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Forum Cinema em Cena

Oscar 2017: Previsões


SergioB.
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Tô acompanhando quase nada dessa temporada. Vi agora que La La Land fez o rapa no Globo. A expressão é uma gíria usada pra descrever gente avoada, longe da realidade. Serve à Hollywood atual à perfeição.

 

Quais serão as reais chances da Huppert em Atriz por Elle? Desde a Riva em 2012/2013 eu não ficava tão angustiado por uma indicação/vitória....Eu to com uma preguiça gigantesca de Jackie, não queria a Portman vencendo não =( 

 

Torcendo igualmente.

 

E temendo por um desfecho idêntico. =/

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Huppert não foi indicada ao SAG (será que ela é sindicalizada?) e tambén não foi indicada ao BAFTA (o filme não estreou a tempo no UK). Será que esse ano poderemos usar o SAG de parâmetro? Desde 2013 o SAG não erra na categoria.

 

Acredito e torço pra que o SAG tenha menos valor nas previsões, se a gente pensar que a AMPAS conta com quase 700 novos membros em busca da tal representatividade e a maioria desses não é sindicalizado, espero que os resultados ali na hora do Oscar deem uma divergida legal. 

 

Hupper é a atriz mais premiada da temporada seguida por Portman. Se a Portman vencer o SAG ela continua firme e forte, se a Stone vencer acredito que as chances de Portman diminuem bastante.

 

Mas precisamos logo do dia 24 pra saber se Huppert será lembrada ou esnobada no Oscar.

 

A felicidade dela recebendo o prêmio foi emocionante. Tanto nos Globo de Ouro quanto no Gothan Awards.

 

GO HUPPERt !!!!

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Viola Davis, na entrevista pós-prêmio do Golden Globes, disse uma coisa muito bonita. Algo como: É importante haver filmes biográficos sobre negros que fizeram coisas importantes na história, mas eu gosto das histórias íntimas também. Não é íntimo de uma maneira pequena, é íntimo e grande. Assim é "Fences". Apenas dois cenários relevantes. O quintal de uma casa. A cozinha de uma casa. Um texto teatral, então, qualquer um concluiria...Por certo. Mas íntimo e grande, "Fences" é também pura representação psicanalítica.

 

Freud foi buscar em Édipo uma origem literária para o conceito de família, mas somente por que  August Wilson ainda não tinha escrito "Fences". Trocando em miúdos, a concepção freudiana de família gira em torno desse totêmico assassinato do pai pelo filho, dessa luta incansável para sair da sombra do pai, para emancipar-se do script dele. É por isso que, pessoalmente, sou completamente avesso a essa hipervalorização do conceito de família que há na cultura brasileira, por exemplo, posicionando a família como a instância que lhe guarda, que lhe apoia, que lhe acarinha. Sou avesso, porque sempre tive muito certo que a "salvação" - digamos assim - não está na família, mas fora da família. A família é a base formadora dos traumas, dos nossos mais incorrigíveis defeitos. É bom que se lide com o bicho de frente.

 

Amei o texto, amei o roteiro! Poucas vezes vi uma peça ser transposta com tanto sucesso para as telas. Apontam que o filme é pouco cinematográfico. De fato, é pouco cinematográfico, ainda mais se formos pensar que a lição número 1 do cinema é falar por imagens e não por palavras. Então uma peça que é um choque de personagens, pura guerra de diálogos, fica bem difícil sê-lo. Só que definitivamente isso não é um problema. O produto final agrada, funciona, cumpre seus objetivos. Não indicaria Denzel Washington como Diretor, mas indicaria "Fences" a Melhor Filme. O produto funciona. Ponto final.

 

Indicaria os atores. Viola Davis vai levar o Oscar de Coadjuvante. E entendo a posição dela na categoria. Não é um caso pronto e acabado de fraude. A história precisa dela, mas não é dela. Em minha opinião, está justificada a campanha como Coadjuvante. Não preciso dizer que ela está sensacional. As risadas dela são imensas! Os suspiros dela veem do fundo dos pulmões. É uma interpretação superemocionada, no que esse termo pode remeter à fisicalidade. As mãos dela, os olhos dela, os ossos dela, são pura emoção. Não sei se vocês sabem, mas começou o backlash: as pessoas comentando que ela vai ganhar por causa do choro com ranho! Sim, as pessoas podem ser baixas a esse ponto...

 

Indicaria os atores. Denzel Washington está sublime, fantástico, sensacional! Tenho que pensar se é a melhor interpretação dele no cinema, por que eu amo "The Hurricane", mas pode ser. E isso é muita coisa. Pessoalmente, trocaria de ordem as estatuetas dele. Mas ainda sim ele teria duas. E agora ele pode ter três! Casey Affleck está melhor do que isso? É quase inacreditável. Eu não consigo imaginar como uma interpretação dessa pode perder O Oscar! Na minha cabeça, eu acabei de ver o melhor ator de 2016! Repito: não consigo imaginar essa atuação sem o Oscar.

 

Indicaria o Roteiro. O Oscar de Roteiro Adaptado será uma batalha contra "Arrival". Seria uma indicação póstuma a August Wilson e uma homenagem a um teatrólogo negro, um ano após o "Oscar SoWhite". Não sei em quem votaria. Vou ler o livro do Ted Chiang em fevereiro, pra poder avaliar melhor. Saúdo também o Design de Produção de David Gropman ao recriar um bairro pobre dos anos 1950, mas principalmente pelo entendimento da casa. Ficou perfeita. Talvez seja pouco para uma indicação, que seria sua terceira. Um dia chega o Oscar chegará pra ele também.

 

 No mais são essas as possibilidades de "Fences": Filme, Ator, Atriz Coadjuvante e Roteiro Adaptado. Com muita possibilidade de ganhar 3.

 

Indicaria a Filme. "Fences" ficou comigo. É íntimo e grande: É sobre a autoridade paterna sendo desmanchada - AINDA BEM!! - pela evolução social, no quintal de uma casa em Pittsburgh.

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Não consegui postar nenhuma lista das várias importantes que saíram hoje. E não vou escrever uma por uma, não.  Vai esse compiladão dos Guilds até agora.

 

Moonlight (AFI, SAG, ACE, WGA, PGA)
Manchester by the Sea (AFI, SAG, ACE, WGA, PGA)
La La Land (AFI, ACE, WGA, PGA)
Arrival (AFI, ACE, WGA, PGA)
Fences (AFI, SAG, WGA, PGA)
Hidden Figures (SAG, WGA, PGA)
Hell or High Water (AFI, ACE, WGA, PGA)
Hacksaw Ridge (AFI, ACE, PGA)
Deadpool (ACE, WGA, PGA)
Lion (PGA)
The Lobster (ACE, WGA)
Sully (AFI)
Silence (AFI)
Loving (WGA)
Nocturnal Animals (WGA)
Hail, Caesar (ACE)
The Jungle Book (ACE)
Captain Fantastic (SAG)

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É um choque ver a exclusão definitiva de "Loving" e "Silence" em Best Picture, dois filmes que todo mundo cravava no início da temporada. Ruth Negga desapareceu até de Melhor Atriz do BAFTA (só constando em Rising Star). Quem diria que Aaron Taylor-Johnson fazendo o número 2 diante da câmera (numa cena ...just, no!), iria sobrepujar o talento do Michael Shannon? Denzel Washington fora do BAFTA causa espécie. Eu se fosse a Viola Davis não iria à cerimônia! "Arrival" fora da lista do Sindicato de Áudio! "Jackie" morto e enterrado.

 

 A manchete do dia, porém, parece ser "Deadpool" no PGA. Bom, eu sou suspeito por que eu simplesmente adorei o filme. Adoro gente pateta.

 

"La La Land" parece ser muito favorito, mesmo sem o SAG de elenco.

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Pra mim Emma Stone está mais próxima do Oscar do que a Portman...Eu particularmente espero que nenhuma vença e que Huppert seja consagrada.

 

Este ano teremos um Best Picture fazendo a rapa né?

 

THe Artist em 2012 venceu 5 e THe Hurt Locker em 2010 venceu 6.

 

To achando que La La Land vai arregaçar nas indicações e vitórias.

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I, Daniel Blake (pequenos spoilers que não prejudicam a história)

 

Sim, pelo segundo ano consecutivo a Palma de Ouro foi para um filme com foco em seu teor social/político ao invés do viés artístico, e não que isso seja ruim, mas, será que esse é realmente o caminho pra levantar essas bandeiras? Gostei do filme, é um crítica pesada ao neoliberalismo e expõe as falhas de um estado que deveria presar pelo bem estar e qualidade de vida da população. O diretor Ken Loach escancara a falência do sistema de saúde, a dificuldade em se encontrar emprego e principalmente a burocracia que enfrentamos no dia-a-dia em tudo que envolve o estado ou setores terceirizados. Eu não sou de esquerda e muito menos de direita, me considero no centro (não sei se isso é bom ou não) então concordei e discordei de diversas coisas no filme. Achei bem sensacionalista a saída que o diretor deu pra personagem Katie, não apenas o emprego que ela arrumou mas também o fato de estar passando fome e não contar pra ninguém, exagero total. Além disso, discordo da inércia do Daniel quando fica desempregado e esperando o auxílio desemprego, nós aqui no Brasil sabemos muito bem nos virar nos 30 quando o desemprego bate na porta, vendemos bijuterias, nos vestimos de papai noel, vendemos trufa no trabalho, enfim, acredito que ele poderia ter confeccionado uns daqueles peixinhos de madeira e vendido na rua ao invés de ficar séssil daquele jeito em alguns momentos. Mas, em contrapartida é um choque de realidade saber como não somos nada dentro desse sistema, não valemos nada nem para as empresas e muito menos para o estado, Daniel e Katie que o digam. Quem de nós dentro desse sistema neoliberal, conseguirá chegar ao 50/60 anos trabalhando no mesmo emprego sem ser trocado por mão de obra barata? Quem de nós conseguirá investir em outras previdências para uma velhice mais digna? Quem de nós acompanhará o desenvolvimento tecnológico e se adequar nesse sistema? Quem de nós não sucumbirá por uma doença e necessitará de algum auxílio do governo? O que o futuro nos reserva amigos?

 

Nota: 7/10 

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Nominees for the Make-Up Artists and Hair Stylists (MUAHS) Guild awards:

 

1. FEATURE-LENGTH MOTION PICTURE – BEST CONTEMPORARY MAKE-UP

CAPTAIN FANTASTIC
Make-Up Artists: Karen McDonald, Akemi Hart
LA LA LAND
Make-Up Artists: Torsten Witte, Angel Radefeld-Wright
MANCHESTER BY THE SEA
Make-Up Artists: Liz Bernstrom, Sherryn Smith
NOCTURNAL ANIMALS
Make-Up Artists: Donald Mowat, Malanie J. Romero, Elaine Offers
ZOOLANDER 2
Make-Up Artist: Maurizio Silvi

 

2. FEATURE-LENGTH MOTION PICTURE – BEST CONTEMPORARY HAIR STYLING

LA LA LAND
Hair Stylists: Barbara Lorenz, Jackie Masteran, Frida Aradottir
NOCTURNAL ANIMALS
Hair Stylists: Yolanda Toussieng, Jules Holdren
SULLY
Hair Stylists: Patricia Dehaney, Jose Zamora
THE GIRL ON THE TRAIN
Hair Stylist: Alan D’Angerio
ZOOLANDER 2
Hair Stylist: Aldo Signoretti

 

3. FEATURE-LENGTH MOTION PICTURE – BEST PERIOD AND/OR CHARACTER MAKE-UP

DOCTOR STRANGE
Make-Up Artist: Jeremy Woodhead
FANTASTIC BEASTS AND WHERE TO FIND THEM
Make-Up Artists: Fae Hammond, Marilyn MacDonald
HAIL, CAESAR!
Make-Up Artists: Jean Ann Black, Julie Hewett, Zoe Hay
LOVING
Make-Up Artists: Julia Lallas, Katie Middleton
SUICIDE SQUAD
Make-Up Artist: Alessandro Bertolazzi

 

4. FEATURE-LENGTH MOTION PICTURE – BEST PERIOD AND/OR CHARACTER HAIR STYLING

FANTASTIC BEASTS AND WHERE TO FIND THEM
Hair Stylists: Fae Hammond, Marilyn MacDonald
FLORENCE FOSTER JENKINS
Hair Stylist: J. Roy Helland
HAIL, CAESAR!
Hair Stylists: Cydney Cornell, Pauletta Lewis-Irwin, Matt Danon
JACKIE
Hair Stylists: Catherine Leblanc-Caraes, Tony Rochetti
LOVING
Hair Stylists: Kenneth Walker, Elizabeth Paschall

 

5. FEATURE-LENGTH MOTION PICTURE – BEST SPECIAL MAKE-UP EFFECTS

DEADPOOL
Make-Up Artists: Bill Corso, Andrew Clement
DOCTOR STRANGE
Make-Up Artist: Jeremy Woodhead
FANTASTIC BEASTS AND WHERE TO FIND THEM
Make-Up Artist: Fae Hammond
STAR TREK BEYOND
Make-Up Artists: Joel Harlow, Richie Alonzo
SUICIDE SQUAD
Make-Up Artists: Christopher Nelson, Sean Sansom, Greg Nicotero

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DGA announces Five Documentary Nominees:

 

 

The Eagle Huntress
OJ Made in America
Weiner
I am Not Your Negro
Life, Animated

 

 

DOCUMENTARY

The nominees for the Directors Guild of America Award for Outstanding Directorial Achievement in Documentary for 2016 are (in alphabetical order):

 

OTTO BELL
The Eagle Huntress
Sony Pictures Classics

This is Mr. Bell’s first DGA Award nomination.

 

EZRA EDELMAN
O.J.: Made in America
ESPN Films

This is Mr. Edelman’s first DGA Award nomination.

 

JOSH KRIEGMAN & ELYSE STEINBERG
Weiner
Sundance Selects

This is Mr. Kriegman’s first DGA Award nomination.

This is Ms. Steinberg’s first DGA Award nomination.

 

RAOUL PECK
I Am Not Your Negro
Magnolia Pictures

This is Mr. Peck’s first DGA Award nomination.

 

ROGER ROSS WILLIAMS
Life, Animated
The Orchard

This is Mr. Williams’s first DGA Award nomination.

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Costume Designers Guild  (CDG) Nominations:

 

Excellence in Period Film
The Dressmaker – Marion Boyce, Margot Wilson
Florence Foster Jenkins – Consolata Boyle
Hail, Caesar! – Mary Zophres
Hidden Figures – Renee Ehrlich Kalfus
Jackie – Madeline Fontaine

 

Excellence in Contemporary Film

Absolutely Fabulous: The Movie – Rebecca Hale
Captain Fantastic – Courtney Hoffman
La La Land – Mary Zophres
Lion – Cappi Ireland
Nocturnal Animals – Arianne Phillips

 

Excellence in Fantasy Film
Doctor Strange – Alexandra Byrne
Fantastic Beasts and Where to Find Them – Colleen Atwood
Kubo and the Two Strings – Deborah Cook
Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children – Colleen Atwood
Rogue One: A Star Wars Story – David Crossman, Glyn Dillion

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DGA Nominations:

 

THEATRICAL FEATURE

 

DAMIEN CHAZELLE La La Land
GARTH DAVIS Lion
BARRY JENKINS Moonlight
KENNETH LONERGAN Manchester by the Sea
DENIS VILLENEUVE Arrival
 

 

 

FIRST TIME DIRECTOR

 

GARTH DAVIS Lion

KELLY FREMON CRAIG Edge of Seventeen
TIM MILLER Deadpool
NATE PARKER Birth of a Nation

DAN TRACHTENBERG 10 Cloverfield Lane

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A discussão no momento é quem irá substituir Garth Davis na lista do Oscar. Será? A campanha da Miramax está intensa, e além disso, dizem que o filme é realmente muito bom. Quando vejo o tanto de gente afirmando que Villeneuve cairá fora, meu coração fica contristado. Será que Tom Ford está mandando perfume pra todo mundo?

 

 Cadê o nome do Robert Eggers por "The Witch" em Primeira Direção? Não tô vendo. Quando é que vão atualizar essa lista com os nomes certos? Deve ser algum engano.

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"Moonlight" é um filme muito elegante em sua concepção. E nem foi dirigido pelo Tom Ford. Ele foi dirigido por alguém que entendeu que se ele não falasse sobre a sua tribo, ninguém mais falaria sobre a sua tribo. Pelo menos não de maneira genuína, ressonante, e que tivesse elevados graus de verdade. "Moonlight" foi dirigido também por alguém que, evidentemente, conhece o cinema do mundo. São nessas duas vertentes que penso o filme do Barry Jenkis:

 

1) A tribo:

 

Sou particularmente apaixonado por música negra americana, então é uma supresa indescritível que o filme comece com o mojo irrresistível de "Every Nigger is a Star", do Boris Gardiner. Só o título já diz tudo. Essa música foi resgatada da obscuridade e inserida na obra-prima do hip-hop que é o cd do Kendrick Lamar: "To Pimp a Butterfly", considerado por muitos o melhor disco da década. Esse Barry Jenkins sabe das coisas! Bebe em água limpa. Nunca esquecer: Muita coisa no ramo cultural já está contada, pesada e medida. Basta ir aos lugares certos. Então o diretor conhece música negra; beleza, mas, mais do que isso, ele também escreve de um jeito verossímil, com real domínio sobre a linguagem rueira da sua comunidade. Isso se expressa de diversos modos, mas fica bem claro no uso de vocativos. Se um roteirista branco usasse determinados termos, logo teria alguém contando quantas vezes se ouviu a palavra maldita (como acontece com Tarantino). Um roteirista negro não tem esse problema.  Porque grassa atualmente uma coisa chamada "local da fala". Ninguém pode acusar alguém do meio de usar termos inerentes ao meio, percebem? Então o filme ganha uma verdade e uma importância muito grandes. Importância necessária mesmo. Os negros, ou os gays, ou, mais ainda, os negros gays, são um segmento social subnoticiado, subpesquisado, sub-referenciado! "Moonlight" servirá como paradigma daqui pra frente. Em termos de Oscar, ele hipoteticamente pode até fazer história e dar o primeiro Oscar a um diretor afro-americano. Pra terminar, volto ao terreno da música pra citar aquela MARAVILHOSA cena do restaurante, embalada por "Hellow Stranger", hit sessentista do R&B, da Barbara Lewis. O que é aquilo? Pra mim, é puro joy, puro bliss, das melhores cenas do ano. Enfim, o Barry Jenkis embalou pra presente. Falou de sua tribo com muita elegância e propriedade. Um lacre!

 

2) Cinema do mundo:

 

 Não quero diminuir o filme de maneira nenhuma, mas eu também vi "Happy Together" do Wong Kar-Wai.  As semelhaças são muitas. Os dois diretores primaram pela incerteza da relação. Brigas? Há nos dois. Amor doído? Há nos dois. Amante que trabalha em restaurante? Há nos dois. Música do Caetano Veloso (a música é mexicana, na verdade)? Há nos dois (salvo engano "Cucurucucu Paloma" é executada durante um trajeto rodoviário em ambos os filmes). Sutilezas: Em "Moonlight", há em certo momento um desejo de passar férias no Brasil; em "Happy Together", fuga para a Argentina. Não são dados jogados ao acaso.  Eu fico feliz de ver o Jenkins bebendo no Wong Kar-wai. As pessoas irão relacionar o momento musical com "Fale com Ela", mas não é a referência adequada, de maneira nenhuma. Seria um erro para nós apreciadores do cinema do mundo. "Moonlinght" não tem nada de Almodovar. É puro sentimento instável, doído, masculino, mínima narrativa, câmera lenta em machos soltando fumaça de cigarro, com um protagonista com dificuldade de se expressar ( outras semelhanças com "Happy Together"), de verbalizar o que sente.

 

 

Pra terminar, Oscar. Alguém me explica essa comoção em torno de Mahershala Ali? Ele está muito bem, mas, pra mim, nem foi o melhor ator do filme! Quanto mais ganhar o Oscar! Agora que vi o filme, tenho sinceras dúvidas se essa vitória há de vir como os prêmios anteriores dizem que sim. No Globo de Ouro, não deu certo. Não votaria nele. A indicação da Naomie Harris, contudo, parece adequada. Mas não pra ganhar. Já vimos tudo aquilo antes. Em termos de montagem, como já escrevi diversas vezes, não aguento mais todo filme indie ser dividido em capítulos. Já deu pra cabeça. Contudo, acho que pode acontecer uma indicação sim à dupla de montadores. A Fotografia do James Laxton é um deslumbre de azul e negror, linda demais!

 

Corroboro as muito prováveis indicações em Filme, Direção, Roteiro Adaptado (soberbo, mesmo), Atriz Coadjuvante, e Fotografia. 

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