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Parece que finalmente, Hollywood captou a essência do Godzilla. Que é justamente o confronto com outras criaturas monstruosas e isso, só isso, já vale muito para o filme. Li que eles não vão usar monstros clássicos dos filmes japas, como King Gidorah(pena, a trama deste daria um ótimo filme para uma sequência de Godzilla), Biolante, Mhotra e etc... . Por um lado, fico triste com isso. Por outro, estou consumido pela curiosidade de ver que monstros novos são esses e de onde eles vem. 

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Bryan Cranston tenta imitar rugido de GODZILLA em featurette
28/04 - 17h03
 
por Antônio Tinôco

 

O novo featurette de Godzilla foca na recriação de uma das marcas registradas do monstro gigante: seu rugido. Mas o destaque do vídeo é quando o diretor Gareth Edwards (Monstros) e o ator Bryan Cranston (o Walter White da série Breaking Bad) tentam imitar o som da criatura.

Na história do filme que também tem Elizabeth Olsen (do inédito Os Vingadores 2 - A Era de Ultron) e Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass - Quebrando Tudo) no elenco, Godzilla nasce após um acidente radioativo e acaba enfrentando seres que ameaçam a existência da humanidade. 

O longa entra em cartaz no Brasil, no dia 15 de maio. Veja o featurette e duas novas imagens abaixo:

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img535eb42dbed2b.jpg

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Bryan Cranston tenta imitar rugido de GODZILLA em featurette

Deuso!  :wub:

 

 

 

Só agora vi o trailer do filme e até me interessei. 

 

O da década de 90 pecou demais por ter incluído os "mini-Godzillas". Se tivesse ficado só no monstrão destruindo a cidade teria ficado bem melhor. Esse pelo jeito não vai cometer esse erro, e deve ficar só na destruição, então deve render algo bem bom. Visualmente está um desbunde.

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O da década de 90 pecou demais por ter incluído os "mini-Godzillas". Se tivesse ficado só no monstrão destruindo a cidade teria ficado bem melhor.

 

o do Emerich quis pegar carona no Jurassic Park com aqueles velociraptors genéricos.. tb nao curti pq tirou o foco do monstrão..

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 Novo trailer. Um dos melhores até agora. Adorei a forma como a trilha incluiu o clássico rugido do Godzilla de forma cadenciada dentro da própria trilha para aumentar a sensação de tenção. Estou bastante ansioso, e já escolhi o filme como minha primeira experiência em Imax.

 

  Segue o trailer

 

 http://www.youtube.com/watch?v=REiSEa2OPmg

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"Podemos matá-lo"

"acredito que algo pode"

"Um monstro?"

"Não, um deus..."

 

Foda, foda foda!!!

 

Resgataram o espírito dos filmes antigos, nos quais Godzilla era uma alegoria das forças brutais da natureza e do caos da modernidade. Godzilla é isso: um deus. É a mãe-natureza no seu estado mais selvagem e indomável, que destrói tudo em seu caminho, mas trazendo de volta o equilíbrio perturbado pelo homem.

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Confira as primeiras cenas de GODZILLA, com Bryan Cranston

 

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Godzilla, a aguardada ficção científica do diretor Gareth Edwards (Monstros), ganhou suas primeiras cenas.

Na história, um monstro nasce após um acidente radioativo e acaba enfrentando seres que ameaçam a existência da humanidade. Bryan Cranston (o Walter White da série Breaking Bad), Elizabeth Olsen (do inédito Os Vingadores 2 - A Era de Ultron) e Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass - Quebrando Tudo) estão no elenco de Godzilla, que estreia no dia 15 de maio.

Veja as cenas abaixo e confira também dois vídeos feitos durante as filmagens:

 

 

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Ja saiu a critica do Omelete pelo Marcelo Hessel, elogiando bem o longa

 

Godzilla | Crítica
Gareth Edwards consegue conciliar gravidade e maravilhamento com seu remake que faz uma releitura do clássico.

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Antes de virar uma série de longas de duelos de monstros e consagrar Japão afora o gênero do tokusatsu (ou "filme de efeitos especiais"), Godzilla surgiu em 1954 como uma elegia aos mortos nas bombas atômicas de 1945. O novo remake americano de Godzilla tenta honrar esses dois lados: é muito mais dramático e grave que um Círculo de Fogo, por exemplo, mas não deixa de oferecer as recompensas catárticas que os fãs de tokusatsu esperam.

De seu primeiro longa, Monstros, o diretor Gareth Edwards traz seu conhecimento em efeitos visuais para imaginar um mundo onde a passagem de criaturas gigantes, embora cause desastres, não parece espetaculosa: são monstros diferentes daqueles de comportamento alienígena ou acuados como o de Cloverfield; aqui eles tratam a terra como seu habitat, e o ambiente se molda a eles. Resta aos humanos se conformar.

Há uma desesperança inerente a essa condição, e é a partir dela que o filme elabora seu senso de gravidade e drama. É como se a humanidade estivesse desde sempre fadada a se perder, e o perigo nuclear entra aqui tanto como MacGuffin (bombas com contagens regressivas são mesmo irresistíveis) quanto como fantasma (a história de 1945 que se repete). Edwards faz um filme sem crueldades (quando um cachorro aparece preso diante do tsunami, ele logo se solta, por exemplo) que tenta tirar sua força dessa visão mais ampla da História.

Pessoas podem argumentar que a História se repete como farsa, o que nunca deixou de ser verdade, e de fato tem algo de ridículo na seriedade com que o personagem de Ken Watanabe racionaliza este apocalipse fantasioso. De qualquer forma, Edwards se mostra determinado a encenar seu fim de mundo como uma repetição de histórias: o menino que pode ficar órfão como seu pai ficou, o japonês que pode reviver o terror nuclear décadas depois, os pulsos eletromagnéticos que ameaçam jogar a humanidade nas trevas mais uma vez.

O diretor também parece confiante na forma solene, com ocasionais alívios cômicos, com que sua câmera se movimenta lentamente nas lutas dos monstros, como se respeitasse a escala grandiosa com que eles se movem, e lentamente também nas salas onde os humanos decidem o que fazer diante do fim. Essa estrutura díptica é pensada para aproximar essas duas escalas absolutamente distintas, a dos monstros e a dos homens. Então, por exemplo, quando percebe-se que Godzilla não é o vilão, ele passa a dividir com Aaron Taylor-Johnson a figura do herói (o que fica muito claro na cena em que eles vão juntos ao chão).

O que ajuda a diferenciar Godzilla de filmes-catástrofes recentes, que recorrem ao imaginário do 11 de Setembro de forma espetaculosa, como O Homem de Aço, é que Edwards não perde de vista o senso de maravilhamento (e não exploração) diante dos monstos. Como no seu longa anterior, as criaturas se revelam aos poucos, e nunca deixam de espantar. Assim como Cloverfield devia muito a Steven Spielberg nessa ideia de revelação gradual, Godzilla também presta contas ao diretor; é um filme de véus (muita coisa vista inicialmente por janelas embaçadas, por frestas) bem parecido com Jurassic Park, e seu senso de escala para encontrar o drama humano no desastre se aproxima do Guerra dos Mundos de Spielberg, um filme ademais muito subestimado.

Até mesmo a trilha de Alexander Desplat lembra John Williams, e no fim não há demérito nisso. As fantasias sci-fi de Spielberg continham um senso de encantamento com o desconhecido e de revelação que Hollywood parece perder às vezes, e este filme sem dúvida o recupera.

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Godzilla | Omelete entrevista Gareth Edwards Diretor do filme fala sobre o design do monstro e a pressão de dirigir um blockbuster

Marcelo Hessel

12 de Maio de 2014

 

6
 

 

 

godzilla_______.jpg
 

Durante a divulgação de Godzilla, em uma mesa-redonda de jornalistas em Nova York, o Omelete conversou com o diretor Gareth Edwards, que fala sobre a pressão de dirigir um blockbuster, os desafios de fazer uma boa adaptação da história japonesa e o design do monstro. Confira:

Qual foi o maior desafio ao dirigir Godzilla? Houve muita pressão?

Tentar fazer um bom filme, acho. A expectativa é intensa, há muitos fãs e um orçamento grande. Entretanto, só vivemos uma vez. A vida não é um ensaio, você precisa saber para onde ir. A ideia de não dirigir esse filme, de ter a oportunidade e recusar por conta da pressão... Eu não quero ser o cara que contará aos netos que recebeu a ligação do estúdio e recusou Godzilla. Não era uma opção. No dia a dia, o que importa é bloquear a pressão. Durante a filmagem, eu me surpreendi que, no set, eu só falava com mais ou menos cinco pessoas. Um deles era o assistente de direção. Quem visita um set acha que ele é o diretor, pois é ele quem grita, anda por aí, fala "ação" e "corta", diz aos outros o que fazer - e eu só ficava ao lado dele. Eu dava ordens a ele, e ele gerenciava aquele exército. O outro era o diretor de fotografia. Eu dizia a ele como queria as tomadas. E os demais eram os atores. Não há tempo para conversa furada. Se houvesse um quiz para dar nome a quem trabalhou no filme, eu teria o pior placar (risos). Conheço os rostos deles, mas não sei o que eles fazem. Não há tempo para interagir, porque eles o colocam nessa bolha, e o convencem de que você pode fazer um filme com cinco pessoas, quando a equipe na verdade tem 300.

Como você explica a fascinação pelo Godzilla?

Há dois motivos, no mínimo. O primeiro: ele nasceu de uma ideia muito séria. O Japão poderia ter feito um filme sobre Hiroshima e Nagasaki, mas eles não o fizeram por conta da censura ocidental sobre a 2ª Guerra Mundial. Eles tiveram que esconder essa mensagem em um filme de monstro, e isso teve um grande significado. Foi uma experiência catártica para os japoneses naquela época. Godzilla fez um grande sucesso, de um ponto de vista cultural. O povo japonês o abraçou. A outra razão é que, não sei como, mas eles tiveram muita sorte, de uma maneira bem genial, de fazer um design que, basicamente, é o dinossauro definitivo. É curioso ver em cartões de aniversário ou desenhos um dinossauro com espinhos nas costas. Não é Godzilla, mas faz referência a ele. Também acho que, por milhões de anos, vivemos na natureza selvagem e esperávamos que um animal mataria nossa família, ou destruiria nosso lar. Hoje, vivemos na cidade, mas não conseguimos nos livrar desse medo, porque está no nosso DNA. O filme toca um sentimento muito primitivo de que alguma força da natureza virá e destruirá tudo.

Como você se sentiu quando viu pela primeira vez Godzilla?

Meu primeiro contato com Godzilla foi em um desenho da Hanna-Barbera, em que havia um pequeno dinossauro chamado Godzuki. No Reino Unido, de onde eu vim, ninguém o elogia por nada. Quando assumi a direção do filme, todos os meus amigos vieram fazer piada, e vinham me perguntar: "Como está o filme do Godzuki?", apenas para me sacanear. Já adulto, assisti a alguns filmes do monstro, especialmente a versão de 1959. Foi surpreendente, porque tinha essa ideia de uma criatura amigável derrubando prédios de papel. No entanto, o filme é uma metáfora muito sofrida de Hiroshima, com cientistas que examinam crianças e dizem que elas morrerão de câncer. Isso foi em 1954. Ninguém coloca isso num filme hoje em dia.

Como foi preparar o design do monstro?

Acho que todos os grandes personagens têm silhuetas fortes. Isso é claro no caso de Godzilla: quando ele aparece, as pessoas sabem que é ele, e não um dinossauro ou um dragão. Eu sabia que teriamos muitas cenas noturnas no filme, então me preocupei muito com a silhueta. Nós rotacionávamos o modelo 3D sobre um fundo branco e olhávamos os contornos dele, mudávamos de um lado, de outro... parecia um cubo mágico. Fizemos isso até sua silhueta ficar bem reconhecível. Foi um processo longo.

Os fãs japoneses estão dizendo que seu Godzilla está gordinho...

Acho que ele só tem ossos grandes (risos). Não sei qual foi a imagem que eles viram, mas ao assistir ao filme, não o descreveria como gordo. Ele é parrudo. Esse tipo de comentário faz ele se sentir mal com a prória imagem (risos). Não deveriamos pressioná-lo.

Quando você dirigiu Monstros, também era um filme de revelação gradual das criaturas gigantes. Desta vez, a escala é obviamente diferente, mas você sentiu que estava em território familiar?

Acho que não seria justo utilizar nenhuma ideia de Monstros. Não gosto de filmes que são preto ou branco, prefiro a ideia de que o mundo é mais complicado do que isso. Tudo depende da perspectiva. Queria que as pessoas vissem os [monstros] vilões e pensassem: "Eles só estão tentando sobreviver". Acho que colocar tons de cinza no longa o deixa mais complicado e real. Não acho que nenhum animal é mau. Nós os consideramos malvados porque eles nos atacam. Na verdade, é como uma relação de humanos com formigas, e nós somos os vilões: nós pisamos nelas o tempo todo sem nenhum motivo.

Quem teve a ideia de colocar Godzilla contra outras criaturas?

Thomas [Tull, produtor]. Desde o começo do projeto, já estava claro que Godzilla enfrentaria outro monstro. Então, pensamos: "Como faremos isso?". Gostamos da relação entre os dois: um é predador do outro. Ter um monstro atraído por radiação nos permitiu passar a mensagem de que você não pode ter poder nuclear.

Os fãs se empolgaram muito com os trailers, especialmente quando Godzilla aparece. O que espera da reação ao filme?

Para mim esta é uma das etapas mais angustiantes da produção do filme. Ele está pronto, você o mostra para os outros, mas eles não podem falar sobre seu trabalho, pois tudo tem embargo. Acho que só vou relaxar daqui a uma semana, quando o filme finalmente sair e for comentado

 

 

FONTE: OMELETE

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Quem teve a ideia de colocar Godzilla contra outras criaturas?

Thomas [Tull, produtor]. Desde o começo do projeto, já estava claro que Godzilla enfrentaria outro monstro. Então, pensamos: "Como faremos isso?". Gostamos da relação entre os dois: um é predador do outro. Ter um monstro atraído por radiação nos permitiu passar a mensagem de que você não pode ter poder nuclear.

 

 

ÓTIMO!

Enfrentar outros monstros, faz parte da essência dos filmes do Godzilla. E é nisso que o filme do Eremmich falhou miseravelmente. Tanto que acho Godzilla 2000, melhor que o Godzilla de 1998. E olha que Godzilla 2000 não é nenhuma obra prima. Não como os três filmes do Godzilla que passaram no SBT nos anos 90(Vs Mothra, vs King Ghidora e Vs Biolllante).

 

E digo sem nenhum receio, que a história de Godzilla vs King Ghidora é ótima para Hollywood adaptar. Bastava fazer umas pequenas mudanças. Tipo, os viajantes do futuro que criariam o King Ghidora não seriam americanos. Poderiam ser terroristas do futuro ou membros de uma corporação gananciosa que querem causar destruição no passado para colher os frutos no futuro. E pra isso, criam o King Ghidora. Um dragão dourado de três cabeças que seria controlado por eles. 

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Não sei... acho que passou da hora do Pablo tirar férias... definitivas. 

 

Curioso que um tempo atrás ele chegou a comentar que tava pensando em deixar as críticas mais poupudas no CeC, e ficar só nos coments do blog e podcast. Mas logo depois disso, ele meio que começou a fazer mais críticas por semana, então deve ter desistido de desistir. rsrsrs

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Frase que o Pablo postou no Face com link para a critica:

 

"Uma obra sem ritmo, sem vida e cuja aposta na expectativa acaba atuando contra os propósitos do cineasta."

 

Parei de ver videos..agora só na telona...o único horário que tem disponível para eu ver amanha antes de ir trabalhar, ou seja a primeira seção é dublada....

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a critica do Pablo, lembrando q pro Aranha ele deu 4 estrelinhas..em 5..

o legal sao os post dos leitores abaixo da critica

http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=185

 

 

Godzilla (Godzilla) 2/5

Em teoria, a maior parte das decisões tomadas pelo diretor Gareth Edwards em Godzilla deveria funcionar bem: ao investir bastante no desenvolvimento dos personagens, por exemplo, ele obviamente tenta evitar o erro de tantos filmes-catástrofe ao compreender que o desastre só nos aterroriza se tivermos algum envolvimento emocional e humano com a narrativa. Da mesma maneira, antes de apresentar o personagem-título e principal chamariz da produção, ele brinca com as expectativas do público em vez de entregar tudo imediatamente – e, para completar, cerca a criatura com um elenco composto por atores talentosos. Perfeito – em teoria. Na prática, Godzilla se apresenta como uma obra sem ritmo, sem vida e cuja aposta na expectativa acaba atuando contra os propósitos do cineasta.

E isto é uma pena, já que o longa começa muito bem ao já introduzir a narrativa através de créditos iniciais que criam uma atmosfera conspiratória, sendo seguidos por uma boa introdução que, trazendo um casal vivido por Bryan Cranston e Juliette Binoche nas Filipinas em 1999, estabelece um centro emocional de forma rápida antes de saltar para a primeira e eficiente sequência de destruição. Infelizmente, a partir do momento em que pulamos para os dias atuais, o foco se torna disperso, saltando entre vários personagens desinteressantes (com exceção daqueles vividos por Cranston e Watanabe) até que finalmente nos concentremos naquele que ocupará o posto de protagonista e que se apresenta como uma escolha desastrosa: o desinteressante Ford (Taylor-Johnson).

Pois o fato é que não adianta muito escalar atores eficientes e carismáticos se, ao final, terão que lidar com personagens vazios e terão poucos minutos de tela para compô-los: o que a talentosa Elizabeth Olsen está fazendo neste filme, por exemplo? Ela é pouco mais do que um objetivo a ser alcançado pelo herói, não possuindo personalidade aparente, qualquer arco dramático identificável ou mesmo uma cena minimamente memorável – algo que se aplica igualmente a Sally Hawkins e a David Strathairn (Binoche ao menos conta com a tal cena). Por outro lado, se Ken Watanabe traz peso dramático ao seu personagem (e tem a chance de dizer o célebre “Gojira!”), seu cientista é pouco mais do que um recurso de roteiro para vomitar diálogos expositivos, ao passo que Bryan Cranston, mesmo preso a um clichê (o sujeito cujo conhecimento da verdade o faz parece um maníaco entregue a teorias conspiratórias), é inteligente o bastante para evitar excessos na composição, como se seu personagem temesse soar como louco e se contivesse ao explicar suas suspeitas (o que não impede o design de produção de cobrir as paredes de seu quarto com recortes de jornais, mapas e fotografias, claro). Finalmente, Aaron Taylor-Johnson, tão eficiente em Kick-Ass, aqui fica preso a um herói sem personalidade cuja expressão facial fica congelada no modo “Tobey Maguire” durante a maior parte do tempo.

Com isso, já de cara Godzilla enfrenta um problema criado pelo próprio roteiro de Max Borenstein, demorando a estabelecer para o espectador quem deveremos seguir de fato durante as próximas duas horas e criando vários falsos começos para a narrativa, o que é no mínimo frustrante. (E quando Ford se apresenta como um especialista em desarmar bombas, qualquer um que já tenha visto meia dúzia de filmes sabe que o clímax da projeção envolverá um artefato do tipo, arruinando qualquer surpresa possível.) Borenstein, diga-se de passagem, é incapaz de criar diálogos interessantes ou envolventes – e pouco adianta tentar investir no desenvolvimento dos personagens quando as conversas que estes mantêm provocam apenas sono. Além disso, ele não hesita em apostar em coincidências absurdas (como o garotinho que encontra os pais no meio de uma multidão) ou em repetições (há sempre uma criança em apuros para tornar tudo mais tenso, como o Ford-criança da introdução, o garotinho no metrô, a menininha no tsunami e o filho do herói). Para piorar, o roteirista e o diretor Gareth Edwards não são nada sutis ao investirem na mais velha das estratégias ao criarem sequências de destruição que focam em coadjuvantes específicos que, sendo os únicos a escaparem do desastre, levam o espectador a sentir o peso da tragédia sem que isso o deixe excessivamente chateado (“afinal, se aquele cachorro escapou, eu também escaparia!”).

Ainda assim, há bons momentos em Godzilla graças justamente ao talento que o cineasta Gareth Edwards já havia demonstrado em seu ótimo filme de estreia, o pouco visto Monstros, que era hábil ao criar uma atmosfera angustiante e um universo convincente. Aqui, Edwards se destaca em sequências que investem precisamente na atmosfera em vez de no espetáculo, como o instante no qual vemos um trem em chamas saindo de um túnel escuro ou ao trazer o reflexo pálido e fantasmagórico do engenheiro vivido por Bryan Cranston em uma janela. E se o design de produção tropeça ao criar o quarto deste último, ao menos se diverte ao exibir o caminho que o monstro cria para sair da caverna como um túnel com o final iluminado que remete ao canal vaginal, sugerindo o nascimento da criatura.

E por falar em “criatura”, devo me deter brevemente na discussão sobre estas – e se o faço rapidamente e apenas no sexto parágrafo desta análise, é para respeitar a estrutura do próprio filme, que também demora para apresentar Godzilla e, quando o faz, deixa o personagem-título ocupar a tela por apenas poucos minutos. Não que a estratégia de Edwards seja absurda: ao adiar a entrada do monstro (ao cortar assim que este aparece pela primeira vez e ao literalmente fechar a porta na cara do público na segunda vez), ele inteligentemente eleva a ansiedade do espectador, o que é ótimo. O problema é que, ao finalmente revelar seu astro, o tempo em tela e a ação retratada não fazem jus à expectativa criada – por mais que algumas das imagens sejam icônicas (vocês reconhecerão os momentos). Assim, quando um personagem grita, entusiasmado, “Vocês viram isso???”, meu impulso foi o de responder “Não. Até tentei, mas o diretor não deixou”.

Alterando ainda a origem de Godzilla e, no processo, desfazendo o elemento temático mais importante do personagem (que surgiu como um símbolo do trauma japonês depois de Hiroshima e Nagasaki), o roteiro de Borenstein dá um soco na importância histórica e cultural da mitologia por trás do gigante enquanto se julga muito esperto por conseguir fazer uma releitura descartável e tola.

Embalado ao menos por uma boa trilha de Alexandre Desplat, Godzilla é uma produção esquecível e que, em sua escuríssima versão 3D, torna-se ainda pior por praticamente tornar impossível que enxerguemos o que está acontecendo, já que a maior parte da trama se passa à noite ou no interior de galpões e cavernas. Ao menos, quando os monstros eram interpretados por atores em roupas de borracha, conseguíamos ver a ação.

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Vi e curti bem. Não é chato, mas a brigas dos monstros fica só no final. Quem espera ver mais disso, pode ficar meio frustrado.

 

O filme tá mais puxado pra filme catástrofes mesmo (muita destruição, com humanos perdidos sem saber o que fazer), mas gostei dos personagens. São bem desenvolvidos e tals.

 

Não vi nenhum dos filmes japas do Godzilla, mas creio que que viu e curtiu, deve aprovar esse aqui também.

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  • Big One changed the title to Godzilla (filmes)

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