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Por Que Ninguém Pára?


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Agradecendo a todos os conselhos' date=' os desejos de melhoras e os elogios.

 

Tem mais uma coisa que eu não disse.

Nessa

hora eu estava indo pra Faculdade. Numa rua perpendicular à minha tinha

um cara caído no chão tendo um ataque de epilepsia. Umas 20 pessoas, no

mínimo, estavam lá assistindo o cara caído, espumando pela boca...

 

os carros e os ônibus que passaram, TODOS pararam para ver o que era...

se fosse uma moça sendo estuprada... esles não parariam, certo?

no máximo alguém diria: "que absurdo... à luz do dia, né?"

 

...

 

 

[/quote']

E alguém se prontificou a ajudar o pobre homem?

 

Pela maneira que ela está falando (e também pelo meu total descrédito pela sociedade), provávelmente não...

 

Como o Nacka disse, o pessoal adora ver a descgraça alheia....Mas na hora de ajudar...

 

 

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Se há uma lógica nisso tudo (e se houver ela é torta) é a seguinte: Se eu precisar fazer alguma coisa (caso da Veras e do epiléptico) não paro, porque daí tenho que me envolver, se for um acidente com vítimas (ou mesmo sem, porque não?) posso dar uma espiadinha, afinal, vou ter o que comentar em casa ou no trabalho.

Tenho um amigo que é assim, todo dia, mas todo dia mesmo, ele tem uma cena dessas para contar...

 

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Veras' date=' ninguém pára pq o brasileiro:

a) é COVARDE, só virando macho quando seu time perde na final do campeonato ou quando mexem no seu bolso;

B) é individualista o suficiente para 'não se meter onde não é chamado'...

[/quote']

Concordo com quase tudo , porém acho que nem quando mexem em seu bolso o brasileiro se mobiliza .

 

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Após ter sido assaltado(que foi atráz da delegacia),fui a delegacia fazer o Registro e Ocorrência(não porque acredito que a policia fará alguma coisa mas para tirar segunda via dos documentos com isenção do Duda) e tava tendo um evento na delegacia,tinha +/- uns 30 policiais lá,todos exibindo as pistolas pratas/dourados etc...e os Next Telssmiley7.gif

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Descreverei aqui uma história particular que servirá de base para uma discussão geral.

Bairro residencial de classe média / Fortaleza-ce / 13:00 [atentem para o horário] / Hoje' date=' 25/05/06, terça-feira.

Estava eu na rua onde moro quando me aparecem 2 jovens em uma bicicleta [um de 18 e o outro de uns 14 anos']. O mais novo salta anunciando um assalto, exigindo que eu lhe passe o celular. Sorte minha, ou feliz destino, meu celular descançava, descarregado, sobre a cômoda do meu quarto.

"Não ando com celular não..."
"Deixa eu ver, mostra a bolsa!!!"
"Não tem nada..."
"Pois passa os brincos e o relógio!!!"

O relógio fora 15 reais numa lojinha de bijouteria... de modo que não explica de forma alguma minha reação.

"Não!"
"Como é?!"
"Não vou dar meu relógio."
"..."

A partir daí, densenrolou-se uma briga, corpo-a-corpo, entre o rapaz mais novo e eu. Não me perguntem de onde surgiu a coragem, nem a força. Mas o fato é que eu estava lá, [uma menina de 20 anos, de 1,60m e 50kg] brigando aos empurrões e arranhões com um mirim de rua, enquanto ouvia o outro gritar na bicicleta: "ela não quer entregar não? Pois sai da frente para eu dar um tiro nela."
Realmente duvidei que eles estivessem armados, o que, de fato, não estavam. Não me intimidei.

Foi então que, em um dos momentos no qual fui atirada contra o muro, ergui instintivamente a perna direita para frente e, por uma grande e feliz coincidência, atingi o órgão mais frágil do corpo masculino.

Curvando sobre si, o mais novo afastou-se, dando espaço para o mais velho agarrar-se ao meu punho numa tentativa violenta de arrancar o relógio, sem muito valor, e assim fazer o assalto falar a pena.

Tentei repetir a mesma defesa anterior. Joguei ao chão meus pesados livros de Arquitetura Moderna (que ainda os matinha seguros em meus braços... não sei por que) e chutei o ar numa tentativa, creio eu, frustrada, de obter o mesmo sucesso de antes. Tento acertado ou não, o rapaz mais velho voltou a montar sua bicicleta a mando da voz de seu amigo que dizia: "Bora, macho, bora" [traduzindo do Cearês para o Português : "Vamos embora, rapaz, vamos embora!"

Delinqüentes fugidos, livros ao chão. Abaixei-me para apanhá-los e comecei a chorar copiosamente. Não por meu braço - pulso, principalmente - estar completamente ferido pelos arranhões das tentativas de arrancar-me o relógio, mas por todo meu pedido de socorro ter sido em vão.

Enquanto lutava como rapaz mais jovem, 3 homens passaram pela rua. Gritei várias vezes por ajuda. Um deles olhou nos meus olhos e não expressou nenhuma reação, continuou seu curso, mudando de calçada, como se ali estivesse um cão raivoso e não uma moça pedindo ajuda.

Não esperei, realmente, que alguém entrasse na briga física para ajudar uma desconhecida, mas só o fato de um homem gritar algo já os teria intimidado. Mas não, ninguém parou.

Enquanto recolhia os meus livros, o porteiro de um dos prédios da rua foi ao meu encontro.

"Eles roubaram tua bolsa? Ouvi teus gritos de longe..."

E então por que? Por que não tentou ajudar? Por que tratar um assalto à luz do dia numa esquina movimentada, contraditoriamente, como algo trágico, mas natural. Algo no qual ninguém mais deve se envolver e, ao invês disso, deve agradecer por não ser sua irmã, ou você mesmo, em similar situação.

Não. Não chorei por dor, por medo ou por vergonha. Chorei de indignação. Chorei pela condição feminina de natural fragilidade. Chorei por toda humilhação, por todo estupro e por todo assassinato. Chorei por cada mulher que, em algum lugar, se defende como pode e que, com pode, luta por um mundo de iguais.

Chorei também por cada pessoa conformada que não hesita em comentar e lamentar uma desgraça, mas que, no sofá da sala, simplesmente ergue o controle remoto e muda para o canal de esportes.

Chorei por inconformação.
E por momentos significativos tive ojeriza do mundo.

Por que ninguém pára?



Primeiro: Bela narrativa.

Segundo: Já passei por algo parecido duas vezes.Da última eu estava dentro de um onibus,e o delinquente pediu meu relógio.Eu disse que não ia dar e ele começou a gritar ameaças,pra tentar me entimidar.Parecia estar sob efeito de alcool e/ou alguma droga.Dei um mini sermão nele do tipo "Consegui esse relógio com meses de trabalho,e vc acha que vou te dar assim,de mão beijada? Te dou 10 reais pra vc comprar algo pra comer,mas meu relógio nem fudendo".O cara acabou aceitando e como eu já estava chegando no meu ponto de descida,nem tive tempo de ouvir alguma reclamação dele,dei os 10 reais e desci.

Bom,só quis mesmo descrever o meu caso,não houve nenhuma lição que possa ser refletida nele,acho,nem tem ligação alguma com o assunto que vc expoe para o debate (o fato das pessoas terem evitado te ajudar,no assalto,mesmo presenciando-o).
smiley5.gif

Mas enfim...Vc foi corajosa,como eu (achei um paralelo),mas não considero isso muito inteligente não.De qualquer forma,parabéns pela atitude e pela forma como expos seu protesto.

PS: Vc acaba de ganhar sua vaga na Casa! Boa representante de fibra feminina! smiley36.gif

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Não tenho dúvida de que na maioria das vezes é por medo.As pessoas tem medo de que lhes aconteça alguma coisa veras,eu mesmo quase levei um tiro uma vez por conta de uma história semelhante,só não levei porquê aparentemente a arma do desgraçado "picotou" e ele teve que sair correndo.

Eu participo de alguns grupos de assitência a pessoas necessitadas e muitas delas eram ou conhecem alguém que foi assaltante.Só posso te dizer uma coisa: nunca mais,NUNCA MAIS,reaja como você fez desta vez,estatisticamente falando você nasceu de novo.As pessoas que assaltam estão muito estressadas por estarem enfrantando uma situação limite,isso mesmo,eles sabem que é uma situação limite,e quelquer movimento em falso da vítima gera uma reação que é natural a todo ser-humano: a defesa.Se eles estivessem armados (com certeza não estavam),desculpe falar,mas você não teria aberto este tópico.

 

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Bom' date='só quis mesmo descrever o meu caso,não houve nenhuma lição que possa ser refletida nele,acho,nem tem ligação alguma com o assunto que vc expoe para o debate (o fato das pessoas terem evitado te ajudar,no assalto,mesmo presenciando-o).
smiley5.gif

[/quote']

smiley36.gif Sei lá,achei engraçado esse post.

Queria ser que nem vc em caso de assalto,eu me desligo e vou passando tudo que ele fala,acho que até dar a bunda para ele dariasmiley36.gif

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Dado,as pessoas sabem que o certo é não reagir.Porém,como já falei,na hora do assalto a pessoa fica fora de si,age por puro instinto..uns conseguem não reagir outros reagem....

mas a causa das pessoas não "ajudarem" é medo mesmo.Ainda acredito que essas pessoas,se não tivessem medo ,iriam "ajudar".Não acredito que as pessoas não "ajudem" por falta de amor ao próximo.Talvez eu seja  um ingênuo,mas ainda tenho esperança na sociedade....

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Veras' date=' ninguém pára pq o brasileiro:

a) é COVARDE, só virando macho quando seu time perde na final do campeonato ou quando mexem no seu bolso;

B) é individualista o suficiente para 'não se meter onde não é chamado'...

De qq forma, achei arriscado vc reagir. Nessas horas dê tudo (quer dizer, não tudo, hehehehe)... Mas de qq forma, a reação foi bem sucedida e aqueles moleques tomaram uma surra... tomara que o que tomou o chute jamais consiga ter uma ereção de novo na vida...

[/quote']

Concordo contigo...é coisa do brasileiro, fingir que não viu, e na hora em que um consegue descer a mão, o outro também aproveita. Muito diferente do espírito comunitário alemão. Mas isto deve ser algum efeito traumatizante da sociedade...cada vez mais estamos reféns do crime, e cada vez mais nos fechamos mais.

Meu pai viu nas ruas da Alemanha, não lembro qual cidade ao certo, um homem jogando um lixo pequeno, algo desprezível, no chão, sem se preocupar. Imediatamente, uma velhinha parou o homem e começou a xingá-lo muito (falando não sei o que, pois era em alemão, heheh), mas foi xigar de colocar dedo no rosto. O que o homem fez? Pegou o lixo e jogou numa lixeira um pouco mais na frente. Ele não podia fazer nada além disso, pois qualquer reação que tentasse, um empurrãozinho, ele saberia que o povo em volta dele ia fazer "algo".

Conan o bárbaro2006-5-26 15:32:57
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Dado' date='as pessoas sabem que o certo é não reagir.Porém,como já falei,na hora do assalto a pessoa fica fora de si,age por puro instinto..uns conseguem não reagir outros reagem....

mas a causa das pessoas não "ajudarem" é medo mesmo.Ainda acredito que essas pessoas,se não tivessem medo ,iriam "ajudar".Não acredito que as pessoas não "ajudem" por falta de amor ao próximo.Talvez eu seja  um ingênuo,mas ainda tenho esperança na sociedade....

[/quote']

O assaltante também...

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Dado' date='as pessoas sabem que o certo é não reagir.Porém,como já falei,na hora do assalto a pessoa fica fora de si,age por puro instinto..uns conseguem não reagir outros reagem....

mas a causa das pessoas não "ajudarem" é medo mesmo.Ainda acredito que essas pessoas,se não tivessem medo ,iriam "ajudar".Não acredito que as pessoas não "ajudem" por falta de amor ao próximo.Talvez eu seja  um ingênuo,mas ainda tenho esperança na sociedade....

[/quote']

O assaltante também...

E é aí que mora o perigo....

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Veras' date='tu viu arma?pq acho que eles não estavam armados não,setivessem, já teriam te dado um tiro.É triste mas é assimsmiley2.gif[/quote']

Bandido que tá armado, já mostra a arma quando anuncia o assalto... Se fica fazendo suspense é pq não tá armado coisa nenhuma. Claro, existem as exceções mas exagerando nas probabilidades, diria que, de cada 20 casos como o da Veras, 19 os caras não estavam armados.

Bandido armado não apanha de ninguém não,dá logo um tiro e pronto.smiley2.gif

Mas atentem para minha diga,não digam "socorro!",digam "fogo!"smiley2.gif




ClassicBanshee.jpg
ou deem uma de banshee e gritem até as janelas em volta se estilhasarem

a unica vez q tentaram me assaltar eu estava viajando com meu vô, na epoca eu ia todo final de semana no apartemento dele em copacabana no rio (moramso em sampa) e eu tava lá feliz, com 9 anos, com dinheiro na mão pra comprar nao sei oq , meu vo tava na outra esquina, es que um trombadinha um pouco mais velho q eu pois e mao na minha mão e disse pra dar o dinheiro, minha reação foi reflexiva eu uma criança mimada, dei uma de aquiles e gritem bem agudamente e bem alto fechei os olhos e soltei com toda força aquele grito agudo e sofrivel, só sei q quando abri os olhos o dinheiro tava ainda na mão e o trombadinha estava jah na velocidade da luz vazando de lá, e a rua inteira olhou, a rua tava cheia ninguem fez nada só meu vô q veio correndo, minha voz nao eh mais tão aguda mas eu ainda grito o suficnete pra tremer os crystais da minha mãe... o ruim é a vergonha e a sensação de parecer um aquiles da vida... só sei q ninguem aguenta certos gritos treinados.

 

 

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Vou ter que discordar daqueles que avaliam que ninguém pára por covardia e individualismo. Uma pessoa que considera socorrer uma vítima de assalto pensa em duas possibilidades:

(a) O assaltante é violento e/ou está armado. Nesse caso, a interferência só serve para criar riscos sérios tanto para o "herói" quanto para vítima. Muitos bandidos assaltam drogados e não têm o menor respeito pela vida de ninguém, nem pela deles mesmos. 

(B) O bandido não é violento. Então a vítima do assalto não está correndo muito perigo, e não haveria porque intervir só para tentar fazer uma justiça tola e inútil.

Agora, é totalmente diferente quando a vítima está sendo agredida ou há uma tentativa de estupro. Não tenho dúvidas que a maioria absoluta das pessoas que tivessem condições ajudariam.

Stalker2006-5-26 16:3:47
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Vou ter que discordar daqueles que avaliam que ninguém pára por covardia e individualismo. Uma pessoa que considera socorrer uma vítima de assalto pensa em duas possibilidades:

(a) O assaltante é violento e/ou está armado. Nesse caso' date=' a interferência só serve para criar riscos sérios tanto para o "herói" quanto para vítima. Muitos bandidos assaltam drogados e não têm o menor respeito pela vida de ninguém, nem pela deles mesmos. 

(B) O bandido não é violento. Então a vítima do assalto não está correndo muito perigo, e não haveria porque intervir só para tentar fazer uma justiça tola e inútil.

Agora, é totalmente diferente quando a vítima está sendo agredida ou há uma tentativa de estupro. Não tenho dúvidas que a maioria absoluta das pessoas que tivessem condições ajudariam.

[/quote']

Mas não deixa de ser individualista...Não estamos condenado, mas apenas afirmando.

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Agradecendo a todos os conselhos, os desejos de melhoras e os elogios.

 

Tem mais uma coisa que eu não disse.

Nessa hora eu estava indo pra Faculdade. Numa rua perpendicular à minha tinha um cara caído no chão tendo um ataque de epilepsia. Umas 20 pessoas, no mínimo, estavam lá assistindo o cara caído, espumando pela boca...

 

os carros e os ônibus que passaram, TODOS pararam para ver o que era...

se fosse uma moça sendo estuprada... esles não parariam, certo?

no máximo alguém diria: "que absurdo... à luz do dia, né?"

 

...

 

 

Um amigo da minha irmã teve um ataque epiletico numa rua do centro do Rio de Janeiro. Caiu, e ficou de bruços com o rosto numa poça grande de agua pq chovia muito. Morreu afogado sem ajuda de ninguem para socorre-lo.
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Agradecendo a todos os conselhos' date=' os desejos de melhoras e os elogios.

Tem mais uma coisa que eu não disse.
Nessa hora eu estava indo pra Faculdade. Numa rua perpendicular à minha tinha um cara caído no chão tendo um ataque de epilepsia. Umas 20 pessoas, no mínimo, estavam lá assistindo o cara caído, espumando pela boca...

os carros e os ônibus que passaram, TODOS pararam para ver o que era...
se fosse uma moça sendo estuprada... esles não parariam, certo?
no máximo alguém diria: "que absurdo... à luz do dia, né?"

...


[/quote']

olha, agora achei suspeito uma coisa.... qual é a possibilidade de duas coisas assim acontecerem em locais tão próximos?

parece meio idiota a primeira vista, mas vindo de gente idiota feito moleques de rua, será que não fizeram isso pra chamar a atenção na outra ponta enquanto tentavam assaltar alguém do outro lado? Já que eles não estavam armados, isso seria muito "positivo" para eles efeturarem de forma segura o assalto... enfim, acho muito, muito suspeito... e as artimanhas da bandidagem não são de se subestimar...

Veras, que te deu na cabeça mulher de lutar por um relógio de 15 reais? acho que isso foi impulsivo da tua parte guria, que perigo! mas enfim não vou te dar sermão, rídiculo smiley36.gif... as pessoas não pararem é a natural crualeza do país onde milhares de assassinos misteriosamente não tomam o poder para sí quando já provaram que podem fazê-lo. E as pessoas se endurecem com isso, e a gente por mais que saiba que cada um quer antes o vizinho morto do que ele só conhece isso de perto nessas horas... com certeza agora uma teoria vc já provou na prática, agora imagine tantas outras coisas que "sabemos" na teoria, muito piores, e ainda não conhecê-mos... o que a gente pode fazer é não endurecer mais ainda.

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Eu acho que o post da Veras remete a um outro assunto, além da violência: a questão do gênero, algo muito sério aqui no Brasil.

Li o post de novo e acho ela faz uma referência à condição de desigualdade da mulher numa situação como esta. Não é, Veras?

Vejam só que paradoxo: dois homens se utilizam da vantagem da força física para brutalizar uma mulher, mas três outros não se utilizam dessa mesma vantagem para defendê-la, mesmo em superioridade numérica.

Não quero julgar ninguém, mas a cultura de gênero no Brasil ainda está longe de alcançar um patamar razoável. E é culpa tanto de homens quanto de mulheres. Numa família onde o marido espanca a mulher e esta não toma uma atitude mais drástica contra a agressão, ambos estão reforçando o modelo (de violência e de impunidade para o filho e de conformismo para a filha).

Se não melhorar na educação de base, quinhentas mil delegacias da mulher não vão resolver as agressões domésticas, os estupros e os crimes passionais (para "legítima defesa da honra", como menciona o nosso arcaico Código Penal), que não são coisa do passado não - vide o caso da Sandra Gomide e do jornalista Pimenta Neves.

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Vejam só que paradoxo: dois homens se utilizam da vantagem da força física para brutalizar uma mulher' date=' mas três outros não se utilizam dessa mesma vantagem para defendê-la, mesmo em superioridade numérica.[/quote']

Acredito que num assalto poucos parariam realmente para ajudar...

Se existisse uma briga ,e ela acontecesse na escola ou no trabalho,acho que outras pessoas 'interviriam' (supondo que as pessoas já se conhecessem e não estivessem armadas)...

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Eu acho que o post da Veras remete a um outro assunto' date=' além da violência: a questão do gênero, algo muito sério aqui no Brasil.

Li o post de novo e acho ela faz uma referência à condição de desigualdade da mulher numa situação como esta. Não é, Veras?

Vejam só que paradoxo: dois homens se utilizam da vantagem da força física para brutalizar uma mulher, mas três outros não se utilizam dessa mesma vantagem para defendê-la, mesmo em superioridade numérica.

Não quero julgar ninguém, mas a cultura de gênero no Brasil ainda está longe de alcançar um patamar razoável. E é culpa tanto de homens quanto de mulheres. Numa família onde o marido espanca a mulher e esta não toma uma atitude mais drástica contra a agressão, ambos estão reforçando o modelo (de violência e de impunidade para o filho e de conformismo para a filha).

Se não melhorar na educação de base, quinhentas mil delegacias da mulher não vão resolver as agressões domésticas, os estupros e os crimes passionais (para "legítima defesa da honra", como menciona o nosso arcaico Código Penal), que não são coisa do passado não - vide o caso da Sandra Gomide e do jornalista Pimenta Neves.

[/quote']

 

Bem observado Alexei, no meu entender, foi um explosão de revolta contra a violência, a impunidade, a passividade das pessoas e da covardia de 2 homens contra uma mulher.

 

Todos tem ciência do quanto é perigoso reagir e não se deve fazer isso nunca, mas ás vezes não controlamos nossos impulsos, isso pode nos custar a vida, infelizmente ficamos nas mãos desses covardes, um amigo meu sofreu sequestro relâmpago, ficou 6 horas nas mãos dos bandidos. ele que é esquentado, incrivelmente ficou calmo, só levantou a possibilidade de ir por tudo ou nada quando achou que ia morrer.

 

 

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Veras' date=' ninguém pára pq o brasileiro:

a) é COVARDE, só virando macho quando seu time perde na final do campeonato ou quando mexem no seu bolso;

B) é individualista o suficiente para 'não se meter onde não é chamado'...

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Concordo com quase tudo , porém acho que nem quando mexem em seu bolso o brasileiro se mobiliza .

 

Mas não deveria se mobilizar só nessa situação.

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Vou ter que discordar daqueles que avaliam que ninguém pára por covardia e individualismo. Uma pessoa que considera socorrer uma vítima de assalto pensa em duas possibilidades:

(a) O assaltante é violento e/ou está armado. Nesse caso' date=' a interferência só serve para criar riscos sérios tanto para o "herói" quanto para vítima. Muitos bandidos assaltam drogados e não têm o menor respeito pela vida de ninguém, nem pela deles mesmos. [/quote']

Concordo com diversas ressalvas... No caso em tela era notório que nenhum dos dois moleques estavam armados. Como disse anteriormente, o bandido que está armado faz uso da arma para anunciar o assalto, garantindo assim o sucesso de sua investida.

Bandido não saca a arma DURANTE o assalto para garantir o sucesso do mesmo.

Bottom line: brasileiro não ajuda, em NENHUMA circunstância... 

(B) O bandido não é violento. Então a vítima do assalto não está correndo muito perigo' date=' e não haveria porque intervir só para tentar fazer uma justiça tola e inútil. [/quote']

Aí a pessoa está sendo egoísta e individualista como falei... Qual o problema em ajudar a outra pessoa. Para vc o perigo pode não ser grande, mas e para o outro?

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Eu acho que o post da Veras remete a um outro assunto' date=' além da violência: a questão do gênero, algo muito sério aqui no Brasil.

Li o post de novo e acho ela faz uma referência à condição de desigualdade da mulher numa situação como esta. Não é, Veras?

Vejam só que paradoxo: dois homens se utilizam da vantagem da força física para brutalizar uma mulher, mas três outros não se utilizam dessa mesma vantagem para defendê-la, mesmo em superioridade numérica.

Não quero julgar ninguém, mas a cultura de gênero no Brasil ainda está longe de alcançar um patamar razoável. E é culpa tanto de homens quanto de mulheres. Numa família onde o marido espanca a mulher e esta não toma uma atitude mais drástica contra a agressão, ambos estão reforçando o modelo (de violência e de impunidade para o filho e de conformismo para a filha).

Se não melhorar na educação de base, quinhentas mil delegacias da mulher não vão resolver as agressões domésticas, os estupros e os crimes passionais (para "legítima defesa da honra", como menciona o nosso arcaico Código Penal), que não são coisa do passado não - vide o caso da Sandra Gomide e do jornalista Pimenta Neves.

[/quote']

 

pois é, Alexei.

só uma mulher é capaz de saber o quanto se é difícil ser uma.

digam o que disserem sobre igualdade entre os  sexos - embora a luta para isso por nossa parte tenha sido grande - ainda estamos longe do ideal.

enquanto houver qualquer tipo de violência para com a mulher, essa igualdade estará impedida.

até mesmo aquelas cantadinhas de meio de rua são um exemplo disso.

 

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Agradecendo a todos os conselhos' date=' os desejos de melhoras e os elogios.

 

Tem mais uma coisa que eu não disse.

Nessa hora eu estava indo pra Faculdade. Numa rua perpendicular à minha tinha um cara caído no chão tendo um ataque de epilepsia. Umas 20 pessoas, no mínimo, estavam lá assistindo o cara caído, espumando pela boca...

 

os carros e os ônibus que passaram, TODOS pararam para ver o que era...

se fosse uma moça sendo estuprada... esles não parariam, certo?

no máximo alguém diria: "que absurdo... à luz do dia, né?"

 

...

 

 

[/quote']

olha, agora achei suspeito uma coisa.... qual é a possibilidade de duas coisas assim acontecerem em locais tão próximos?

parece meio idiota a primeira vista, mas vindo de gente idiota feito moleques de rua, será que não fizeram isso pra chamar a atenção na outra ponta enquanto tentavam assaltar alguém do outro lado? Já que eles não estavam armados, isso seria muito "positivo" para eles efeturarem de forma segura o assalto... enfim, acho muito, muito suspeito... e as artimanhas da bandidagem não são de se subestimar...

Veras, que te deu na cabeça mulher de lutar por um relógio de 15 reais? acho que isso foi impulsivo da tua parte guria, que perigo! mas enfim não vou te dar sermão, rídiculo smiley36.gif... as pessoas não pararem é a natural crualeza do país onde milhares de assassinos misteriosamente não tomam o poder para sí quando já provaram que podem fazê-lo. E as pessoas se endurecem com isso, e a gente por mais que saiba que cada um quer antes o vizinho morto do que ele só conhece isso de perto nessas horas... com certeza agora uma teoria vc já provou na prática, agora imagine tantas outras coisas que "sabemos" na teoria, muito piores, e ainda não conhecê-mos... o que a gente pode fazer é não endurecer mais ainda.

 

1- acho que o cara tava tendo ataque de verdade...smiley24.gif

 

2- mas eu n lutei por um relógio de 15 reais... eu "lutei" [lutei???] por indignação...

 

enfim...

nossa eu ja levei tantos sermões por causa disso. smiley36.gif

sei não... acho que se eu sofresse um assalto de novo, naquelas condições... eu reagiria de novo...

veras2006-5-31 20:39:50

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