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David Cronenberg


Mr. Ibanez
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Melhor filme:  

26 members have voted

  1. 1. Melhor filme:

    • M. Butterfly
      0
    • The Dead zone
      2
    • Camera
      0
    • Videodrome
      6
    • A mosca
      12
    • Mistérios e paixões
      2
    • Marcas da violência
      14
    • Scanners
      5
    • Spider - Desafie sua mente
      2
    • eXistenZ
      0
    • Crash - Estranhos prazeres
      2
    • Outro (cite)
      3


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Robert Pattinson e Cronenberg vão manter parceria nas telas

24/05 - 16h09

 

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Viggo Mortensen perdeu seu lugar. Robert Pattinson (Crepúsculo) e o diretor David Cronenberg, que estão no Festival de Cannes lançando Cosmópolis, irão trabalhar juntos novamente em um longa que será filmado na França e nos Estados Unidos.

Em entrevista à revista francesa Les InRockuptibles (traduzida pelo blog The Playlist), o ator informou a novidade, apesar de não saber quando Cronenberg quer começar a filmar. “Será sua primeira filmagem nos Estados Unidos e ele [Cronenberg] prometeu que será bem estranho. Os próximos dois ou três anos serão cruciais para mim. É agora que tudo está acontecendo”, disse o ator.

Pattinson não mencionou o nome do filme, mas Cronenberg está associado a dois longas no momento: As She Climbed Across The Table, baseado no livro de Jonathan Lethem que narra o romance de uma astrofísica e seu namorado, em outra dimensão; e Maps to the Stars, um thriller que o diretor desenvolve desde 2006, a partir do roteiro de Bruce Wagner (A Hora do Pesadelo 3).

Sobre Maps to the Stars, o diretor declarou recentemente: “Você pode dizer que é um filme hollywoodiano porque os personagens são agentes, atores e empresários, mas não é uma sátira como O Jogador [de Robert Altman]. Hollywood é um mundo sedutor e repelente ao mesmo tempo, e é a combinação disso que a torna tão potente. Eu não vou sucumbir a alguns clichês e slogans simplistas porque a cultura, e o que ela revela sobre a cultura western e sobre o resto do mundo, é muito complexa”.

Cosmópolis será apresentado no Festival de Cannes na próxima sexta-feira e chega aos cinemas brasileiros em 13 de julho. Antes disso, Pattinson estreia no país com Bel Ami - O Sedutor, em 22 de junho. O ator também estará em breve em A Saga Crepúsculo: Amanhecer – O Final, que estreia em 14 de novembro, e em Mission: Blacklist, no qual ele caçará o ditador Saddam Hussein, ainda sem data prevista.

E você, acha que a parceria entre Cronenberg e Pattinson será tão produtiva quanto a do diretor com Viggo Mortensen, que rendeu Marcas da ViolênciaSenhores do Crime e Um Método Perigoso? Deixe seu comentário.

A maioria das parcerias são bem sucedidas e esta pode ser uma já o suspense Cosmopolis muito interessante.
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  • 6 months later...
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Visto UM MÉTODO PERIGOSO

 

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Na trama, o jovem Doutor Carl Jung (Michael Fassbender) começa a tratar Sabina Spielren (Keira Knightley), uma jovem esquizofrênica com fortes tendencias sadomasoquistas. O caso faz com que Jung trave contato com o Professor Sigmund Freud ( Viggo Mortenses), o pai da psicologia. Enquanto os anos passam, a relação de Jung com Sabina vai se tornando perigosamente íntima, enquanto suas descordancias cada vez maiores com Freud se encaminha para uma ruptura historica.

 

UM METODO PERIGOSO é um trabalho bem atipico do Cronenberg. Afinal, não há grandes grafismos na historia, e embora o erotismo esteja presente, as cenas de sexo são bem brandas. Mas ainda sim, Cronenberg entregaum belo drama histórico, mostrando a torrida relação de Carl Jung com Sabina (que se tornaria uma das primeiras terapêutas mulheres), e a lendaria briga com Sigmund Freud.

 

 

Resumindo, Cronenberg toma um caminho dferente do seu habitual, optando por uma direção sutil e intimista, muito mais voltada a direção de atores do que a direção visual. Para viver Freud, Cronenberg escalou Viggo Mortense em sua terceira colaboração com o ator. Mortensen vive o pai da psicanalise de forma contida. O ator retrata Freud como um homem excentrico, mas ao mesmo tempo reservado. Já Keira Knightley constroi uma evolução interessante de sua personagem, que começa o filme dominada por suas proprias neuroses, mas ao longo da historia vai obtendo o controle da propria vida ao simplesmente se aceitar. Alguns podem acusar a atriz de atuar de forma escandalosa, mas creio que a personagem pedia isso, e se a atuação da moça não é brilhante quando comparada com os colegas de elenco, tambem não dá pra dizer que ela tenha deixado a peteca cair.

 

Vincent Cassel tem uma participação pequena, mas vital na narrativa como Otto Gross, um ex terapeuta que torna-se paciente de Juntg. O ator francês constroi Gross como um homem absolutamente convicto de suas idéias, vivendo a vida se entregando sem culpa ou hesitação a cada prazer que se apresenta diante dele.

 

Por fim, chegamos ao Carl Jung de Michael Fassbender, que é o inegavel protagonista da historia. O Jung de Fassbender é um homem que diferente de Freud, não se importa em exteriorizar de forma clara e sem ironias o que esta sentindo e pensando. O ator interpreta Jung como um feroz defensor de suas ideias, mas ao mesmo tempo consegue retratar no olhar certa insegurança do psicologo ao ir contra uma lenda como Freud. As inseguranças e culpas de Jung surgem muito bem retratadas especialmente nas suas relações com a amantte Sabina, e a esposa Emma, vivida de forma acertadamente apagada por Sarah Gadon.

 

Em resumo, acho que UM METODO PERIGOSO é um bom filme, e uma experiencia interessante para o Cronenberg dentro de sua filmografia. Mas não creio que figure entre os grandes filmes do cineasta.

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  • 3 months later...
  • 11 months later...
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 Visto eXistenZ

 

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   Na trama, em um futuro próximo,  Allegra Geller (Jennifer Jason Leigh) é uma famosa designer de jogos de realidade virtual, que durante o lançamento de seu novo jogo, o eXistenZ, sofre um atentado. Ela foge juntamente com Ted Pikul (Jude Law) um segurança novato, e enquanto se esconde de seus perseguidores, Allegra precisa da ajuda de Pikul para se certificar que a única cópia do eXistenZ não foi danificada, e para isso, eles devem mergulhar em um mundo onde fantasia e realidade se confundem.

 

   eXistenZ é um bom trabalho do Cronenberg, que carrega praticamente todas as principais assinaturas e temáticas de sua filmografia. Estão lá os personagens postos em situações em que questionam o que é real ou não, e a forma como suas obsessões refletem-se em seus corpos. Em muitos aspectos, o filme lembra muito o pequeno clássico VIDEODROME, onde a principal isca para fazer com que os personagens modificassem os seus corpos em nome da realidade virtual eram o sexo e a violência, apenas substituindo a temática da televisão pelos jogos virtuais.

 

  Mas o cineasta canadense faz isso de forma ainda mais explicita do que havia feito no filme de 83. Os jogos são baixados diretamente nos cérebros dos usuários através das chamadas "Bio portas", plugs instalados nas costas dos jogadores que lembram muito vaginas. O jogo é armazenado em um HD biológico, que lembra vagamente um útero, e que é conectado as bio portas através de um cabo que é obviamente o representante do cordão umbilical. Ou seja, jogar um game no universo de eXistenZ, é tanto uma metáfora para o sexo, como para uma espécie de renascimento, onde o jogador pode ser muito mais do que é no mundo real.

 

  No geral, eXistenZ é um thriller de ficção científica bastante competente, e adequadamente surtado, que vale a conferida. Tem todas as bizarrices que tornaram Cronenberg célebre, com direito a uma pistola feita exclusivamente de ossos, músculos e dentes. O filme pode também ser considerado o fecho de uma fase na carreira do cineasta, já que depois deste trabalho, o diretor se dedicaria a projetos mais digamos "centrados".

 

 

TOP CRONENBERG

 

 

 

1) SENHORES DO CRIME
 
 2) DEAD ZONE

 

3) SCANNERS

 

4) VIDEODROME

 

5) MARCAS DA VIOLENCIA
 
6) A MOSCA
 
7) UM METODO PERIGOSO
 
8) eXistenZ
 
9) SPIDER
 
10) CRASH: ESTRANHOS PRAZERES
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  • 3 months later...
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 Visto FILHOS DO MEDO

 

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  Na trama, Frank Carveth (Art Hindle) é um homem que está preocupado com os efeitos físicos e psicológicos que a sua pequena filha Candice (Cindy Hinds) possa estar sofrendo em suas visitas a sua mãe Nola (Samantha Eggar) que mentalmente instável, esta sob os cuidados do misterioso Dr. Hal Raglan (Oliver Reed). Quando pessoas próximas começam a ser mortas por pequenas criaturas, Frank precisa correr contra o tempo para descobrir qual é a relação destas mortes com o Dr. Raglan e Nola, antes que Candice e ele próprio tornem-se as próximas vítimas.

 

  FILHOS DO MEDO é um baita thriller de horror comandado pelo Cronenberg em começo de carreira, em 1979. O roteiro escrito pelo próprio diretor possui muitos dos temas que se tornariam recorrentes em sua filmografia. Estão lá o fascínio pelo paranormal e pela parapsicologia, explorado em SCANNERS e em menor grau em DEAD ZONE, e é claro, a obsessão humana se manifestando de forma física na carne dos personagens, algo muito comum em toda a obra do cineasta, mas que tem em VIDEODROME e A MOSCA os seus exemplos mais célebres.

 

  Mas inserir os temas queridos pelo seu realizador de forma orgânica na trama não são os únicos méritos do roteiro. Além de criar uma mitologia fascinante e perturbadora em uma trama redonda, mas cheia de pequenos significados, o texto do Cronenberg acerta também ao colocar o protagonista diante de dramas reais e comuns, não de forma escancarada, mas no subtexto que o acompanha durante toda a sua jornada durante a história.

 

  Afinal, antes de se deparar com assuntos mais extremos e até fantásticos, Frank se mostra um pai preocupado com a filha desde o primeiro minuto da narrativa. Candice está sofrendo, pois como muitas crianças em um processo de divórcio, tornou-se objeto de disputa dos seus pais. Frank sente a dor da filha, e sofre por saber que não há muito que se possa fazer a respeito. Assim, ao dar ao protagonista estes pequenos dramas do "homem comum", Cronenberg faz com que o acompanhemos de bom grado em sua assustadora jornada.

 

 Mas se no roteiro, Cronenberg mandou muito bem, mandou melhor ainda na concepção visual e na condução do projeto. Um bom exemplo são todas as cenas que acompanham as sessões do Dr. Raglan com Nola, onde através de hipnose, o psiquiatra se faz passar por outras pessoas da vida de sua paciente. Ao optar filmar a maior parte destas cenas em planos fechados, o diretor maximizou a tensão das mesmas, reforçando o traço enigmático, mas claramente manipulador de Raglan, assim como a loucura crescente de Nola.

 

 E o que dizer do visual das pequenas criaturas assassinas? Simplesmente assustador. As criaturas do tamanho de crianças e de capuzes coloridos executam os seus ataques com uma fúria devastadora, enquanto guincham raivosamente. E embora a maquiagem dos rostos deformados dos monstrinhos esteja ótima, o diretor prefere usar a decupagem para privilegiar a ira com que as ações dos assassinos são realizadas ao invés de suas faces monstruosas.Todas as cenas de morte do filme impressionam não pelo grafismo presente nelas, mas sim pela brutalidade com que ocorrem.

 

 E o que falar dos vinte minutos finais? Simplesmente fantástico! Uma aula de como se constrói uma sequência de suspense crescente, usando o visual da história tanto de forma sutil, como de forma explosiva, em uma cena particularmente repulsiva durante o climax. A história fecha de forma adequada com o resto do filme, carregando um pessimismo poético tipico dos filmes de Cronenberg. Ah, não posso terminar sem falar da trilha de Howard Shore, que pontua com competência os momentos de maior dramaticidade do filme, sem ser intrusiva.

 

  Enfim, recomendo fortemente FILHOS DO MEDO. Um thriller de horror surreal, daqueles de roer as unhas, e que mesmo não sendo tão famoso quanto outras obras de Cronenberg, carrega todas as suas assinaturas.

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  • 5 months later...
  • 2 weeks later...
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 Visto CALAFRIOS

 

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   Na trama, em um condomínio localizado em uma ilha canadense, o Dr. Emil Hobbes (Fred Doederlin) assassina uma jovem garota, cometendo suicídio em seguida. Ninguém consegue compreender o porque da tragédia, mas quando alguns moradores do condomínio começam a apresentar sinais de uma estranha doença, o Dr. Roger St. Luc (Paul Hampton) passa a desconfiar que a pesquisa do falecido Dr. Hobbes envolvendo parasitas geneticamente modificados possa estar por trás do crime, que será só o começo de uma bizarra epidemia que causa violentos e perigosos impulsos sexuais nos moradores.

 

  Embora não seja o primeiro longa metragem de Cronenberg. CALAFRIOS foi o filme que o lançou internacionalmente, e após ver a película, dá pra entender o por que. Trata-se de uma ficção científica de horror absolutamente surtada, tanto narrativamente, como visualmente, sendo o filme mais escatológico e carregado no gore que já vi sendo dirigido pelo Cronenberg. O roteiro escrito pelo diretor flerta com o subgênero zumbi ao mostrar a pequena sociedade do condomínio onde se passa a história colapsando diante da epidemia dos parasitas.

 

  Nota-se grande influência da obra de George Romero neste filme, mas apesar de eu ter usado o termo "Zumbi", e de existir sim alguns elementos que referenciam o clássico A NOITE DOS MORTOS VIVOS, parece que a inspiração maior veio de outro filme de Romero, O EXÉRCITO DO EXTERMÍNIO, de 73, lançado dois anos antes de CALAFRIOS. Tanto é que não acredito ser coincidência o fato de a atriz Lynn Lowry, que vive aqui uma sexy enfermeira, tenha atuado anteriormente no filme de Romero. Ambas as produções tratam de epidemias que fazem com que as pessoas liberem seus instintos mais primitivos.

 

 Mas se CALAFRIOS foi influenciado por clássicos do gênero, ele também influenciou outros clássicos. Muitos vão perceber a semelhança que existe na cena onde um homem doente observa a sua barriga se levantar em bizarras protuberâncias devido aos parasitas ali alojados, com a do clássico de Ridley Scott ALIEN, lançado quatro anos depois, onde a criatura do título irrompe violentamente do corpo de John Hurt.

 

 O filme de Cronenberg também poderia ser visto como uma metáfora para o horror gerado pelas doenças sexualmente transmissíveis, onde sentimentos como o amor e o desejo são transformados em morte e desgraça. A epidemia começou pelo fato de a garota morta no começo do filme, estar contaminada, e "Ser Muito popular entre os moradores". Os portadores do parasita da trama infectam outras pessoas através de ações sexuais não só o coito, mas um simples beijo pode causar a infecção. A narrativa dá ainda mais brecha pela interpretação durante uma cena envolvendo a icônica atriz Barbara Steele nua em uma banheira, enquanto um parasita se infiltra pelo ralo e rasteja lentamente em direção a sua vagina. Por outro lado, outras leituras podem ser feitas, por exemplo, o arco dramático envolvendo a infeliz Janine Tudor (Susan Petrie) abre espaço para uma interpretação de aceitação sexual que conversa com outras obras de Cronenberg, como CRASH: ESTRANHOS PRAZERES e UM MÉTODO PERIGOSO.

 

 Claro que não adiantaria nada esse bom roteiro se Cronenberg não dirigisse bem a obra. E o filme é muito bem dirigido, com sequências que constroem um clima fantástico de suspense e loucura, além do já citado gore escatológico que compõe a estética da produção. Além da cena da banheira com Barbara Steele, sobre a qual eu já falei, várias outras passagens merece destaque. A ótima sequência de abertura, onde vemos paralelamente ao assassinato da "Paciente Zero", o representante do condomínio apresentando as instalações a um casal interessado. É de um humor negro muito bom, pois ao mesmo tempo em que o representante fala das maravilhas do lugar, um assassinato insano está ocorrendo. A cena onde uma mãe e sua filha são encurraladas em um elevador por um empregado contaminado é outra pequena peça de puro suspense que o filme guarda.

 

 Entretanto, nem tudo são flores. Algumas passagens revelam um Cronenberg ainda um pouco inexperiente, como cenas onde ele usa desnecessariamente o slow motion, o que acaba mais por tirar o publico do filme do que por gerar qualquer sensação de medo e suspense. Outras cenas de ataque são um pouco mal coreografadas. Mas são pecadilhos em um ótimo filme de horror de um jovem diretor genial que ainda cresceria muito. CALAFRIOS com certeza vale a conferida.

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 Visto RABID

 

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  Na trama, o casal de namorados Rose (Marilyn Chambers) e Hart (Frank Moore) sofrem um grave acidente de moto. Rose fica a beira da morte, mas é salva através de uma cirurgia experimental realizada pelo Dr. Dan Keloid (Howard Ryshpan). Entretanto, a cirurgia causa uma estranha mutação no corpo de Rose, que passa a sentir uma necessidade de se alimentar de sangue humano, que ela suga de suas vítimas através de ferrões surgidos em suas axilas. Pra piorar a situação, as vítimas da garota passam a sofrer de um avançado estado de raiva, dando início a uma violenta epidemia.

 

 RABID, que no Brasil recebeu a bizarra tradução de "Enraivecida na Fúria do Sexo" é um filme de vampiro bem pouco convencional escrito pelo próprio Cronenberg (como de costume). Embora Rose, vivida pela atriz pornô Marilyn Chambers (e talvez dai a tradução nacional) esteja longe de ser uma vampira clássica, a história escrita pelo diretor usa-se de muitos elementos desse gênero para compor a personagem central. Rose vale-se da sedução para atrair a maioria das suas vítimas, deixando-as infectadas com o mal ao partir. E apesar de não possuir presas, e sim ferrões que irrompem de suas axilas de forma fálica, é quase inegável a sensação orgasmática que a personagem parece sentir quando se alimenta de sangue. Cronenberg também tem noção fa força visual que os bizarros ferrões têm, e não se faz de rogado na hora de dar incômodos close ups nos ditos cujos.

 

 Assim como o filme anterior de Cronenberg, CALAFRIOS, esta produção de 1977 também parece sofrer influência do clássico de Romero A NOITE DOS MORTOS VIVOS. As pessoas que Rose infecta, não ficam iguais a ela. Simplesmente transformam-se em pessoas enlouquecidas pela raiva, que sangrando pelos olhos e espumando pela boca, não hesitam em arrancar a dentadas pedaços de qualquer coisa que se mova. Esses raivosos canibais dão ao diretor a chance de exibir algum gore. A própria aparência dessas pessoas infectadas já são repulsivas por si só, mas seus atos não ficam atrás, com direito a nacos de carne arrancados do pescoço e uma perna dilacerada por uma britadeira, um dedo cortado por uma tesoura durante uma tensa cena de cirurgia, e por ai vai..

 

 Além do já citado paralelo feito entre o vampirismo da protagonista com o sexo, que acaba por transformar a busca pelo prazer em algo terrivelmente destrutivo, algo que já visto em CALAFRIOS e que seria revisitado nos posteriores VIDEODROME e CRASH: ESTRANHOS PRAZERES, vemos aqui as horríveis consequências que o mal uso da ciência pode gerar, temática ao qual o diretor regressaria várias vezes em sua carreira, como no clássico cult A MOSCA e no excelente FILHOS DO MEDO. Além disso não tem como não perceber o vírus da raiva que assola o Canadá no filme como uma metáfora das doenças sexualmente transmissíveis, já que o vírus se origina e se espalha através do vampirismo de Rose, por sua vez a metáfora ao sexo.

 

 Entretanto, apesar de ter muitas qualidades, RABID também possui alguns defeitos que o impedem de ficar entre os grandes filmes de Cronenberg. As idéias do filme são bastante instigantes, e o diretor consegue criar uma ótima atmosfera também, criando um ambiente de caos e medo, a medida em que o vírus se espalha, e mais casos de ataques de raivosos vão ocorrendo pela cidade. Entretanto, não existe nenhum personagem no filme que realmente conquiste a nossa simpatia ou que nos faça temer por seu destino.

 

  Se Rose funciona muito bem como uma metáfora, não funciona tão bem como personagem dramática. A atriz Marilyn Chambers não ajudou muito, mas o problema maior se encontra mesmo no roteiro do diretor. Cronenberg parece querer que simpatizemos de alguma forma com Rose, que deveria ser vista mais como uma vítima da ciência do que como uma vilã. Entretanto, não vemos a personagem demonstrar qualquer tipo de remorso por suas vítimas, já que seus ataques são premeditados e não feitos impulsivamente. Poderia se alegar que a cirurgia afetou a personalidade da garota de alguma forma assim como afetou o seu corpo, mas nunca conhecemos Rose antes da cirurgia pra poder alegar isso. Somado tudo isso, o impacto que o climax deveria gerar acaba não sendo tão impactante assim. Os personagens de Hart, o namorado de Rose, e do Dr. Murray Cypher (Joe Silver) que deveriam representar o mais próximo de "heróis" que a trama tem, também não me geraram empatia alguma.

 

  Mas apesar disso, RABID ainda é um bom filme. Eu acredito que vale a conferida pelo climão que o diretor consiga estabelecer e pelas boas idéias que apresenta. Não fica entre os melhores filmes do Cronenberg, mas diante de um diretor que apresenta um nivel tão alto em seu trabalho, não quer dizer nada. Leva a minha recomendação.

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  • 1 year later...
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 Drama existencialista comandado por Croneberg, e com Robert Pattinson segurando bem o papel principal. Embora as principais assinaturas do cineasta, como violência insana e sexo fetichizado ainda estejam presentes, COSMOPOLIS talvez seja um de seus filmes mais "cleans" ao lado de UM MÉTODO PERIGOSO. Vale a conferida. Muito longe dos melhores trabalhos do mestre, mas ainda vale a pena.

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  • 3 months later...
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  Drama que entra em um quase subgênero do cinema americano, dedicado a mostrar o lado podre de Hollywood. Dos filmes recentes do Cronenberg (de MARCAS DA VIOLÊNCIA pra cá) achei o mais fraco. Os personagens são interessantes e os atores muito bem dirigidos por Cronenberg (destaque para a Juliane Moore e o jovem Evan Bird) mas os arcos dos personagens são muito mal amarrados. Não é um filme ruim, mas também faltou muita coisa pra ser bom. O filme tenta despejar acidez em Hollywood, mas não parece dizer nada que já não tenha dito antes, seja em conteúdo ou estética. Enfim, vale a conferida sem grandes expectativas.

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  • 2 years later...
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David Cronenberg, de A Mosca, explica por que não quer fazer outro filme de terror

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David Cronenberg é um dos diretores mais influentes da última geração de Hollywood, chocando com sua crueza e terror extremamente gráfico em filmes como A Mosca, Videodrome e Crash: Estranhos Prazeres.

 

Em uma fase mais requintada de sua carreira, com thrillers como Senhores do Crime e Marcas da Violência, o diretor falou ao Entertainment Weekly sobre um possível retorno ao gênero do terror, onde até mesmo participou como ator de Jason X.

“Eu nunca resisti a isso. Já me ofereceram muitos projetos por aí, e eles pareciam apenas uma repetição de basicamente tudo o que eu já tinha feito, então isso não é interessante. Eu acho que o motivo pelo qual eu comecei a me afastar do terror direto foi simplesmente porque, ao invés de ser libertador, o que sempre é no começo – e é um gênero realmente capaz de entregar algo a mais do que sustos se for feita por pessoas talentosas – mas eu acho que agora o terror se tornou mais restritivo do que libertador”, explica o cineasta.

 

“Então eu acho que em todos os meus filmes ainda há textura disso por baixo de tudo, mas eu não realmente me vejo voltando a fazer isso. Mas você nunca sabe, nunca se sabe”, promete Cronenberg.

David Cronenberg recusou por telefone a direção de Star Wars, e Lucasfilm desligou na sua cara

Cronenberg não tem nenhum projeto em desenvolvimento para o cinema, com seu último filme lançado sendo Mapas para as Estrelas, em 2014. O diretor atualmente desenvolve uma série para a TV.

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