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Forum Cinema em Cena

Os Vingadores 4: End Game


GilsonDee
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Eu entendo o posicionamento tanto do Moore, quanto do Scorcese, em que pese eu não concorde 100% com eles, por que ambos os comentários, são válidos, mas carecem de uma avaliação um pouco mais abrangente do cenário/contexto em que estão colocando suas posições.

Em resumo, concordo que está havendo um banalização da cultura, uma facilitação, seja narrativa ou de linguagem, que trouxe inúmeros consumidores pra esse nicho, que hoje se tornam uma parcela "exigente" do mercado, ainda que sequer tenham de fato conhecimento ou bagagem pra cobrar algo. Essa inversão de valores, em que a arte está sendo feita sob encomenda, e não, sendo realizada e impactando ou gerando o debate após sua apreciação é o cerne de toda essa questão.

Ocorre é que na hora de expor isso, fica muito no papo de "na minha época era melhor que isso", o que, na minha opinião faz perder muito o peso desses argumentos.

 

Num exemplo concreto, como consumidor de quadrinhos desde a minha infância, hoje pra mim é muito difícil conversar com alguém que quer falar comigo sobre isso, que eu não veja que tenha esse "backround" comigo, me sinto exposto, não sei se posso evar a sério, ou se posso de fato argumentar como eu penso, já que nossa cultura fora colocada na vitrine, hoje todo mundo conhece, consome, ou gosta de alguma maneira desses personagens. Não sei se vocês passam por isso, mas nossa "tribo" sempre foi fechada, foi nossa. Ver o uso assim, e o pessoal de fora ditando as regras é bizarro.

E hoje isso está desenrolando até um efeito contrário, porque também está afetando o cinema. MILHÕES de pessoas foram levadas a consumir o cinema agora por causa desses filmes, e o impacto que isso gera transforma até a avaliação disso. Minha relação com o cinema não é a mesma de quadrinhos, não gosto de um por causa do outro e vice versa, então vejo como possível enxergar que alguém que só consome filmes de hqs, vê um coringa e EXIGE que o filme seja ARTE, SEJA RECONHECIDO, "OLHA SÓ COMO EU CONSUMO COISA SÉRIA, MIMIMI",  quando na realidade, é um filme comum. Um drama e um estudo de personagem, que pra não ir longe ou ser muito cult, Scorcese abordou em taxi driver de forma muito melhor.

Concluindo, os dois estão certos, mas estão se sentindo "lesados" ou com gente infiltrada que não deveria estar ali de fato. Orgulho ferido.

 

Scorcese está puto porque o cinema era dele e ele sabia o que fazer com seu público, e conversar com eles através de sua arte, e hoje ele não entende metade de quem está na sala de cinema, e que hoje realizadores dão importância a esses intrusos, e Moore por sua vez está exatamente assim, sobre os quadrinhos, dos quais ele culpa o cinema que expôs e transformou muito do pessoal que gosta de hq, trazendo gente não "preparada", ou algo do gênero.

 

Enfim, me alonguei e não sei se me fiz claro.

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12 minutes ago, primo said:

Não, não... foi de modo mais abrangente. Se uma propaganda governamental busca um tipo x de doutrinação (exemplo: enfatização de poderio bélico e política protecionista), imagino que seria uma campanha mais gradativa, que incluiria pitadas de outras linhas de pensamento para não gerar aversão automática à bandeira erguida, com o perdão do trocadilho.

Mas posto dessa forma e da que o Moore colocou, é pura abstração.

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1 minute ago, primo said:

no sentido de suposição? do alvo não ter dado elementos suficientes para uma afirmação?

Também, mas de ser uma afirmação muito dispersa, especialmente pela gravidade da "acusação". O mais claro nessa  critica aos super herói e ligação com ideias supremacistas é a conexão intrínseca com o conceito do "escolhido", do "salvador", que sim, pode ser lida de forma supremacista, mas que está presente na cultura desde sempre, diacho está na bíblia e nos mitos gregos, e que não necessariamente precisam ser lidos assim.

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Vou tentar fazer um exemplo bem idiota pra me fazer claro, mas isso se dá apenas pela minha dificuldade de deixar claro dentro do assunto.

Pra alguém que só come arroz e feijão, um estrogonofe é alta gastronomia. Pra alguém que sempre comeu estrogonofe, e experimenta um corte de carne, com um creme de alguma hortaliça, e uma espuma de alguma coisa, isso se torna alta gastronomia, e este por sua vez se experimenta uma cozinha molecular, ou alguma técnica de um restaurante premiado onde foram horas de cocção em baixa temperatura, mais molhos com ervas não sei o que, apenas alimentos orgânicos e sazonais, este entende que chegamos na alta gastronomia.

Meu ponto é que existe um processo como qualquer outro de evolução e para aguçar os sentidos, mesmo que seja na arte, ou no cinema, ou nas hqs.

De alguma forma, está acontecendo um nivelamento por baixo, que não só não desenvolve o expectador/leitor, como hoje cria indústrias apenas para alimentar esse mesmo nível, sequer sobrando espaço pra uma linguagem mais complexa ou rebuscada.

Então, na média, uma pessoa que tem 20 anos, e só viu filmes de herois nos últimos 10 anos, tropeça num coringa, na minha visão o cara fica vislumbrado quase que num mal sentido, já que por ele sequer ter visto as referências reais do filme do coringa, de que esse filme está reinventando a roda. O que não está, nem de perto, e como disse o questão se nem se chamasse o coringa não teria esse sucesso.

Mas há o lado positivo disso, que é servir de porta de entrada pra quem de fato está interessado.

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16 minutes ago, Questão said:

desde sempre

É um trecho de um minuto e meio da entrevista do Moore, e eu não assisti ao restante,
mas pareceu pra mim que, ao citar Trump e um cenário maior, ele aponta para o uso atual de conceitos supremacistas já usados, mas agora para uma finalidade específica. Já a minha parte aponta que isso não necessariamente faz coro com a pauta Scorsese, como você também apontou. E, acrescentando, o fato de ser pauta e inspirar perguntas a ícones da nossa arte não invalida ou torna suspeita a resposta. Moore pode enxergar uma propaganda supremacista no atual uso desses símbolos da cultura pop, e ninguém está dizendo que isso é novidade, até porque não é. O que vai dizer se tem algo a mais nesse uso é a análise mais abrangente, que inclui contexto histórico e detalhes que um primeiro olhar não capta. 

14 minutes ago, Gust84 said:

do coringa, de que esse filme está reinventando a roda

um ponto positivo, pra minha visão sobre isso, é que eu não interpretei isso de ninguém até agora. Há muitos elogios ao filme do Coringa, sim, mas no sentido de ir um pouco na contramão, mas não li nada exagerado. Talvez eu tenha dado sorte rs

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2 minutes ago, Gust84 said:

 

Então, na média, uma pessoa que tem 20 anos, e só viu filmes de herois nos últimos 10 anos, tropeça num coringa, na minha visão o cara fica vislumbrado quase que num mal sentido, já que por ele sequer ter visto as referências reais do filme do coringa, de que esse filme está reinventando a roda. O que não está, nem de perto, e como disse o questão se nem se chamasse o coringa não teria esse sucesso.

 É verdade GUST. Mas o que eu acho interessante de observar no subgênero de super heróis e sua evolução no cinema é que ele basicamente está repetindo o que aconteceu nos quadrinhos.

 E é ai que mora a ironia do comentário do Moore, já que ao meu ver, ele é um dos grandes responsáveis por esse movimento nos anos 1980. Antes da popularização da cultura de quadrinhos, quantos Nerds (antes do surgimento do termo Geek) não sacavam uma cópia de A PIADA MORTAL ou A QUEDA DE MURDOCK para calar aqueles que os acusavam de gostarem de "coisa de criança", que eram exatamente o que os quadrinhos de super heróis eram antes da revolução capitaneada por Moore e Miller (ainda que caras como Dennis O'Neill e Gerry Conway já escrevessem histórias relativamente maduras nos anos 1970). Então, o que acontece com CORINGA agora nada mais é do que uma reprise do que acontece nas Hqs há muito tempo.

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22 minutes ago, primo said:

Moore pode enxergar uma propaganda supremacista no atual uso desses símbolos da cultura pop

Assim como podemos apontar que a forma como ele coloca é uma abstração pura. Não digo que a discussão não deve acontecer. Mas tendo em vista a gravidade da acusação, ela deveria trazer elementos mais concretos. Por isso acho que o Moore foi infeliz na forma como se colocou nesse trecho específico 

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5 minutes ago, Questão said:

 É verdade GUST. Mas o que eu acho interessante de observar no subgênero de super heróis e sua evolução no cinema é que ele basicamente está repetindo o que aconteceu nos quadrinhos.

 E é ai que mora a ironia do comentário do Moore, já que ao meu ver, ele é um dos grandes responsáveis por esse movimento nos anos 1980. Antes da popularização da cultura de quadrinhos, quantos Nerds (antes do surgimento do termo Geek) não sacavam uma cópia de A PIADA MORTAL ou A QUEDA DE MURDOCK para calar aqueles que os acusavam de gostarem de "coisa de criança", que eram exatamente o que os quadrinhos de super heróis eram antes da revolução capitaneada por Moore e Miller (ainda que caras como Dennis O'Neill e Gerry Conway já escrevessem histórias relativamente maduras nos anos 1970). Então, o que acontece com CORINGA agora nada mais é do que uma reprise do que acontece nas Hqs há muito tempo.

Não discordo, por isso que eu disse que se espremer bem a reclamação, é uma disputa de "no meu tempo era melhor". O que eu me incluo, haha.

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Na real esse papo do Moore surpreende pouco e o motivo é claro: ele não assiste. Se assistisse não falaria tanta bobagem. O Questão já apontou o discurso de alguns filmes mas nem precisava ir tão longe. Vai em Iron Man, primeiro filme desse universo, e já estamos vendo o drama de alguém diante do legado bélico que ajudou a produzir. Um discurso que não poderia fugir mais do que é a base do governo americano hoje (e infelizmente o nosso). 

Antes tentaram atacar o monopólio da Disney e o que isso representa, e honestamente acho um ataque super importante. Agora estão direcionando ao conteúdo que representa o sucesso máximo desse monopólio. Só que tem esse problema, o tipo de crítica do Moore não se relaciona com o tipo de arte criada na Marvel Studios. Não estou comparando a complexidade, mas a visão ideológica de Moore e o que costumamos ver nos filmes da Marvel são muito semelhantes. E o motivo do MCU fazer tanto sucesso não é por uma alienação do público (ou sim, mas aí saímos do assunto MCU e vamos discutir porque o público prefere filmes populares à cinema experimental) mas sim por ser o melhor tipo de blockbuster produzido hoje. Ready Player One, Alita ou o novo Exterminador do Futuro não vão fazer menos dinheiro porque a Disney está hipnotizando o seu público, mas sim porque eles são inferiores ao que a Marvel costuma fazer. E fora o fator universo compartilhado que nunca vai afetar quem nunca se permitiu dar uma chance a experiência. E com certeza é o caso dele, Scorsese e outros aí. 

O grande problema é que eles resolveram atacar a qualidade dos filmes, no caso do Moore foi pior, associar a alta desses filmes à crescente dos governos fascistas pelo mundo em um dos comentários mais esquizofrenicos que já vi. Seria bem mais interessante se elaborassem um comentário mais profundo sobre a indústria de cinema americana. Qual o máximo alcance que um filme pode ter sem ser tóxico com os que estão ao seu lado? Mas isso aí poderiam ter feito desde o final dos anos 70 quando Tubarão saiu. Legal discutir agora, só que centralizar na marvel studios é desonesto. 

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5 minutes ago, primo said:

Vou caçar outros trechos da mesma entrevista. Vai que...
Mas, de todo modo, se tiver total fundamento, eu não me surpreenderia.

Não tem nada de concreto na entrevista dele. E esse é o problema diante do tamanho da acusação que ele fez. Por que o que você coloca no segundo paragrafo "eu não me surpreenderia..." é o suficiente pra muita gente (não acho que seja pra você, mas entendeu o meu ponto). Discutir é interessante, mas fazer isso em cima de uma abstração? É banalizante. Pois se tudo é doutrina supremacista, nada é doutrina supremacista, e isso sim é nocivo.

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5 minutes ago, Tensor said:

 Qual o máximo alcance que um filme pode ter sem ser tóxico com os que estão ao seu lado? Mas isso aí poderiam ter feito desde o final dos anos 70 quando Tubarão saiu. Legal discutir agora, só que centralizar na marvel studios é desonesto. 

Pois é...foi o que eu comentei já logo no início desta discussão? podiam  vir com essa discussão armamentista durante o lançamento de Star Wars, no auge da Guerra Fria pós-Vietnã, que nada mais é a simpatica aventura intergalática que deu origem ao blockbuster.  Patriotismo existe desde que nasceu cinema e releituras neo-colonialistas existem até nos antigos faroestes de sessão da tarde.

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18 minutes ago, Questão said:

se tudo é doutrina supremacista

não chega a tanto. Até pq o debate chegou a essa quantidade de postagens mais pelo background Scorsese rs
Apenas não acho que seria absurdo se, mais uma vez, personagens simbólicos como Steve Rogers fossem usados como propaganda ideológica de um cenário bem específico.

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4 minutes ago, primo said:

não chega a tanto. Até pq o debate chegou a essa quantidade de postagens mais pelo background Scorsese rs
Apenas não acho que seria absurdo se, mais uma vez, personagens simbólicos como Steve Rogers fossem usados como propaganda ideológica de um cenário bem específico.

Segundo o Moore, sim, chega a tanto.

 E quando se faz uma acusação dessa do calibre que o Moore fez, balizada por um "não me surpreenderia" ou "não seria absurdo", sem argumentos baseados em concretude, apenas abstrações, nos aproximamos perigosamente da banalização desta acusação.

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COMPRA DA FOX PELA DISNEY SERÁ REAVALIADA PELO GOVERNO BRASILEIRO!

Capa da Publicação
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), uma autarquia federal brasileira vinculada ao Ministério da Justiça, revelou hoje que irá reavaliar o caso da compra da Fox pela Disney. Segundo o órgão, as empresas não cumpriram com os termos assinados durante o processo de compra.O acordo que autorizava a fusão entre Fox e Disney tinha uma condição específica: as empresas precisariam se desfazer do canal Fox Sports. O objetivo era que três empresas diferentes possuíssem pedaços iguais da programação esportiva do Brasil. O SporTV, por exemplo, pertence à Globosat, enquanto a ESPN pertence à Disney. Sendo assim, o Fox Sports não poderia fazer também parte do conglomerado Disney.
“Embora as partes tenham se esforçado para cumprir a determinação, a venda [do Fox Sports] não foi concretizada. Desse modo, conforme previsto na cláusula 14.3 do ACC, o Cade decidiu revisar a operação”, diz o comunicado do órgão brasileiro.A compra da Fox pela Disney tinha sido aprovada pelo Cade em fevereiro. O investimento custou aos cofres da Disney cerca de US$ 71 bilhões e foi finalizado em março.

 

Pra quem está acompanhando, a compra já deu merda no que consiste aos Simpsons: simplesmente alteraram o padrão de imagem das temporadas passadas no Disney+, fazendo com que se perdesse uma parte da imagem, alguns episódios simplesmente perderam piadas visuais (como quando descobrimos que as 3 diferentes Duff Bier vem do mesmo cano). Isso ainda vai longe...? é de arrepiar a falta de respeito com o conteúdo original!

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