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Forum Cinema em Cena

O Mito da Caverna


Forasteiro
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Pode até ser batido em fóruns por aí, mas os debates em torno da metáfora mais poderosa que existe não vão acabar nunca. Pra onde você olhar, em qualquer coisa, tudo é fuga da realidade, tudo é o culto pela ignorância, a proteção da ilusão, tudo é Matrix, tudo é mito da caverna. E olha que o Platão foi pensar num troço desses a quase 2500 anos atrás...smiley32.gif Pra quem não conhece, ou não lembra:

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Imaginemos homens que vivam numa caverna cuja entrada se abre para a luz em toda a sua largura, com um amplo saguão de acesso. Imaginemos que esta caverna seja habitada, e seus habitantes tenham as pernas e o pescoço amarrados de tal modo que não possam mudar de posição e tenham de olhar apenas para o fundo da caverna, onde há uma parede. Imaginemos ainda que, bem em frente da entrada da caverna, exista um pequeno muro da altura de um homem e que, por trás desse muro, se movam homens carregando sobre os ombros estátuas trabalhadas em pedra e madeira, representando os mais diversos tipos de coisas. Imaginemos também que, por lá, no alto, brilhe o sol. Finalmente, imaginemos que a caverna produza ecos e que os homens que passam por trás do muro estejam falando de modo que suas vozes ecoem no fundo da caverna.
Se fosse assim, certamente os habitantes da caverna nada poderiam ver além das sombras das pequenas estátuas projetadas no fundo da caverna e ouviriam apenas o eco das vozes. Entretanto, por nunca terem visto outra coisa, eles acreditariam que aquelas sombras, que eram cópias imperfeitas de objetos reais, eram a única e verdadeira realidade e que o eco das vozes seriam o som real das vozes emitidas pelas sombras.
Suponhamos, agora, que um daqueles habitantes consiga se soltar das correntes que o prendem. Com muita dificuldade e sentindo-se frequentemente tonto, ele se voltaria para a luz e começaria a subir até a entrada da caverna. Com muita dificuldade e sentindo-se perdido, ele começaria a se habituar à nova visão com a qual se deparava. Habituando os olhos e os ouvidos, ele veria as estatuetas moverem-se por sobre o muro e, após formular inúmeras hipóteses, por fim compreenderia que elas possuem mais detalhes e são muito mais belas que as sombras que antes via na caverna, e que agora lhes parece algo irreal ou limitado. Suponhamos que alguém o traga para o outro lado do muro. Primeiramente ele ficaria ofuscado e amedrontado pelo excesso de luz; depois, habituando-se, veria as várias coisas em si mesmas; e, por último, veria a própria luz do sol refletida em todas as coisas. Compreenderia, então, que estas e somente estas coisas seriam a realidade e que o sol seria a causa de todas as outras coisas. Mas ele se entristeceria se seus companheiros da caverna ficassem ainda em sua obscura ignorância acerca das causas últimas das coisas. Assim, ele, por amor, voltaria à caverna a fim de libertar seus irmãos do julgo da ignorância e dos grilhões que os prendiam. Mas, quando
volta, ele é recebido como um louco que não reconhece ou não mais se adapta à realidade que eles pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras. E, então, eles o desprezariam....

 

Forasteiro2006-6-3 21:4:40
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Que coisa, só eu que não estudei isso? Conheci na escola também, meu professor de geografia (os de geografia são sempre os melhoressmiley36.gif) trouxe pra gente, acho que era aí pela 7ª ou 8ª série também, mas não fiz trabalho nenhum, acontece que simplesmente não deu pra esquecer. Tem um pequeno quadrinho do Maurício de Souza que faz referência ao mito da caverna, vou tentar achar, é muito bom.

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Excelente texto (tive um final de primeiro grau e segundo grau muito ruins daí acho que sou o único que não o conhecia, embora fosse conhecer um pouquinho de Platão na fac por iniciativa própria, em Introdução à Epistemiologia que não faz parte da minha grade curricular). Foras, brilhantes os quadrinhos de Maurício de Souza, também!! smiley32.gifsmiley32.gif

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Verdade' date=' o Maurício simplificou a alegoria de maneira brilhante.smiley32.gif

[/quote']tirando que na versão original o filósofo é assasinado pelas pessoas da caverna em vez de agradecerem a ele como na tirinha...

 

Hmmm...então gostei mais da versão original, Veras... smiley15.gif

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Gostei desse final da do quadrinho do mauricio.....mostra bem a "vida" que as pessoas (e muitos dos nossos amigos do fórum) levam......

Enfim,toda nossa tecnologia só nos fez ficarmos mais presos ao trabalho.....se não existise uma "sociedade" TÃO organizada como a nossa..aproveitariamos mais as coisas REALMENTE boas da vida.....um dia na praia,um piquenique,namorar.....

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Verdade' date=' o Maurício simplificou a alegoria de maneira brilhante.smiley32.gif

[/quote']tirando que na versão original o filósofo é assasinado pelas pessoas da caverna em vez de agradecerem a ele como na tirinha...

 

Hmmm...então gostei mais da versão original, Veras... smiley15.gif

 

o original é muito interessante...

essa morte do filósofo no final foi uma analogia à morte de sócrates, que teve que beber cicuta por de ser obrigado a negar sua teoria... preferiu morrer a ir contra sia ideologia... "a sociedade mata aquele que veio para mostrar a verdade"

 

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Verdade' date=' o Maurício simplificou a alegoria de maneira brilhante.smiley32.gif

[/quote']tirando que na versão original o filósofo é assasinado pelas pessoas da caverna em vez de agradecerem a ele como na tirinha...

 

Hmmm...então gostei mais da versão original, Veras... smiley15.gif

 

preferi a tirinha, imagems valem MUITO mais do q simples palavras em textos chatos

 

e deu um ar comico, e eu me senti preso na caverna mas eu jah sabia, mas eu prefiro a vida aqui na caverna do q fora...

 

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Eu li sobre isso no livro O mundo de Sofia e achei muito interessante! É impressionante o modo de raciocínio na maioria das vezes preciso dos filósofos da antiguidade! E acredito que neste mito á muita verdade que se reflete no mundo de hoje.smiley9.gif

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Sobre o livro "A caverna" de José Saramago:

"A caverna é uma história de gente simples: um oleiro, um guarda, duas mulheres e um cão muito humano. Esses personagens circulam pelo Centro, um gigantesco monumento do consumo onde os moradores usam crachá, são vigiados por câmeras de vídeo e não podem abrir as janelas de casa. É no Centro que trabalha o guarda Marçal. Era para o Centro que seu sogro, o oleiro Cipriano, vendia a louça de barro que fabricava artesanalmente na aldeota em que vive - agora, os clientes do Centro preferem pratos e jarros de plástico. Sem outro ofício na vida, Cipriano perde a razão de viver. E a convite do genro, muda-se para o Centro, essa verdadeira gruta onde milhares de pessoas se divertem, comem e trabalham sem verem a luz do sol e da lua. Enquanto isso, embaixo dos diversos subsolos, os funcionários do Centro descobrem uma estranha caverna. Driblando a vigilância, Cipriano consegue entrar lá dentro. O que descobre é aterrador. Nesta versão moderna do mito da caverna de Platão, José Saramago faz uma apresentação sutil da face cruel do mundo capitalista e tecnológico. smiley32.gifsmiley32.gifsmiley32.gif

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