em 1962, ele filmou um curta que mostrava a tarefa arriscada de mandar um homem através do tempo com a missão de buscar uma salvação para a humanidade, praticamente exterminada pela terceira guerra mundial. As idéias que aparecem em La jetée reverberam até hoje pelas produções de ficção científica, e se poderia argumentar que influenciaram de O Exterminador do Futuro até Em Algum Lugar do Passado, de De Volta para o Futuro até Efeito Borboleta. Além, é claro, de ter sido a inspiração direta para Os 12 Macacos, de Terry Gilliam, um dos maiores sucessos da década de 1990. Mas o que torna La jetée tão especial?

 

 

 

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Em primeiro lugar, a própria concepção da estória. Ao situar-se em um cenário apocalíptico pós-terceira guerra mundial, Chris Marker capturou parte da essência do pensamento da época, o medo advindo da incerteza sobre as conseqüências de um embate entre nações que agora possuíam armas capazes de destruir plenamente uma à outra – e todo o mundo no processo. Por outro lado, a ciência e a tecnologia bélicas, associadas à nova realidade econômica norte-americana, criavam um cotidiano surpreendente, com veículos mais modernos, televisores e algumas empresas passaram a possuir até computadores. As possibilidades da ciência pareciam ilimitadas, e aí se inclui a viagem no tempo. Portanto, La jetée tem todos os ingredientes de um filme memorável, do ponto de vista do enredo.

 

 

 

192o49.jpg

 

 

 

Quando, por outro lado, falamos em execução, surge talvez uma razão ainda maior para se conhecer esse curta em particular: ele mostra a estória através de uma sequência de fotos. Se você tentou assistir e se assustou, não se preocupe, não é problema do seu DVD, ou do Youtube. É uma escolha narrativa do diretor, que se concentra mais na essência de momentos e situações do que na dinâmica deles. Para quem gosta de debater o que é arte, o que é cinema, a obra de Marker surge como prova cabal de que o cinema pode ser mais, sempre mais do que supomos. E, muito antes da cultura dos “easter eggs” (literalmente, “ovos de Páscoa”, referências visuais muitas vezes escondidas em um filme para os fãs descobrirem), La jetée traz um pequeno trecho, alguns segundo apenas, de filmagem normal, ao invés de imagens estacionárias. Só para ver se estávamos atentos. Não vou dizer que parte é, assista com atenção.

 

 

 

vzy0bk.jpg

 

 

 

Não deixa de ser notável que, quando tanta gente associa o cinema francês a contemplativas obras de crítica social e comportamental, dois dos pontos-chave da ficção científica – gênero frequentemente associado com a cultura pop dos EUA – venham da França: a exploração do espaço, com Viagem à Lua, de Georges Méliès, e a viagem no tempo. Alguém poderia acreditar até que a França faz bons filmes de terror. Será que...

 

 

 

Cheguei a pensar que não conseguiria postar, já caiu a luz três vezes aqui hoje (e duas ontem, nesse horário tb). Mas aqui está. 01.gif

 

 

 

Em breve:

 

23/08 – Fétiche (idem, 1934) , de Wladyslaw Starewicz, por silva;

 

24/08 – Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan;

 

25/08 – As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei;

 

26/08 – Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns.

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Gostaria de agradecer, primeiramente, de forma geral, pelos diversos elogios. Gostei muito de ter aberto o Festival - na parte dos filmes, porque o Jack e o Alexei estreiaram o tópico com dois belíssimos textos - principalmente com esse curta-metragem que significa tanto para essa arte que estamos debatendo. Agradecerei cada post e, com isso, aproveitarei pra debater os aspectos levantados.

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Parabéns pelo texto, luccasf! Gostei particularmente do trecho "técnicas rudimentares, mas ainda assim elegantes". Concordo contigo, apesar das claras limitações, o diretor usa a imaginação e o senso estético para compor imagens muito interessantes. A montagem deve ter dado um trabalhão. Em termos de atuações, também dá pra notar um componente meio circense, especialmente na ação. Enfim, esse é um filme que todo cinéfilo deveria conhecer. Por Jack Ryan.

 

Primeiramente, muito obrigado pelos elogios, cara. Fico feliz que tenha gostado. Sobre o que você comentou em relação a montagem, sem dúvida alguma, deve ter dado um grande trabalho, afinal, estamos falando do início do século passado. Quando a gente para pra pensar nessas coisas, notamos o belíssimo trabalho que foi realizado com tão pouco em mãos! Sem dúvida alguma, é um filme que todo cinéfilo deveria ver, não apenas pelo fato de ser uma das primeiras obras, mas também para notar a ambição de um diretor como Méliès. Sobre publicar no seu blog, não vejo qualquer problema, pelo contrário, agradeço!

 

3/3 pontos de reputação. Muito bom o texto, principalmente pela contextualização e por citar as características teatrais do filme. Ele é livremente baseado no romance Da Terra à Lua, de Julio Verne, em que os astronautas também viajam ao satélite em uma bala de canhão. E Méliès não foi só um precursor da ficção científica, mas também da ficção em geral no cinema, já que antes as câmeras geralmente só captavam cenas do cotidiano, sem uma história definida. Por leomaran.

 

Valeu pelos elogios, cara. Bom saber que agradou mais um membro. Sobre o que você comentou, gostaria de ressaltar a questão de que Méliès realmente abriu espaço para a ficção de forma geral. Naquela época, o costume era assistir aos documentários do irmãos Lumière, então, apreciar uma obra tão diferente do que já tinha sido apresentado até então, deve ter sido uma experiência ao mesmo tempo impactante e primorosa.

 

Muito boa mesmo a resenha. O que eu mais gostei foi o luccasf ter citado os aspectos técnicos de um curta-metragem extremamente bem editado pra época em que foi produzido, bem como a importância deles pro filme. Confesso que fiquei surpreso com a qualidade do roteiro. E acho que o tema continua atual sendo que, mesmo com tantas expedições ao espaço, mesmo hoje pouco se sabe sobre o que existe na Lua ou em outros lugares fora da Terra. Além disso, há a discussão da necessidade (ou falta dela) de se gastar uma grana nessas expedições que nem sempre trazem resultados expressivos. O filme é muito atual e foi uma ótima descoberta pra mim. Parabéns pro luccasf. Por bs11ns

 

Fiquei surpreso por ter agradado tanto, por mais que eu estivesse confiante que seria um bom texto. Valeu mesmo, cara. Exatamente! Você tocou numa questão fundamental. Por mais que os anos tenham passado e a tecnologia tenha avançado, o Homem ainda, e sempre, vai continuar se perguntando sobre estas questões. Obviamente, muita coisa nova apareceu, no entanto, sempre vai sobrar esse vestígio da dúvida/medo presente em "Viagem à Lua".

 

O texto está ótimo! A contextualização está excelente e o texto e msi está bem prazeroso de se ler. Por silva.

 

Ótimo, cara, fico feliz e com a sensação de missão cumprida. Muito obrigado. Sobre a contextualização, tentei ser breve e, ao mesmo tempo, descrever bem, afinal, é uma das questões principais, não apenas desse filme, mas das próprias décadas pioneiras do Cinema. Valeu mesmo!

 

luccasf nota 3/3... confesso q assisti esse filme há muito tempo ainda no ginasio pq um professor passou e não lembro mto bem dele, mas ficou interessante o textinho. Por Sith.

Opa, espero que o texto e os próprios debates façam com que você reveja esse grandioso curta-metragem. Assisti ano passado, enquanto procurava noves filmes naquele livro que reúne 1001. Valeu, cara!
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Gostei do texto do Jack principalmente por ter me deixar ainda com mais vontade de assistir do que eu já estava. Também achei interessante ele ter citado os filmes que influenciou (Em Algum Lugar do Passado é um dos filmes da minha vida e estou curioso para ver quais easpectos podem ser comparados). Comento melhor depois.

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Obrigado Léo e bs pelos elogios. Eu realmente recomendo a vcs assistirem ao filme, leva pouco tempo e é uma experiência única, mesmo pra quem não se adaptar ao estilo "sequência de fotos".

 

 

 

Gostaria de agradecer' date=' primeiramente, de forma geral, pelos diversos elogios. Gostei muito de ter aberto o Festival - na parte dos filmes, porque o Jack e o Alexei estreiaram o tópico com dois belíssimos textos - principalmente com esse curta-metragem que significa tanto para essa arte que estamos debatendo. Agradecerei cada post e, com isso, aproveitarei pra debater os aspectos levantados.

 

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Parabéns pelo texto, luccasf! Gostei particularmente do trecho "técnicas rudimentares, mas ainda assim elegantes". Concordo contigo, apesar das claras limitações, o diretor usa a imaginação e o senso estético para compor imagens muito interessantes. A montagem deve ter dado um trabalhão. Em termos de atuações, também dá pra notar um componente meio circense, especialmente na ação. Enfim, esse é um filme que todo cinéfilo deveria conhecer. Por Jack Ryan.

 

 

 

Primeiramente, muito obrigado pelos elogios, cara. Fico feliz que tenha gostado. Sobre o que você comentou em relação a montagem, sem dúvida alguma, deve ter dado um grande trabalho, afinal, estamos falando do início do século passado. Quando a gente para pra pensar nessas coisas, notamos o belíssimo trabalho que foi realizado com tão pouco em mãos! Sem dúvida alguma, é um filme que todo cinéfilo deveria ver, não apenas pelo fato de ser uma das primeiras obras, mas também para notar a ambição de um diretor como Méliès. Sobre publicar no seu blog, não vejo qualquer problema, pelo contrário, agradeço!

 

[/quote']

 

 

 

Valeu, luccasf! Teu texto sem dúvida foi digno de começar a publicação das resenhas. Só me diz então como queres que eu te credite no blog, se por apelido no fórum, nome, e-mail, link pra Twitter, blog pessoal, enfim.

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Luccasf: 3/3 pontos de reputação. Resenha elegante, sintética, fluida, muito gostosa de ler. Abordou os dois aspectos mais importantes do filme, a teatralidade e o pioneirismo. 

 

E a do Marcelo também ficou muito legal. Mas que coisa bacana está saindo este festival, viu.

 

Quanto à cobertura (ótima idéia), pode publicar minhas resenhas, Marcelo. Amílcar Figueiredo como autor mesmo.

 
Alexei2011-08-25 11:29:29
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La jetée (idem' date=' 1962)
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3/3 de reputação

 

Novamente, um dos pontos fortes é a contextualização histórica, do medo existente na época. O outro é o comentário a respeito das características peculiares do filme, que o tornaram um ícone de seu gênero.

 

 É interessante a relação entre as fotografias e a questão da memória do personagem. A captura de um momento único, representativo. É mais ou menos a forma como funcionam as nossas lembranças. A dinâmica do filme não se perde, apesar das imagens estáticas mostradas. O final meio misterioso, meio poético, também explora as profundezas do nosso cérebro, misturando as lembranças ao deslocamento no tempo e espaço.

 

PS. A imagem em movimento me pegou de surpresa, apesar de saber que ela existiria.

 

PPS. Acho que vou postar as minhas resenhas no meu blog, quando elas saírem.
leomaran2011-08-23 17:38:07
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Galerinha, arreguei :/ Vou contribuir só com a resenha mesmo. Já nessa primeira pergunta me complicaria responder, pq vi uns 15 filmes franceses eu acho, dignos de alguma nota pelo menos. Minha contribuição seria muito capenga, abaixo do aceitável mesmo.

 

 

 

Então vou ficar acompanhando o tópico e dando as notas.

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Fetiché ou Le Mascot

 

por silva

 

 

 

Às vezes, quando estamos procurando algum filme para assistir, normalmente recorremos a recomendações de amigos, a pesquisa em catálogos on-line de filmes, ou até mesmo seguimos a nossa intuição. Entretanto, em algumas raras ocasiões, contamos com a mais afortunada das ocasiões: a sorte. Sim, essa tão falada e buscada sorte, que faz com que miramos em um alvo e acertamos em outro.

 

 

 

2ldg5dv.jpg

 

 

 

Foi o que aconteceu comigo (e com o Jack Ryan, que pode atestar a verdade nisso). Ao procurarmos o filme “Vampyr”,na nossa cruzada pela década de 30, levamos, de brinde, um curta de animação. Stop Motion. Francês. De 1934. Nem imaginava que já se mexiam com esse tipo de animação na época. E o que se viu, após os pouco mais de 25 minutos de filme, foi uma ótima surpresa.

 

 

 

2r7rdxh.jpg

 

 

 

A premissa geral é bem simples: um boneco de pano (um cachorro, para ser mais exato), ao ver o seu “dono” triste por não poder comer uma laranja, resolve sair numa aventura para conseguir atender ao seu pedido. Na verdade, isso só diz respeito ao início e ao final do curta. Basta dizer que, no meio de tudo isso, temos uma espécie de bar (!) comandado pelo diabo (!!) onde temos vários outros bonecos de pano, desde uma bailarina dividida entre o amor de um “boneco malandro” e um macaco (!!!), um gato que serve drinks (!!!!), e um outro gato que, curiosamente, se simpatiza com o nosso cachorrinho (!!!!!). Acreditem, o que foi mostrado até agora (e enfatizado pelas exclamações) é apenas uma pequena amostra do nível de surrealismo contido nesse curta.

 

 

 

Mas é tudo conduzido de forma notável: a animação em si é feita de forma fantástica, fluindo de forma dinâmica, dando a impressão em algumas das vezes de se tratar de uma animação convencional. Além da própria natureza da animação, há vários efeitos e sobreposições de imagens (especialmente no trecho onde temos o personagem principal interagindo com a cidade e na chegada dos inúmeros visitantes do bar). Aliás, essa animação deve ter servido de inspiração para várias outras: a parte onde o nosso intrépido cachorrinho se depara com a grandiosidade da cidade grande me lembrou de imediato um episódio do “Tom e Jerry” onde o Jerry, cansado das estripulias do Tom, resolve partir para a cidade grande (se alguém souber o nome desse desenho, por favor me informe via MP).

 

 

 

1z1ye4k.jpg

 

 

 

A animação em stop-motion é uma das mais trabalhosas, pois cada frame, cada quadro de uma cena é gravada uma de cada vez, e cada mudança de posição dos personagens, por mais simples e insignificante que pareça, deve ser levada em consideração, pois o risco da movimentação dos personagens ser totalmente estranho e fora de contexto é enorme. Além disso, por conta dessa característica “um frame por vez”, uma produção pode levar vários anos. Por conta disso, não há muitos longas de animação nesse estilo sendo feitos hoje. O que só enaltece ainda mais o trabalho feito nesse curta-metragem, que mostra como o diretor (que já adotava a técnica desde o início do século XX) aperfeiçoou o seu ofício até a perfeição.

 

 

 

Outra coisa extremamente notável é o carisma dos personagens: todos eles são cativantes a sua maneira, desde o nosso personagem principal e a sua luta para conseguir a laranja, passando pela bailarina e sua total indecisão, o macaco com as suas... macaquices, até mesmo o Diabo, que, apesar de tudo, nem pode ser considerado o vilão do filme. Essa formação clara e característica da personalidade de cada um dos personagens, acompanhado de um roteiro simples (mas não simplório), torna o curta ainda mais prazeroso de assistir.

 

 

 

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Dirigido por Wladyslaw Starewicz, “Fetiche” (ou Le Mascot, como provavelmente o leitor desse texto encontrará em uma pesquisa do IMDb) é daquelas surpresas inimagináveis, o que nos faz cada vez mais pensar em quantas obras desconhecidas estão perdidas por aí e, mais do que isso, nos mostra talvez o maior motivo pelo qual essa arte é tão apaixonante para nós: por mais que tenhamos visto um sem-número de filmes, ainda há vários-números de outros tesouros cinematográficos a serem descobertos.

 

 

 

Resenhas já publicadas:

 

 

 

Fétiche (idem, 1934), de Wladyslaw Starewicz, por silva

 

La jetée (idem, 1962), de Chris Marker, por Jack Ryan

 

Viagem à Lua (Le voyage dans la lune, 1902), de George Méliès, por luccasf

 

 

 

Em breve:

 

 

 

24/08 – Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968), de René Goscinny, Albert Uderzo e Lee Payant, por Jack Ryan;

 

25/08 – As Bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville, 2003), de Sylvain Chomet, por Alexei;

 

26/08 – Cópia Fiel (Copie conforme, 2010), de Abbas Kiarostami, por bs11ns.

 

 

 

Lista atualizada

 

 

 

Demais resenhas recebidas (11)

 

 

 

Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour l'échafaud, 1958) - luccasf

 

Asterix e Cleópatra (Astérix et Cléopâtre, 1968) - Jack Ryan

 

A Bela da Tarde (Belle de Jour, 1967) - Sith

 

As Bicicletas de Belleville (Les Triplettes de Belleville, 2003) - Alexei

 

Brinquedo Proibido (Jeux interdits, 1952) - leomaran

 

Cópia Fiel (Copie conforme, 2010) – bs11ns

 

O Escafandro e a Borboleta (Le scaphandre et le papillon, 2007) – bs11ns

 

A Fraternidade é Vermelha (Trois couleurs: Rouge, 1994) - Lucyfer

 

Fúria (Furia, Alexandre Aja, 1999) - Tensor

 

A Rainha Margot (La reine Margot, 1994) - Lucyfer

 

O Salário do Medo (Le salaire de la peur, 1953) - leomaran

 

O Sol por Testemunha (Plein soleil, 1960) – bs11ns

 

 

 

Resenhas em aberto (8)

 

 

 

35 Doses de Rum (35 Rhums, 2008) - Alexei

 

O Atalante (L'atalante, 1934) - ltrhpsm

 

O Desprezo (Le mépris, 1963) - Pdiogo2006

 

Fat Girl (À ma soeur!, 2001) - Alexei

 

O Filho Preferido (Le Fils Préféré, 1994) - Alexei

 

Gabrielle (Idem, 2005) - Alexei

 

Os Guarda-Chuvas do Amor (Les parapluies de Cherbourg, 1964) - silva

 

O Sopro no Coração (Le souffle au coeur, 1971) - -felipe- Jack Ryan2011-08-25 11:24:56

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Pontuação: 3/3 - La jetée (idem, 1962), por Jack Ryan. Eu também tava querendo assistir antes de ler, no entanto, a curiosidade foi maior. Primeiramente, gostaria de dizer que o texto está excelente, principalmente nos momentos em que cita outros filmes que se inspiraram nessa abordagem do Marker. Gostei da forma na qual você apresentou a resenha, dando destaque especial para o desfecho que aguça, e muito, quem ainda não assistiu.  Confesso que fiquei mais ansioso ainda pelo filme, portanto, assisto nesse final de semana, se tudo correr da forma certa. Obviamente, volto para debater, depois!

Ótimo começo!

luccasf2011-08-23 21:35:34

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Fetiché ou Le Mascot

 

Reputação: 3/3

 

Bem boa a resenha do filme, que, pelo que pesquisei, é praticamente desconhecido. Eu, pelo menos, também nunca tinha ouvido falar.

 

Se mantiver o nível das resenhas, vou ser obrigado a dar 3 de reputação pra todo mundo. 06
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Fetiché ou Le Mascot

 

 

 

Reputação: 3/3

 

 

 

Bem boa a resenha do filme' date=' que, pelo que pesquisei, é praticamente desconhecido. Eu, pelo menos, também nunca tinha ouvido falar.

 

 

 

Se mantiver o nível das resenhas, vou ser obrigado a dar 3 de reputação pra todo mundo.06.gif [/quote']

 

 

 

Sim, ele é bem desconhecido mesmo. Como eu disse no meu texto, eu só o descobri (e o Jack também) por acaso, ele veio junto com o "Vampyr" (que também é um filmaço).

 

 

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