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Oscar 2015: Previsões


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Imborba, deixarei os documentários para fevereiro. Legal saber que "Citizenfour" é realmente bom, em vez de só importante

 

 Assisti recentemente a "Birdman" e posso afirmar que desde "A Malvada" eu não vejo um trabalho tão profundo sobre a arte de representar ( "César deve Morrer" me impressionou também). Por mais que eu admire muito o filme em vários aspectos, acho que a figura da metalinguagem corre sempre o risco de ter seu encanto esgotado rapidamente. Iñárritu consegue a proeza de não deixa isso acontecer. A metalinguagem corre o risco de produzir piadas internas que o público em geral não capta. Suspeito que isso aconteça em demasia aqui. O elenco inteiro está excelente, mesmo os não citados para prêmios como a Amy Ryan, mas, para mim, quem mais se destacou foi o Edward Norton - sempre brilhante, tirando proveito da sua fama de difícil.

 

Que tal dar o Oscar para o Lubezki sob a condição de ele não mais participar da brincadeira? Desde o John Toll em "Lendas da Paixão" e "Braveheart" um fotógrafo não vence duas vezes consecutivas. Que o mexicano entre pra lista, então. Um trabalho soberbo, de muito bom gosto. Explorou os olhos gigantes da Emma Stone com maestria, parecia um efeito especial.

 

Gostei muito do roteiro como um todo, embora eu tenha gostado sobretudo dos diálogos, e não tanto do encaminhamento final...Acho que o Oscar de Roteiro Original será o mais disputado. Briga de cachorro grande. 

 

Eu odiei "Biutiful", mas odiei com força, então fico até espantado de ver um trabalho de direção como esse do Iñárritu. Desfez a má impressão e me deu vontade de saber até onde ele pode chegar. Longos takes na cara dos atores, e tem um momento em particular, quando a câmera subitamente para em um ponto, que é magistral.Ual!

 

São tantas citações a atores antigos e novos de Hollywood no filme que pra mim está muito claro quem vai ganhar o SAG de elenco. De poucas coisas os atores gostam mais do que falar de si. Por muito menos, "Argo" se deu bem.

 

"Birdman" tem muita chance de ganhar Melhor Filme, heim?

 

Como o coração quer aquilo que ele quer, continuo na plateia de "Boyhood".

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Premiação Lázaro Ramos substitui José Wilker na transmissão do Oscar da Globo

 

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Por REDAÇÃO, em 28/01/2015 · Atualizado às 10h40

Lázaro Ramos foi escalado pela Globo para substituir José Wilker, morto em abril do ano passado, na cobertura do Oscar de 2015. O ator dividirá a apresentação e os comentários da transmissão com os jornalistas Artur Xexeo e Maria Beltrão. O Oscar será exibido parcialmente ao vivo pela Globo no próximo dia 22, após Big Brother Brasil. 

 

Os filmes Birdman e O Grande Hotel Budapeste lideram em indicações ao Oscar deste ano, ambos concorrem em nove categorias. O documentário O Sal da Terra, que retrata a vida do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, está entre indicados. Na categoria de melhor filme estrangeiro, o argentino Relatos Selvagens é um dos concorrentes.

 

No ano passado, a Globo deixou de fazer a transmissão ao vivo do Oscar porque a premiação coincidiu com o desfile das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro. A emissora exibiu um compacto na tarde da segunda-feira. Neste ano, o Oscar ocorrerá no domingo seguinte ao Carnaval.

A Globo confirma a escalação de Lázaro Ramos, Maria Beltrão e Artur Xexeo, mas diz que as funções de cada um ainda não estão definidas. Maria Beltrão ancora as transmissões desde 2006, mesmo ano em que José Wilker foi promovido a comentarista. O ator, cinéfilo, morreu em 5 de abril de 2014, aos 69 anos, de um ataque cardíaco.

 

 

http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/lazaro-ramos-substitui-jose-wilker-na-transmissao-do-oscar-da-globo-6395

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Assisto pelo TNT, mesmo. Posso apostar que o Lázaro não terá visto boa parte dos filmes. Lembro-me de quando convidaram o Arnaldo Jabor para comentar o Oscar de 1998 e ele torcia para "L.A Cidade Proibida" - ressaltando a maravilha que era aquele filme - em detrimento do superpopular Titanic. Desceu tanto a lenha que nunca mais o chamaram, ficou com fama de arrogante, e depois o prêmio acabou migrando para o SBT...

 

"Birdman" está disponível em vários sites da internet, Dinhow. É facinho de achar, com imagem muito boa, boa legendas e tudo. Eu não consegui achar ainda "Two Days, One night". Meu francês não dá pra isso, não.

 

 Vou falar de "Wild".  Quando o compararam a "Into The Wild", eu me animei, afinal aquele é um dos meus filmes prediletos, mas depois de assistir a esse filme do Jean-Marc Vallée, eu só posso dizer que não me emocionei. É um bom filme, pelo menos. Locações lindas, Montagem esperta ( entrecortada, como a de Goldenberg por "The Imitatiom Game", mas muito mais fluida e pertinente. Cogitaria indicá-la), e uma boa atuação da Reese. Boa, eu falei boa. Não tem nada de excepcional. Pra mim sua melhor atuação continua a ser no delicioso e já distante "Eleição".

 

A decepção ficou por conta do pouco tempo em cena da Laura Dern. Por mim, ela já teria 10 indicações, 5 Oscars e tal. Mas, essa, de fato, segunda indicação, não se justifica. Papel de mãe, banal. Não tem nada de mais. Nada! Agravado pelo fato de sabermos que ela disputou essa quinta vaga com a Jessica Chastain, em "A most violent year", e a Chastain tem pelo menos uma cena ma-ra-vi-lho-sa! Eu voltava várias vezes para rever os gestos, as expressões faciais, as escolhas de voz dela, como ela dizia o texto. O filme é ... aquela coisa do Chandor...frieza, controle, meio chato, longo...mas os protagonistas estão ótimos. 

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Two Days, One Night tem no kickass e tem legenda fácil de achar (não lembro se vi com legenda em inglês ou português).

 

O que não achei, em nenhum formato, foi: 

A maioria dos curtas (só achei e vi Feast, Phone Call e Me and My Moulton).

Glen Campbell, I'll be Me.

Song of the Sea

Timbuktu

Last Days in Vietnam

Salt of the Earth

Mr. Turner

Beyond the Lights

 

Desses, só vi Timbuktu com previsão de chegar aos cinemas antes do Oscar e duvido que será fácil de achar em algum cinema por aqui.

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Não encontrei "Song of the Sea", mas acabo de ver "The Tale of the Princess Kaguya" e estou impressionado. Se as pessoas se rasgaram pela esnobada à uma das maiores propagandas da história do cinema, que, com toda justiça, não poderia nunca ser indicada (embora tenha sido em Canção) pelo perigoso precedente que ia se formar; os mesmos fãs de animação podem se emocionar com o verdadeiro banho de CIVILIZAÇÃO (e não Marketing) que esta produção japonesa tem a oferecer. 

 

É lindo; é bem-feito; é emocionante; emula as obras de Ozu; é uma homenagem filosófica à natureza; tem uma trilha sonora que é um arraso, de fazer o Alexander Desplat corar, resumindo: sublime! 

 

Sem dúvida, um dos meus filmes prediletos da temporada. A must-see.

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"Leviathan" visto. Uma cor cinza opressora domina o filme de ponta a ponta. É mais um símbolo entre diversos simbolismos presentes nesse autêntico símbolo do "cinema de simbolismo". Ufa. Acontece que vivendo em regimes semidemocráticos como o russo o que resta mesmo é ser alusivo. Senão é "paredón" ou xilindró. Mas como esconder o fato de que na mesma categoria "Relatos Selvagens" mostra o mesmo tema com mais humor e mais criatividade? Há o galhardão do prêmio do Roteiro em Cannes para exibir. Tem a ótima cena de um fuzilamento muito especial de ex-presidentes ( Por que ninguém no Brasil teve essa ideia antes? Temos tanto material). Tem um diretor com um passado excelente ("O Retorno"). Mas daí a ser favorito a Filme Estrangeiro?

 

 Eu não sei.

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Estranho mesmo. Não tem jeito de filme premiado no Oscar, se é que existe essa definição.

De todo modo, a tal cena do fuzilamento, assim como todo o filme, é linda. Além disso, o filme deixa claro que liberdade ainda é um problema sério por lá quando após o fuzilamento vem o diálogo:

- "Não tem algum politico posterior."

- "Ainda é muito cedo pros políticos atuais."

 

Ainda nessa categoria, prefiro Ida. Um filme em que as imagens são extremamente eloquentes.

 

De Relatos Selvagens, fica a gostosa sensação de que o cinema argentino já é um cinema forte aqui no Brasil, ou pelo menos aqui em Porto Alegre. Sala cheia quando fui ver. E voltou aos cinemas recentemente. 

 

Tangerines é o mais estranho da lista. O filme não é ruim, mas não me parece no patamar dos outros 3. Já me surpreendeu quando entrou para a shortlist. Para ficar só na própria shortlist, Force Majeure é um filme muito melhor.

 

Quanto ao Timbuktu, aguardo os cinemas, ou os deuses da internet, terem compaixão comigo.

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Não encontrei "Song of the Sea", mas acabo de ver "The Tale of the Princess Kaguya" e estou impressionado. Se as pessoas se rasgaram pela esnobada à uma das maiores propagandas da história do cinema, que, com toda justiça, não poderia nunca ser indicada (embora tenha sido em Canção) pelo perigoso precedente que ia se formar; os mesmos fãs de animação podem se emocionar com o verdadeiro banho de CIVILIZAÇÃO (e não Marketing) que esta produção japonesa tem a oferecer. 

 

É lindo; é bem-feito; é emocionante; emula as obras de Ozu; é uma homenagem filosófica à natureza; tem uma trilha sonora que é um arraso, de fazer o Alexander Desplat corar, resumindo: sublime! 

 

Sem dúvida, um dos meus filmes prediletos da temporada. A must-see.

Depois desse comentário, já coloquei o filme pra baixar.

 

Eu sempre fico na esperança de os indicados do Oscar estrearem no cinema na minha cidade, e lá por abril eu me dou conta que a maioria não estreou e nem estreará, desisto e acabo baixando mesmo. rs

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Tangerines é o mais estranho da lista. O filme não é ruim, mas não me parece no patamar dos outros 3. Já me surpreendeu quando entrou para a shortlist. 

 

 

 Visto "Tangerines".  Logo no começo, tive um problema geográfico com o filme. "A Estônia não fica lá em cima, perto da Finlândia? Como é que os caras tão falando lá de baixo, do Cáucaso, Geórgia, Chechênia?". Imaginei, então, tratar-se de uma coprodução. No meio do filme, há uma explicação melhor. Fica-se sabendo pela boca de um personagem que aquela região não tem dinheiro pra bancar cinema de qualidade. Sendo assim, os estonianos podem comemorar sua primeira indicação por uma história que fala da fragmentação do Cáucaso. Na verdade, é dizer, uma mensagem sutil contra a Rússia, país que financia pequenas guerras por independência (como na Ucrânia), ou tenta impedi-las, como nos pequenos territórios sob domínio da Geórgia. "A Estônia está livre agora" me pareceu a frase-síntese desta produção ( "agora", porque é 1992, pós-dissolução da U.R.S.S). Entre os indicados, dois filmes que batem em Putin).

 

Embora a questão geopolítica esteja por trás do filme, valem seus méritos de ser antibelicista e ser bem atuado. No mais, um filme bonzinho. Com uma canção bonita nos créditos finais.

 

 

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"Boyhood"  vence o Sindicato dos Montadores. Desde "Ordinary People" que o vencedor de Melhor Filme não leva este sindicato. "Birdman" teria que quebrar essa pequena relação. Eu tendo a pensar que a vitória deste no PGA foi bem apertada. Então, na minha cabeça, temos uma corrida bem interessante.

 

Assisti, meio contra a vontade, a "Unbroken".  Não entendi por qual motivo o filme foi tratado como lixo. Tudo é muito bem feito. O desenho de som do filme é excelente! Indicações muito justas! Fotografia ótima, montagem ótima. Angelina Jolie se cercou de gente supercompetente tecnicamente falando. O grande problema do filme a meu ver é uma espécie de "novelização" que as biografias tendem a seguir, sem falar no péssimo ator japonês que encontraram para fazer o antagonista. Há a queixa de que os momentos de drama são esticados ao extremo, para superconvencer o espectador, mas eu não li o livro, não conheço a vida desse senhor, será que aquelas barbaridades não foram assim mesmo e até piores? No geral, eu gostei bem do filme. Mais do que de "The Imitation Game". Se Angelina Jolie consegue dirigir aquela ótima sequência da queda do avião, ela  talvez consiga, no futuro, dirigir um filme em que vários desses belos momentos se repitam. Neste referido plano, está o único momento digno do nome dos irmãos Coen que eu pude perceber no roteiro: a piada "furou o pneu". Estou rindo até agora. Parabéns a ela!

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Visto "American Sniper". Acerta estupendamente o alvo na parte de guerra, e falha clamorosamente na parte humana ( o despertar amoroso do casal é sem charme e acelerado, até mesmo os bebês são falsos). Em exatos 7 minutos, o filme já tinha tudo que eu detesto como pessoa: rodeio, caçada, briga de criança, moral cristã utilitária. Mas segui em frente e consegui admirar o filme pelos seus méritos técnicos: todo o trabalho de som (mixagem e edição fantásticas, vindas de uma turma de ganhadores e com múltiplas indicações por projetos como Matrix, Cartas de Iwo Jima, Os Imperdoáveis, Dias no Paraíso, Glory...) ; a sequência final no Iraque é um arraso de montagem; e, mais uma coisa, o "tom" do filme. Quando o criticam dizendo que se trata de "propaganda estadunidense", eu tenho que discordar. O filme, em si, é ambíguo! O discurso do personagem do Bradley Cooper é puro automatismo patriótico, como alguém que bebeu litros de propaganda oficial, desde que nasceu. Reparem que ele nem se emociona com os argumentos, não o politiza, não se inflama, apenas repete, sem abrir muito a boca, como se as falas fossem quase de um robô em cumprimento do dever. Se este filme fosse literalmente propaganda, como alguns argumentam, como explicar o seu final ?, não seria dos mais adequados para esse fim...

 

Bradley Cooper tem uma atuação inteligente, não sei se vale a indicação, pois ainda não vi "Selma" e "Mr.Turner". Então vou aguardar para dizer se é justa a sua inclusão. Mas, a princípio, considero uma performance melhor do que a de "American Hustle". Sienna Miller é um caso interessante. Ela estará em vários filmes daqui para a frente. Se vocês já viram entrevista dela, terão percebido o quanto ela é simpática e divertida. Boa atriz? Neste papel, não pôde fazer nada de especial.

 

É o melhor filme do Eastwood em muitos anos? Sim, definitivamente.

 

Jane Fonda enlouqueceu quando o comparou, por twitter, com "Coming Home"? Não. É comparável nos seguintes termos: o idealismo está morto no mundo de hoje. A guerra é outra. O soldado traumatizado não tem nem mais coragem de ficar traumatizado. Em matéria de talento, Bradley nunca será Jon Voight, Sienna Miller nunca será Jane Fonda. Enquanto no filme de 1978 havia aquela tórrida e histórica cena de sexo, neste aqui o Clintão carola fecha a porta na nossa cara. Ninguém vai ver como se fazem os bebês. Bebês falsos, afinal.

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Não assisti ainda, mas desde sempre eu via este filme como a versão americana do filme ficcional lá do Bastardos Inglórios. 

 

Acho engraçada a carreira do Eastwood, ele notadamente é um bastião da direita americana desde a Dirty Harry. No entanto, com os anos passando nós poderíamos ver claramente um cineasta que trabalhava em uma paleta bem mais cinza de questões morais. Os Imperdoáveis, Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro e Conquista da Honra e Cartos de Iwo Jima nos colocam numa linha tênue entre lei e justiça. Mas estranhamente a partir do Meninas de Ouro, seus filmes ficaram bem unilaterais (além de fracos narrativa e tecnicamente) e os questionamentos são só sobre seu reacionarismo. Pelo menos, este Sniper Americano parece um filme mais bem finalizado em técnica e narrativa.

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 "Deux jours, une nuit" visto. Irmãos Dardenne funciona como um antídoto contra Eastwood. Tão natural, tão realista, tão humano, tão minimalista e sofisticado. Luz natural, longos takes, música partindo de dentro dos elementos cênicos... Uma pletora de sentimentos é evocada: solidariedade, altruísmo, melancolia, estresse, perseverança, raiva... É muito cinema de verdade!  Marion Cotillard, mais uma vez, excelente. Das 5 indicadas, acho que é a melhor atuação.

 

Parte da minha família mora na Bélgica, então eu sei que lá existe uma espécie de "Bolsa Família" não apenas para pessoas muito pobres, mas para quase todo mundo que tenha filhos. Não só uma bolsa, mas vários direitos associados. Digo isso porque a única coisa que me pareceu irreal no filme foi justamente o seu leitmotiv: o confronto trabalhista de tal magnitude. De qualquer formao filme aponta para um Welfare State que pode mesmo ruir, em virtude de uma crise econômica sem prazo para terminar.

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Poucas palavras para "Into the Woods". Em geral, não gosto de teatro transplantado para o cinema. No meio do filme, me veio a pergunta: "Por que não fizeram uma animação?" A liberdade do desenho/computação iria conferir mais vida à floresta, fugiria-se dos limites humanos da caracterização. No geral,  fiquei bem decepcionado, a não ser pela primeira canção do musical. James Corden (padeiro) e a Lilla Crawford (chapeuzinho vermelho) , para mim, foram de longe os melhores. Meryl Streep está muito bem, cantando muito bem, mas não sei se vale a indicação. Por que não pensaram na maravilhosa atriz polonesa do "Ida"? Creio que Los Angeles a premiou, ou algum outro círculo de críticos. Foi uma ótima lembrança. Não achei o figurino da Colleen Atwood particularmente brilhante. Ela já fez muita coisa melhor na vida. Dennis Gassner também já fez coisa bem melhor ( "O Show de Truman" , por exemplo, que não foi nem indicado). Vou torcer pra "O Grande Hotel Budapeste" fazer a limpa na parte estética.

 

Para quem gosta de musical, "Into the Woods" desafinou.

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Visto "The Judge". Sessão da Tarde no Oscar. Futuro tweet "ai, meu deus, vai passar O Juíz na Tela Quente. Meu filme preferido". Consegui superar a necessidade de chamar atenção de si o tempo todo que Robert Downey Jr chama de atuação, por duas horas, com a ajuda da luminosa Vera Farmiga e do imenso talento do Robert Duvall. Ele queria essa quinta vaga, ele fez campanha, ele pediu a todo mundo, e chegou ao recorde de ator mais idoso já indicado. Brilhante em O Apóstolo, brilhante em A Força do Carinho, brilhante até não poder mais em Apocalypse Now, brilhante em O Poderoso Chefão et caterva... Um dos atores mais roubados da história de Hollywood em se tratando de Oscar tinha direito a pelo menos este último reconhecimento. 

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"Boyhood"

É o filme de Richard Linklater realmente bom? Antes de tudo, cumpre saber até que ponto o uso da filmagem ao longo de 12 anos foi essencial ao filme ou mero esteticismo, um virtuosismo cinematográfico nunca antes realizado. Ou seja, a obra se sustenta por si mesma ou somente graças a isso ela merece atenção? Será lembrado no futuro como um bom filme que, além disso, inovou nesse aspecto ou apenas por essa curiosidade, sendo daqui a vários anos citado tão-somente nas seções de trivia dos manuais de cinema?

Vendo "Boyhood", percebe-se que esse recurso, a saber, acompanhar durante 12 anos, uma semana de cada vez, o crescimento dos dois irmãos – principalmente, claro está, o do garoto, cuja "boyhood", isto é, infância e adolescência, compõe o título do filme –, esse recurso, eu dizia, oriundo dos documentários (lembro especialmente do ótimo "Hoop Dreams"), não é acessório ao filme; não é simplesmente um complemento estilístico dele. Na verdade, o filme é construído sob esse pilar; ele é o núcleo a partir do qual a obra é criada. Assim, não sendo gratuito, torna-se justificado, o que por si só, portanto, eleva o filme a algo mais do que mero exercício estilístico ou paciente extravagância exibicionista.

Linklater usa esse recurso para tornar seu filme um retrato documental, ultrarrealista, portanto – ainda que ficcional –, da vida de um garoto da classe média americana na primeira década deste século. Assim é que em "Boyhood" são retratados à perfeição o espírito e o ambiente da época: a eleição de Obama, Harry Potter, a moda, o gosto musical, a tecnologia disponível então (que muda atualmente em velocidade que mal conseguimos acompanhar), etc. O ultrarrealismo obtido só foi possível graças ao fato de a filmagem ser concomitante aos acontecimentos. Poder-se-ia dizer: é o mais realista filme de época jamais realizado...

Respondida a questão a respeito desse uso, uma pergunta, no entanto, desponta, ou melhor, retorna, não sendo senão a mesma que inicia este texto: É o filme de Richard Linklater realmente bom? Descontado esse valor quase sociológico, derivado de seu aspecto, digamos, semidocumental, "Boyhood", a meu ver, peca justamente ao retratar a vida apenas como ela é. Curiosamente, nesse filme em que a vida se nos apresenta como é falta justamente vida.

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Ótimo "Mr. Turner". Duro adversário para "O Grande Hotel Budapeste" em Desenho de Produção e Figurino. Simplesmente fantásticos. A indicação para trilha me pareceu forçada, em todo caso, não foi um bom ano, afinal. Timothy Spall poderia estar na lista dos 5 indicados, mas personagens rabugentos não costumam se dar bem no Oscar. Outra que poderia estar incluída em Coadjuvante é a atriz Marion Bailey, excelente como a bondosa esposa do pintor. Mas, sem sombra de dúvida, o maior destaque é a Fotografia inacreditável deste filme. Dick Pope, ou o Senhor "Cocô de Pinto", fez um trabalho arrebatador, magnífico, sublime, como se as pinturas estivessem vivas. É um "Moça com Brinco de Pérola" ainda mais impressionante.

 

Mike Leigh é um gênio. Faz uma biografia através da personalidade e não através dos fatos da vida. A questão é que gente sempre espera mais um pouco de quem já fez muito. Eu particularmente fiquei esperando uma outra cena como o encontro de mãe e filha em "Segredos e Mentiras", ou a prisão de Vera Drake no filme homônimo. Alguma cena que pegasse os atores desconcertados, sem vigilância do personagem, uma cena de expressa emoção natural não ensaiada. Este não teve. Este não tem. 

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Acabei de ver Bridman e achei superestimado em minha opinião. O Oscar está a cada nova edição uma premiação de atores, pois poucos filmes realmente ali da lista tem algo memorável. Alguém se lembra dos filmes do ano 2014 ou de 2013? Minhas apostas para melhor filme ficam somente por enquanto com "O Grande Hotel Budapeste" e "Boyhood". O resto por mim até agora é o resto e vão ser esquecidos após a premiação. Estou até começando a preferir os filmes pipocas por incrível que pareça. E olha Terrence Malick faz muito melhor que Iñárritu em minha opinião sobre querer ser um filme reflexivo sobre algo. Que merda! Não chega ser uma porcaria, mas eu não vejo méritos quase nenhum nesse filme paparicado pela academia. É tudo que tenho a dizer sobre esse filme e é tudo que ele merecia, mas vou me repetir e estender mais minhas razões.

Vou desenvolver um pouco mais minha crítica contra esse filme. Mas esse filme não me cativou e isto é primordial para que se goste ou não de um filme. Dito isto sei que o elenco não faz feio, mas seus personagens na trama não me fazem gostar de nenhum deles, pois é tudo jogado e mal desenvolvido. Acho que faltou mais tempo, ou melhor mais planejamento.

Não consegui ter empatia por nenhum dos conflitos pessoais e interpessoais. A proposta de querer refletir o passado de ator ou “celebridade” de Michael Keaton ou Riggan e sua gradual perda de sanidade. É uma boa sacada. Todavia mal executado, seu personagem não me cativa os atores não me cativam, a proposta não consegue me envolver. Por mais que eu relembre.

Até a trilha sonora é mal utilizada para acompanhamento do drama na atuação sob pressão e da viagem alucinada. Temos vários bons elementos ali e uma péssima amarração e finalização de tramas e sua execução fazendo desabar a casa de cartas. Ou seria um desabamento de uma torre de BABEL? Um filme do Iñárritu igualmente cheio de coisas interessantes, mas para mim mal executado também. Resumindo boa parte de culpa do diretor. Assim falhou terrivelmente comigo para ter alguma apreciação. Eu fiquei e muito ansioso para o filme acabar de tão pouco envolvente que a trama era, para mim.

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Last Days in Vietnam é, dos documentários que vi (ainda falta O Sal da Terra), o mais fraco. Um filme sobre como os americanos bonzinhos salvaram os vietnamitas do lado "do bem" dos vietnamitas comunistas comedores de criancinha. Tudo isso, claro, martelado com música triste. Maniqueísmo não funciona bem em um documentário.

 

Vi uma porção de documentários desse ano e consigo pensar em muitos melhores que esse. Por exemplo: Life Itself, Jodorowski's Dune, Dancing in Jaffa, Case Against 8 e Documented. Life Itself não estar aqui, em particular, foi a esnobada que mais me deixou triste no Oscar desse ano. 

 

Também vi Beyond the Lights. Filme bobinho. Destaque mesmo fica para a Gugu Mbatha-Raw. Demorei a perceber que era a mesma atriz de Belle. Em Belle ela fazia a menina ingênua, aqui está um mulherão, cheia de vida e de medos. O filme não ajuda, mas as indicações a diversos prêmios de "Talentos Promissores" é acertada e aguardo novos trabalhos dela. A música que está indicada só aparece nos créditos finais, apesar de o filme ser um musical.

 

Por enquanto Lost Stars (de Begin Again) ainda é a música que funciona melhor com o filme, além de ser muito boa. A música é parte fundamental da história e é cantada em pelo menos três versões diferentes ao longo do filme. Estas versões demonstram as variações na relação da personagem da Keira Knightley com o personagem do Adam Levine. Begin Again é um filme simples, mas gostoso de assistir. A cena do Mark Ruffalo produzindo mentalmente uma música é linda.

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