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Connie. Boa noite!

 

 

 

esse aqui é só para os maiores de 30 vão lembrar

 

dip lik' date=' mergulhava-se o pirulito num pozinho e ficava chupando até enjoar

 

 

 

dipliktj2.jpg[/quote']

 

 

 

Eu também já chupei esse pirulito, ele é meio amargo para dar razão ao açúcar! 06.gif

 

 

 

Os fabricantes perceberam que não poderiam bater de frente com os pirulitos já adocicados. 06.gif

 

 

 

T+!

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esse aqui é só para os maiores de 30 vão lembrar061616

dip lik' date=' mergulhava-se o pirulito num pozinho e ficava chupando até enjoar 06

 

maiores de 30??? falta muito para eu chegar nessa idade e já chupei  (ops...06)muito isso daí...0806
[/quote']

 

eu pensei q vc não tivesse pego essa época não minino 06
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INSERT COIN..
PRESS 1 PLAYER BUTTON...

 Você com certeza se tem mais de 28 anos, já passou como eu por algumas ou por  todas situações descritas abaixo. Você era e ainda é "fissurado" nos jogos clássicos de fliperamas a ficha,Time Pilot, Vulgus, Xevious, Lady Bug, Mrs. Pac-Man etc etc ?

Principalmente adorava o ambiente rebelde do fliperamas do centro da sua cidade ?

Ótimo !

Este texto é para trazer saudades,mas não estranhem se trouxer lagrimas...

 * As palavras TAITO, KONAMI, JALECO e COLECO tem um significado (de um certo ponto até sentimental) para você !?

* Você passava o ultimo mestre  da ultima fase fumando e batendo papo ao mesmo tempo ?

 * Estando numa cidade nova de visita, Você queria mais é saber onde estão os fliperamas e não pontos turísticos, museus ou igrejas !?

* Você jogava Olimpíadas com um palito de sorvete "personalizado" !?
 

* Você ficava de propósito horas na mesma tela só para, antes de passar para a próxima fase, acumular 100.000 pontos, de 100 em 100(!), e varias vidas !?

* Você pegava 3 ônibus e andava 45 minutos a pé só para verificar o boato da chegada de uma maquina nova em um fliperama "aonde Judas perdeu as botas ?

 * Você limava moedinhas de 10 centavos de cruzeiro velho para as colocar nas maquinas como se fossem fichas de fliperama !?

Quando o técnico abria a maquina e 500 moedinhas "modificadas" caiam no chão, você, assobiando, fazia de conta que não sabia o que estava acontecendo !?!?!?

* Você vendia no "sebo" livros e discos da tua casa para ter grana para comprar fichas de fliperama !?

* Não ? você vendia as panelas de alumínio ? para o ferro velho do fim da rua ?

* Você gastava todo esse dinheiro (até o ultimo centavo da passagem para o ônibus) e tinha que voltar a pé para casa !?

* Chegava tão cedo para jogar que as portas de metal do fliperama ainda estavam abaixadas ? Ou você chegava 1 segundo antes do caixa ligar as maquinas com o chão ainda molhado da faxina !?!?!?

* No cinema você não via a hora do filme acabar para ir para o fliper ?


* Você vinha da aula de Tao Kwon Do e treinava os últimos golpes aprendidos nos maloqueirinhos do fliperama!? Ou você era o maloqueirinho !?
 

* Você ficava 8 horas jogando com a mesma ficha numa maquina de vídeo !? Ou você era o segundo jogador (2UP) e tinha que esperar 2 horas até  o primeiro jogador morrer para poder jogar 15 segundos e morrer em seguida !?

* Você colocava 10 créditos numa maquina de pinball para depois vendê-los por 1 ficha !?

* Você via os caras bons impunemente dando até pontapé nas maquinas de pinball e erguendo-as do chão com ambas as mãos e quando você, na primeira bola, dava uma porradinha nas maquinas de pinball já levava um TILT GERAL nas fuças !? (perdia TODA a partida)
 

* Tommy, da opera-rock, era teu ídolo, por jogar pinball super-bem mesmo sendo cego, surdo e mudo !?

* Você era o ultimo carinha a sair do fliperama as 11 da noite com o caixa te olhando torto querendo ir dormir !? (Só a tua maquina ainda estava acesa !?)

* Na ceia de Natal com toda a família reunida você estava mais é pensando na maquina nova que chegou no dia anterior ao invés das novidades de quem casou com quem, quem nasceu ou quem morreu durante a semana !?

* Por tua causa o técnico configurava a maquina preferida do pessoal para dar nova vida a cada 80.000 a não mais a cada 20.000 pontos ? Ou você era o técnico !?!?!?

* Você matava aula para ir para o barzinho da esquina jogar fliperama ou pinball !?

* Você descia o pau na maquina quando o "manche" ou o botão de hiper-espaco não funcionava na hora que você, cercado por 500 navezinhas inimigas, desesperadamente mais precisava dele!?

* Você ficava P da vida quando passava a noite pelo fliper para constatar com horror que alguém tinha batido teu record e teu nome era o segundo no Hall of Fame !? E isso meia hora depois de você o ter posto ali, segundo um informante local !?!?!?

* Você montou um board de controle com manche e botões de fogo e tiro para o teu videogame de casa !? Você tinha uma maquina de pinball da GOTTLIEB em casa !? Você não somente jogava esta maquina, mas também fuçava nos circuitos com ferro de solda a mão !?

* Você odiava quando a maquina comia a tua ficha !? E mais ainda quando o técnico com aquela cara de "cade-uma-testemunha?" não te dava um credito novo !?!?!?

* Você comprava fichas de 10 em 10 !?

* Você, enquanto  estava jogando, ficava com raiva do "secão" que ficava do teu lado torcendo para que você se ferrasse ou que ria para dentro quanto você perdia uma vida?

* Na hora de lavar a roupa, tua mãe achava fichas de 6 fliperamas diferentes nos bolsos da tua calca !?

* Você dizia em casa que estava na biblioteca do colégio quando ia para o fliperama !?

* Você corria para se esconder dentro do fliperama quando antes de sair via um parente passando pela calcada da frente da loja !?

* Você se sentia Deus quando passava da ultima fase e havia uma multidão embasbacada em volta da maquina te vendo jogar !?

* Você ficava P da vida quando, depois de ter gastado 5.000 fichas e 10.000 horas para ser o cobrão de uma maquina (e famoso), o dono do fliperama decide mandar a maquina embora ou trocar de maquina ???

* Você levou um gravador escondido dentro da mochila para gravar a musica de uma maquina de fliperama?

* Você perdeu uma namorada porque ela ficou cansada de sempre te esperar na porta do cinema enquanto você jogava despreocupado numa maquina de fliperama?

* Você "surrupiava" chumbo de placas de carros para, devidamente martelado, "fabricar fichas" no quintal de casa?

* Você dividia um credito numa maquina "baba" com 3 a 4 amigos e ficavam jogando das 9 da manhã ate' as 11 da noite?

* Você dava "choque" nas maquinas com um Magiclick para obter créditos "na faixa"?

* Tua mãe te deu um videogame porque não queria mais te ver em fliperamas, "lugar de marginais" ?

* Você ia para a praia nas férias e enquanto todos fritavam no sol você ficava dia e noite enfiado no fliper da avenida?

* Entrava em qualquer fliper da cidade e era reconhecido pelos ratos de fliper que diziam um pro outro: "iiii, olha quem chegou..." ?

* Pegava "a ultima gota de sangue" de algum pato que estava jogando e chegava até o final do game?

* Sofria na mão dos malacos mais velhos que pediam para "jogar uma vida" e você não podia negar?

* Pescava com uma linha amarrada na ficha para dar créditos e uma hora a linha arrebentava e fazia um embaraço danado no mecanismo?

* Comprava fichas fiado e depois não tinha de onde conseguir dinheiro para pagar?

* Seus amigos diziam que com o dinheiro que você gasta em ficha daria pra comprar uns 4 ou 5 videogames?

* Você invejava o amigo solteirão que morava sozinho em seu próprio apartamento e tinha fichas de fliperamas espalhadas por toda a casa? Em cima da mesinha da sala, dentro de copos nas estantes etc ?

* Você e teus amigos moravam perto de um fliperama e as mães de vocês iam lá varias vezes atrás de vocês reclamar  ?

* Você conheceu o filho do dono do fliperama e ficou amigo dele? Vocês ficavam até de madrugada jogando lá dentro do fliper com as portas já fechadas ?

* Você se sentia compelido em jogar até colocar um recorde na maquina sempre que passava em frente dela ?

* Você nunca abandonou de ir aos fliperamas mesmo depois que você ou teus vizinhos ou teus amigos ou teus primos ganharam o videogame do momento e vocês podiam jogar em casa ?

Você nunca vai abandonar...

... então, SEJA BEM-VINDO, IRMÃO !!!

03.jpg

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O que eu tenho mais saudades era da programação de tv da antiga (de 1990 até mais ou menos 1997, pois é minha época da minha infância05). Tv Manchete com seus animes e tokus cabulosos (porra, se não me engano, passava Genocyber (esse eu não tenho muita certeza) e o US Manga de tarde, que eram violentos pra cacete05, sem contar Yuyu Hakusho e tantos outros!), o Cine Trash do Zé do Caixão, os filmes podreirões que passavam no Cinema em Casa do SBT (Vermes Malditos que saudade). Isso sim que era programação de qualidade06.

 

Uma pena que nesses tempos politicamente corretos (14) dá até nojo de ver tv...

 

 

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A história do ATARI no Brasil

 

1983 foi o ano do início da "febre" dos videogames aqui no Brasil. As empresas começavam a se mexer para começar a fabricação dos aparelhos. A primeira grande indústria a anunciar e colocar a venda o seu aparelho foi a Philips, com o videogame Odyssey, em Maio de 1983.

A Sayfi lançou o "TV Computer System 2600-A" em maio de 1983, com baixa produção inicial. A intenção era aproveitar o "vazio" de mercado, pois outros consoles compatíveis com o Atari seriam lançados somente no segundo semestre de 1983. Com um design praticamente copiado do Atari 2600 original, a Sayfi se deu bem.

O segundo semestre de 1983 foi a largada definitiva dos videogames por aqui. A Dynacom lançara seu Dynavision em agosto de 1983. Mas o grande lançamento, a grande sensação do ano chama-se Polyvox.

 

Atari_Polyvox.jpg

 

 

dynavision.jpg

 

Se 1983 foi o ano do lançamento, 1984 foi o ano da consolidação do Atari por aqui. Após um Natal de sucesso, outros fabricantes começaram a "se mexer" e os que já estavam no mercado prepararam novos lançamentos. Outros consoles compatíveis com o Atari debutaram em 1984.O mais famoso e sem dúvida o melhor destes foi o Supergame CCE VG-2800. E mais, a CCE teve uma grande sacada: junto com o videogame ela lançou uma série de 9 cartuchos com títulos totalmente desconhecidos por aqui. O cartucho que acompanhava o console, Mr. Postman (O Carteiro), e um outro jogo chamado "Bobby Is Going Home (Bobby vai pra casa)" cairam no gosto do público e se tornaram um sucesso. Estes cartuchos tinham um rótulo colorido, diferente para cada jogo, e a caixa do cartucho na cor branca, mais um diferencial. Posteriormente a CCE lançou mais 22 jogos, desta vez os mais conhecidos (Enduro, River Raid, Pac Man etc), totalizando 31 jogos. Esta série foi lançada com um rótulo "padrão" para todos os jogos, mudando apenas o texto e o código do jogo e com a caixa tanto branca ou preta.

 

Supergame-cce.jpg

 

Entretanto não foi só a CCE quem quis aproveitar a onda. Outros fabricantes providenciaram seus consoles compatíveis com o Atari. Um deles foi a Dismac, conhecida fabricante de calculadoras eletrônicas e de microcomputadores compatíveis com Apple II, lançou também seu console, o VJ-9000. Esse console era muito interessante: a Dismac foi a única que lançou o videogame acompanhado dos controles paddles. Esses controles eram rotativos e serviam para alguns jogos específicos.

 

Dismac_VJ9000.jpg

 

Evidentemente não eram somente consoles que existiam. O cartuchos - personagem tão principal quanto e talvez mais "popular" que o próprio console - teve um capítulo particular na indústria brasileira de videogames, na época.

No principio de tudo, quando ainda não se fabricavam videogames nacionais, os cartuchos eram importados. Porém não demorou muito para que os engenheiros e técnicos em eletrônica descobrissem como copiar os dados dos cartuchos e surgissem as primeiras indústrias brasileiras de cartuchos compatíveis com o Atari.

 

cartuchos_br.jpg

 

Mas foi em 1984 que a indústria dos cartuchos realmente "explodiu"...Algumas inovavam, lancando cartuchos com 2 ou mais jogos (selecionáveis por chaves, liga-desliga do console e até por toque dos dedos !!!). Aconteceu um episódio particularmente interessante: num dos capítulos da novela "Transas e Caretas", exibida pela Rede Globo, a Polyvox fez um "merchandise" sobre os cartuchos de Atari, dizendo que somente os cartuchos originais dela eram recomendados para se usar no videogame e que os outros cartuchos, os quais apresentavam os contatos banhados a níquel, entre outras características, estragavam o videogame.

 

cartuchos-polyvox.jpg

 

Certo foi que, no ano de 1984, os fabricantes de cartuchos, todos sem exceção, terminariam o ano sorrindo. Assim como os fabricantes de consoles. 1984 foi, provavelmente, o melhor ano para o videogame nacional de uma forma geral.

 

De 1986 em diante, infelizmente, o mercado dos videogames começou a "esfriar". Este ano ainda o Atari tinha força e jogos continuavam a ser fabricados e lançados. Porém de 1987 em diante a produção foi diminuindo. Em grande parte a causa maior do "fim" da febre do Atari foram a popularização dos microcomputadores com capacidades gráficas e sonoras superiores a do Atari, como os micros TK90X e TK95, os CP-400, os micros da linha MSX, etc. mesmo porque os micros perfaziam outras funções que não apenas jogar. Boa parte dos pequenos fabricantes de cartuchos foram parando a fabricação e muitos fechando as portas; outros se dedicaram a fabricação de cartuchos para videogames mais "modernos" ou simplesmente mudaram de ramo de atividade.

 

A Polyvox encerrou a fabricação do Atari no fim da década de 80, pondo um fim a indústria nacional do Atari.

 

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Tempo bom que não volta nunca mais...04

 

Brasília, 19 de agosto de 1981. Concessões de TV são cedidas à Adolpho Bloch pelo então Presidente da República João Figueiredo a partir da cassação de 7 das 9 emissoras que pertenciam à Rede Tupi, mais a TV Excelsior de São Paulo, e a TV Continental do Rio de Janeiro. No mesmo dia, outras concessões de TV foram cedidas ao empresário e apresentador Sílvio Santos, que lançou o SBT. Neste dia, o contrato firmado entre João Figueiredo e Bloch garantia ao empresário os direitos sobre 5 emissoras próprias, o canal 6 do Rio de Janeiro (antiga TV Tupi carioca), o canal 9 de São Paulo (antiga TV Excelsior), o canal 2 de Fortaleza (antiga TV Ceará), o canal 4 de Belo Horizonte (antiga TV Itacolomi), e o canal 6 de Recife (antiga TV Rádio Clube de Pernambuco) e permitia a realização de seu sonho: implantar no Brasil uma rede de televisão de alto nível. Nascia assim a Rede Manchete de Televisão, que herdou o nome do então maior produto das empresas Bloch, a revista semanal Manchete, publicada pelo grupo desde 26 de abril de 1952.

A Manchete tinha como sua cabeça de rede o canal 6 do Rio de Janeiro, e era sediada num majestoso prédio, arquitetado por Oscar Niemeyer, na Rua do Rússel, 766-804, no bairro da Glória (zona sul do Rio).

A emissora foi ao ar pela primeira vez em 5 de junho de 1983, um domingo. Foi colocada no ar uma contagem regressiva futurística de 8 segundos para o discurso de Adolpho Bloch, e logo após foi apresentado um clipe onde uma nave, representada pelo "M" (logotipo da emissora), sobrevoava as principais cidades brasileiras e aterrissava no alto do prédio da Rua do Rússel.

O primeiro programa a ser exibido foi um show denominado "Mundo Mágico", contando com a participação de diversos conjuntos musicais e artistas, que foi transmitido ao vivo. Depois do show, a Rede Manchete colocava no ar o primeiro filme exibido em sua história: "Contatos Imediatos de Terceiro Grau", de Steven Spielberg, que colocou a emissora na liderança em audiência, alcançando 27% contra 12% registrados pela Rede Globo na capital carioca.

Foi adotado o slogan "Televisão de Primeira Classe" e dentre os programas que ganharam destaque nos primeiros meses de transmissão Manchete foram: "Conexão Internacional", com Roberto D'Ávila, "Bar Academia", com Walmor Chagas, "Um Toque de Classe", com grandes nomes da música erudita nacional e o "Jornal da Manchete", telejornal exibido em horário nobre. O primeiro diretor de programação foi Rubens Furtado.

Já em 1984 a Rede Manchete transmitiu pela primeira vez ao vivo e para todo o Brasil os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, com a inauguração do sambódromo da Marquês de Sapucaí.

O ano de 1984 marcou também pela criação do núcleo de dramaturgia e pela transmissão dos comícios das "Diretas Já". No mês de agosto a Manchete lançou "Marquesa de Santos", sua primeira minissérie, protagonizada por Maitê Proença e Gracindo Jr.

Em janeiro de 1985 entrava no ar o "Clube da Criança", revelando como apresentadora infantil a modelo e manequim Xuxa. Em julho do mesmo ano entrava no ar "Antônio Maria", a primeira novela produzida pela Rede Manchete e a série humorística "Tamanho Família".

Os primeiros sinais de prejuízo surgiram em fevereiro de 1986. A Rede Manchete acumulava um prejuízo de 80 milhões de dólares e uma dívida que chegava a 23 milhões de dólares. Apesar disso a emissora lançou em abril a novela "Dona Beija". Ainda em 1986, a Rede Manchete transmitiu a Copa do Mundo de Futebol, diretamente do México.

Com o agravamento da crise, no mês de setembro aconteceu a primeira greve de funcionários. Ainda assim, a qualidade da programação fez com que a Manchete, ainda naquele ano, conquistasse o posto de segunda maior rede de televisão do Brasil, e a terceira maior potência na TV da América Latina, títulos que manteve por uns 5 anos.

Voltando a 1996, no fim do ano o ator José Wilker chega à emissora para reforçar o núcleo de dramaturgia e coloca no ar em março de 1987 a novela policial "Corpo Santo". Em abril de 1987 a emissora estréia "Nave da Fantasia", um programa infantil que revela o talento de Angélica, então com apenas 13 anos.

Julho de 1987. Nova crise na Rede Manchete e são demitidos cerca de 100 funcionários. A linha de shows é desativada. Adolpho Bloch, sem escolha, confirma a intenção de vender a rede. Também em 1987, no segundo semestre, Angélica passa a apresentar o "Clube da Criança", totalmente reformulado, assumindo o lugar de Xuxa.

No ano de 1988 a dívida da Rede Manchete havia saltado para a casa dos 34 milhões de dólares. Mesmo assim a emissora transmitiu as Olimpíadas de Seul.

Em mais uma tentaviva de salvar a emissora são colocados no ar 19 novos programas, entre eles: o humorístico "Cadeira de Barbeiro", com Lucinha Lins e Cacá Rosset e o "Sem Limite" com Luiz Armando de Queiroz. Nas manhãs o espaço era do jornalismo com a exibição do notíciário "Repórter Manchete". À tarde faziam sucesso os seriados "Jaspion" e "Changeman". Quem não se lembra deles?

Em 1989, no mês de julho ia ao ar mais um destaque da dramaturgia da emissora: "Kananga do Japão", protagonizada por Christiane Torloni e Raul Gazolla. No esporte, destaque para as transmissões ao vivo dos jogos da "Copa Rio". E no jornalismo "Documento Especial: Televisão Verdade", apresentado por Roberto Maya e dirigido por Nélson Hoineff. Ainda em 1989, a Rede Manchete lançou o "Cabaré do Barata", com o humorista Agildo Ribeiro.

O ano de 1990 foi, muito provavelmente, o ano em que a Rede Manchete mais se destacou. Uma das principais causas foi a exibição da novela "Pantanal", que foi a de maior sucesso exibida na emissora e até hoje lembrada como um dos marcos da dramaturgia brasileira. A emissora transmitiu também naquele ano a Copa do Mundo da Itália. Em dezembro, ia ao ar a novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão".

Em 1991, o "Cinema Nacional" ganhou destaque na programação e no fim daquele ano, a Manchete entrou em grave crise econômica (a causa principal conhecida foi o altíssimo investimento na novela Amazônia, que acabou em prejuízo estrondoso), tendo sido vendida para o grupo IBF, de Hamilton Lucas de Oliveira, em junho de 1992. Na ocasião, 670 funcionários foram demitidos e a base de operações foi transferida para São Paulo. Já na nova administração estréia, com apresentação de Clodovil Hernandez, o programa "Clodovil Abre o Jogo". O "Documento Especial: Televisão Verdade" passa a se chamar "Manchete Especial: Documento", com apresentação de Henrique Martins.

Depois de vários meses sem salários, os funcionários interromperam a sua programação da emissora no fim da tarde do dia 15 de março de 1993, colocando no ar um slide denunciando a falta dos pagamentos. No mesmo dia é deflagrada uma nova greve de funcionários. Um mês depois, através de medida cautelar, a emissora retornou ao controle da família Bloch.

De volta ao velho dono, o logotipo “M” da Manchete passa a ser exibido sempre junto do sobrenome “Bloch”. A emissora colocou no ar a novela "Guerra sem Fim" no final de 1993 e lançou "Raio Laser", programa de video-clips, com apresentação de Nato Kandall.

Em 1994 entrou no ar a novela "74.5 - Uma Onda no Ar", produzida pela TV Plus. Naquele ano, a Manchete continuava a tradição esportiva transmitindo direto dos Estados Unidos a Copa do Mundo de 94.

No ano seguinte, em 1995, aconteceu o embargo de bens da emissora pelo Banco do Brasil. As emissoras afiliadas começavam a deixar a Rede, passando para a Record e para a CNT. Ainda naquele ano, vai ao ar mais uma novela de destaque, "Tocaia Grande", baseada em obra de Jorge Amado.

No segundo semestre de 1996, entrou no ar "Xica da Silva". Protagonizada pela atriz Taís Araújo, foi um grande sucesso de audiência. Logo após foi produzida, no segundo semestre de 1997, a novela "Mandacaru", outra no alto nível costumeiro da dramaturgia da Manchete. Ainda em 1997, foram destaque no jornalismo da emissora "Na Rota do Crime", "Operação Resgate", "24 Horas" e "Câmera Manchete". O programa "Uma História de Sucesso" mostrava o dia a dia de personalidades famosas da música e da televisão.

Em junho de 1998, a equipe da emissora instalou-se na França para a cobertura da Copa do Mundo. Estréia "Brida", novela baseada no best seller de Paulo Coelho. A novela não alcançou bons índices de audiência e teve que ser encerrada às pressas diante do estouro da nova crise na emissora. 600 funcionários são demitidos e vários programas extintos. No lugar de "Brida", a Manchete colocou no ar a reprise da novela "Pantanal". Nos finais de semana ia ao ar o musical "Mexe Brasil".

Em setembro de 1998, funcionários da Manchete de São Paulo colocaram no ar slides exigindo soluções para a crise. As dívidas com a Embratel passaram a ser descontadas através dos cortes diários do sinal da emissora no satélite, entre as 23 horas da noite e 6 horas da manhã.

Em janeiro de 1999, pela primeira vez ficou fora do ar por alguns dias o "Jornal da Manchete". Em mais uma tentativa de salvar a emissora, o grupo Bloch arrendou toda a programação para a Igreja Renascer em Cristo. Por contrato a Renascer se responsabilizaria pelas finanças e pela programação da Manchete durante um período de 15 anos.

Mais um fracasso: após um mês nas mãos da Renascer, a Rede Manchete retornou ao comando da família Bloch. O arrendamento foi desfeito devido à falta de pagamento da primeira parcela do contrato.

Em 8 de maio daquele ano, 1999, três anos e meio após a morte de Bloch e com o fracasso da novela Brida, que esgotou os recursos da emissora, Pedro Jack Kapeller, que é seu sobrinho e principal herdeiro de suas empresas, vendeu as 5 concessões, num acordo acompanhado pelo Ministério das Comunicações, que transferiu as concessões da Rede Manchete para a TV Ômega do empresário Amílcare Dallevo, sócio do Banco Rural no empreendimento. E a venda aconteceu 10 dias antes do prazo final para a renovação das concessões, que estavam vencidas desde 1996. Se até 18 de maio de 1999, a Manchete não tivesse pago boa parte de suas dívidas, ela seria liquidada e definitivamente extinta. Em 1999, Dallevo transferiu a sede da emissora para a cidade de Barueri, em São Paulo e inaugurou a Rede TV!, com uma programação completamente diferente do padrão da Manchete.

Era o fim da nossa amada Rede Manchete de Televisão, que passava a existir apenas em nossas lembranças. Ainda assim, quem morava no Rio de Janeiro, podia de certa forma matar um pouco das saudades, já que o prédio da sede da emissora, na Rua do Rússel, permaneceu até 2005 com o nome "Bloch Editora - Rede Manchete" em sua fachada. Durante este tempo, o prédio ficou fechado e lá estava todo o acervo da emissora. Infelizmente, em 2005, o prédio foi finalmente passado para as mãos de outra empresa e hoje em dia, no local, funciona uma faculdade particular. As referências à Manchete, que existiam no exterior do prédio, foram retiradas.
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Quem não se lembra do grande herói, salvador do meio ambiente e defensor dos animais e plantas indefesos?08

 

VAI PLANETA!!06

 

Não sei se isso é bem uma nostalgia, mas está me constrangendo muito. Ontem eu senti a terrível vontade de reencontrar uma amiga da 6ª série. Então, bancando o investigador do FBI, bilbilhotei no orkut procurando o nome dela. Encontrei amigos do mesmo ano (inimigos tbm). Até aí blz. Procurei no site da minha antiga escola, olhando aluno por aluno, foto por foto. E não achei. Mas achei algo que me fez tremer por dentro.

 

Sabe aquele seu grande amigo de infância, com quem vc tinha a maior amizade e intimidade? POis é, eu tinha alguém assim. O nome dele era Danilo, e sem saber o motivo, ele se mudou e nunca mais nos vimos. Durante muito tempo fiquei com raiva dele, não sei por que. E foi na comunidade da escola que encontrei uma foto com o mesmo nome, e o garoto lembrava o Danilo da 4ª série. Mandei um recado pra ele, sem dizer quem eu sou, esperando resposta. E por algum motivo me sinto mal por ter revisto ele. Como se a lembrança dele, enterrada com raiva e ódio, estivesse voltando. Mas não sei bem por que estou tão triste por ter revisto ele.04tem algum psicólogo na casa?06
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  • 1 month later...
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S.W.A.T. estréia neste sábado

O canal TCM Classic Hollywood (Sky, TVA Digital, Tecsat, VocêTV) divulgou a data exata para a estréia da série clássica S.W.A.T. em sua grade: próximo sábado, dia 14/04.

As exibições de S.W.A.T. acontecerão aos sábados e domingos, 8h (reprise) e 13h (inédito). A dublagem da série não está mais disponível e os episódios entrarão legendados em português.

S.W.A.T.

SWAT-TCM.jpg

Uma das séries policiais mais célebres e controversas da televisão, S.W.A.T. é inspirada nas reais unidades norte-americanas de combate ao crime – as "Special Weapons and Tactis". Entremeada de muita ação, a série é protagonizada por uma equipe de cinco oficiais da unidade especial de Los Angeles que deve lidar com os casos mais inesperados envolvendo atiradores, psicopatas, ladrões de jóias e outros criminosos.

Na época de seu lançamento, em 1975, S.W.A.T. foi considerada violenta demais pelos críticos; no entanto, a combinação de ação brutal com policiais altamente treinados agradou em cheio ao público. Cult entre os amantes do gênero policial, em 2003, a série teve um remake para o cinema, estrelado por Samuel L. Jackson e Colin Farrell.

S.W.A.T. foi originalmente exibida de fevereiro de 1975 a abril de 1976 como uma spin-off (subproduto) da série The Rookies, de 1972. Com duas temporadas e 39 episódios, S.W.A.T. é protagonizada por Steve Forrest, no papel do tenente Harrelson; Robert Urich, como o oficial Jim Street; e Mark Shera, como o oficial Dominic Luca.

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Origem

O termo foi originalmente cunhado por Johannes Hofer, um estudante de medicina em 1678 ({polytonic|νόστος} = nostos = voltar para casa, {polytonic|άλγος} = algos = dolorido/desejar), ao se referenciar a "uma doença dolorida que uma pessoa sente porque ela deseja retornar para a sua casa, sentindo medo de não ver/ter aquilo outra vez". Este neologismo foi bem sucedido ao retratar pessoas que lembram as suas origens, geralmente distantes física ou temporalmente.

Entre os séculos XVII e XIX os médicos diagnosticavam nostalgia como uma doença,também com outros nomes em várias línguas ; maladie du pays na França, Heimweh na Alemanha (Germania), e el mal de corazón na Espanha.

Casos resultando em morte são conhecidos, e muitos soldados em guerra foram tratados com sucesso ao receberem alta, retornando para suas casas. Receber tal diagnóstico era, todavia, geralmente tido como um insulto.

Casos de nostalgia foram algumas vezes condiderados como epidemias, e sua ocorrência era menos frequente em soldados vitoriosos e mais frequente quando sofrem derrotas e/ou revezes.

Por volta de 1850 a palavra nostalgia foi perdendo a sua condição de doença e começou a tomar conotação maior em estágios patológicos psicológicos. Foi, assim, considerada como uma forma de melancolia, sendo inclusive considerada uma predisposição para o suicídio. Nostalgia foi empregada tardiamente como diagnóstico nos soldados da Guerra Civil Americana.

Em 1870, a nostalgia havia perdido completamente sua colocação médica, sendo banida dos autos. É claro que o fenômeno da nostalgia não desapareceu com a sua desmedicalização.

Nostalgia no senso geral

Nostalgia é mais comummente referida como um sentimento de saudades que qualquer pessoa pode ter. Nostalgia frequentemente é associada com lembranças da infância, um certo jogo, ou a com a apreciação de um objeto pessoal.

Estudos mostram que a maioria das pessoas acredita que anos ou décadas passadas eram melhores do que as são agora. Citando padrões de vida, com nobres valores morais e éticos, embora essa não seja uma regra geral. Esta crença pode ser fortemente associada a característica da nostalgia, "os dias de ouro". Alguns fatores podem acionar a nostalgia: Programas de TV, comidas, sons, cheiros, texturas, etc.

Nostalgia não é mais referenciado em nenhum livro médico, todavia ela pode ser detectada em nossa fisiologia. Estes sintomas podem incluir, mas não são limitados a, aperto na garganta, perda de apetite, desânimo, podendo ter causas mais profundas como a depressão ou o desespero.

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Essa definição da wikipédia... A nostalgia é algo tão sbjetivo e fascinante, tão impossível de ser definida, desenhada... Ela me ataca de tempos em tempos. Até escrevi sobre ela, pra revista do Enxak ano passado, não sei se cheguei a postar aqui...

 

A Estação das Infâncias<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Às vezes as pessoas definem mal a palavra “nostalgia”, recorrente nesta época do ano, injetando certa carga de pieguice, conferindo um aspecto brega e afetado, emprestando sua sonoridade quase universal a músicas melódicas e versos proibidos a diabéticos. Na verdade, poucas línguas têm uma palavra para definí-la (inclusive, serei flagrado em redundância várias vezes, não há sinônimos). Talvez porque não possa ser definida, porque poucas coisas são mais pessoais e voláteis. Ou, simplesmente, porque a nostalgia é mais como estar apaixonado, como sofrer e estar feliz ao mesmo tempo, como uma saudade que se gosta de ter, mesmo quando não há nada para ser lembrado. É uma confusão mesmo, uma melancolia deliciosa, um jogo de disparates, mosaico de opostos, de incompatíveis, mas que, misteriosamente, se completam. A nostalgia é a única espécie de tristeza capaz de fazer brotar sorrisos, daqueles viajantes, vagos, imprecisos, incompletos, intraduzíveis. E com eles, um tipo extremo e raro de vontade, algo como um desejo inexplicável de entrega. Como uma droga, um composto de ervas, lembranças, e saudades.

 

A nostalgia causa uma sensação que não se consegue explicar, expressar, nem mesmo sentir direito. No amor, você pode descarregar e expressar o que sente, mas a nostalgia é como uma paixão não correspondida, algo intenso e solitário. Como o que se sente quando se olha fotografias, algo explicado e representado por um silêncio inquieto, encharcado pelos pequenos pedaços do que se sentiu naquele momento que, embora desenhado pela luz, torna-se tão escuro e vago que lhe permite mergulhar e beber daquele cosmos de lembranças que se esconde sob o papel.

 

Não existe idade para sentir o significado da palavra, mesmo quando a idade não permite que se conheça a própria palavra. Expressar sentimentos com caracteres, aliás, nem é uma solução, mas um artifício meio que provisório, enquanto não se materializa algum sábio detentor do conhecimento de todas as coisas, que nos explique isto, aquilo, quem matou Kennedy, onde está o corpo de Jimmy Hoffa, e, finalmente, como raios o Grêmio foi campeão da Série B de 2005.

 

Penso na nostalgia como um combustível, mais ou menos parecido com a esperança, só que exatamente ao contrário, como se fosse seu pólo negativo.

 

Na esperança, encontramos um abrigo, um escudo contra as forças do acaso. Os jovens, por exemplo. Enquanto ainda estão apenas estudando, desfrutam do aconchego do imprevisível, de ainda não estarem responsáveis por uma decisão que construirá as estradas e os rumos pelos quais trilharão suas vidas. Tudo está muito distante, e as esperanças alçam sonhos voadores, que podem percorrer um apartamento e carro próprios, um nome de respeito, uma carreira de sucesso, etc. É estranho parecer pessimista, mas quem, hoje, vive a vida que imaginou...? Sequer percebemos que para cada objetivo alcançado, uma pessoa que amamos se vai, aquela época, aquela década marcada por uma cultura que será rememorada só daqui a vinte anos, tudo se vai. É raro que os planos da gente dêem certo, como queremos. O pior de tudo é que pensamos que darão, iludidos pela proteção que a esperança nos oferece. Ela traça uma projeção do que gostaríamos de ter e ser. É baseada no futuro.

 

A nostalgia é o lado de fora do abrigo, é a chuva que gostamos de encarar. Saímos em busca das lembranças que nos agradam, sentindo a massagem deliciosa da garoa que cai e, ao mesmo tempo, sentindo o frio e a umidade da certeza de que nada voltará. Tudo parece tão remoto, longínquo, a infância principalmente. As lembranças da infância são as vítimas preferidas da nostalgia. Você se vê correndo pela rua, brincando com amigos hoje tão distantes quanto o rastro que o próprio tempo deixou entre aquele momento e este. Lembra dos encontros de família, ah, como eram bons aqueles domingos, feriados, natais! Natal... Injustamente culpado por uma epidemia de suicídios. Não é exatamente a saudade da família que faz o natal ser tão melancólico, é a nostalgia, um complexo, um emaranhado destas saudades. Não há como passar um natal sem lembrar dos anteriores. Apenas as vítimas graves da nostalgia assistem aos especiais da Globo, ao show da virada. Ligam a TV mais pela ilusão da companhia, por uma tentativa de preencher os ecos que suas vozes deixam na casa. E você, inocente, sente a culpa de deixar escapar entre os dedos aquilo que sempre quis dizer a uma pessoa vencida pelo tempo. Lembra do abraço imaginado, mas nunca dado. Tem a sensação de que não viveu como deveria ter vivido, não com a intensidade que aquela época merecia. Nostalgia é um composto de alegria, tristeza com uma sombra de arrependimento, alçado pela ignorância de não saber o que, afinal, era realmente importante. Ela traça uma projeção do que gostaríamos de ter feito, de ter sido. É baseada no passado.

 

Precisamos tanto dela que, inclusive, chegamos a fantasiar épocas e lugares pelos quais gostaríamos de ter passado. Conseguimos sentir saudades do que nunca aconteceu. Por exemplo, quem nunca desejou, por um instante, ter passado a infância em uma daquelas fazendas auto-suficientes, tipo um Sítio do Pica-Pau Amarelo? Ou como prega a cultura ianque, ter vivido no sul dos Estados Unidos, com uma casinha de cercas brancas e um balanço de pneu no quintal? O sul daquele país, aliás, é o seu símbolo para a nostalgia. O Estado do Alabama, principalmente. Na Europa são os campos outonais, as árvores de cores quentes, os caminhos de terra que parecem tocar o céu no horizonte... Isso, claro, só pra ficar no geral mesmo. O intrigante é que você lembra de coisas que não aconteceram. Ou melhor, finge lembrar (sem a intenção premeditada), apenas para sentir o gosto, a sensação indescritível que a nostalgia causa. Efeito que pode ser desencadeado por um aroma, uma imagem qualquer, ou uma música. Músicas principalmente. Elas marcam estágios na nossa vida de forma mais forte que as imagens, e eu não sei explicar o porquê. Talvez pela subjetividade da coisa, já que a melodia de uma música é sentida de formas diferentes. Ela não pode ser desenhada, explicada, assim como a própria nostalgia. A música carrega toda uma individualidade, não sei, é como se fosse a metade de uma peça, que se completa quando encontra os nossos ouvidos, formando, deste modo, um "objeto" de compreensão exclusivo, que não pode ser definido, discutido e compreendido por outra pessoa. Como uma engrenagem padrão que, quando entra na nossa cabeça, se encaixa de modo único, funcionando diferentemente em cada caso.

 

Outro fenômeno fascinante é o que pode ser chamado de “pré-nostalgia”, com o perdão do neologismo estúpido. A pré-nostalgia acontece quando você sabe que sentirá saudades do momento que está vivendo, da época. É raro acontecer, e quando acontece, é difícil perceber. As pessoas são muito, eu diria extremamente distraídas. Andam por aí não vivendo, mas levando suas vidas. Cegas por algum objetivo qualquer, como dinheiro no final do mês, e se esquecem do que acontece no presente. Todos estão voltados para seus próprios interesses, mas guardam o futuro para se lamentarem sobre o que não estão fazendo. É como se vivessem a prazo, trabalhando e pagando um consórcio de uma vida plena, perfeita. O que não se percebe é que este objetivo é atingido todos os dias. Esta vida utópica foi quebrada e estilhaçada pelo tempo, espalhada agora ao longo do caminho, e não ao final dele.  Pare e pense no agora, neste minuto, momento, no dia marcado no calendário. Do que exatamente você acha que ficará guardado deste lugar, desta estação? Pegue as futuras lembranças e as esgote. Esprema todo o potencial da semana, do ano, da década em que leu este texto, para que este passado fique guardado sem nenhuma sombra de arrependimento. O arrependimento mata mais rápido, acelera o tempo. O lado ruim de ter plena consciência da época é saber que irá acabar. Não há solução, você vai sofrer a perda do tempo, dos detalhes, dos três meses pelos quais se apaixonou. Aqueles dias inesquecíveis, inacessíveis. Como diz Bryan Adams na letra de “Summer Of ‘69”. “Quem poderia saber que não iria tão longe?”, “O verão parecia que ia durar pra sempre...”, mas não dura, nada dura...

 

O tempo, aliás... Corrupto, cruel, o ladrão e a medida para todas as coisas. Rouba-nos a juventude, os que amamos, tudo com que aprendemos a viver. E pelo que? Experiência? Sabedoria? Ah, chega um momento em que conseguimos sabedoria suficiente para descobrir que a troca, definitivamente, não foi justa. O tempo é um daqueles gringos espertos, ligeiros, que nos faz assinar um contrato com cláusulas ocultas. Ele nos atira de um precipício rumo à fatal decadência, minando, matando cada pedacinho de possibilidade que resta para ser feliz, espatifada em mais de mil cacos de uma esperança nunca correspondida. O tempo é, de fato, a morte de todas as coisas. O ser humano começa a morrer quando vê que perdeu algo importante, e para sempre. Perde aos poucos a alegria, a inocência. Um homem pode envelhecer e formar uma nova família, por exemplo, mas não conseguirá esquecer de todos que vieram antes dele. Agora, só restam filhos e netos. Ele tem que deixar a revolta da perda de lado e reaprender a amar. É também uma alegria, mas diferente. A felicidade que nos preenchia, agora deixa um espaço, um vazio, sensação de incompleto impossível de ser extinta.

 

O tempo é um trem que parte da estação da infância rumo ao inesperado, e você fica no último vagão olhando pela janela e vendo aquele lugar mágico se afastar. É estranho valorizar o que nunca mais vai voltar. E é sempre assim, depois de se machucar, de conhecer o lado negro da vida pela primeira vez, é que se descobre aquela velha frase envolvendo felicidade e ignorância. Mas me parece que só conseguimos enxergar a felicidade no horizonte. O que passou e o que está por vir sempre parece melhor que o dia de hoje, tratado eternamente como um mero intervalo entre os dois espaços de tempo.

 

A vida deveria ser vivida ao contrário. Deveríamos inverter o caminho descendente que traçamos. Pegaríamos o trem da estação de chegada, rumo à infância. Começaríamos velhos, fracos e com a dor do tempo e das pessoas que se foram. Passaríamos pelas grandes mudanças, as grandes decisões, contemplaríamos o renascimento das pessoas que teríamos visto morrer, e então, finalmente, culminaríamos em nossa infância, o auge, mas seria diferente. Teríamos um misto da beleza da inocência inerente à infância MAIS a experiência forjada pelo tempo, pela viagem. O tempo, portanto, passaria de ladrão a filantropo, e as vantagens que sua passagem traria poderiam finalmente ser aproveitadas. Talvez esta viagem seja um dos andares do paraíso. Talvez o que estamos vivendo não passe de uma espécie de purgatório, ou pior, algo que explique o porquê de quando finalmente nos sobra tempo para aproveitar a vida, nos falta o corpo e tudo o que nos foi tirado. Se apenas sentir a nostalgia já é algo que eu não consegui explicar em uma quinzena de parágrafos, chegar à estação das infâncias e vivê-la certamente é o verdadeiro, utópico e inatingível nirvana.

 

Esquisito... Agora mesmo entrou um aroma amadeirado pela janela, enquanto o sol e o vento abraçam as folhas das árvores tristes, que as observam dançando em letargia sobre as crianças que correm distraídas até o final da rua, ao som de uma genuína abertura da Sessão da Tarde...

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  • 1 month later...
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Noosa, ler o tópico todo faz viajar, lembrar da infância, de como era bom chegar em casa e ver os desenhos/séries da Manchete, da Globo, ver outros desenhos cedinho no SBT, tipo, ´bate uma nostalgia total0606

Alguns filmes e músicas fazem bater essa nostalgia,a gente lembra de momentos que parecem que vão ficar marcados para sempre. Alguns filmes que fazem isso comigo é Duro de Matar 1 e 2, De Volta Para o Futuro e Esqueceram de Mim 1 e 2. Sei lá, fazem lembrar de antigamente, quando eu era pequeno. Vi ontem Esqueceram 2 de novo e fiquei com esse sentimento de nostalgia. Lembrar de um tempo que não vai voltar nunca mais04040606
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Foras' date=' já que você está participando do Cinéfilo mesmo, assista Nostalgia, do Andrei Tarkovski. smiley2.gif

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Não é de um italiano sobre o lugar onde passou sua infância?

Não !!!!!!!!!!!!!!  olá!!

 

o filme é de um russo Andrei Tarkovski e conta  a história de um poeta russo que vai a Itália investigar sobre um suicidio de um italiano e em meio ao período que está fora de seu páis é arrebatado por grande nostalgia!!]

 

 

heheheh... mais e daí, né!!!08
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E por falar em nostalgia' date=' dêem uma olhada no novo projeto do Robert Zemeckis:

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UAU!13 Não tinha qualquer conhecimento deste projeto. Diga Pato, esse conto de natal por acaso já foi representado em desenho pelos personagens da Disney? Porque eu lembro de algo assim...
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E por falar em nostalgia' date=' dêem uma olhada no novo projeto do Robert Zemeckis:

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UAU!13 Não tinha qualquer conhecimento deste projeto. Diga Pato, esse conto de natal por acaso já foi representado em desenho pelos personagens da Disney? Porque eu lembro de algo assim...

Já foi sim, Forasteiro. É baseado no livro Um Conto de Natal, do Charles Dickens. Eu li faz tempo, mas lembro de ter gostado.
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