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Forum Cinema em Cena

Bates Motel (série prequel de Psicose)


Jailcante
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 E Bates Motel chegou ao seu final. Obviamente, spoilers abaixo.

 

  O episódio final da série "The Cord" é baseado essencialmente em duas relações de Norman. A primeira com seu inimigo jurado, Alex Romero, e a segunda com seu irmão Dylan, e em como essas duas relações afetam a visão da realidade que Norman Bates tanto tentou evitar. Achei que o confronto com Romero podia ter sido um pouco melhor trabalhado, mas deu uma lavada na alma ver o Norman tomando aquelas porradas do Romero. Hehehe. Fiquei surpreso que a Mãe fosse "exorcizada" aqui, e deixada de fora do desfecho do episódio. Mas faz todo o sentido. Como Romero disse, Norman nunca poderia escapar do fato de que matou a própria Mãe, a não ser que tentasse esquecer de tudo, meio que resetando a própria mente. Por isso, revisitamos os primeiros momentos de Norman em White Pine Bay vistos lá no começo da série, um mundo onde Emma, Romero, e "A Mãe" ainda não existiam, e portanto Norma estava viva.

 

 E chegamos então a Dylan. O rapaz enfrenta um grande dilema, pois sabe que a Xerife não se importa nem um pouco se Norman morrer, e assim resolve confrontar o irmão sozinho no Bates Motel, em uma ultima tentativa de salvar Norman. É interessante que Dylan tenha sido o escolhido para este confronto final com o protagonista. Desde o início da série, vimos Dylan tentando de alguma forma evitar que o irmão encontrasse o destino que encontrou. Então, é natural que caiba a ele dar paz a Norman, de uma forma ou de outra.

 

 Achei emocionante, e ao mesmo tempo atmosférica a conversa que Dylan tem com Emma pelo celular, enquanto encara o Casarão dos Bates, que se erguia assustador em frente ao rapaz. Mais emocionante foi Dylan evocar as palavras de Norma ao dizer "Ele não é perigoso pra mim", pois assim como Norma fez tantas vezes, Dylan estava deixando a razão de lado e fazendo uma loucura em nome do irmão. Mesmo sabendo que poderia ser morto, ele resolve tentar. Se BATES MOTEL tem um herói (e eu não acho que tenha) o mais próximo disso é Dylan. Não acho que Norman e Norma tenham feito muito por ele ao longo da série, mas ele sente que deve isso aos dois.

 

 E então temos o doloroso conflito entre os irmãos. Dylan encontra o cenário de pesadelo, com o cadáver congelado da mãe sentado a mesa de jantar. De uma forma emocionante, Norman está tentando reconciliar Norma e Dylan. Mas claro, tudo é uma ilusão. E dessa vez, não é "A Mãe", e sim Norman que está disposto a matar para preservar esta ilusão. Freddie Highmore e Max Thieriot tiveram uma excelente atuação aqui. Podemos ver o desespero de Dylan ao perceber que não existe um cenário em que o irmão seja saudável e feliz, assim como a força que Norman faz para não encarar a realidade. Só não curti aquela cena estilo "afterlife feliz" com Norman e Norma se encontrando. Só o "Thank You" pra mim já teria bastado.

 

 Eu diria que os produtores entregaram uma temporada final muito forte. Não sei se chega a ser a melhor da série, mas encerra a trágica história de Norman Bates com chave de ouro. Ao longo de suas cinco temporadas, BATES MOTEL reinventou a história do icônico Norman Bates e de sua mãe de forma soberba, respeitando o original, mas encontrando também sua própria identidade. Tivemos altos e baixos aqui e ali, mas o núcleo principal nunca foi menos que excelente. Vera Farminga foi fantástica como Norma Bates, criando uma personagem cheia de camadas, que andava entre a comédia e a tragédia com uma desenvoltura e ainda entregou uma vilã extremamente divertida como "A Mãe" na temporada final. Freddie Highmore por sua vez, encarou de frente o desafio de viver o personagem imortalizado pela atuação de Anthony Perkins no clássico de Hitchcock, e não ficou devendo em nada, entregando um Norman atormentado, mergulhando cada vez mais fundo no poço á medida que a série avançava, fazendo jus ao legado de Perkins.

 

BATES MOTEL vai fazer falta, mas diferente de outras séries por ai, sai por cima, tendo contado a história que queria contar.

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  • 4 weeks later...
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Concordo 100% com o McClane.

 

Eu achei essa temporada final bem "meia boca". Acho que ficaram armando uma série de cenários interessantes e descartaram todos eles ou simplificaram.

 

Chicks como escritor de "Psicose" seria interessante, o assassinato do pai de Dylan e Chicks, o julgamento de normal (seria interessante ver "A mãe" em julgamento), a "clone" da jovem "Norma", e a Marion Crane que ficou péssima. Enfim, esperava uma sequencia com a sombra da Mãe atras da cortina de chuveiro com toda uma montagem de suspense.

 

Enfim...

 

A série foi muito boa, terminou bem, mas ficou com um final um tanto quanto indigesto.

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 Concordo que a série cria um monte de plots promissores que não dão em nada, ou são simplesmente abandonados. A morte de Caleb nunca mais é lembrada depois de ocorrer, o registro de Chick dos acontecimentos não passa de uma provocação boba, e Madeleine, que o tempo todo foi apresentada como uma personagem que potencialmente teria importância na temporada é simplesmente jogada pra escanteio. E o lance da vingança do Romero foi simplesmente enrolado demais.

 

 O plot de Marion Crane te incomodou tanto assim, SAGA STARK? A interpretação da Rihana não chegou a me incomodar. É insipida, mas pelo menos não compromete. Te incomodou a mudança feita em relação a icônica cena do chuveiro? Pessoalmente, eu gostei da reviravolta, narrativamente falando, mas concordo que o suspense podia ser melhor trabalhado.

 

 Mas ainda assim, gostei muito da temporada, especialmente pela construção de Highmore da mente decadente do Norman, retratando uma psiquê pra lá de complexa. E gostei muito do desfecho, com aquele confronto simples, mas extremamente emocional entre Norman e Dylan.

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 O plot de Marion Crane te incomodou tanto assim, SAGA STARK? A interpretação da Rihana não chegou a me incomodar. É insipida, mas pelo menos não compromete. Te incomodou a mudança feita em relação a icônica cena do chuveiro? Pessoalmente, eu gostei da reviravolta, narrativamente falando, mas concordo que o suspense podia ser melhor trabalhado.

 

Mas ainda assim, gostei muito da temporada, especialmente pela construção de Highmore da mente decadente do Norman, retratando uma psiquê pra lá de complexa. E gostei muito do desfecho, com aquele confronto simples, mas extremamente emocional entre Norman e Dylan.

 

Eu fiquei muito incomodado sim com a Rihanna. Achei uma personagem extremamente rasa e imatura. Não convence as motivações dela em fugir com o dinheiro, nem mesmo se fosse uma atitude tomada no calor do momento para ir encontrar o Sam.

 

Acho que essa última temporada perdeu chances ótimas de criar um clima de suspense em prol de um encerramento "prematuro". Do fim da temporada passada para essa ficou uma lacuna gigante.

 

Mas enfim, acabou, não tão por cima, de maneira simplória mas satisfatória.

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