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Forum Cinema em Cena

O Lobo de Wall Street


The Deadman
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4,0/5,0 - O Lobo de Wall Street

 

Finalmente, depois de anos, um bom filme do Scorsese!! E (surpresa! :P ) uma comédia! Sim, comédia. Não consigo enxergar esse filme de outra forma. Ainda que baseado em eventos reais e na vida de alguém que vivenciou todo o excesso aqui mostrado (senão mais...); uma grande comédia cheia de humor negro ("Project X" encontra "Wall Street - Poder e Cobiça"), politicamente incorreto e imoral/amoral até o talo. Finalmente, um Scorsese refinado no fucking way to make movies e merecedor de concorrer e até ganhar Oscars (e não filmecos tais como "Ilha do Medo" e "Os Infiltrados", meros arremedos se comparados a obras como "Cabo do Medo" e "Os Bons Companheiros"...).

 

O longa conta as venturas e desventuras de Jordan Belfort, homem que de ingenuo, quase um caipira, se transforma num escroque sem nenhum limite e escrúpulo que, com uma labia gigantesca, se torna um verdadeiro predador no mercado de ações de Wall Street depois do revés histórico do 87's Crash (The Black Monday) ao ter o insight de oferecer aos tubarões do mercado "the shit chips" saqueando milhões de dólares dos clientes (leia-se, vítimas) embolsando 50% de comissão dessas vendas e de maracutaias como a prática do "dump and pump" (comprar muitas ações de baixo valor e depois instar os clientes a comprar o resto para inflar seu valor, vendendo na sequência e tendo lucros astronômicos ANTES que os clientes pudessem fazer algo) e otras cositas mas que iam da operação fora do pregão, sonegação fiscal, estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e por aí vai... tudo regado à doses cavalares de sexo, álcool, lude e cocaína. Eitcha porra!!!  

 

Mas, como o pai sentencia em determinado momento: "Uma hora você terá que arcar com as consequências..." E elas vem. Não exatamente como gostaríamos que viessem, mas vem. Afinal, para um homem com apetites vorazes e desmedidos como Jordan Belfort e todas as mazelas que causou (nenhuma é mostrada ou citada...pena) dá pra entender a polêmica em torno do filme uma vez que o cara e sua tchurma vivem e levam o conceito do hedonismo ao extremo do despirocamento e tudo isso com grana roubada, sem o menor pudor ou remorso; e isso choca (mais ainda ao descobrirmos o que rendeu todos esses excessos... Sem entregar muito: às vezes o crime compensa, sim. E muito!!!) e pode passar a impressão de Belfort está sendo cultuado, festejado por Scorsese. Mas, não é esse o caso. Ok... Parece que ele filma os primeiros dois terços ligado no 440, como se estivesse sob efeito das drogas que seu protagonista ingere, os diálogos (alguns impagáveis) rápidos, inteligentes, sacanas e a montagem, idem, brincando muito com a narrativa em off, com as percepções do protagonista em relação à realidade e a da própria audiência, numa metalinguagem super interessante mas; me parece óbvio que faz o filme com um olhar irônico, sarcástico e tão estupefato com todo aquele material que não vê outra alternativa senão dar um tom de comédia, mais que isso: de elevar à décima potência o tom de comédia, tripudiando do que é mostrado num over filming continuo.   

 

Enfim... Vale à pena a conferida!! Destaque absoluto pra DiCaprio que se entrega de modo visceral ao filme e sacramenta, de vez, ser um grande ator! Inclusive, com um insuspeito timing pra comédia.

 

OBS 1: a cena de um incredúlo Belfort ouvindo "as regras" de como se dar bem em Wall Street de seu antigo chefe Mark Hanna (Matt McConaughey, inacreditável) é antológica e já vale o filme.     

 

OBS 2: o enquadramento final me soou uma provocação, uma grande brincadeira de Scorsese para com a audiência até ali... Algo como que dizendo: "Olha a cara dessas pessoas... Vocês são iguais a eles? Vocês realmente estão dando bola para tudo isso, acreditando nesse picareta?"    

 

Só não leva 5 cravados porque em seu terço final o filme perde ritmo, chegando a ficar meio chato (culpa da montagem) e por não abordar absolutamente NADA sobre qualquer situação ou danos causados por Belfort e sua quadrilha de engravatados da Stratton Oakmont. Mostrar, nem que fosse de forma breve, de relance, o efeito de suas ações na vida de um dos seus "clientes" seria interessante.   

 

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“O Lobo de Wall Street” já se destaca como sendo um dos filmes mais engraçados de Scorsese, mas é um humor inerente às condições e situações vividas pelos seus personagens. Assim como em “Os Bons Companheiros”, “Cassino” e “O Touro Indomável”, temos um drama biográfico de ascensão e queda, em que os próprios personagens são artífices de seus destinos e, parafraseando um dos personagens do longa, terão que suportar as consequências.

(...)

No meio de uma Hollywood tão polida, hipócrita e politicamente correta, os palavrões e inúmeras cenas de nudez e sexo, retratadas sem pudor ou tabu pelo experiente diretor de 71 anos só evidencia seu comprometimento em representar aquele mundo da maneira mais crível e próxima da realidade, não poupando o expectador da imersão de três horas que termina com um nó garganta, melancolicamente, para um homem que não via limites em ganhar dinheiro, pois era o que lhe dava valor à sua vida, na presunção de poder ser mais do que aqueles que acordam sempre com a mesmo mulher, andam de metrô ou que trabalham no McDonald’s.

CRÍTICA COMPLETA: http://cultcomentario.wordpress.com/2014/01/26/o-lobo-de-wall-street/

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