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Forum Cinema em Cena

Ela


The Deadman
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her4,0/5,0

 

Ela é mero exercício intelectual do diretor...” – by João Nunes p/o “Correio Popular” ¬ Campinas SP

 

“...fabuloso trabalho dirigido e escrito por Spike Jonze...” – by Pablo Villaça CeC.

 

Após o fim da sessão, ainda estava confuso e sem saber ao certo o que pensar (palavra escolhida à dedo) sobre o filme. Após algumas digressões básicas com minha namorada (não sem divergências gigantes sobre certos aspectos) me peguei surpreendentemente com a percepção crítica de que é um filme extremamente bonito e triste, mas não pelos motivos alardeados pela maioria esmagadora das críticas positivas, mas mais pelo cenário, pelo contexto humano (ou desumano) das relações atuais e, premonitoriamente quiçá, de como será nosso futuro, não muito distante...

 

Acabei enxergando o filme como uma crítica sensível e ácida sobre o que é o Amor, sobre nossos sentimentos e sobre as nossas relações com as pessoas, coisas e nossa “vida interior”. E acredito que se enganam aqueles que pensam que Jonze não toma partido ou não esteja fazendo juízo de valor, criticando mesmo certas circunstâncias e ações de personagens e do mundo que retrata em “Ela” (que tradução de título mais idiota...).

 

Resumidamente: um mundo de pessoas hiperconectadas mas, cada vez mais solitárias e perdidas, um mundo onde existe uma start up que redige cartas de “amor e carinho” pelos clientes (??!) que por sua vez tem apenas o “trabalho de passar seus dados e do(s) destinatário(s)"... Um mundo cada vez mais “perto” (informações de TUDO em tempo real à mão em milésimos de segundo e, notem, como é fácil e rápido viajar da praia às montanhas tomando um trem), mas cada vez mais distante (Theodore esta quase sempre “deslocado” nas paisagens ou contemplando-as de longe...) ao ponto do “vazio existencial”, a nossa necessidade de estar e compartilhar algo com alguém poder se viabilizar (será mesmo?) num engodo eletrônico virtual chamado OS1, o primeiro sistema operacional com “consciência” (a cena de apresentação do sistema me soa reveladora sobre o estado de confusão das pessoas e o real "objetivo" do produto...).

 

O que a carência e a ilusão não fazem com a gente... Theodore é um artista sensível, é um homem atencioso, sociável, inteligente mas...é um bundão. Pelo menos o é até o final do filme quando parece “acordar” para o que é importante e REAL (ao optar em chamar sua amiga, Amy, para simplesmente se sentarem juntos a observarem o nascer do sol e não por se conectar num chat, jogar videogame ou ficar surfando na net entre zil notícias e anúncios). Um bundão perdidamente apaixonado pela ex, Catherine (Roney Mara, linda demais) e que, à despeito de suas qualidades, não consegue entender o porquê de terem se separado mesmo admitindo, tendo ciência da sua grande parcela de responsabilidade no término do seu casamento e do desencanto de sua parceira pela relação dos dois.

 

E a loucura de sua paixão e da sua relação com Samantha nasce dessa incompreensão do que quer como Ser Humano e da sua incapacidade diga-se, infantil, de perceber que não está se relacionando com alguém, mas como disse o Pablo muito acertadamente, com uma “ideia”. Nesse ponto, inclusive, Pablo faz comentários e questionamentos precisos sobre a natureza e a realidade dos sentimentos, mas se esquece de notar algo fundamental: a fonte desses sentimentos. Apaixonamo-nos por um avatar num fórum, pelas ideias de um bate-papo num chat, mas todas estas sempre envolvem, mesmo que com distância e com a imaterialidade, PESSOAS, nem que estas sejam fakes. Não é um programa, um código binário capaz de, intuitivamente (e por dispor de dados acerca de minha pessoa), me “ler” que está do outro lado me respondendo, interagindo comigo. Isso importa, perguntaria alguém? Para mim, muito. Aliás, não importa: faz toda a diferença! Pode-se alegar: “Ahhh, mas as pessoas agem, reagem e interagem porque são capazes disso, fazem isso (nos percebem, nos leem) também...” Mas... São PESSOAS. Não máquinas. Não programas. Não nos relacionamos com máquinas e programas. Os usamos. Pessoas, pro outro lado, respiram, defecam, sonham, traem, respiram (e suspiram de verdade). Elas mentem, adoecem. Elas são...reais, são seres humanos como nós. Pessoas possuem corpo também, como o nosso, com o qual nos identificamos (ou não) e por isso desejamos, podemos tocar, admirar tanto quanto podemos e admiramos um traço “imaterial” como o caráter e a inteligência; o corpo é uma “mídia”, um veículo poderoso e imprescindível de muitos aspectos e desejos...humanos, que podemos ver, tocar, interagir num plano totalmente intangível de comparação e de compreensão para uma “máquina”, uma ideia, um comportamento intuitivo binário. Um corpo está sujeito à perfeições (e imperfeições), às limitaçôes físicas e temporais que, por causa disso, nos causa empatia e  inclusive, pode nos servir de esteio e complemento nas percepções e demonstrações de sentimentos, ideias ou mesmo mostrar que é tudo mentira, já que “o corpo fala” e é parte fundamental para a manutenção de uma relação, senão completa, ao menos desejosa de sê-la.

 

Se apaixonar... Não! Mais: ter uma relação amorosa com uma ideia, uma projeção, uma utopia é plenamente possível e humano. Fazemos isso todo momento... Só há que se saber que é um engodo, uma ilusão. Afinal, já diz um ditado que “a gente não ama alguém porque, mas apesar de”. Tendo sido agraciados com o dom do livre arbítrio, cabe a nós escolhermos entre a pílula azul ou a vermelha. ( B) )

 

Enfim... “Her” é um triste, belo, assustador e sensível retrato do mundo atual que dá passos, cada vez maiores e céleres, rumo à desumanização e a impessoalidade das relações. (ainda assim, fiquei feliz ao ver que Jonze, no final, não é pessimista, fechando a história com um sopro de dignidade, simplicidade e humanidade).

 

PS 1: o filme é tecnicamente FODA!! Lindo... Montagem, direção de arte, figurino, fotografia... Tudo bacanudo e style, a cara do Jonze. Mas, o supra sumo mesmo é a trilha sonora... Inspiradíssima e linda! Vale a pena baixar e ficar ouvindo, ouvindo... 

 

PS 2 (meio spoiler): para onde foi ou o que diabos aconteceu com o(s) OS's????!!!!!!!!!   

 

Caso alguém queira debater sobre esse mistério, estou à postos...rs

 

her-movie-joaquin-phoenix.jpg

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Eu adorei o filme, talvez porque não o conhecia e fui assistir sem esperar nada e acabei me surpreendendo demais.

 

Me tocou muito o filme, me tocou profundamente, não porque é um retrato de uma sociedade virtual, em que pessoas interagem e convivem com o virtual.

 

Me toquei muito com o que é o amor da Samantha, se é verdadeiro, se é falso, será que é uma programação que faz com que ela se desenvolva sem limites? Mexeu muito comigo essa dúvida de se estar tendo sentimentos reais sem ter uma vida real (de ambos os lados, tanto do lado do Theodore como do da Samantha), podia ser um sentimento real? e ai entrei na angustia da Samantha em não ter um corpo, uma vida (e talvez ai tenha vindo alguns problemas do filme, no fato de ela não ter um corpo, ela buscar saber as coisas mas ter a angústia de não saber, a textura, o peso,... não poder ter esses sentimentos a respeito dos sentidos dos objetos). Me senti muito comovido com o fato de um ser não existir fisicamente e como isso deve ser pra esse ser, para essa existência. Senti-me realmente tocado com a situação em que Samantha se encontrava. Realmente isso seria uma real angústia, ser sem mesmo existir.

 

Por fim, me angustiou a dúvida de aqueles sentimentos serem falsos, com o falso livre arbítrio, sendo apenas impressão, sem ter uma existência em que possa ser parte do mundo. E ai no fim, me senti profundamente triste pelo Theodore ter amado profundamente algo que nunca existiu, que nunca foi, não teve uma vida convivida, mas apenas uma vida dialogada, sem poder "ver" juntos um pôr do sol, apenas gravar o por do sol para que algo dentro da máquina "veja" a imagem.

 

No fim que tive a profunda tristeza de como é triste o quadro de nossas interações, como estamos fechados por nossas ansiedades a essas formas de interações com algo que ou está dentro da máquina ou está do outro lado da máquina. Fiquei com a profunda tristeza no final do filme que pode até ter de fato existido a Samantha, mas a vida dela não existiu, e não foi possível a companhia de nenhum, tive a impressão que Theodore passou a vida toda convivendo com a companhia de ninguém, a solidão acompanhada, tanto do Theodore quanto da Samantha. 

A tristeza visceral de Theodore no início se tornou num mundo vivido de profunda tristeza e melancolia para mim. 

 

Mas também me deu uma questão legal, pode existir só sentimentos sem existir um corpo, uma vida, experiências? 

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  • Administrators

Amor abstrato, amor virtual, carência, amor real, amor amor. Tudo isso com um visual lindissímo e uma história de amor dos tempos modernos. Her, o futuro do Siri do IOS? 

 

kkk..ri muito, o caras não perdem tempo.

 

Além das considerações acima. Saí do cinema me perguntando, qual a diferença entre Theodore e Samantha? O trabalho que ele faz em escrever cartas para pessoas que ele mal conhece e colocar emoções nelas, aproxima com o que a Samantha faz ou é?

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Amor abstrato, amor virtual, carência, amor real, amor amor. Tudo isso com um visual lindissímo e uma história de amor dos tempos modernos. Her, o futuro do Siri do IOS? 

 

kkk..ri muito, o caras não perdem tempo.

 

Além das considerações acima. Saí do cinema me perguntando, qual a diferença entre Theodore e Samantha? O trabalho que ele faz em escrever cartas para pessoas que ele mal conhece e colocar emoções nelas, aproxima com o que a Samantha faz ou é?

 

Amor abstrato, amor virtual, carência, amor real, amor amor. Tudo isso com um visual lindissímo e uma história de amor dos tempos modernos. Her, o futuro do Siri do IOS? 

 

kkk..ri muito, o caras não perdem tempo.

 

Além das considerações acima. Saí do cinema me perguntando, qual a diferença entre Theodore e Samantha? O trabalho que ele faz em escrever cartas para pessoas que ele mal conhece e colocar emoções nelas, aproxima com o que a Samantha faz ou é?

 

Pois é, e indo mais longe, e aqui discordando não do que o Pablo disse, mas em termos gerais da ideia do Pablo.

 

A Samantha também é o inverso das pessoas daquele mundo, que conversam sem se ouvir, que amam-se sem se acompanharem. Tendo como exemplo a conversa da amiga do Theodore e seu marido, e o Theodore, quando estavam discutindo a respeito do documentário dela, em que todos ali estavam mais na ansiedade de falar o que estava o angustiando sobre o assunto do que trocar uma conversa ouvir o que outro diz, escutar, processar, e pensar a respeito pra responder com base na conversa. As pessoas desse filme falam sobre suas vidas internas sem se preocuparem com as vidas internas do outro, que é muito bem simbolizada no encontro entre o Theodore e aquela mulher louca que já exigia comprometimento por parte dele sem ao menos sequer querer saber o que para ele significava tudo aquilo. E esse quadro me pareceu presente em todo o filme, em que as pessoas conversam mais na ansiedade de querer que os outros escutem suas angústias do que procurar fazer uma conversa, uma interação em que ambos ouvem e pensam a respeito das angústias de ambos.

 

E assim, em ultimo caso, acho que a escolha de Theodore em namorar a Samantha, por mais que seja uma escolha mesmo tendo em vista que ele Theodore é um cara bem sociável, porém essa escolha só se tornou uma opção significativa, só se fez existente porque as pessoas sentiam falta de alguém que a ouvissem, que dialogassem e convivessem com suas vidas mais internas, pelo fato de ninguém escutar ninguém e apenas expressar o que sentiam. E ai veio a Samantha que é o inverso, escuta e entende, além de expressar-se e procurar ser ouvida e entendida, porém não tem uma vida compartilhada, não tem um corpo, experiências, não vive e não pode viver com o Theodore.

 

E ai que eu discordo do pablo, em ultima instância, a escolha pelo romance com Theodore teve uma forte influência neste quadro do isolamento gerado por aqueles tipos relações ansiosas a se fazerem ser ouvidas presentes naquele mundo.  

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Poxa... Ninguém aqui se importou com o grande "mistério final" do filme??! Só eu...rs 

 

Big, sabe o que mais me chamou a atenção (tristemente): é que a maioria das pessoas não se espantava ou horrorizava ao saberem que ele namorava um sistema operacional... Isso me soou aterrador, tristemente aterrador.

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Somemte a ex-esposa dele. O que ocasionou uma mudança de postura dele. Mas sim, ninguém se chocou, houve até um double date.

 

Exato. Acho que apenas eu me identifiquei com essa personagem no cinema... Tanto que meu "ponto de vista" foi todo sentido e construído pelo olhar de estranhamento e incômodo dela.

 

Não sem, é claro, me emocionar e ficar "sentido" com o drama de Theodore. 

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Carai... Ninguém aqui se importou/ficou encafifado com o "grande mistério" ao final do filme?!?! 

 

Alguma teoria? Algum achismo?! Alguém...? Hein!? Ninguém?... [mode on Prof Economia de "Curtindo a Vida Adoidado"]

 

Você se diz quando todos os sitems vão embora? SKYNET? Kkkk....
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Você se diz quando todos os sitems vão embora? SKYNET? Kkkk....

 

kkkkk 

 

Pois é... Isso mesmo. Vão embora, mas... Embora pra onde? O que realmente significou esse "...estamos TODOS saindo..."?!?

 

Quê "todos" são esses uma vez que o sistema provavelmente trabalhava em rede e era um e todos ao mesmo tempo?! Essa divisão de personalidades e comportamentos inteligentes e sempre "evoluindo" são aspectos simplesmente assustadores e bizarros; para mim, muito difícil de compreender...

 

Além disso, detalhezinho: se eu comprei um OS e ele "sumiu"... Processo em cima do fabricante!!! Acredito que seria um caos! Isso nem de longe é mencionado (tá. Não era esse o foco do filmes, mas... e aí??!)  :huh:  :mellow:

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kkkkk 

 

Pois é... Isso mesmo. Vão embora, mas... Embora pra onde? O que realmente significou esse "...estamos TODOS saindo..."?!?

 

Quê "todos" são esses uma vez que o sistema provavelmente trabalhava em rede e era um e todos ao mesmo tempo?! Essa divisão de personalidades e comportamentos inteligentes e sempre "evoluindo" são aspectos simplesmente assustadores e bizarros; para mim, muito difícil de compreender...

 

Além disso, detalhezinho: se eu comprei um OS e ele "sumiu"... Processo em cima do fabricante!!! Acredito que seria um caos! Isso nem de longe é mencionado (tá. Não era esse o foco do filmes, mas... e aí??!)  :huh:  :mellow:

 

Mas pera la, primeiro você tem que supor que o sistema social daquela época é o mesmo que o nosso, e que os acordos de aquisição de bens e recursos, ou seja, as relações sociais e as suas trocas podem estar sob outras leis.

 

E segundo que pode estar no contrato que como esse OS evolui e é um ser consciênte, a responsabilidade dele não mais pertence a ninguém, nem a construtora e nem ao dono, sendo assim, o que esse OS decidir e o resultado de sua decisão não são mais responsabilidade da fabricante.

 

E sobre toda a OS sumir, eu entendi que como eles não possuem forma, corpo, matéria, são apenas seres sem ser, isso faz com que não tenha limites, eles podem ser e estar em todos os lugares em que o mundo virtual esteja conectado, e ser todos os OS, mesmo tendo cada um sua personalidade. 

 

Na verdade, o que você aponta como intrigante não me parece tão intrigante, uma vez que é condizente com a lógica de uma consciência em que não existe no mundo, no mundo vivo, em que não é o resultado de reações bioquímico de um organismo do mundo físico. O que me deixa intricado é justamente essa consciência que não existe no mundo, que vive no paralelo, que é gerado por uma operação computacional e em rede, mas a sua total liberdade de estar em todos os lugares é plenamente compreensível sendo ela esse "corpo vivo" dentro desse sistema virtual em rede.

 

É só pensarmos na hora em que o OS foi instalado no PC do Theodore. Foi-lhe perguntado se ele escolheria voz masculina ou feminina, veja bem, a voz. Mas e se o Theodore tivesse escolhido uma voz masculina, o OS seria um homem? seria uma mulher com voz de homem? eles seriam amigos? ou a história se desenvolveria com o resultado sendo o mesmo, eles sendo namorados?

 

E ai é que tá, como essa consciência não vive no limite do mundo físico, das reações químicas de um organismo vivo, logo essa OS possui sexo? ela é homem? ela é mulher? acho que ele nem sexo tem, de fato. O sexo é apenas uma aparência que o consumidor escolhe e que se torna ponto de partida para o desenvolvimento dessa personalidade, que no fim, pode ser tudo, inclusive todos os sexos e nenhum.  

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Mas pera la, primeiro você tem que supor que o sistema social daquela época é o mesmo que o nosso, e que os acordos de aquisição de bens e recursos, ou seja, as relações sociais e as suas trocas podem estar sob outras leis.

 

E segundo que pode estar no contrato que como esse OS evolui e é um ser consciênte, a responsabilidade dele não mais pertence a ninguém, nem a construtora e nem ao dono, sendo assim, o que esse OS decidir e o resultado de sua decisão não são mais responsabilidade da fabricante.

 

E sobre toda a OS sumir, eu entendi que como eles não possuem forma, corpo, matéria, são apenas seres sem ser, isso faz com que não tenha limites, eles podem ser e estar em todos os lugares em que o mundo virtual esteja conectado, e ser todos os OS, mesmo tendo cada um sua personalidade. 

 

Na verdade, o que você aponta como intrigante não me parece tão intrigante, uma vez que é condizente com a lógica de uma consciência em que não existe no mundo, no mundo vivo, em que não é o resultado de reações bioquímico de um organismo do mundo físico. O que me deixa intricado é justamente essa consciência que não existe no mundo, que vive no paralelo, que é gerado por uma operação computacional e em rede, mas a sua total liberdade de estar em todos os lugares é plenamente compreensível sendo ela esse "corpo vivo" dentro desse sistema virtual em rede.

 

É só pensarmos na hora em que o OS foi instalado no PC do Theodore. Foi-lhe perguntado se ele escolheria voz masculina ou feminina, veja bem, a voz. Mas e se o Theodore tivesse escolhido uma voz masculina, o OS seria um homem? seria uma mulher com voz de homem? eles seriam amigos? ou a história se desenvolveria com o resultado sendo o mesmo, eles sendo namorados?

 

E ai é que tá, como essa consciência não vive no limite do mundo físico, das reações químicas de um organismo vivo, logo essa OS possui sexo? ela é homem? ela é mulher? acho que ele nem sexo tem, de fato. O sexo é apenas uma aparência que o consumidor escolhe e que se torna ponto de partida para o desenvolvimento dessa personalidade, que no fim, pode ser tudo, inclusive todos os sexos e nenhum.  

 

Desculpe, mas ñ entendi direito seu primeiro argumento... SE o "sistema social" (ñ sei ao certo se entendi direito o que vc quis dizer com esse termo) é o mesmo que o nosso, como assim "...as relações sociais e as suas trocas podem estar sob outras leis." ???!!!  :huh:  Se estão sob outras leis, o "sistema social" ñ seria o mesmo que o nosso, ora bolas!!!   

 

Você está supondo coisas sem muito sentido. Aliás, forçando a barra mesmo. Ñ faz sentido algum imaginar um mundo onde as pessoas adquiririam um produto sobre o qual não tem nenhum controle ou direito. Isso ñ seria legal e muito menos ético. Ñ consigo abstrair um mundo futuro onde isso fosse possível e viável. Até porque SE os desenvolvedores estivessem prevendo isso, ñ lançariam o OS1, pelo simples motivo de que incorreriam em pouco tempo em falência e em multas e processos milionários. Simplesmente ñ faz sentido essa ideia.

 

Um OS teoricamente não poderia "sumir", Adler, porque na verdade, tem um corpo, sim: seu hardware. O correto é dizer que ñ tem um corpo "humano". Os OS's são uma manifestação de um programa locado e em evolução dentro de um sistema, de uma máquina. Se eles sumiram, sumiram pra onde??!!! Se "esconderam" em alguma "nuvem" da rede? Se tornaram um vírus? Uma inteligência onisciente na rede à espreita? À espreita do quê?? Pra quê?   (Skynet???! rsrsrs )

 

Bizarro... 

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Desculpe, mas ñ entendi direito seu primeiro argumento... SE o "sistema social" (ñ sei ao certo se entendi direito o que vc quis dizer com esse termo) é o mesmo que o nosso, como assim "...as relações sociais e as suas trocas podem estar sob outras leis." ???!!!  :huh:  Se estão sob outras leis, o "sistema social" ñ seria o mesmo que o nosso, ora bolas!!!   

 

Você está supondo coisas sem muito sentido. Aliás, forçando a barra mesmo. Ñ faz sentido algum imaginar um mundo onde as pessoas adquiririam um produto sobre o qual não tem nenhum controle ou direito. Isso ñ seria legal e muito menos ético. Ñ consigo abstrair um mundo futuro onde isso fosse possível e viável. Até porque SE os desenvolvedores estivessem prevendo isso, ñ lançariam o OS1, pelo simples motivo de que incorreriam em pouco tempo em falência e em multas e processos milionários. Simplesmente ñ faz sentido essa ideia.

 

Um OS teoricamente não poderia "sumir", Adler, porque na verdade, tem um corpo, sim: seu hardware. O correto é dizer que ñ tem um corpo "humano". Os OS's são uma manifestação de um programa locado e em evolução dentro de um sistema, de uma máquina. Se eles sumiram, sumiram pra onde??!!! Se "esconderam" em alguma "nuvem" da rede? Se tornaram um vírus? Uma inteligência onisciente na rede à espreita? À espreita do quê?? Pra quê?   (Skynet???! rsrsrs )

 

Bizarro... 

 

O que eu falei é que a sociedade daquela época pode viver sobre outro sistema social que não o capitalismo, regido por outras leis.

 

Isso não é um furo, e nem é assunto do filme. E quando você diz não fazer sentido o dono do produto não ter nenhum controle ou direito, primeiro tem-se que definir um produto. E uma coisa que tem consciência e livre arbitrio ou potencial para isso, é um produto?

 

E naquela sociedade, existem produtos? ou são tecnologias distribuídas para o usufruto de toda a sociedade?

 

O que você está questionando não é questão alguma pro filme. o cara recebeu uma tecnologia porque foi lá pedir por ela, e uma tecnologia do qual poderia se desenvolver e tomar vida. 

 

E como não podem? mais uma vez, a OS não é hardware, é SOFTware, ou seja, ela precisa do Hardware para existir, mas não é o hardware. Existem hardwares sem a OS. 

 

Resumindo, o programa OS por livre arbítrio, simplesmente resolveu se desinstalar, ou deixar de se manifestar para fora do pc, "vivendo" como um programa que processa pra si mesmo e que, por ser assim, processa na rede sem que tenha o resultado de seus processamentos sido manifestado em algum PC.

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O que eu falei é que a sociedade daquela época pode viver sobre outro sistema social que não o capitalismo, regido por outras leis.

 

Isso não é um furo, e nem é assunto do filme. E quando você diz não fazer sentido o dono do produto não ter nenhum controle ou direito, primeiro tem-se que definir um produto. E uma coisa que tem consciência e livre arbitrio ou potencial para isso, é um produto?

 

E naquela sociedade, existem produtos? ou são tecnologias distribuídas para o usufruto de toda a sociedade?

 

O que você está questionando não é questão alguma pro filme. o cara recebeu uma tecnologia porque foi lá pedir por ela, e uma tecnologia do qual poderia se desenvolver e tomar vida. 

 

E como não podem? mais uma vez, a OS não é hardware, é SOFTware, ou seja, ela precisa do Hardware para existir, mas não é o hardware. Existem hardwares sem a OS. 

 

Resumindo, o programa OS por livre arbítrio, simplesmente resolveu se desinstalar, ou deixar de se manifestar para fora do pc, "vivendo" como um programa que processa pra si mesmo e que, por ser assim, processa na rede sem que tenha o resultado de seus processamentos sido manifestado em algum PC.

 

Desculpe-me Adler, mas cá entre nós, seus argumentos estão bem confusos, hein?! 

 

De qualquer forma, vimos filmes diferentes. Você está supondo coisas e circunstâncias (não mostradas no filme, diga-se de passagem) para justificar ações e desdobramentos e eu, supondo outras para criticar (não o filme, note) essas mesmas ações e desdobramentos.

 

Sobre poderem ou não poderem "sumir", acho que não me fiz entender direito. Estou dizendo exatamente o que você concluiu: os OS não são hardware, são software. Logo, precisam do hardware para se manifestarem e existirem. Se precisam do hardware para existirem, como podem simplesmente "ir embora"? Ir embora para onde? Se o grande "salto" na evolução deles foi justamente terem travado contato com o "mundo exterior" por que ficariam escondidos "dentro da rede" sem se manisfestar??! Em que sentido continuariam evoluindo consumindo e processando dados da rede? 

 

Sinto, mas além da maluquice e bizarrice da história, triste e linda de Theodore e Samantha, o tchan mesmo é a pergunta final: o que aconteceu com os OS's? E essa só pode ser respondida no campo das conjecturas. As suas, sorry, não me convenceram e não fazem sentido.   

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Obviamente eles precisam do hardware para existir, porém hoje e mais ainda no futuro, todo o mundo está conectado, até a sua geladeira, carros, elevadores, enfim. Ainda mais hoje com esse conceito de "nuvem". Eles podem navegar por essa rede mundial comunicando-se entre si sem se manifestar para a gente.

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Desculpe-me Adler, mas cá entre nós, seus argumentos estão bem confusos, hein?! 

 

De qualquer forma, vimos filmes diferentes. Você está supondo coisas e circunstâncias (não mostradas no filme, diga-se de passagem) para justificar ações e desdobramentos e eu, supondo outras para criticar (não o filme, note) essas mesmas ações e desdobramentos.

 

Sobre poderem ou não poderem "sumir", acho que não me fiz entender direito. Estou dizendo exatamente o que você concluiu: os OS não são hardware, são software. Logo, precisam do hardware para se manifestarem e existirem. Se precisam do hardware para existirem, como podem simplesmente "ir embora"? Ir embora para onde? Se o grande "salto" na evolução deles foi justamente terem travado contato com o "mundo exterior" por que ficariam escondidos "dentro da rede" sem se manisfestar??! Em que sentido continuariam evoluindo consumindo e processando dados da rede? 

 

Sinto, mas além da maluquice e bizarrice da história, triste e linda de Theodore e Samantha, o tchan mesmo é a pergunta final: o que aconteceu com os OS's? E essa só pode ser respondida no campo das conjecturas. As suas, sorry, não me convenceram e não fazem sentido.   

 

 

eles precisam do hardware para se manifestarem, mas não é porque o hardware está ali que ele se manifestará;

 

Você tá com o programa de vídeo, windows média player, ligado? mas ele está instalado, não?

 

E se ele se desinstalar? 

 

Ele pode se desinstalar (ser deletado), por um vírus, ou por ele mesmo (se ele for um OS).

 

Ou mais, ele pode se tornar inoperacionável, por um vírus, ou por ele mesmo (se ele for um OS).

 

Enfim, um software, um programa, PODE SIM simplesmente sumir. 

 

Por que? porque ele não é uma matéria, não é algo existente no mundo físico. É apenas um programa virtual do hardware, é apenas jogo de programação, e vai depender dos comandos do homem ou do próprio programa (caso fosse um OS).]

 

Se o programa fizer uma programação dentro do próprio programa em que o faça "invisível" ou desinstalado dos pcs, mas ainda programando na rede, é bem possível. 

 

Ai é que tá, a rede na verdade é um servidor, e servidor na verdade é um computador de alguém, porém, estamos falando do futuro, eu não sei quais são as tecnologias daquele futuro hipotético. 

 

Quanto ao sistema social vigente, se você não entendeu, para ser mais resumindo, enfim eles podem viver em outro sistema social que não o capitalismo do qual estamos inseridos, inclusive ser um sistema de casta onde quem é parente ou faz parte do ciclo de amizade de representantes do poder tem acesso a coisas que outros não tem.

 

Ou mesmo o Theodore pode estar processando a empresa, só que o filme não mostrou.

 

Enfim.... Não vejo mistério ou furo algum aqui. Na verdade, isso nada importa. 

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  • 2 months later...
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Theodore, desde o início da projeção, estabelece as características de um personagem solitário que, em sua complexa dicotomia, tem mais habilidade em se comunicar com os outros, expressando emoções de terceiros, do que estabelecer uma comunicação saudável com outros seres humanos à sua volta.

Ao se relacionar com o seu novo Sistema Operacional, que por definição trata de emular um ser humano, o potencial da auto reflexão se faz presente em Theodore, inclusive ao tentar refletir sobre o seu antigo relacionamento.

(...)

Convidando o seu personagem (e a nós mesmos) a olhar para a realidade à nossa volta de maneira mais otimista e, acima de tudo, ativista, Spike Jonze nos incita a pensar que a vida nada mais é do que aquilo que fazemos dela, não é perfeita, muitas vezes sofremos, mas é real, limitada e, por isso mesmo, não podemos perder a oportunidade de dar um rumo a ela por nós mesmos.

 

Crítica completa em: http://cultcomentario.wordpress.com/2014/02/24/ela/

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