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Forum Cinema em Cena

Amadeus


Thiago Lucio
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  • 7 months later...
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smiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gifsmiley10.gif - AMADEUS

"Amadeus" não é apenas uma cinebiografia sobre o compositor Mozart, mas também sobre Antonio Salieri. Dirigido por Milos Forman, o filme procura traçar um paralelo entre a vida desses dois homens e como o talento de um despertou a inveja de outro e como essa relação provocou a ruína de ambos. É um drama muito bem dirigido, muito bem produzido, muito bem encenado, ensaiado e interpretado, mas que mesmo possui seus momentos irregulares, principalmente criando episódios repetitivos demais ao mostrar as tramas de Salieiri contra Mozart e até mesmo esquecendo-se deste quando o filme parece cometer a mesma preferência vista quando foca na ruína do compositor famoso em detrimento ao seu antagonista invejoso.

Salieri ( F. Murray Abrahams ) é o compositor oficial do reino da Alemanha que não suporta o reconhecimento do talento de Wolfgang Amadeus Mozart ( Tom Hulce ) que consegue realizar as maiores proezas da música clássica com uma naturalidade impressionante e não é à toa que provoca a ira do falso amigo. A primeira metade serve para estabelecer essa relação de inveja e a maneira como cada trama planejada por Sanieri só consegue alavancar ainda mais o talento de Mozart, mostrando que aos poucos ele vai perdendo a sua própria fé. Essa ligação entre o dom para a música e o questionamentos a respeito da intervenção divina é muito bem explorada pelo roteiro, o que dá um caráter colossal à força desse sentimento invejoso que um sentia pelo outro. O roteiro só demora muito para estabelecer o intervalo entre os planos falhos e aqueles que deram certo por parte de Sanieri deixando o filme muito cansativo e repetitivo através de uma série de variações de tramas que culminaram no fracasso até almejar o triunfo desejado pelo invejoso compositor.

A partir da 2ª metade do filme é possível acompanhar a queda de Mozart que o deixa em péssima condições financeiras e o coloca no limite entre a saúde e a sanidade mental. Nesse ponto, a figura de Sanieri é deixada de lado ( ele faz apenas algumas aparições, o que deixa o roteiro irregular, afinal não houve o cuidado em tornar as suas ações relevantes nessa parte ) e a atenção fica toda voltada a ele e a sua esposa Costanze ( a fraca Elizabeth Berridge ) e à medida que as dificuldades vão atravessando o caminho de Mozart, ele vai se definhando e um invisível bloqueio coletivo parece se consolidar até o momento em que à exaustão ele monta uma de suas mais importantes obras e vem a falecer. Nesse meio tempo, o roteiro procura explorar as suas dificuldades financeiras, o temperamento impulsivo de Mozart, sua relação com o pai ( que se perde um pouco com as intrigas pela relação nora-sogro ) e a sua dedicação às obras que compunham.

F. Murray Abrahams e Tom Hulce realizam duas performances notáveis e ambos são responsáveis por toda a estruturação de seus personagens. Abrahams faz um antagonista elegante durante boa parte do filme, mas é no tempo presente, quando ele está sob uma pesada maquiagem que conseguimos reconhecer a sua entrega ao personagem o que o torna uma figura na qual se deve temer. Hulce compõe Mozart na medida certa, ora alegre, ora insano, ele surge como uma figura totalmente passível de se crer no talento que possível assim como o seu temperamento impulsivo, onde não se pode esperar o que ele está prestes a fazer e/ou como vai reagir a determinado momento. E a risada peculiar é uma daquelas particularidades irrepreensíveis.

Milos Forman realiza um trabalho primoroso, técnico e tem em suas mãos um universo fiel e belissamente retratado ( cenografia, figurino, trilha ) que é ainda mais ressaltado pela sua câmera. Não é à toa que isso lhe inspirou a realizar posteriormente uma série de cinebiografias em sua carreira no cinema, afinal ele começou de maneira excelente, algo capaz de causar inveja a muita gente no cinema, mas que não chega a ser um Mozart. Ainda assim um bom filme.

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Na verdade Salieri é o compositor da corte do Império Austro-Húngaro, tanto que temos a figura histórica do Imperador Joseph II interpretado por Jeffrey Jones.

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Não postaria música clássica, uma vez que eles já estão no período clássico da Música Acadêmica. 05

 
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A partir da 2ª metade do filme é possível acompanhar a queda de Mozart que o deixa em péssima condições financeiras e o coloca no limite entre a saúde e a sanidade mental. Nesse ponto' date=' a figura de Sanieri é deixada de lado ( ele faz apenas algumas aparições, o que deixa o roteiro irregular, afinal não houve o cuidado em tornar as suas ações relevantes nessa parte )[/quote']

Ãhn? Será mesmo que isso é um problema? O Mozart não é um coadjuvante no filme, não vejo problema algum no fato da história se focar mais nele depois das injeções de veneno de Salieri. Aliás, isso é uma coisa tão insignificante na minha opinião, que eu nem tinha reparado... o Forman apesar de conduzir um filme longo, só utiliza de seus personagens quando é necessário.
Isso sem falar que, as vezes, a ausência de um personagem só aumenta o interesse do espectador nele, e os exemplos óbvios são Anthony Hopkins em o Silêncio dos Inocentes e Marlon Brando em O Poderoso Chefão. Mas em Amadeus nós recebemos uma boa dose de Salieri durante toda a projeção, seja ele velho ou inserido na história.

 

Perfeito. 10

 

Em nenhum momento Milos deixa o foco dos personagens principais, ele pode apresentar mais intensamente o personagem na cena, mas a intensidade de importância ainda é a mesma no filme todo.

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E além destes dois ótimos atores temos ainda a música do compositor que faz uma presença essencial no longa. É como o próprio Milos descreveu, a música se tornou um protagonista do filme, a música é um ator <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em cena. O Milos é o cara, pois criou um protagonista imaterial! Aproveitando a melhor cena para mim deste ator etéreo é quando o Salieri olha as páginas de composições originais de Mozart. Neste momento tempos várias e breves músicas marcantes do compositor, e a cena é apresentada numa intensidade incrível. Pois sabemos que à medida que ele olha as páginas, ele via uma obra prima melhor do que a outra e música acompanha o ritímo deste pensamento de forma belíssima. E percebe-se claramente a intensidade dos sentimentos e da beleza da música só pela expressão facial de Salieri, e do acompanhamento simultâneo da cena ator e música. E neste momento vemos um orgasmo na feição de Salieri, uma coisa profana ocasionada pela inveja e admiração de uma forma tão intensa como nenhuma outra cena do filme.  É justamente nesta cena que se tira a música comprometeria a própria estrutura da interpretação que temos do ator neste momento. Em sumo, a música faz mesmo parte da atuação.

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Meus Clientes costumam perguntar qual o filme que assisto com mais freqüência e a resposta é sempre a mesma:

Amadeus - de Milos Formann. Já o revi inúmeras vezes e possuo tanto o dvd quanto o vhs assim como a trilha sonora completa em disco. Claro que não poderia faltar o Cartaz original de cinema (Carimbado pela Censura Federal!!).

É impossível não gostar de Amadeus: Brilhante interpretação dos atores principais; Trilha sonora de tirar o fôlego! Figurinos e Direção de Arte soberbos; Fotografia brilhante. Cenários e Teatros originais magníficos.

Destaco aqui as duas cenas que mais me impressionaram:

Cena 1) O momento em que Salieri folheia os originais das obras composta pelo grande compositor. Um misto de ódio, rancor e  inveja. Mas, paradoxalmente, uma admiração profunda pelo talento de Mozart de compor sem fazer rascunhos. Como se suas brilhantes composições já estivessem "prontas" na sua cabeça. Percebe Salieri que aquele jovem possui um dom de Deus e que ele jamais poderá igualá-lo em competência e genialidade. A trilha sonora aqui é uma coletânia de pequenos trechos de suas obras à medida que folheia as partiduras. (genial !). Apartir deste momento, Salieri toma para sí a incumbência de destruir Mozart. Todavia, não consegue deixar de assistir e de se encantar com todos os concertos realizados pelo grande mestre.

Cena 2) A síntese da alma atribulada e paradoxal de Salieri é nitidamente sentida na cena em que, moribundo, Mozart dita para este seu Requiém. Salieri quer aqui exorcisar a genialidade; tomar para sí toda a grande capacidade de criação de seu ídolo. Sabe que é impossível ser melhor que Mozart mas tenta, nesta patética atitude, tomar como sua, a obra criadora de Amadeus. Quer assinar o Réquiem e dizer ao mundo que a obra é sua!

Poderia aqui citar cena por cena este soberbo filme do genial diretor Milos Formam e deste magnífico compositor que foi Wolfgang Amadeus Mozart. Mas quem assistiu a Amadeus compreende a grandiosidade deste espetáculo. Ainda consigo  emocionar-me ao rever este filme.

Recentemente adquiri AMADEUS – Versão do Diretor, com 20 minutos adicionais em DVD duplo com uma hora de extras. Evidentemente que revi assim que cheguei em casa.

Duas cenas foram de suma importância para entender a vida que levava Mozart. Claro que estas situações estão implícitas na obra que foi exibida no cinema, mas de qualquer forma foi importante para mim saber que foram filmadas e que só agora pude assisti-las:<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Mozart implora para Salieri e aos seus amigos da corte que consigam o cargo de Professor de música da então princesa Elizabeth. Em uma cena Salieri diz a esposa de Mozart que poderia conseguir tal cargo desde que ela preste um pequeno "favor" a ele. Ela percebe a artimanha do compositor da corte e se afasta. Mas a cena em questão que me chocou foi o momento em que ela procura Salieri para fazer o tal "favor". Humilhada começa a tirar, um a um, as peças de sua roupa. Para os padrões da época deveria ter sido um momento angustiante e constrangedor. Só o desespero e o grande amor poderiam criar uma situação tão humilhante.

 

Outra cena significante foi o momento em que ele vai pedir dinheiro emprestado (na realidade uma esmola já que não tinha condições de pagá-la). Mostra, de forma inequívoca, a miséria em que viviam apesar de ser compositor free lance do imperador. Sua genialidade não foi suficiente, em vida, de dar-lhe conforto e uma vida de luxo e riqueza. Se bem que ele gastava mais do que recebia. Enfim, viveu a maior parte de sua vida adulta em dificuldades financeiras.

 

Salieri foi realmente uma pedra no sapato de Mozart. Mas ele não era de todo medíocre em sua obra musical. Era reconhecido em Viena e aplaudido por todos. Sua inveja foi,  infinitamente maior que sua genialidade musical.

 

Mozart, "amaDeus" (impossível não fazer este jogo de palavras!). Mas Deus amou Mozart muito mais. Não é à toa que 250 anos depois de sua morte ainda é ouvido e reverenciado! E por falar nisso, com licença,  vou assisti-lo novamente.  

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Realmente a cena da composição do Réquiem, junto com a cena das partiduras originais são as melhores que já vi. Acho que ambas têm os melhores momentos do cinema. 10

Plutão Orco2007-03-26 10:54:44
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Não assisti' date='quero assistir e não acho p/alugar e nem p/comprar.smiley18.gif[/quote']

 

Como eu sei que você mora na região metropolitana de BH. Eu posso lhe informar o lugar onde espero que você encontre o DVD. Você vai na leitura do Shopping Cidade, pois sempre tem alguma edição de sobra a ser vendida, foi lá que comprei a minha versão do Diretor. Claro que foi o olho da cara. 12

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  • 4 weeks later...
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Não assisti' date='quero assistir e não acho p/alugar e nem p/comprar.smiley18.gif[/quote']

 

Como eu sei que você mora na região metropolitana de BH. Eu posso lhe informar o lugar onde espero que você encontre o DVD. Você vai na leitura do Shopping Cidade, pois sempre tem alguma edição de sobra a ser vendida, foi lá que comprei a minha versão do Diretor. Claro que foi o olho da cara. 12

 

Não...moro no Rio,paguei barato na promoção da Warner nas Lojas Americanas,que leva 2 e paga 1.Interessante,pois consegui justamente o filme c/a versão do Diretor(comprei junto c/ A ESPERA DE UM MILAGRE)Não me lembro qual que saiu de graça,pois foi antes do caranaval que eu os adquiri.Agora só basta ter 1 tempo de folga p/assistir.

Mas valeu pela dica.
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  • 6 years later...

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