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Crise em São Paulo


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PCC planeja eleger dois deputados em outubro

 

 

R$ 700 mil arrecadados por mês dos filiados vão para a campanha

 

Josmar Jozino

 

 

O Primeiro Comando da Capital (PCC) quer eleger em outubro um deputado

federal e outro estadual para defender seus interesses no Poder

Legislativo. A facção vem investindo na campanha os R$ 700 mil

arrecadados por mês com os "integrantes financeiramente estruturados".

O Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) tenta

identificar os possíveis candidatos.

 

 

O PCC ampliou seus negócios e, atualmente, empresta

dinheiro para quadrilhas e cobra com juros e correção monetária. Nas

prisões, a facção conta com pelo menos 130 mil homens, além de um

exército de 10 mil "soldados" nas ruas. Considerando que cada detento

tem pelo menos três parentes, o número de familiares chega a 390 mil, o

suficiente para eleger parlamentares.

 

 

Também chamado de Partido do Crime, o PCC já é visto

por deputados federais como uma organização comunista, com várias

células, uma tesouraria descentralizada e um comando central forte e

com poder de decisão. Os parlamentares receberam da polícia informações

sobre outra estratégia da facção: recrutar no exterior especialistas em

explosivos e manuseio de fuzis para treinar seus soldados.

 

 

O estatuto da facção, escrito por Mizael Aparecido

da Silva, o Miza, um dos oito fundadores da facção, tem forte teor

político. Antes de ser assassinado na prisão, em fevereiro de 2002, ele

escreveu uma carta para parceiros presos em Bangu 1 (RJ), pregando um

megaevento nacional, ou seja, uma rebelião em vários Estados, além de

atentados e assassinatos de políticos do PSDB e jornalistas, com a

ajuda do aliado Comando Vermelho (CV). Muitos líderes do PCC procuram

se politizar, lendo livros de esquerda, como obras de Lenin e Trotski

(líderes da Revolução Russa de 1917). O número 1 do PCC, Marcos

Willians Herbas Camacho, já leu, segundo o Ministério Público, 3 mil

livros, incluindo A Arte da Guerra.

 

 

Segundo a Polícia Civil, a principal arma do PCC,

hoje, é o telefone celular. Um policial, que prefere não se

identificar, observa que o celular de um preso representa mais perigo

do que dez fuzis com bandidos nas ruas. Segundo ele, 70% dos seqüestros

são planejados dentro das prisões, graças ao uso do celular. Os

detentos dão para os parceiros nas ruas orientações de como arrebatar

as vítimas, escolher o cativeiro e negociar o pedido de resgate.

 

 

As séries de atentados e rebeliões, ataques a bases

policiais, prédios públicos, fóruns e assassinatos de policiais e

magistrados intimidam, segundo policiais civis, o Poder Judiciário.

Muitos juízes, com medo de retaliações, estariam absolvendo integrantes

do PCC processados por formação de quadrilha e outros crimes e negando

pedidos de internações de presos em Regime Disciplinar Diferenciado

(RDD). Policiais civis também foram ameaçados.

 

 

Para a Polícia Civil, a facção criminosa conta ainda

com a importante ajuda de advogados. Além de investir nas candidaturas

políticas, o PCC é acusado de usar o caixa da facção para pagar cursos

de Direito. O objetivo seria contar com advogados para acompanhar

processos dos integrantes nas ruas e cadeias. Outra tática atribuída ao

grupo criminoso é fraudar concursos públicos e manter em seus quadros

policiais e até agentes penitenciários federais e estaduais de

confiança.

 

 

Outra preocupação da polícia é com os constantes

acordos feitos pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) com

a facção. Até aparelhos de TV os líderes exigiram e conseguiram para

assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo. Só no anexo de Avaré os

chefes do grupo receberam, pelo Correio, 60 aparelhos em três lotes de

20. Os televisores foram comprados com dinheiro do grupo. Afinal, o PCC

cobra, religiosamente, a mensalidade de R$ 500,00 dos "soldados" em

liberdade; R$ 50,00 dos que estão em regime semi-aberto, e R$ 25,00

daqueles que cumprem pena em regime fechado.

 

 

PASSEATA

 

 

Para ter idéia da estrutura do grupo, o caixa da

facção financiou, em abril de 2005, uma passeata de 8 mil mulheres e

parentes de presos. Foram fretados centenas de ônibus em capital,

Grande São Paulo, litoral e interior. Com carro de som, faixas e

camisetas, os manifestantes se reuniram na frente da SAP para

reivindicar melhorias nas prisões. Segundo o Poder Judiciário, até o

Movimento dos Sem-Terra (MST) ajudou o PCC a organizar o protesto.

 

http://www.estado.com.br/editorias/2006/05/16/cid120200.xml[/Quote]

 

Assustador...

 

 

 

 

 

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A função primordial do Estado é garantir a segurança da população e o

cumprimento da lei, nem que para isso seja necessário lançar mão de

força letal. Já passou da hora de o governo adotar medidas mais

efetivas contra grupos terroristas como o MST e, agora o PCC.

 

 

 

Os americanos não acabaram com o domínio das gangues nos anos 30

fazendo acordos com elas, e sim matando quantos de seus membros fosse

necessário e aprimorando as leis. Deveríamos seguir o exemplo.

 

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é isso ai o moonsorrow!!!!

tem q matar todos eles, e se for presiso acrescento, afamilha deles, e se estiverem em areas com inocente em volta lamento, o importante é detonar todos eles... curte o que custar... nem q seje pra fazer são paulo inteira ter tanto sangue que ira evaporar e chover no lugar das chuvas por um ano...

eu quero ver todos os criminosos violentamente destruidos e aniquilados pela policia, e o marcola inutil troturado em rede internacional, pra mostrar que quem manda não são eles....

eles querem msotrar força? então a policia, o exercito, nem q seje pra pedir apoio internacional, tem q ostrar q é mais forte, e tem q ir ao extremo de uma vez.... antes q o cidadão em geral acabe sendo atacado... e que para que possamos viver susegado, sabendo q quem quiser entrar na nossa frente a policia ira matar com muita cede de sangue...

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eu odeio aquele governardo largatixa morta... velho gagá agora tá ponda a culpa na classe dominante q tera q abrir o bolso e combater a exclusão social, bah eles é q tem q defender a cidade.... depois sim tem q se preucupar com as coisas sociais a longo prazo

agora é meter bala mesmo

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A opinião da Direita sobre os fatos recém-ocorridos:

 

 

 

 

 

Os autores do espetáculo

 

 

 

Olavo de Carvalho

 

Jornal do Brasil, 18 de maio de 2006

 

 

 

 

 

"Não tenho razões para gostar do sr. Cláudio Lembo. No dia em que lhe fui apresentado – um encontro a que compareci na esperança vã de obter seu apoio para projetos culturais que teriam podido, talvez, desviar um pouco o Brasil do rumo de uma tragédia anunciada --, ele aproveitou a ocasião para fazer bonito ante uns esquerdinhas presentes, rotulando-me ultradireitista e recomendando-me a leitura da Bíblia para aplacar meus maus instintos políticos. Nada respondi. Limitei-me a tirar do bolso o velho exemplar do Novo Testamento e dos Salmos que me acompanha há anos, para mostrar que não tinha lições de religião a receber de um deplorável puxa-saco de seus próprios detratores.

 

 

 

No entanto, não posso assistir calado ao esforço geral da mídia para lançar sobre ele a culpa integral da desgraça ocorrida em São Paulo. Não se trata apenas de injustiça. É uma operação diversionista, calculada para ocultar da opinião pública os verdadeiros agentes causadores do episódio, cujas identidades, sem isso, saltariam aos olhos de todos, por ser demasiado óbvias. Para enxergá-las, basta juntar os fatos:

 

 

 

1º. Os bandidos rebelados confessaram ter recebido ajuda e treinamento do MST, entidade estreitamente associada à camarilha petista dominante e que por sua vez recebeu as mesmas coisas de outra organização amiga do governo, a narcoguerrilha colombiana.

 

 

 

2º. O presidente da República é pessoalmente responsável pela presença, nas ruas, dos doze mil delinqüentes que espalharam o terror e a morte entre a população paulista. Não tem sentido acusar o governo estadual de estar despreparado para a situação e ao mesmo tempo inocentar o governo federal que a gerou. Ao soltar os bandidos, sabendo que mantinham contato telefônico com seus chefes presos e que estavam preparados para ações terroristas de grande porte, a Presidência da República petista ateou fogo num Estado da Federação e ainda se aproveita das chamas para queimar nelas a reputação de um miúdo adversário local.

 

 

 

3º. É absolutamente inconcebível que uma operação de guerra de proporções colossais, envolvendo três entidades subversivas da importância do PCC, do MST e das Farc, fosse preparada sem que alguma notícia a respeito chegasse à coordenação estratégica da esquerda continental, o Foro de São Paulo, cujo fundador e presidente crônico, em licença temporária, é mais conhecido hoje em dia como presidente do Brasil mas jamais cessou de trabalhar por essa organização.

 

 

 

Como a única ocupação da mídia chique deste país, há quinze anos, tem sido ocultar ou minimizar a realidade para manter o povo sob o controle da gangue esquerdista a despeito de todas as intrigas internas que a dividem, a missão foi cumprida mais uma vez. Mas agora a realidade é grande e sangrenta demais para desaparecer por artes mágicas de copy-desk. Um ataque assassino de características nitidamente insurrecionais foi desencadeado com a cumplicidade direta ou indireta da Presidência da República, se não sob a sua orientação. Não há, no fundo, quem não saiba disso. Mesmo o cérebro de uma população entorpecida por décadas de “revolução cultural” não consegue cegar-se de todo para tamanha obviedade.

 

 

 

Isso não quer dizer, é claro, que o conhecimento público dos fatos trará algum dano a seus autores. Num país civilizado, qualquer ligação mesmo remota de um presidente da República com os autores daquela barbaridade implicaria sua imediata remoção do cargo e sua responsabilização penal. Mas o Brasil já foi domado e adestrado para responder com sorrisos de adulação a todos os insultos e agressões que venham de fonte ideologicamente aprovada. O país vai curvar-se, com servilismo boçal, a mais esta imposição cínica das elites iluminadas que o guiam infalivelmente para o abismo.

 

 

 

Quanto ao sr. Lembo, está sendo feito de bode expiatório porque tem a sonsice e até o "physique de rôle" apropriados para isso. Não entende o que se passa, nem sabe a quem serve com o grotesco espetáculo da sua impotência. É um bobo, mas não é culpado senão disso."

 

 

 

Outro texto, ainda mais esclarecedor:

 

http://www.olavodecarvalho.org/semana/060517dce.html

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Meio off-topic' date='mas enfim:

Vcs não acham Marcola um nome meio "sem moral" para um integrante de uma facção criminosa? Teria que ter um nome mais entimidador,como...Sei lá...Racha Cuca...Marcola rima com boiola,maricola,e isso é totalmente desmoralizante....
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Que tal Marko Ramius ? smiley4.gif

 

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Pontos de vista interessantes do governador de SP:

Burguesia terá de abrir a bolsa, diz Lembo

MÔNICA BERGAMO
Colunista da Folha de S.Paulo

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, afirma que o problema de violência no Estado só será resolvido quando a "minoria branca" mudar sua mentalidade. "Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa", afirmou. "A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações."

Lembo criticou o ex-governador Geraldo Alckmin, que disse que aceitaria ajuda federal contra as ações do PCC se ainda estivesse no cargo, e o ex-presidente FHC, que atacou negociação entre o Estado e a facção criminosa para o fim dos ataques. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Folha - Os jornais estão noticiando hoje [ontem] que houve uma matança em São Paulo na madrugada de terça. A polícia está sob controle ou está partindo para uma vingança?

Cláudio Lembo - A polícia está totalmente sob controle. Eu conversei muito longamente com o coronel Elizeu Eclair [comandante-geral da PM] e estou convicto de que ela está agindo dentro dos limites e com muita sobriedade. Todas as noites há confrontos nas ruas da cidade e esses conflitos foram exasperados nesses dias. Mas vingança, não. A polícia agiu para evitar o pior para a sociedade.

Folha - Foram 93 mortes. Elas estão dentro dos limites? O senhor tem segurança que todos que morreram estavam em confronto?

Lembo - E o conflito que houve da cidade com a bandidagem? Foi violento. É possível que tenha havido tragédias, mas pelo que estou informado não houve nada que fosse além dos confrontos diretos.

Folha - Só no IML (Instituto Médico Legal) estão 40 mortos e não se sabe nem o nome dessas pessoas.

Lembo - Os nomes vão ser revelados. Estamos resolvendo questões burocráticas, de identificação, mas vão ser revelados.

Folha - Jornalistas da Folha entraram no IML e viram fotos de pessoas mortas com tiros na cabeça. Que garantia a sociedade tem de que não morreram inocentes e de que o Estado, por meio da polícia, não está executando essas pessoas?

Lembo - Não está, de maneira alguma. E digo a você: fui muito aconselhado a falar tolices como "aplique-se a lei do Talião". Fui totalmente contrário. Faremos tudo dentro da legalidade e do Estado de Direito.

Folha - O senhor não se assusta com o número de mortos?

Lembo - Eu me assusto com toda a realidade social brasileira. Acho que tudo isso foi um grande alerta para o Brasil. A situação social e o câncer do crime é muito maior do que se imaginava. Este é o grande produto desses dias todos de conflito. Nós temos que começar a refletir sobre como resolver essa situação, que tem um componente social e um componente criminoso, ambos gravíssimos. O crime organizado trabalha com a droga. A droga é um produto caro, consumido por grandes segmentos da sociedade. Enquanto houver consumidor de drogas, haverá crime organizado no tráfico. É assim aqui, na Itália, nos EUA, na Espanha. O crime se alimenta do consumidor de drogas.

Folha - E da miséria...

Lembo - Talvez no Brasil tenha esse componente também. O crime organizado destruiu valores. O Brasil está desintegrado. Temos que recompor a sociedade. A questão social é muito grave.

Folha - O senhor é um homem público há tantos anos, está num partido, o PFL, que está no poder desde que, dizem, Cabral chegou ao Brasil.

Lembo - Essa piada é minha.

Folha - O que o senhor pode dizer para um jovem de 15 a 24 anos, que vive em ambientes violentos da periferia? Que ele vai ter escola? Saúde? Perspectivas de emprego? Como afastá-lo de organizações criminosas como o PCC?

Lembo - Acho que você tem duas situações muito graves: a desintegração familiar que existe no Brasil, e a perda... Eu sou laico, é bom que fique claro para não dizerem que sou da Opus Dei. Mas falta qualquer regramento religioso. O Brasil está desintegrado e perdeu seus valores cívicos. É ridículo falar isso mas o Brasil só acredita na camisa da seleção, que é símbolo de vitória. É um país que só conheceu derrotas. Derrotas sociais...Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa.

Folha - Que ficou assustada nos últimos dia.

Lembo - E que deu entrevistas geniais para o seu jornal. Não há nada mais dramático do que as entrevistas da Folha [com socialites, artistas, empresários e celebridades] desta quarta-feira. Na sua linda casa, dizem que vão sair às ruas fazendo protesto. Vai fazer protesto nada! Vai é para o melhor restaurante cinco estrelas junto com outras figuras da política brasileira fazer o bom jantar.

Folha - Tomar conhaque de R$ 900 [preço de uma única dose do conhaque Henessy no restaurante Fasano].

Lembo - Nossa burguesia devia é ficar quietinha e pensar muito no que ela fez para este país.

Folha - O senhor acha que essas pessoas são responsáveis e não percebem?

Lembo - O Brasil é o país do duplo pensar. Conhecemos a inquisição de 1500 até 1821. Então você tinha um comportamento na rua e um comportamento interior, na sua casa. Isso é o que está na sociedade hoje. Essas pessoas estão falando apenas para o público externo. É um país que é dúbio.

Folha - Onde o senhor responsabiliza essas pessoas?

Lembo - Onde? Na formação histórica do Brasil. A casa grande e a senzala. A casa grande tinha tudo e a senzala não tinha nada. Então é um drama. É um país que quando os escravos foram libertados, quem recebeu indenização foi o senhor, e não os libertos, como aconteceu nos EUA. Então é um país cínico. É disso que nós temos que ter consciência. O cinismo nacional mata o Brasil. Este país tem que deixar de ser cínico. Vou falar a verdade, doa a quem doer, destrua a quem destruir, porque eu acho que só a verdade vai construir este país.

Folha - Mas qual é, objetivamente, a responsabilidade delas nos fatos que ocorreram na cidade?

Lembo - O que eu vi [nas entrevistas para a Folha] foram dondocas de São Paulo dizendo coisinhas lindas. Não podiam dizer tanta tolice. Todos são bonzinhos publicamente. E depois exploram a sociedade, seus serviçais, exploram todos os serviços públicos. Querem estar sempre nos palácios dos governos porque querem ter benesses do governo. Isso não vai ter aqui nesses oito meses [prazo que resta para Lembo deixar o governo]. A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações.

Folha - O senhor diria que elas pensam que aquele rapaz de 15 a 24 anos, que vive perto da selvageria...

Lembo - ...pode ser o Bom Selvagem do Rosseau? Não pode.

Folha - O endurecimento na legislação pode resolver o problema?

Lembo - Transitoriamente pode resolver. Mas se nós não mudarmos a mentalidade brasileira, o cerne da minoria branca brasileira, não vamos a lugar algum.

Folha - O senhor diz que muita gente falou besteira sobre os episódios. Dos EUA, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a possibilidade de o governo ter feito acordo com os criminosos para cessar a violência.

Lembo - Eu acho que o presidente Fernando Henrique poderia ter ficado silencioso. Ele deveria me conhecer e conhecer o governo de SP. Eu não posso admitir nem a hipótese de se pensar isso. Para opinar sobre um tema tão amargo, tão grave, ele teria que refletir, pensar. E se informar. Quanto ao presidente [FHC], pode ser que eventualmente ele tenha precedente sobre acordos. Eu não tenho.

Folha - Vimos o senhor dando muitas entrevistas na TV. Mas SP teve um outro governador [Alckmin], tem um candidato ao governo e ex-prefeito [serra]. O senhor ficou sozinho?

Lembo - No poder, um homem é absolutamente solitário. Houve momentos em que praticamente fiquei sozinho. Mas devo agradecer a Polícia Militar e a Polícia Civil também, que estiveram firmes ao meu lado.

Folha - O ex-governador Alckmin telefonou para o senhor em solidariedade?

Lembo - Dois telefonemas.

Folha - O senhor achou pouco?

Lembo - Eu acho normal. Os pulsos [telefônicos] são tão caros...

Folha - E o candidato José Serra?

Lembo - Não telefonou. Eu recebi telefonema da governadora Rosinha [do Rio de Janeiro] e de Aécio Neves [governador de MG], que estava em Washington, ele foi muito elegante. Um ofício do governador Mendonça, de Pernambuco. Recebi muitos apoios, do Poder Judiciário, e a Assembléia Legislativa, deputados de todas as bancadas, nenhum partido faltou.

Folha - As autoridades paulistanas garantiram, nos últimos anos, que o PCC estava desmantelado, que era um dentinho aqui ou ali. Elas enganaram os paulistanos?

Lembo - Não saberia responder. Eu não engano. Eu acho que nós ganhamos uma situação mas é um grande risco. Temos que ficar muito atentos.

Folha - Essas autoridades garantiram que o PCC tinha acabado. Ou elas enganaram...

Lembo - Ou o dentinho era maior do que elas diziam.

Folha - Ou foram incompetentes. O senhor vê terceira alternativa?

Lembo - Pode ser que tenham sido exageradas no momento de transferir segurança. Quiseram ser tranquilizadoras.

Folha - Então elas iludiram as pessoas?

Lembo - É possível.

Folha - O senhor pode dizer que o PCC pode acabar até o fim de seu governo?

Lembo - Só se eu fosse um louco. E ainda não estou com sinal de demência. Acho que o crime organizado é perigosíssimo. Ele se recompõe porque ele tem possibilidades enormes na sociedade.

Folha - O ex-presidente Fernando Henrique não telefonou?

Lembo - Não, não. Ele estava em Nova York. O presidente Lula telefonou, foi muito elegante comigo. Conversei muito com o presidente, ele me deu muito apoio. E o Márcio [Thomaz Bastos] veio, conversamos firmemente, com lealdade. E ele chegou à conclusão que não era necessário nem Exército nem a guarda nacional. Tivemos uma conversa responsável, e o equilíbrio voltou. Mostrei que a Polícia Civil e a Polícia Militar tinham condições de fazer retornar a SP a ordem e a disciplina social.

Folha - O Datafolha mostrou que 73% acham que o senhor deveria ter aceitado ajuda federal. O governador Alckmin disse que não rejeitaria a ajuda.

Lembo - Ele decidiria, se fosse governador, como achava melhor. Eu decidi da forma que achei melhor. Quanto às outras pessoas, faltou clareza de informação da minha parte. E aí me penitencio. Não é que não aceitei ajuda do governo. Ao contrário. Desde sempre houve vínculo forte entre o sistema de informação da polícia federal e a polícia de SP. A superintendência da PF em SP foi extremamente leal, solícita e dinâmica.

Eu tinha uma Polícia Militar muito aparelhada. Eu não poderia tirar esse respeito e esse moral que a tropa tinha que ter naquele momento tão difícil aceitando tanques de guerra do Exército. E aí uma sociedade que gosta de paternalismo, como a brasileira, queria Exército, tropas americanas, tropas alemãs, tropas de todo o mundo aqui. Não é assim.

Temos que ser fortes, saber decidir em momentos difíceis e dar valor ao que é nosso. Foi o que fiz. Em 48 horas liquidou-se o problema. O Exército é para matar o adversário. Eu queria recolher os adversários possíveis. Nós estávamos num conflito social.

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Meio off-topic' date='mas enfim:

Vcs não acham Marcola um nome meio "sem moral" para um integrante de uma facção criminosa? Teria que ter um nome mais entimidador,como...Sei lá...Racha Cuca...Marcola rima com boiola,maricola,e isso é totalmente desmoralizante....
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eu tava pensando isso esses dias... podia ser algo como camacho do demonio, miolo-buster, arma negra,  barba sangrenta

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Entrevista de Marcola é falsa, afirma governo de SP

Da Agência Estado

 

18/05/2006

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirma em nota divulgada por volta das 14 horas que é falsa a entrevista levada ao ar pelas TV Bandeirantes, na madrugada de hoje, e pela TV Record, com Marcos Willians Camacho, o Marcola. A assessoria da SAP ainda não divulgou quais foram os critérios usados para a certificação de que a entrevista de Marcola é falsa

A SAP instaurou inquérito para apurar delito de apologia ao crime ou criminoso e quer que os responsáveis sejam punidos civil e criminalmente. Segundo a nota, a veiculação irresponsável de 'falsas gravações com líderes criminosos serve para inflamar o ânimo sensacionalista, assustando a sociedade e prejudicando as investigações realizadas pelas autoridades competentes'. O Ministério das Comunicações está tomando conhecimento do caso e também deve tomar providências legais. Abaixo a íntegra da nota:

"A Secretaria da Administração Penitenciária repudia a forma criminosa e irresponsável que as emissoras de televisão Rede Record e Rede Bandeirantes colocaram no ar falsas gravações com líderes de facções criminosas e informa que tomará todas as medidas necessárias para responsabilizar, civil e criminalmente, os autores. A veiculação de conversas com integrantes de facções criminosas serve tão-somente para inflamar o ânimo sensacionalista assustando a sociedade e prejudicando as investigações realizadas pelas autoridades competentes

A SAP informa que a Polícia Civil de São Paulo já instaurou inquérito policial para apurar o delito de apologia de crime ou criminoso. A SAP lembra o precedente lamentável de outra emissora de televisão, análogo a estes, que após divulgação de falsa entrevista com integrantes de facção, houve condenação. Neste caso, o Ministério das Comunicações está tomando conhecimento do que fizeram as Redes Record e Bandeirantes para idêntica providência".

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Entrevista do Governador.

"A burguesia é cínica e perversa"' date=' diz Lembo

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Quinta, 18 de maio de 2006, 07h32 

 

Eliana Rodrigues/Divulgação

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"Nossa burguesia devia é ficar quietinha e pensar muito no que ela fez para esse País"

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O governador Claudio Lembo, de 71 anos, viveu desde a noite da sexta-feira, 12 de maio, sob brutal pressão. Nesses dias em que o crime organizado atacou o Estado, o governador de São Paulo viu-se abandonado. Não pelas suas polícias, amigos ou familiares. Viu-se abandonado exatamente por aqueles que seriam os mais interessados - e dependentes - do seu êxito político: o ex-governador e candidato do PSDB à presidência da república Geraldo Alckmin e o candidato a governador e ex-prefeito da cidade nestes dias atacada, José Serra.

Seis dias depois do início das ações do PCC, do ataque - e contra-ataque -de violência, fúria, ressentimentos profundos e mais de 145 mortos, o pensador de direito Cláudio Lembo, homem de extraordinário senso de humor e sagacidade política, teve tempo para refletir. Abriu seu coração, e a cabeça, numa entrevista contundente e histórica à colunista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo. A seguir, alguns dos principais trechos:

SOBRE A ELITE BRASILEIRA

"O Brasil é um país que só conheceu derrotas. Derrotas sociais... Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa"

"Em suas lindas casas dizem que vão sair às ruas fazendo protesto. Vão fazer protesto nada! Vão é para o melhor restaurante cinco estrelas com outras figuras da política nacional fazer o bom jantar".

"Nossa burguesia devia é ficar quietinha e pensar muito no que ela fez para esse País".

"A Casa-grande tinha tudo e a Senzala não tinha nada. Então é um drama. É um País que quando os escravos foram libertados, quem recebeu indenização foi o Senhor e não os libertos, como nos EUA. Então, é um País único. (...) O cinismo nacional mata o Brasil. Esse País tem que deixar de ser cínico. Vou falar a verdade, doa a a quem doer, destrua a quem destruir, por que acho que só a verdade vai construir este País".

SOBRE A REAÇÂO DA ELITE PAULISTANA

"O que eu vi em entrevistas da Folha de S. Paulo foram dondocas dizendo coisinhas lindas. Todos são bonzinhos publicamente. E depois exploram a sociedade, seus serviçais, exploram todos os serviços públicos. Querem estar sempre nos palácios dos governos porque querem ter benesses do governo. Isso não vai ter aqui nesses oito meses".

SOBRE A ELITE BRASILEIRA

"A bolsa da burguesia terá de ser aberta, para sustentar a miséria, no sentido de haver mais empregos, mais educação, mais solidariedade, mais diálogo e reciprocidade de situações".

"Se nós não mudarmos a mentalidade brasileira, o cerne da minoria branca brasileira, não iremos a lugar algum".

SOBRE FHC TER CRITICADO SUPOSTO ACORDO DO GOVERNO COM O PCC

"Eu acho que o presidente Fernando Henrique poderia ficar silencioso. Ele deveria me conhecer e conhecer o governo de São Paulo. (...) Quanto ao presidente Fernando Henrique, pode ser que ele tenha precedentes sobre acordos. Eu não tenho".

SOBRE A SOLIDARIEDADE DE ALCKMIN

Cláudio Lembo:
- Deu dois telefonemas...

Folha de S. Paulo:
- O senhor achou pouco?

Lembo:
- Eu acho normal. Os impulsos telefônicos são caros...

SOBRE JOSÉ SERRA

Lembo:
- Não telefonou.

SOBRE TELEFONEMAS DE FHC

Lembo:
- Não, não (telefonou). Ele estava em Nova Iorque.

SOBRE LULA

Lembo:
- O presidente Lula telefonou, foi muito elegante comigo. Conversei muito com o presidente. Ele me deu muito apoio.

[/quote'] Jailcante2006-5-18 17:33:14
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Onde já se viu...smiley36.gif

 

 

SP: 965 detentos não voltaram após Dia das Mães

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A Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo divulgou que, dos 12.633 presos liberados temporariamente para o feriado do Dia das Mães, 965 não retornaram até esta quinta-feira - último dia do prazo para a volta aos presídios. Seis detentos liberados foram hospitalizados e um morreu durante o feriado.

A Secretaria considera como foragidos os que não voltaram após serem liberados e se defende, dizendo que "a função da Secretaria é somente abrir as portas para que eles saiam e recebê-los de volta no dia determinado pelo juiz".

A SAP afirma que há cinco saídas temporárias, previstas por lei, que são benefícios concedidos aos presos de regime semi-aberto com bom comportamento. Ainda de acordo com a SAP, normalmente 92% dos presos que saem voltam.

Conan o bárbaro2006-5-18 23:9:8
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Lembo diz que não vê
a hora de deixar o governo

 

 

 

Há 49 dias no comando do maior Estado do País, dos quais os últimos 7 passou administrando a pior crise na área da segurança da história de São Paulo, o governador Cláudio Lembo (PFL) fez um desabafo público ontem, negou a saída do secretário Nagashi Furukawa, da Administração Penitenciária, e recebeu o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

 

Lembo disse que não vê a hora de deixar o governo. A declaração foi feita durante um discurso em evento com o prefeito Gilberto Kassab na sede do governo estadual. Já no fim do pronunciamento, Lembo afirmou: "Vamos trabalhar juntos, Prefeitura e Estado nesses oito meses que restam de governo, graças a Deus."

 

Surpresa, a platéia, formada por professores e assessores das administrações municipal e estadual, riu. O governador respirou fundo e repetiu: "Graças a Deus."

 

Lembo disse que o desabafo se deve aos dias difíceis que tem passado à frente do governo com essa onda de atentados patrocinados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que expôs de forma escancarada o calcanhar de Aquiles do governo do Estado e a sua fragilidade da luta contra o crime organizado. "É uma honra governar São Paulo, mas você há de admitir que essa honra me teve um custo emocional muito grande", comentou. "Foi difícil. Eu não esperava."

 

Lembo está contando os dias para entregar o governo ao sucessor. Daí o apelo a Deus. "Deus há de me ajudar que o tempo passe depressa", disse aos repórteres num tom bem-humorado.

 

O governador negou, porém, que estivesse querendo fugir dos problemas de São Paulo. "Não. Ao contrário. Sou um homem de coragem." Também evitou culpar a herança de seu antecessor, Geraldo Alckmin (PSDB), pelas noites mal dormidas desde sexta-feira passada. "Não culpo a herança, mas a realidade social brasileira."

 

Aos 71 anos, o governador disse ainda que não pretende mais exercer um cargo público. "Acho que na minha idade o melhor lugar é a caminho do cemitério", brincou.

 

Dois dias depois de prometer a divulgação dos nomes dos 107 mortos suspeitos de participação nos ataques, o governo agora prefere não falar em prazos. Ontem, o governador afirmou que a lista somente será divulgada quando os inquéritos policiais para apurar cada um dos casos forem instaurados. "Queremos fazer o mais depressa possível, mas temos de respeitar a estrutura burocrática e legal. Eu não posso violar a lei e dizer Faça rápido."

 

Troca - Lembo rechaçou as especulações sobre a troca do secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa. "Não existe isso. Se ele quiser, vai ficar até o fim do governo", garantiu. O governador deu nota 10 para a atuação do seu secretariado durante a crise da segurança. "Dou 10 com louvor", reforçou. E ainda emendou: "Sou um professor muito bondoso." Para ele, a cúpula da polícia e os secretários Nagashi e Saulo Abreu (Segurança Pública) formaram "uma equipe notável, que nos momentos mais difíceis mostrou grande eficiência e responsabilidade".

 

À noite, Lembo teve uma reunião com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Nenhum dos dois deu entrevista. Em nota, o governador disse que na ocasião foi discutida a aprovação de projetos de lei que alteram o Código Penal e a Lei de Execuções Penais e que estão na pauta do Senado.

Fonte: Agencia Estado - Silvia Amorim

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