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Forum Cinema em Cena

Planeta dos Macacos 3, A Guerra (War for the Planet of the Apes, 2017)


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Adoro ver um filme em que, enquanto estou vendo, vejo quadros e movimentos fluidos e bonitos que soam quase naturais. Como se o filme te carregasse e te tirasse qualquer esforço além do necessário pra entendermos todos os aspectos da obra. Planeta dos Macacos-  a guerra faz isso de forma tão orgânica, tão fluida que é assustador. Que diretor é esse Matt Reeves? Nos carrega, sem pressa, em cada cena para que vejamos e possamos entender tudo da melhor maneira. Nos comove quando necessário, nos aflige quando quer e assim por diante. Ajudando esse trabalho excepcional de direção está ainda a trilha sonora que é muito bonita, assinando o filme de cabo a rabo sem soar invasiva e o CGI. QUE CGI É ESSE? Ouso dizer que chegamos no limite do que pode ser verossímil, quando bem trabalhado. As texturas, os movimentos, os olhares, a luz, é tudo muito real.

Tudo é muito bonito. Tomadas na floresta, em cavernas, na escuridão e na praia, todos com um ângulo muito bonito, muito marcantes. Nesse aspecto eu acho que a primeira metade do filme é um deleite.

Sobre o filme em si, temos aqui um fechamento perfeito para o arco dramático do Caesar, ele nos carrega, nos motiva a querer conhecer essa história e esse mundo. Já é um personagem icônico, e neste filme tem como apoio, como sempre o Maurice, que aqui tem um papel que eu não diria mais fundamental, mas mais presente não só no plano dos ideais que ele e seu líder tanto almejam pra sua espécie, mas agora participando e servindo como um grande conselheiro em questões muito mais íntimas do personagem principal. A menina Nova, transmite tudo aquilo que vimos no trailer, mesmo com pouco tempo de tela vê-la em ação é um alívio, um respiro nessa história densa. Com muito carisma e sem dizer uma palavra, entendemos tudo o que passa na cabeça desta menina e nos mostra que, pelo menos, nessa faixa de idade o talento das meninas em relação aos meninos para atuar é absurdo. Ela , Eleven e Laura estão aí pra chutar bundas e em silêncio, hehe. E, fechando os destaques do filme, temos o Woody Harrelson, (único personagem do núcleo humano com certa relevância) com um arco também bem definido e que acho que consegue extrair o máximo de seu personagem com o que lhe é oferecido.

Um ponto negativo na obra seria no seu terço do meio, em que talvez o ritmo se arraste um pouquinho sem um motivo aparente já que está tudo certo pra trama andar e fechar a história. Além disso, não sei se pelo título em si, mas não existe uma guerra. Pelo que eu pude entender, na realidade ela já existiu e o que acompanhamos na projeção é o ato final de uma guerra que já durava um bom tempo. Todos já estão cansados, sem esperança, e querendo colocar um fim em tudo cada um de seu jeito. Essa ausência de mais ação pode quebrar muito a expectativa de sua audiência.

Por fim, é tão bom ver um filme tenso, dramático que levanta tantas questões importantes até hoje na nossa sociedade, dentro de um roteiro coeso em que não parece querer abraçar o mundo. O debate trazido de forma fluida desse jeito é tão bom, tão recompensador que faz os problemas do filme ficarem mais ralos. Impressionante o que os realizadores desse projeto conseguem fazer nos contando tudo sem personagens "humanos de fato".

Enfim, muito bom, e recomendo fortemente a assistir.

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ótima resenha, Gust!

Condensou bem os fatores que eu considero mais importantes no longa. Realmente tem uma conveniente enrolada ali no meio do filme, que parece até usar acidentalmente a captura de movimentos como muleta para desviar a atenção sobre a (quase) falha, pois ocorre justamente durante interação da força-tarefa de Caesar nos arredores do covil do "Kurtz".

1 hour ago, Gust84 said:

Ela , Eleven e Laura estão aí pra chutar bundas e em silêncio, hehe

boa!

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Ví ontem e vou rever hoje.

QUE FILMAÇO!

Só tenho 1 negativo que é na verdade nem é do filme. FOX parece ter tentado vender o filme com a pegada "guerra", como sendo a batalha final, o Infinity War da franquia... Realmente não é né? A impressão que tenho é que o título e o marketing já estavam decididos baseado na inércia dos filmes anteriores, mas quando Reeves e companhia fizeram esse western de vingança, a FOX gostou mas esqueceu de ajustar o marketing. Pouco importa.

Pro restante dos aspectos, só tenho elogios.

O primeiro susto me veio com o CGI. As vezes vejo o filme e fico ali apreciando a construção. Exemplifico usando o filme anterior, DAWN, que achei deveria ter ganho o OSCAR de efeitos. Noto lá como é magnifico o trabalho feito com os pelugem dos símios. Fazer cabelo e pelugem é extremamente difícil, pois cada pelo reage de forma particular aos inúmeros fatores do ambiente e ainda interfere nos pelos ao seu redor. É tipo de problema que requer muito mais que só potência e tempo, mesmo um simulador infinitamente forte pode ficar doido, é como resolver uma equação com as variáveis mudando. Em DAWN usaram uma solução parcelada, cerca de 1 milhão de pelos são simulados, enquanto a pelugem restante usa-se um processo mais tradicional, são "pincelados" com o efeito requerido naquele momento. É impressionante e topo de linha, mas assistindo o filme eu ví o trabalho, ví por trás das cenas, por mais realista que fosse o desenho, foi inescapável o rastro do pincel.

Em WAR todo esse pensamento "por trás das cenas" é completamente removido. Fui totalmente imerso e compelido. Me plugaram na matrix... É um "mindfuck" para mim sem tamanho.

Claro, nem todo o crédito disso vai pros efeitos. As emoções mostradas por esses atores, bem como direção do Reeves deixam tudo que não é "humano" invisível e agente livre para absorver o resto. A edição e jogo de câmera são tão sutis que não me lembro de quase nenhum, só notei mesmo um certo shot-reverse-shot que rolou ali entre Ceasar e Bad Ape, e todo o resto me levou lindamente sem nunca me tirar do filme.

Paradoxalmente, acho que é um filme que demanda bastante da audiência. Não tem uma única cena aqui que eu chamaria de "passiva". O filme é engajante, requer sua atenção, o uso do silêncio e das emoções, a maneira como Ceasar navega seus múltiplos arcos num simples olhar, novamente, a palavra chave é que fica tudo invisível, por trás dos olhos CGI.

Em outro assunto,

 

suspeito que Reeves também estava tentando dizer algo sobre linguagem. Acho que tem algo para ser pescado aqui. Na abertura vemos os capacetes "monkey killer", "endangered species". Os símios traidores são os "donkeys". Após o ataque no comecinho, placas são escritas com "king kong is dead". No acampamento vemos as letras alpha e omega para tudo que é canto. Enquanto isso, o coronel associa humanidade com a linguagem perdida e executa seus soldados incapazes de falar. Alpha e omega, referência religiosa, mas também são as primeira e última letra do alfabeto grego. O começo e o fim da linguagem? O começo e o fim da humanidade?

Por outro lado, os símios de Ceasar adotam Nova e ela se revela complexa, esperta e corajosa através da linguagem de sinais que os soldados carecem. Acho que o filme está dizendo que humanidade é maior do que nossa própria história contada? Não tenho certeza o que eu pesquei, mas senti a fisgada.

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Queria destacar também o que é provavelmente minha cena favorita:

 

Quando Maurice da a boneca pela primeira vez para Nova. Meu, ficou muita coisa no silêncio daquele momento que eu amei.

Podia ser algo maniqueísta do Maurice, dar a boneca pra menina pra fazer amizade. Mas a menina reage com um certo susto e sua fala rudimentar, ele interrompe com o dedo e procede a acariciar a boneca, quase que dizendo para ela "agente cuida um dos outros, como você pode cuidar da boneca, de acordo?"

Digo-lhes que muitos ninjas estavam cortando cebola na sala do cinema.

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On 17/08/2017 at 11:50 AM, Gust84 said:

Um ponto negativo na obra seria no seu terço do meio, em que talvez o ritmo se arraste um pouquinho sem um motivo aparente já que está tudo certo pra trama andar e fechar a história.

 

On 17/08/2017 at 1:40 PM, primo said:

ótima resenha, Gust!

Condensou bem os fatores que eu considero mais importantes no longa. Realmente tem uma conveniente enrolada ali no meio do filme, que parece até usar acidentalmente a captura de movimentos como muleta para desviar a atenção sobre a (quase) falha, pois ocorre justamente durante interação da força-tarefa de Caesar nos arredores do covil do "Kurtz".

boa!

Realmente não notei isso primo e Gust. Se puderem detalhar-me sobre o que falam...

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19 minutes ago, Mozts said:

Se puderem detalhar

Há um momento em que as peças estão armadas, mas parece que o filme dá uma parada, com situações de interação que não acrescentam e me tiraram da inserção pela monotonia, tanto nas interações quanto na ausência de justificativa. Era um não-avanço que, ali, parecia ter apenas a função de deixar o filme mais longo ou com sensação fake de expectativa, por não ter funcionado desse modo, pra mim.

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On 17/08/2017 at 9:21 AM, primo said:

Bad Ape me lembrou algum personagem famoso, de série ou filme. Pelo jeito de falar, os e tiques e tal...

Quem tiver pistas ajudaê :ph34r:

O chavinho?

7 hours ago, primo said:

Há um momento em que as peças estão armadas, mas parece que o filme dá uma parada, com situações de interação que não acrescentam e me tiraram da inserção pela monotonia, tanto nas interações quanto na ausência de justificativa. Era um não-avanço que, ali, parecia ter apenas a função de deixar o filme mais longo ou com sensação fake de expectativa, por não ter funcionado desse modo, pra mim.

Eu acabei de ver pela segunda vez e to boiando. Se apontarem pra mim as sequencias/cenas/momentos talvez eu veja isso, mas a princípio realmente não capitei.

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  • 4 weeks later...
  • 2 months later...
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Assisti o filme e adorei.

 Não tem muita coisa pra dizer aqui que já não tenha sido dito pelo pessoal. O filme é um deleite nos aspectos técnicos, com uma história densa, e personagens cativantes, tudo isso embrulhado pela direção delicada do Reeves e um elenco afiadíssimo.

 Dito isso, não é o meu filme favorito da trilogia, ficando um pouco atrás de O CONFRONTO pra mim, que é um filme bem mais redondo, embora A GUERRA seja mais ambicioso. Concordo com o pessoal que diz que o filme tem certa barriga desnecessaria, e algumas coisas me incomodaram no terceiro ato como a subita e conveniente redenção do gorilão capanga do Coronel.

 Mas ainda é um excelente desfecho para uma trilogis brilhante.

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38 minutes ago, Questão said:

Assisti o filme e adorei.

 Não tem muita coisa pra dizer aqui que já não tenha sido dito pelo pessoal. O filme é um deleite nos aspectos técnicos, com uma história densa, e personagens cativantes, tudo isso embrulhado pela direção delicada do Reeves e um elenco afiadíssimo.

 Dito isso, não é o meu filme favorito da trilogia, ficando um pouco atrás de O CONFRONTO pra mim, que é um filme bem mais redondo, embora A GUERRA seja mais ambicioso. Concordo com o pessoal que diz que o filme tem certa barriga desnecessaria, e algumas coisas me incomodaram no terceiro ato como a subita e conveniente redenção do gorilão capanga do Coronel.

 Mas ainda é um excelente desfecho para uma trilogis brilhante.

não achei conveniente não, achei natural, um brilho na vista do gorilão que até demorou para acontecer e se tocar da merda que tava fazendo

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33 minutes ago, Gustavo Adler said:

não achei conveniente não, achei natural, um brilho na vista do gorilão que até demorou para acontecer e se tocar da merda que tava fazendo

Ah, mas foi muito mal construido. O gorila fez atrocidades durante o filme todo, e de repente o divino espirito santo sussurra no ouvido dele no momento certo e ele tem uma mudança de coração. Não me convenceu não.

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21 hours ago, Questão said:

Ah, mas foi muito mal construido. O gorila fez atrocidades durante o filme todo, e de repente o divino espirito santo sussurra no ouvido dele no momento certo e ele tem uma mudança de coração. Não me convenceu não.

Bem, atrocidades os soldados humanos  fizeram, e pelos mesmos motivos (seja na vida real ou na ficção).

A questão é a que momento o cara vai se tocar que ele está matando "um dos seus" (ou seja, o que significa que poderia ser ele no lugar) pro benefício de terceiros, e o filme mostrou isso, que a ideologia de nós contra eles e a raiva da rivalidade e vingança cega a ponto do cara ser capaz de se matar achando que está matando um inimigo, mas que quando isso é esfregado na sua cara (não por palavras, mas por situações circunstanciais em que o momento da sua vida coincide com um evento que está presenciando) você tem a possibilidade de ter o insight de que está matando seus próprios. 

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17 hours ago, Gustavo Adler said:

Bem, atrocidades os soldados humanos  fizeram, e pelos mesmos motivos (seja na vida real ou na ficção).

A questão é a que momento o cara vai se tocar que ele está matando "um dos seus" (ou seja, o que significa que poderia ser ele no lugar) pro benefício de terceiros, e o filme mostrou isso, que a ideologia de nós contra eles e a raiva da rivalidade e vingança cega a ponto do cara ser capaz de se matar achando que está matando um inimigo, mas que quando isso é esfregado na sua cara (não por palavras, mas por situações circunstanciais em que o momento da sua vida coincide com um evento que está presenciando) você tem a possibilidade de ter o insight de que está matando seus próprios. 

 

 Mas ele já tinha matado macacos antes. Já vinha escravizando, torturando e massacrando o próprio povo ha bastante tempo. Então, de repente, quando ele está fazendo o que ele já vinha fazendo á algum tempo, ele decide do nada que o que está fazendo é errado? Pra mim não cola. Não tem nenhuma construção narrativa que leva pra esse momento. Se tivessem colocado um breve momento de hesitação do gorilão em algum momento anterior, funcionaria melhor. Mas aquele "insight milagroso" me incomodou bastante.

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20 hours ago, Questão said:

 

 Mas ele já tinha matado macacos antes. Já vinha escravizando, torturando e massacrando o próprio povo ha bastante tempo. Então, de repente, quando ele está fazendo o que ele já vinha fazendo á algum tempo, ele decide do nada que o que está fazendo é errado? Pra mim não cola. Não tem nenhuma construção narrativa que leva pra esse momento. Se tivessem colocado um breve momento de hesitação do gorilão em algum momento anterior, funcionaria melhor. Mas aquele "insight milagroso" me incomodou bastante.

Sim, mas você acha que personagens como do Samuel L Jackson em Jango quando se redimem, o fazem sem ter matado ou explorado nenhum dos seus?

Normalmente quando uma pessoa nessa posição enxerga o que está fazendo e a loucura em que se encontra, o faz após matar e explorar muito

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11 minutes ago, Gustavo Adler said:

Sim, mas você acha que personagens como do Samuel L Jackson em Jango quando se redimem, o fazem sem ter matado ou explorado nenhum dos seus?

Normalmente quando uma pessoa nessa posição enxerga o que está fazendo e a loucura em que se encontra, o faz após matar e explorar muito

Acho que você tá me entendendo errado, ADLER. O problema não é o que ele fez. O problema é que a redenção dele vem do nada, sem que o filme tenha trabalhado isso. Ele foi do "Danem-se os macacos, o que vale é eu sobreviver e vou matar todo mundo pra isso" pra "Vou me sacrificar pelo meu povo" num estalar de dedos. O filme não dá nenhum indício de que o gorila estava revendo os seus conceitos.

 Você citou o personagem do Jackson em DJANGO LIVRE. É como se do nada, o Jackson matasse o DiCaprio, sem que o filme desse indícios de que ele ia mudar de lado.

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Eu não me incomodei muito.
O Macaco percebe a trajetória e o carisma e a importância do Caesar pra espécie no próprio campo de concentração. Todo mundo vai morrer, e ele tá salvando os macacos que pode. Pra mim não me pareceu gratuito naquele momento em que tudo está acontecendo ele mudar de lado.

Principalmente que a desculpa desses donks no filme eram o medo de represália do próprio caesar (por terem apoiado o scar lá), e que ali era claro que não ocorreria, e que sim, o Caesar se tratava de um heroi.

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5 minutes ago, Gust84 said:

Eu não me incomodei muito.
O Macaco percebe a trajetória e o carisma e a importância do Caesar pra espécie no próprio campo de concentração. Todo mundo vai morrer, e ele tá salvando os macacos que pode. Pra mim não me pareceu gratuito naquele momento em que tudo está acontecendo ele mudar de lado.

Principalmente que a desculpa desses donks no filme eram o medo de represália do próprio caesar (por terem apoiado o scar lá), e que ali era claro que não ocorreria, e que sim, o Caesar se tratava de um heroi.

 

 Essa era a intenção da cena. A intenção eu entendi. O problema foi o desenvolvimento, de modo que pareceu mais uma conveniência de roteiro do que algo pensado.

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5 hours ago, Gust84 said:

Eu não me incomodei muito.
O Macaco percebe a trajetória e o carisma e a importância do Caesar pra espécie no próprio campo de concentração. Todo mundo vai morrer, e ele tá salvando os macacos que pode. Pra mim não me pareceu gratuito naquele momento em que tudo está acontecendo ele mudar de lado.

Principalmente que a desculpa desses donks no filme eram o medo de represália do próprio caesar (por terem apoiado o scar lá), e que ali era claro que não ocorreria, e que sim, o Caesar se tratava de um heroi.

pois é, a própria trajetória do ceaser é a explicação do gorilão ter se tocado.

 

Quote

Acho que você tá me entendendo errado, ADLER. O problema não é o que ele fez. O problema é que a redenção dele vem do nada, sem que o filme tenha trabalhado isso. Ele foi do "Danem-se os macacos, o que vale é eu sobreviver e vou matar todo mundo pra isso" pra "Vou me sacrificar pelo meu povo" num estalar de dedos. O filme não dá nenhum indício de que o gorila estava revendo os seus conceitos.

 Você citou o personagem do Jackson em DJANGO LIVRE. É como se do nada, o Jackson matasse o DiCaprio, sem que o filme desse indícios de que ele ia mudar de lado.

Sim questão, entendo você, mas acho que se o jackson tivesse: conhecido a história de Django, django tivesse uma história em que estivesse ligado a luta em defesa dos negros, e se encontrasse em um momento do qual ele se desse conta da incoerência de lutar por sua liberdade matando a liberdade de um dos seus.

Eu te entendo que a redenção pareceu uma muleta, mas se o gorilão tivesse antes revendo o conceito me pareceria muito superficial, pois uma quebra de posição saindo de uma posição favorável para uma desfavorável não acontece de forma coerente e linear, é preciso de um momento de desnude total, em que nem a própria teimosia em tentar manter sua posição convence a si mesmo.

O fato do gorilão bater no ceasar, prender os símios, ao mesmo tempo que é empregado dos humanos, de por bala no canhão e tudo, a aliança a  Koba e o medo de sofrer represária do Ceaser não se sustentava, e o que restava era a posição de pet dos humanos que lhe era favorável naquele momento. Mas ao ver o Ceaser que mesmo depois de toda tortura e tentações, ainda mantinha-se fiel a sua luta, prestes a morrer, a iminência da perda de um ícone do qual o gorilão teve como referencia na história dos símios e na luta de permanecer existindo, que é o que envolveu a luta entre Koba e Ceaser, e a própria luta do gorilão. Aquele momento de iminente sumiço do Ceaser é o sumiço de toda sua história como gorila, ali após todo o filme o ceasar apanhar e tudo o mais, e ver todos os símios morrendo junto com ceaser, sua ideia de posição favorável ruiu.

Acho que toda aquela cena dele se redimindo em camera lenta, representa exatamente isso. 

Mas o filme poderia realmente explorar isso, não explorou, concordo, mas não me incomodou por conta de ser algo decorrente da própria história de vida bem explorado nos 3 filmes.

 

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