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15/05/2006 ¦ 21:28

Diálogo exemplar

- O que deu errado, governador ? - perguntou, há pouco, o jornalista William Bonner em entrevista ao vivo no Jornal Nacional.

 

- Nada deu errado - respondeu Cláudio Lembo.

 

O governador enlouqueceu.

 

 

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É o fim da picada:

São Paulo vive dia de pânico, mas comandante da PM culpa boataria; rebeliões acabam

Da Redação
Das agências
Da Folha Online

 

O comandante-geral da Polícia Militar no Estado de São Paulo, coronel Eliseu Eclair, afirmou que esta segunda foi o dia menos violento desde o início dos ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Falando no final da tarde no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, ele deu a entender que o pânico vivido hoje pela população da cidade não condiz com a realidade.

 

"Hoje (segunda) foi o dia mais tranqüilo. E por que, à tarde, aconteceu este pânico?" O coronel atribuiu a situação à cobertura da imprensa e à boataria que se propaga numa espécie de "boca-a-boca eletrônico" --pela Internet, mensagens de SMS e celulares. Eclair citou reportagem da Folha Online que aborda a boataria para apoiar seu raciocínio.

 

O coronel disse que há informações "mirabolantes" circulando pela cidade a respeito de supostas ações e planos dos bandidos.

 

"Não tenho dúvida nenhuma de que vamos controlar a situação", disse o policial, que afirmou ainda que os índices de violência estão arrefecendo. "Vamos analisar os números, e não a sensação (de violência)", disse.

 

Desde sexta-feira à noite, os ataques do PCC deixaram ao menos 81 mortos no Estado de São Paulo. Deste total, 38 são suspeitos e criminosos. O número de presos por suspeita de envolvimento nos ataques, segundo o coronel, já chega a 91.

 

"Nós estamos em guerra contra eles, podemos ter mais baixas, mas não vamos recuar. Ontem dominamos 20 presídios e hoje dominamos mais 20", afirmou Eclair.

 

Para o coronel, não há necessidade de alarme da população paulistana, que hoje enfrentou paralisação de ônibus, trânsito carregado e fechamento de lojas, escolas e universidades.

 

Ele atribuiu o medo dos paulistanos à cobertura da imprensa e disse que entrou em contato com diretores de jornais e emissoras de TV para reduzir o que classificou de "sensacionalismo".

 

São Paulo recusa ajuda

 

No início da noite, após uma reunião, o governador Cláudio Lembo (PFL) e o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos anunciaram que o governo federal não vai colaborar diretamente com as ações das forças de segurança estaduais. A rejeição a essa ajuda pelo governador vem desde o início dos ataques, foi reafirmada pelo comandante da PM na entrevista em que falou dos boatos e, por fim, oficializada por Lembo, com o ministro a seu lado.

 

Thomaz Bastos afirmou, no entanto, que a solicitação de ajuda por parte do governo estadual pode ser feita a qualquer momento, e que será prontamente atendida. Segundo o ministro --que elogiou muito a atuação das forças estaduais de segurança--, já ocorre um trabalho de intercâmbio de inteligência com a Polícia Federal.

 

A oferta do ministro incluía 4.000 homens da Força Nacional de Segurança à disposição de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul --onde ocorreram rebeliões. No entanto, ao declinar da oferta, Lembo citou nominalmente o Exército, dizendo que não havia a necessidade de sua presença no Estado.

 

Por volta das 21h, a Secretaria da Administração Penitenciária anunciou que terminaram todas as rebeliões em unidades prisionais do Estado de São Paulo --desde o início da crise, elas chegaram a ser 73. Todos os reféns foram soltos; nove detentos morreram.

 

"Toque de recolher" espontâneo

Estabelecimentos localizados em ruas de comércio tradicionais, como na região de Pinheiros e no centro de São Paulo, baixaram as portas e dispensaram seus empregados.

 

Como precaução, empresas e escolas também estão encerrando o expediente mais cedo. A conseqüência: às 18h, o congestionamento atingia 212 km, contra a média de 58 km. O recorde anterior era de 187 km. O rodízio de veículos foi suspenso --medida que será mantida nesta terça-feira.

 

O pânico mudou a rotina econômica de São Paulo. Empresas como Microsoft e Samsung, por exemplo, dispensaram os funcionários. Os shoppings Iguatemi e Market Place fecharam as portas às 16h. A rede de supermercados Pão de Açúcar dispensou seus funcionários, mesmo tendo percebido um aumento no número de consumidores em pelo menos uma de suas lojas.

 

O próprio Tribunal de Justiça comunicou que o expediente em todos os fóruns do Estado seria encerrado mais cedo, às 17h. A justificativa é a tentativa de diminuir os problemas de transporte dos funcionários, uma vez que parte da frota de ônibus paulistana não está circulando. Nove terminais de ônibus - oito na zona Sul - permaneceram fechados e há mais de 4 mil ônibus fora de circulação nesta segunda-feira.

 

Universidades e faculdades suspenderam as aulas noturnas e devem manter a medida nesta terça. A direção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) argumentou "situação de insegurança generalizada na cidade".

 

De acordo com nota divulgada, a suspensão das atividades teve início às 15h nas quatro unidades da capital e só serão retomadas quando "forem restituídas condições adequadas ao funcionamento da universidade". Em Higienópolis, a Escola Carlitos suspendeu as aulas hoje e amanhã, por conta da falta de segurança.

 

Em menor escala, o mesmo pânico manifestou-se em outras cidades do Estado --como as da Baixada Santista, que tiveram o comércio fechado-- que também tiveram ataques a autoridades e rebeliões, e dezenas de municípios do interior do Estado, que viveram rebeliões nos presídios estaduais.

 

O grande número de ligações entre celulares feitas por pessoas buscando informações sobre os ataques está provocando sobrecarga. A assessoria da Vivo desmentiu os boatos de ataques aos sistemas, mas confirmou que o excesso de ligações provoca sobrecarga. O mesmo ocorreu com a TIM.

 

Em Higienópolis, bairro de classe média-alta da região central da cidade, um carro da Polícia Civil foi metralhado no início da tarde desta segunda. Quatro policiais estavam no veículo, e um deles foi atingido. Duas escolas da região --Rio Branco e Sion-- mudaram sua rotina e criaram esquemas especiais de segurança.

 

O saguão do aeroporto de Congonhas, na zona sul, foi evacuado e parcialmente fechado por conta de uma suspeita de pânico. O esquadrão antibombas da polícia não encontrou nada.

 

 

 

Balanço de vítimas

 

A maior onda de ataques de que se tem notícia realizada pelo crime organizado em São Paulo entrou em seu terceiro dia atingindo também alvos civis. Já foram confirmados pelas autoridades 184 ataques da facção criminosa PCC no Estado, com pelo menos 81 pessoas mortas.

 

As vítimas, segundo dados oficiais divulgados na tarde desta segunda, são 22 PMs, oito agentes penitenciários, seis policiais civis, três guardas civis metropolitanos e quatro cidadãos comuns, entre eles, alguns parentes de policiais; os restante 38 mortos são criminosos. Os feridos são, pelo menos, 49.

 

Os suspeitos detidos pela polícia, de acordo com informações do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic), são ao menos 91. Os ônibus queimados no Estado são 56, e os ataques a agências bancárias chegaram a oito.

 

Durante a madrugada, ataques contra ônibus na capital forçaram as companhias de transporte público da cidade a não mandar seus carros para as ruas nesta segunda-feira. A decisão afetou duramente a população, em especial moradores das zonas Sul e Leste, que ficaram sem condução para o trabalho. Pelo menos 2,9 milhões de passageiros foram afetados.

 

Pelo menos seis das empresas de ônibus de São Paulo mantiveram seus veículos nos pátios para evitar depredações. Os criminosos queimaram 44 ônibus na capital, e os demais no ABC e em Osasco. A maioria dos ônibus foi destruída na madrugada deste domingo para segunda.

 

Agências do Banco do Brasil, do Bradesco e da Caixa Econômica Federal foram alvos de tiros dos criminosos. Já duas agências do Itaú e outra do HSBC foram incendiadas. Em nota, os bancos afirmaram que abrirão normalmente nesta terça-feira.

 

Por toda a cidade foram montados bloqueios da polícia, que procura por suspeitos de participação nas ações. Até o momento, foram presos 82 suspeitos.

 

A ação coordenada dos criminosos se estende por outras cidades do Estado, onde foram registrados ataques a policiais. A violência já ultrapassou as fronteiras do Estado. Foram registrados ataques também no Paraná, Mato Grosso do Sul e Bahia.

 

Reação do PCC

 

As ações, segundo o comando da segurança pública de São Paulo, são uma reação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) à transferência de líderes da organização para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (a 620 km da capital), complexo de segurança máxima idealizado para abrigar os membros do PCC.

 

Entre os 765 detentos transferidos para o presídio está Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o principal chefe do grupo e tido como mandante dos ataques do PCC às autoridades.

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Ou seja, não basta termos vivido um dia de país sitiado, esses filhos da puta vêm nos dizer que a culpa desse terrorismo todo é de boatos? Ou seja, no final das contas, é como se a culpa fosse nossa? É isso?

O PFL mal chegou no meu estado... e certamente não deixará saudades...

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A boataria não foi a única causadora do pânico, mas agravou em muito além de prejudicar o trabalho da polícia. Foram centenas de trotes denunciando falsos onibus pegando fogo, milhares de boatos de bombas no aeroporto e etc. Resultado: Os atentados em são paulo ocorreram só nas zonas leste e sul.No meu bairro, onde não aconteceu nada, o comércio inteiro fechou as portas no meio da tarde e as ruas tão simplesmente desertas agora a noite. Ou seja, o Estado não decretou toque de recolher, mas o PCC (ou os boatos, ou os dois) impuseram... e conseguiram! Josefel Zanatas2006-5-15 22:43:14

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Uma coisa não tem nada a ver com a outra... Em situações como essa é esperado que hajam os espertalhões em busca de seus 15 segundos de fama... Culpar a boataria pelo caos de hoje é assinar atestado de INCOMPETÊNCIA...

 

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eu queria saber q acordo é esse.... pq se atenderam o pedido deles eu juro q eu prefiro a cidade toda sendo atacada

nao tem q ter acordo, tem q ser na força, com gente q ordena fazer essas coisas nao existi acordo, só faltava depois de tudo isso consiguirem o q ele quer....

se eu fosse o governador eu ja tinha mandado a policia pegar o infeliz, chamado todo a impressa e eu daria 50 tiro de 12 pessoalmente no meio do cranio desse marcola ai, e ser televisionado pros infeliz verem o q aconteceu com o lider deles....

 

ah, até agora o vice presidente dos estados unidos cheney, não respondeu meu email....

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Parou por ordem do PCC

De Gilmar Penteado, André Caramante e Cristiano Machado na Folha de S.Paulo, hoje:

 

"A cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) deu ordem ontem para

cessar os atentados e rebeliões em São Paulo, após dois dias de

negociações com representantes do governo do Estado.

 

A Folha apurou que, por telefone celular, líderes da facção

criminosa determinaram a presos e membros do PCC do lado de fora das

cadeias que interrompessem a onda de violência.

 

A trégua foi mais rápida nas cadeias. No começo da noite, não

havia mais nenhuma rebelião em andamento no Estado. O dia começou com

55 presídios amotinados -foram 82 unidades rebeladas (73 presídios e

nove cadeias públicas) desde o início das ações. A maior parte das

rebeliões terminou quase simultaneamente, a partir das 16h.

 

Segundo o que a Folha apurou, o preso Orlando Mota Júnior, 34, o

Macarrão, foi um dos principais interlocutores do governo. Ele e outros

líderes do PCC deram a ordem de cessar os atentados.

 

Nas conversas com representantes da Secretaria da Administração

Penitenciária, a facção condicionou o fim dos ataques a benefícios a

presos transferidos para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620

km de SP) e à não entrada da Tropa de Choque da PM nos presídios

rebelados. Na quinta-feira, 765 detentos -todos membros do PCC- foram

levados para a penitenciária."

 

Assinante da Folha leia mais

 

"Os quatro homens que hoje comandam a reação do governo estadual aos

ataques do PCC estão divididos. Não há um consenso nem sobre a melhor

forma de reagir nem sobre até que ponto a polícia deve endurecer.

 

No comando deles, está o governador Cláudio Lembo (PFL), 71, que

assumiu o cargo em março deste ano e tem pouca experiência no

gerenciamento de crises.

 

Os homens da cúpula do governo paulista são os secretários

Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária) e Saulo de Castro Abreu

Filho (Segurança Pública), o delegado Godofredo Bittencourt Filho,

diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime

Organizado), e o coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges,

comandante-geral da Polícia Militar.

 

A principal divergência está na postura de cada um diante do

problema da criminalidade. Enquanto Saulo, Bittencourt e Borges

defendem uma resposta dura e implacável aos criminosos, e não descartam

a possibilidade de os criminosos serem mortos, Nagashi tem uma visão

mais moderada e defende uma reação forte do Estado, porém ponderada.

 

A discordância entre eles mina uma tomada de decisão definitiva

por parte do governo estadual, que mantém o discurso oficial de que a

situação está sob controle, apesar dos novos ataques ocorridos ontem."

 

Assinante da Folha leia mais

 

"Às vésperas da escolha do candidato a vice da chapa de Geraldo

Alckmin à Presidência, uma nova crise abalou ontem o relacionamento

entre tucanos e pefelistas em São Paulo, alimentada pelos atentados da

facção criminosa PCC no Estado.

 

A onda de violência também deixou em alerta o comando das campanhas

de Alckmin e de José Serra, candidato tucano ao governo de SP. Ambas

temem "radicalização" do PT nos ataques à área da segurança.

 

A ala do PFL desde o início contrária à manutenção dos tucanos

Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança) e Nagashi Furukawa

(Administração Penitenciária) na gestão Cláudio Lembo voltou à carga

ontem e quer que o PSDB divida publicamente com o governador os

prejuízos à imagem do pefelista e de seu partido por conta dos

atentados. Mas os tucanos próximos a Serra e Alckmin dizem não aceitar

a hipótese."

 

Assinante da Folha leia mais

 

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como eu sou assinante do uol tá ai parte "assinantes da folha leiam mais", do primeiro artigo q o big one colocou

 

GUERRA URBANA/ TRÉGUA

Ordem foi dada a membros da facção após dois dias de conversas com representantes do governo estadual, que nega negociação


Cúpula do PCC ordena fim dos ataques

GILMAR PENTEADO
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

A cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) deu ordem ontem para cessar os atentados e rebeliões em São Paulo, após dois dias de negociações com representantes do governo do Estado.
A Folha apurou que, por telefone celular, líderes da facção criminosa determinaram a presos e membros do PCC do lado de fora das cadeias que interrompessem a onda de violência.
A trégua foi mais rápida nas cadeias. No começo da noite, não havia mais nenhuma rebelião em andamento no Estado. O dia começou com 55 presídios amotinados -foram 82 unidades rebeladas (73 presídios e nove cadeias públicas) desde o início das ações. A maior parte das rebeliões terminou quase simultaneamente, a partir das 16h.
Segundo o que a Folha apurou, o preso Orlando Mota Júnior, 34, o Macarrão, foi um dos principais interlocutores do governo. Ele e outros líderes do PCC deram a ordem de cessar os atentados.
Nas conversas com representantes da Secretaria da Administração Penitenciária, a facção condicionou o fim dos ataques a benefícios a presos transferidos para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de SP) e à não entrada da Tropa de Choque da PM nos presídios rebelados. Na quinta-feira, 765 detentos -todos membros do PCC- foram levados para a penitenciária.
Na pauta estava o banho de sol. Os presos estão trancafiados, por medida de segurança, desde a transferência. O PCC pediu que os presos levados a Presidente Venceslau não sejam submetidos ao regime de observação.
Nesse sistema, usado para quem chega a uma nova penitenciária, os detentos ficam trancados e não podem receber visitas ou advogados por um período de até 30 dias. Eles alegam que são "piolhos" (presos veteranos) e não cometeram infrações no sistema para justificar a punição.
Houve outras reivindicações, mais ousadas. Entre elas, segundo agentes penitenciários, está o pedido de visita íntima e de televisores no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). O sistema mais rígido proíbe esses dois benefícios.
Marcola e outros quatro líderes da facção foram levados provisoriamente para o RDD em Presidente Bernardes (589 km de SP) no sábado. Segundo agentes penitenciários, homens da SAP estiveram no domingo em Presidente Bernardes para conversar com o líder máximo do PCC.

Sem negociação
O governo nega a negociação com a organização. "Não se negocia com bandido", afirmou ontem o diretor do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), Godofredo Bittencourt. Mas ele afirma que o plano de isolar os líderes do PCC em Presidente Venceslau surgiu quando os presos passaram a fazer pedidos fora da lei.
"Eles [os líderes do PCC] fizeram reivindicações junto à Secretaria da Administração Penitenciária que não eram permitidas. Chegou a um ponto que o secretário [Nagashi Furukawa] achou que eles estavam pedindo aquilo que não se poderia permitir e poderia acontecer alguma coisa", afirmou o diretor do Deic.
Bittencourt disse que a facilidade do acesso dos presos a celulares dificulta o trabalho da polícia. "São contatos feitos por telefone rapidamente que não há condições, de quem quer que seja, de saber o que vai acontecer."
Em março, a Folha revelou uma foto em que Marcola aparece com um celular na mão. A imagem foi registrada por outro telefone, com câmera digital, que pertencia a outro preso. O aparelho com a imagem arquivada na memória foi apreendido em janeiro.
A CPI da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de armas já aprovou requerimento para ouvir Marcola e seu irmão Juvenal Herbas Camacho Júnior. O depoimento dos dois pode ocorrer na próxima semana. Os deputados também decidiram exigir do governo paulista a permanência de Marcola no RDD.

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continuação restrita a assinantes do segundo artigo do big one

GUERRA URBANA/ GOVERNO

Enquanto secretário da Segurança, delegado e coronel defendem linha-dura, secretário da Administração Penitenciária pede moderação


Divergência de autoridades retarda reação

DA REPORTAGEM LOCAL

Os quatro homens que hoje comandam a reação do governo estadual aos ataques do PCC estão divididos. Não há um consenso nem sobre a melhor forma de reagir nem sobre até que ponto a polícia deve endurecer.
No comando deles, está o governador Cláudio Lembo (PFL), 71, que assumiu o cargo em março deste ano e tem pouca experiência no gerenciamento de crises.
Os homens da cúpula do governo paulista são os secretários Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária) e Saulo de Castro Abreu Filho (Segurança Pública), o delegado Godofredo Bittencourt Filho, diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), e o coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, comandante-geral da Polícia Militar.
A principal divergência está na postura de cada um diante do problema da criminalidade. Enquanto Saulo, Bittencourt e Borges defendem uma resposta dura e implacável aos criminosos, e não descartam a possibilidade de os criminosos serem mortos, Nagashi tem uma visão mais moderada e defende uma reação forte do Estado, porém ponderada.
A discordância entre eles mina uma tomada de decisão definitiva por parte do governo estadual, que mantém o discurso oficial de que a situação está sob controle, apesar dos novos ataques ocorridos ontem.

Histórico
As diferenças entre Nagashi e a polícia ficaram explícitas em 2001, quando houve rebeliões simultâneas em 29 penitenciárias do Estado de São Paulo, que deixaram um saldo de 16 detentos mortos. À época, o secretário foi acusado de ter negociado o fim da crise diretamente com os criminosos -o que ele nega.
Foi o coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, que acumula uma maior experiência de campo entre os quatro, que acabou negociando a retomada dos presídios.
Quando veio a questão da desativação do Carandiru, surgiu uma nova polêmica. Nagashi, defensor dos minipresídios -segundo ele, mais fáceis de controlar-, colidiu com Saulo, para quem não tinha cabimento destruir um presídio diante do grande número de prisões feitas no Estado.
O Carandiru acabou sendo desativado no ano passado.
Nagashi, apesar de defender uma posição não compartilhada pelos colegas, tem o respaldo do ex-governador Geraldo Alckmin. O secretário, que já foi advogado, delegado, promotor de Justiça e se aposentou como juiz, após 20 anos de trabalho, é ligado a grupos de direitos humanos e defende o tratamento digno dos presos.
Criador da Apac (Associação de Proteção e Assistência Carcerária), que tinha como objetivo integrar a sociedade na administração penitenciária, Nagashi visita cadeias e conversa diretamente com os presos.
Para ele, se endurecer de forma exagerada, o governo estaria expondo a sociedade a novas ações terroristas.
Não é o que pensa Saulo, que se afastou do Ministério Público em 1995, quando foi convidado pelo então governador Mário Covas a assumir a Corregedoria Geral da administração paulista. Em 2001, presidiu a Febem e, em 2002, assumiu a secretaria, quando chegou a ser cotado como um dos candidatos a sucessão de Alckmin no governo.
No cargo, foi pivô de situações polêmicas. Brigou no trânsito com uma idosa, chamou a polícia para desbloquear uma rua perto do restaurante em que iria e foi denunciado pelo "caso Castelinho" -quando 12 supostos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) foram mortos em um ônibus na região de Sorocaba (100 km de SP). O inquérito foi arquivado.
Ao contrário de Nagashi, é um secretário mais de gabinete. Comparece em entrevistas coletivas, mas não tem o costume de visitar presídios. A eventual candidatura dele ao governo foi esquecida, e Saulo foi isolado no governo.
O secretário da Segurança é crítico feroz dos grupos de direitos humanos. Costuma usar palavrões quando se refere aos criminosos e prega uma reação dura do governo do Estado.
O diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), Godofredo Bittencourt Filho, por sua vez, é adepto das frases de efeito.
O delegado disse ter chorado na sexta-feira, quando soube dos ataques contra policiais feitos pelo PCC. O mesmo PCC que, em 2001, ele chamou de "organização falida e desmantelada".
Aliás, as frases de efeito são o forte de Bittencourt. Ainda em 2001, disse: "Se o PCC tinha uma boca cheia de dentes, agora tem um dentinho ali e outro lá".
No gabinete, Bittencourt ostenta com orgulho uma placa de identificação em que se lê: "Doutor Fudêncio", numa menção ao caráter duro e intransigente do ocupante do cargo. Com 42 anos de carreira, o delegado tem uma filha que é seccional de polícia.
Em entrevista anteontem, Bittencourt criticou duramente a sociedade que, segundo ele, não apóia e respeita o policial.
Dos quatro, o mais operacional é o coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo desde dezembro de 2004. Ele é também o mais emocional. Na noite de anteontem, participou da entrevista coletiva com lágrimas nos olhos.
De perfil discreto, Borges também prega uma reação forte dos policiais contra os criminosos. Ele acredita que o Estado só sairá vitorioso se conseguir demonstrar sua força ao reprimir as ações criminosas.

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