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Cotas em Universidades


Travis Bickle
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Você é a favor da adoção do sistema de cotas em universidades ?  

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  1. 1. Você é a favor da adoção do sistema de cotas em universidades ?

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Oh yeah!!!!!161616

 

Encerradas as inscrições para o Vestibular da UFRGS de 2008. A Universidade está informando que MENOS de 3,8% dos inscritos se declararam negros, quando as cotas dão 15% de vagas.
 
Isso prova aquilo que nós já vinhamos dizendo:
 
1°- A imensa maioria da população gaúcha, incluindo os negros, são CONTRA as cotas. Por isso muitos negros se inscreveram no sitema geral e não como candidatos a uma vaga pelas cotas;
 
2°- 15% de vagas para negros é um número absurdo, pois a população negra no RS é muito menor do que este percentual;
 
3°- 3,7...% de inscritos como negros é um número muito inferior ao número de negros na população, provando que não é através de uma medida artificial e autoritária que vai se resolver o problema da inclusão dos negros. A única forma disso ocorrer seria investir no ensino básico (fundamental e médio) e fazer com que negros e pobres possam chegar por mérito à Universidade, em vez que criar um artificialismo e, como conseqüência, surgir muitas outras distorções na Universidade, precarizando a qualidade de ensino.
 
 
O Movimento Contra as Cotas na UFRGS considera este resultado a prova do fracasso do sistema de cotas, que antes mesmo de começar já mostra que não funciona.
E estes dados servirão também de argumento nas ações que estão sendo ajuizadas pedindo o fim do sistema de cotas na UFRGS.
Scarlet Rose2007-10-11 00:59:24
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Para não dar trégua, achei um texto bem sóbrio que expressa exatamente o que penso sobre os indivíduos contra as cotas.

 

 

 

21.08.06 - BRASIL

 

As falácias da Revista Veja na análise da questão racial brasileira


Ana Paula Maravalho *


Adital -

A revista Veja desta semana traz matéria sobre o recém lançado livro do jornalista Ali Kamel, diretor executivo de jornalismo da Rede Globo, Não somos racistas, no qual, segundo o periódico, o autor desbanca em "análise demolidora", "as falácias da política de cotas raciais" ("Contra o mito da ‘nação bicolor’", pág. 126). Nos gráficos que ilustram a reportagem, a revista afirma que "os movimentos que reivindicam cotas no mercado de trabalho para negros dividem a população brasileira em duas raças" (brancos:52% e negros: 48%), e em seguida que "o jornalista Ali Kamel observa que esta conta ignora os pardos - os numerosos filhos da miscigenação brasileira. Os números corretos seriam outros: brancos - 52%; negros - 6% e pardos- 42%". A revista repete aqui, pela enésima vez, um expediente falacioso ao qual recorre a cada vez que se posiciona contra as cotas: o de confundir o leitor, ao utilizar, errônea e propositalmente, o termo "negros" para significar "pretos". Como veículo jornalístico que é, elaborado por profissionais competentes no manejo das informações, e mais ainda, já alertada por leitores atentos às numerosas reincidências no malogro determinado que comete, a revista e seus editores sabem muito bem que "os movimentos que reivindicam cotas" utilizam o termo "negro" para indicar a população formada pela soma de "pretos" e "pardos", que vêm a ser os termos utilizados pelo IBGE para classificar a população afro-descendente no Brasil. Considerando que os efeitos do racismo no Brasil atingem indistintamente estes dois grupos (ao contrário do que supõe a teoria da democracia racial), os movimentos negros (atenção ao plural!), assim como vários pesquisadores de órgãos oficiais no país e membros da academia utilizam o termo "negro" significando a soma dos percentuais relativos aos auto-declarados "pretos" (6% da população brasileira) e "pardos" (42% da população), totalizando 48% de "negros".

 

O debate em relação às cotas é legítimo e saudável num país em que pouco se discutem os efeitos de um racismo permanente, contundente e cruel para com suas vítimas. Ser contra as cotas é um ponto de vista, que deve ser respeitado quando vem ao debate com limpeza de propósitos. No entanto, a utilização de argumentos falaciosos como o acima descrito, empregado pela citada revista, mais uma vez, com o único objetivo de desinformar e manipular o leitor, revela a pobreza de argumentos de quem procura, desesperadamente, tapar o sol com uma peneira.

O livro de Ali Kamel tem, no entanto, um mérito indiscutível: o de escrever com todas as letras a teoria abraçada pelo diretor executivo de jornalismo da Rede Globo, que não deve estar longe das diretrizes da própria emissora. E, a julgar pelo entusiasmo do jornalista que escreveu sobre o livro, também é a opinião da revista em questão. A base da teoria é a mesma que embala a nação brasileira desde suas origens: a de que não somos racistas porque somos um país de mestiços. Daí a necessidade de explicar, ou melhor, denunciar que "não há negros no Brasil".

É verdade que a composição racial brasileira não é fácil de explicar. Sem duvida, a categoria de "negros" não é homogênea. Tampouco a de "brancos"; o que leva à constatação de que, ao lado do aparentemente insolúvel problema de "quem é o negro no Brasil", há que se discutir a não menos complicada definição de "quem é o branco no Brasil". Sobretudo quando os argumentos contrários às cotas se concentram na negação da bipolaridade racial.

A definição da branquitude sofreu modificações ao longo de nossa História. Inicialmente reservada aos originários dos países da antiga Europa, os limites do conceito foram se alargando para absorver povos que, a princípio, encontravam-se do lado de lá do perímetro racial. É assim que pessoas que em outros países possuem identidade racial própria (e que sofrem discriminação por esta razão) podem legitimamente - e só no Brasil - reconhecer-se e afirmar-se "brancos". É verdade que, para os descendentes destes povos - judeus, árabes, orientais - a democracia racial funciona perfeitamente. Ainda que preservem valores culturais específicos, a teoria da mestiçagem os absorveu por completo, equiparando-os aos "brancos" em tudo.

Oposto ao contingente "branco" - real ou virtual - encontra-se sua antítese, o "negro". E aqui, também encontramos a influência da teoria da mestiçagem. No Brasil, é negro quem não pode ser considerado branco. A definição é bastante larga para permitir que negros suficientemente claros para cruzar a "linha da cor" possam se autodefinir como brancos. Num país onde ser negro sempre significou estar associado a tudo que é negativo, cruzar a "linha da cor" tornando-se branco é a única alternativa permitida pela idéia da mestiçagem. E é justamente aí que a política de cotas causa uma revolução, ao possibilitar que esta "linha" possa ser cruzada no sentido inverso: tornar-se negro passa a constituir, sim, uma opção de futuro. 

Os brancos que se posicionam contrários às cotas o fazem por vários motivos. Entre eles está o de crer, com sinceridade, no mito da democracia racial, na relação harmônica e perfeita entre as diferentes raças em nosso país. É possível, e mesmo provável, que uma pessoa branca creia nisto, sinceramente. Motivos não lhe faltarão: afinal, a questão racial nunca foi uma prioridade em sua vida - nunca foi discriminada por sua cor, e se já discriminou alguém, nem percebeu (contar piadas sobre negros ou repetir alguns "provérbios" oriundos da infinita e sempre correta sabedoria popular não vale, não é? É só brincadeirinha, sem intenção de magoar ninguém!). Uma pessoa branca poderá viver sua vida inteira sem ser obrigado a definir ou declarar sua branquitude, a não ser no censo. Dificilmente terá passado pela experiência de ter seus erros justificados pela sua cor, ou de ver seus méritos - mesmo que excelentes - serem menosprezados também em função de sua cor. Uma pessoa branca, mesmo pobre, sempre pôde se identificar pela sua cor com os heróis e heroínas de sua infância, fossem eles personagens de um filme, da novela, do livro de História ou mesmo de um livro de historinhas para crianças.

Uma pessoa branca pode, sinceramente, achar que nunca fez distinções entre brancos e negros. Esta nunca foi uma questão importante para ela, até surgirem as discussões sobre cotas para negros na Universidade e no mercado de trabalho. A revolta é então, legitimada pelo sentimento de se sentir usurpado em seu sagrado direito à igualdade por um grupelho que, de uma hora para outra, resolveu importar de outras paragens conflitos até então inexistentes no Brasil. Uma pessoa que pense desta maneira pode mesmo estar sendo sincera em sua revolta contra os que advogam que a política de cotas é a única solução para o problema racial brasileiro. Pois, segundo tudo o que acreditam, a verdadeira solução para o sucesso está no esforço pessoal, no mérito. Estão aí para provar todos os negros que alcançaram posição de destaque em suas carreiras: a Glória Maria, a Zezé Mota, o Lázaro Ramos, isso pra não falar nos inúmeros cantores e jogadores de futebol negros, que ganham milhões!

O único problema é que, se estamos falando de democracia racial mesmo, não deveríamos poder "identificar" a Gloria Maria, a Zezé Mota, o Antônio Pitanga, o Lázaro Ramos, a Deise Nunes (para aqueles que não se lembram, ou não sabem, a nossa única Miss Brasil negra, "eleita" em 1986). E se dermos ainda mais tratos à bola, veremos que entre os exemplos de negros bem sucedidos há muito poucos no nosso círculo íntimo de amizades. À medida em que subimos os degraus sociais, "muito poucos" vira eufemismo para "nenhum". Pois é muito possível, e mesmo provável, que uma pessoa branca das classes média e alta, no Brasil, atravesse toda a sua vida sem jamais cruzar com pessoas negras no seu círculo social. E aqui não falo do "álibi negro", aquele que os brasileiros costumam tirar da cartola cada vez que precisam explicar porque não são racistas - aquela empregada que é tratada como se fosse da família, aquele porteiro com quem conversa todos os dias, aquele menino negro a quem sempre dão um trocado no sinal.Falo de pessoas com quem podem se relacionar de igual pra igual, com quem tenham estudado no mesmo colégio, com quem dividam, no mesmo nível, um posto no trabalho, com o mesmo salário, o mesmo carro. Tudo bem, vai. Um vizinho no mesmo prédio, na mesma rua, já vale. Ou a médica com quem costumam se consultar. O pediatra dos seus filhos. O dentista. Quantas destas pessoas são negras?

Se os exemplos nacionais e pessoais são tão poucos, já não seria um motivo de alerta de que esta democracia racial não é tão democrática assim? Sim, pois numa democracia racial digna deste nome, os negros que teriam "conseguido" seriam tantos que não deveríamos ser capazes de nomear, isolar, apontar "a" exceção que confirma a regra. Que regra? A de que pra "conseguir", para "chegar lá", ser branco é um dos requisitos. E ser negro atrapalha.

A não ser que haja outra explicação. A de que, se os negros não conseguem, é porque tem alguma coisa errada com eles, não com a sociedade. Deve ser porque eles são incapazes, preguiçosos, burros mesmo. Feitos para ser dominados. Geneticamente dotados para a pobreza e o crime. Bingo! Taí a explicação!

O problema com esta explicação é que ela não é, digamos, original. Não é uma decorrência lógica dos fatos, não é uma conclusão a ser tirada da realidade dos negros no Brasil. Na verdade, ela é a própria espinha dorsal do racismo, organizado como doutrina "científica" no século XIX e sistematizado como pedra de toque da concepção de nação brasileira: uma nação mestiça a contragosto, mas que poderia almejar seu lugar ao sol, entre os países civilizados, desde que promovesse o embranquecimento paulatino de sua população. E é a partir desta idéia sistematizada - a da mestiçagem como uma etapa necessária para promover o embranquecimento, de forma a que não haja mais negros no país - que se estabeleceram e se mantêm até hoje as relações raciais por aqui.

O embranquecimento não se resumiu aos discursos dos intelectuais da época, como Sílvio Romero, Oliveira Viana, Nina Rodrigues. Foi mesmo política oficial de governo, como quando o Estado brasileiro promoveu a entrada em massa no país de colonos europeus para ocupar os postos de trabalho liberados a partir da abolição da escravização, pagando a viagem e em muitos casos cedendo terras, insumos e máquinas, ao mesmo tempo em que fechava os portos aos africanos (decreto 528, de 28 de junho de 1890); ou quando o Itamaraty, em 1921, emitiu ordens explícitas para que as embaixadas brasileiras nos Estados Unidos negassem o visto aos afro-americanos que pretendiam comprar terras em Mato Grosso.

O embranquecimento é também a política dominante nos meios de comunicação brasileiros, que conseguiram, através da invisibilização da população negra (pretos e pardos, indistintamente) promover a imagem do país como formado quase 100% por brancos - basta ver as páginas das revistas de moda, de "boa forma" e muitas das novelas e minisséries televisivas.

Diante deste quadro, para não falar nas pesquisas que, desde 1990, vêm mostrando as diferenças abismais entre os índices de desenvolvimento humano de negros e brancos no Brasil, caem todos os argumentos que se posicionam contra as cotas por entenderem que em nosso país não há racismo. Esta discussão já foi superada, inclusive pelo próprio Estado, que em 1995, sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, reconheceu que somos sim, um país racista. O Estado Brasileiro também se comprometeu a empregar os esforços necessários para reduzir o abismo social causado pela discriminação racial histórica no país, em cumprimento aos Tratados e Convenções Internacionais dos quais o Brasil é signatário, e que incluem as ações afirmativas como instrumento de ação legítima contra o racismo. O livro de Ali Kamel já nasce, portanto, anacrônico e deficiente em seus argumentos. Pode-se ser contra as cotas por vários motivos. Negar a existência do racismo no Brasil, no entanto, beira o revisionismo.


* Conselheira Gestora do Observatório Negro.
<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Plutão Orco2007-10-11 09:50:18
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Falou princesinha!06

 

A matéria que postei caiu como uma luva. Veja:

 

Oh yeah!!!!!161616

 

Encerradas as inscrições para o Vestibular da UFRGS de 2008. A Universidade está informando que MENOS de 3,8% dos inscritos se declararam negros, quando as cotas dão 15% de vagas.
 
Isso prova aquilo que nós já vinhamos dizendo:
 
1°- A imensa maioria da população gaúcha, incluindo os negros, são CONTRA as cotas. Por isso muitos negros se inscreveram no sitema geral e não como candidatos a uma vaga pelas cotas;
 
2°- 15% de vagas para negros é um número absurdo, pois a população negra no RS é muito menor do que este percentual;

[/quote']

Artigo da Adital:

 

Nos gráficos que ilustram a reportagem, a revista afirma que "os movimentos que reivindicam cotas no mercado de trabalho para negros dividem a população brasileira em duas raças" (brancos:52% e negros: 48%), e em seguida que "o jornalista Ali Kamel observa que esta conta ignora os pardos - os numerosos filhos da miscigenação brasileira. Os números corretos seriam outros: brancos - 52%; negros - 6% e pardos- 42%". A revista repete aqui, pela enésima vez, um expediente falacioso ao qual recorre a cada vez que se posiciona contra as cotas: o de confundir o leitor, ao utilizar, errônea e propositalmente, o termo "negros" para significar "pretos". Como veículo jornalístico que é, elaborado por profissionais competentes no manejo das informações, e mais ainda, já alertada por leitores atentos às numerosas reincidências no malogro determinado que comete, a revista e seus editores sabem muito bem que "os movimentos que reivindicam cotas" utilizam o termo "negro" para indicar a população formada pela soma de "pretos" e "pardos", que vêm a ser os termos utilizados pelo IBGE para classificar a população afro-descendente no Brasil. Considerando que os efeitos do racismo no Brasil atingem indistintamente estes dois grupos (ao contrário do que supõe a teoria da democracia racial), os movimentos negros (atenção ao plural!), assim como vários pesquisadores de órgãos oficiais no país e membros da academia utilizam o termo "negro" significando a soma dos percentuais relativos aos auto-declarados "pretos" (6% da população brasileira) e "pardos" (42% da população), totalizando 48% de "negros".

 


3°- 3' date='7...% de inscritos como negros é um número muito inferior ao número de negros na população, provando que não é através de uma medida artificial e autoritária que vai se resolver o problema da inclusão dos negros. A única forma disso ocorrer seria investir no ensino básico (fundamental e médio) e fazer com que negros e pobres possam chegar por mérito à Universidade, em vez que criar um artificialismo e, como conseqüência, surgir muitas outras distorções na Universidade, precarizando a qualidade de ensino.
[/quote'] 

 

Artigo da Adital

 

A base da teoria é a mesma que embala a nação brasileira desde suas origens: a de que não somos racistas porque somos um país de mestiços. Daí a necessidade de explicar, ou melhor, denunciar que "não há negros no Brasil".

 

É verdade que a composição racial brasileira não é fácil de explicar. Sem duvida, a categoria de "negros" não é homogênea. Tampouco a de "brancos"; o que leva à constatação de que, ao lado do aparentemente insolúvel problema de "quem é o negro no Brasil", há que se discutir a não menos complicada definição de "quem é o branco no Brasil". Sobretudo quando os argumentos contrários às cotas se concentram na negação da bipolaridade racial.

A definição da branquitude sofreu modificações ao longo de nossa História. Inicialmente reservada aos originários dos países da antiga Europa, os limites do conceito foram se alargando para absorver povos que, a princípio, encontravam-se do lado de lá do perímetro racial. É assim que pessoas que em outros países possuem identidade racial própria (e que sofrem discriminação por esta razão) podem legitimamente - e só no Brasil - reconhecer-se e afirmar-se "brancos". É verdade que, para os descendentes destes povos - judeus, árabes, orientais - a democracia racial funciona perfeitamente. Ainda que preservem valores culturais específicos, a teoria da mestiçagem os absorveu por completo, equiparando-os aos "brancos" em tudo.

Oposto ao contingente "branco" - real ou virtual - encontra-se sua antítese, o "negro". E aqui, também encontramos a influência da teoria da mestiçagem. No Brasil, é negro quem não pode ser considerado branco. A definição é bastante larga para permitir que negros suficientemente claros para cruzar a "linha da cor" possam se autodefinir como brancos. Num país onde ser negro sempre significou estar associado a tudo que é negativo, cruzar a "linha da cor" tornando-se branco é a única alternativa permitida pela idéia da mestiçagem. E é justamente aí que a política de cotas causa uma revolução, ao possibilitar que esta "linha" possa ser cruzada no sentido inverso: tornar-se negro passa a constituir, sim, uma opção de futuro. 

Os brancos que se posicionam contrários às cotas o fazem por vários motivos. Entre eles está o de crer, com sinceridade, no mito da democracia racial, na relação harmônica e perfeita entre as diferentes raças em nosso país. É possível, e mesmo provável, que uma pessoa branca creia nisto, sinceramente. Motivos não lhe faltarão: afinal, a questão racial nunca foi uma prioridade em sua vida - nunca foi discriminada por sua cor, e se já discriminou alguém, nem percebeu (contar piadas sobre negros ou repetir alguns "provérbios" oriundos da infinita e sempre correta sabedoria popular não vale, não é? É só brincadeirinha, sem intenção de magoar ninguém!). Uma pessoa branca poderá viver sua vida inteira sem ser obrigado a definir ou declarar sua branquitude, a não ser no censo. Dificilmente terá passado pela experiência de ter seus erros justificados pela sua cor, ou de ver seus méritos - mesmo que excelentes - serem menosprezados também em função de sua cor. Uma pessoa branca, mesmo pobre, sempre pôde se identificar pela sua cor com os heróis e heroínas de sua infância, fossem eles personagens de um filme, da novela, do livro de História ou mesmo de um livro de historinhas para crianças.

Uma pessoa branca pode, sinceramente, achar que nunca fez distinções entre brancos e negros. Esta nunca foi uma questão importante para ela, até surgirem as discussões sobre cotas para negros na Universidade e no mercado de trabalho. A revolta é então, legitimada pelo sentimento de se sentir usurpado em seu sagrado direito à igualdade por um grupelho que, de uma hora para outra, resolveu importar de outras paragens conflitos até então inexistentes no Brasil. Uma pessoa que pense desta maneira pode mesmo estar sendo sincera em sua revolta contra os que advogam que a política de cotas é a única solução para o problema racial brasileiro. Pois, segundo tudo o que acreditam, a verdadeira solução para o sucesso está no esforço pessoal, no mérito. 06 Estão aí para provar todos os negros que alcançaram posição de destaque em suas carreiras: a Glória Maria, a Zezé Mota, o Lázaro Ramos, isso pra não falar nos inúmeros cantores e jogadores de futebol negros, que ganham milhões!

O único problema é que, se estamos falando de democracia racial mesmo, não deveríamos poder "identificar" a Gloria Maria, a Zezé Mota, o Antônio Pitanga, o Lázaro Ramos, a Deise Nunes (para aqueles que não se lembram, ou não sabem, a nossa única Miss Brasil negra, "eleita" em 1986). E se dermos ainda mais tratos à bola, veremos que entre os exemplos de negros bem sucedidos há muito poucos no nosso círculo íntimo de amizades. À medida em que subimos os degraus sociais, "muito poucos" vira eufemismo para "nenhum". Pois é muito possível, e mesmo provável, que uma pessoa branca das classes média e alta, no Brasil, atravesse toda a sua vida sem jamais cruzar com pessoas negras no seu círculo social. E aqui não falo do "álibi negro", aquele que os brasileiros costumam tirar da cartola cada vez que precisam explicar porque não são racistas - aquela empregada que é tratada como se fosse da família, aquele porteiro com quem conversa todos os dias, aquele menino negro a quem sempre dão um trocado no sinal.Falo de pessoas com quem podem se relacionar de igual pra igual, com quem tenham estudado no mesmo colégio, com quem dividam, no mesmo nível, um posto no trabalho, com o mesmo salário, o mesmo carro. Tudo bem, vai. Um vizinho no mesmo prédio, na mesma rua, já vale. Ou a médica com quem costumam se consultar. O pediatra dos seus filhos. O dentista. Quantas destas pessoas são negras?

Se os exemplos nacionais e pessoais são tão poucos, já não seria um motivo de alerta de que esta democracia racial não é tão democrática assim? Sim, pois numa democracia racial digna deste nome, os negros que teriam "conseguido" seriam tantos que não deveríamos ser capazes de nomear, isolar, apontar "a" exceção que confirma a regra. Que regra? A de que pra "conseguir", para "chegar lá", ser branco é um dos requisitos. E ser negro atrapalha.

A não ser que haja outra explicação. A de que, se os negros não conseguem, é porque tem alguma coisa errada com eles, não com a sociedade. Deve ser porque eles são incapazes, preguiçosos, burros mesmo. Feitos para ser dominados. Geneticamente dotados para a pobreza e o crime. Bingo! Taí a explicação!

O problema com esta explicação é que ela não é, digamos, original. Não é uma decorrência lógica dos fatos, não é uma conclusão a ser tirada da realidade dos negros no Brasil. Na verdade, ela é a própria espinha dorsal do racismo, organizado como doutrina "científica" no século XIX e sistematizado como pedra de toque da concepção de nação brasileira: uma nação mestiça a contragosto, mas que poderia almejar seu lugar ao sol, entre os países civilizados, desde que promovesse o embranquecimento paulatino de sua população. E é a partir desta idéia sistematizada - a da mestiçagem como uma etapa necessária para promover o embranquecimento, de forma a que não haja mais negros no país - que se estabeleceram e se mantêm até hoje as relações raciais por aqui.

O embranquecimento não se resumiu aos discursos dos intelectuais da época, como Sílvio Romero, Oliveira Viana, Nina Rodrigues. Foi mesmo política oficial de governo, como quando o Estado brasileiro promoveu a entrada em massa no país de colonos europeus para ocupar os postos de trabalho liberados a partir da abolição da escravização, pagando a viagem e em muitos casos cedendo terras, insumos e máquinas, ao mesmo tempo em que fechava os portos aos africanos (decreto 528, de 28 de junho de 1890); ou quando o Itamaraty, em 1921, emitiu ordens explícitas para que as embaixadas brasileiras nos Estados Unidos negassem o visto aos afro-americanos que pretendiam comprar terras em Mato Grosso.

O embranquecimento é também a política dominante nos meios de comunicação brasileiros, que conseguiram, através da invisibilização da população negra (pretos e pardos, indistintamente) promover a imagem do país como formado quase 100% por brancos - basta ver as páginas das revistas de moda, de "boa forma" e muitas das novelas e minisséries televisivas.

Plutão Orco: 12 Ouch!06

 


 
O Movimento Contra as Cotas na UFRGS considera este resultado a prova do fracasso do sistema de cotas' date=' que antes mesmo de começar já mostra que não funciona.
E estes dados servirão também de argumento nas ações que estão sendo ajuizadas pedindo o fim do sistema de cotas na UFRGS.
[/quote']

 

Artigo da Adital:

Diante deste quadro, para não falar nas pesquisas que, desde 1990, vêm mostrando as diferenças abismais entre os índices de desenvolvimento humano de negros e brancos no Brasil, caem todos os argumentos que se posicionam contra as cotas por entenderem que em nosso país não há racismo. Esta discussão já foi superada, inclusive pelo próprio Estado, que em 1995, sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, reconheceu que somos sim, um país racista. O Estado Brasileiro também se comprometeu a empregar os esforços necessários para reduzir o abismo social causado pela discriminação racial histórica no país, em cumprimento aos Tratados e Convenções Internacionais dos quais o Brasil é signatário, e que incluem as ações afirmativas como instrumento de ação legítima contra o racismo. O livro de Ali Kamel já nasce, portanto, anacrônico e deficiente em seus argumentos. Pode-se ser contra as cotas por vários motivos. Negar a existência do racismo no Brasil, no entanto, beira o revisionismo.

Plutão Orco: 10
Plutão Orco2007-10-11 10:24:37
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A verdade é uma só: a classe média brasileira é cada vez mais surrada por um governo fascista/populista que tenta mediar diferenças sociais através de medidas autoritárias e segregacionistas. Como fica o indivíduo que não é rico o bastante para pagar uma faculdade particular nem pobre o suficiente para ser sustentado pelo governo?

E o que é pior, por que não CRIAR 30% a mais de vagas ao invés de acirrar a concorrência já absurda do vestibular?

 

As cotas são ridículas e só desenterram o racismo. Eu sou mulher e já fui vítima de preconceito várias vezes...as mulheres passaram séculos reclusas em um mundo à parte, impedidas de interferir política e socialmente em seus países, sem poder de voto ou de qualquer alternativa de inserção na sociedade. O voto feminino só veio na década de 20, cerca de  40 anos depois da abolição da escravatura no Brasil. Em países desenvolvidos como a Dinamarca, as mulheres ainda recebem´remunerações substancialmente inferiores as dos homens em funções iguais. Quantas engenheiras vc conhece? Quantas filósofas ou escritoras deixaram marcas em séculos passados?

 Vamos fazer o que? Pedir cotas para mulheres no congresso? Nas empresas? Nas universidades? Eu me sentiria envergonhada se uma medida dessas fosse sequer sugerida.

Já que falo especificamente da UFRGS, bom citar que as mulheres hoje são maioria no curso mais disputado da Universidade: Medicina.

E por que isso corre? Simples. As reformas sociais são gradativas e só dependem de um cenário ideal que contribua para o aparecimento de novas classes sociais e melhor distribuição de renda (somos um dos piores países em distribuição de renda, como é sabido).

As cotas são ridículas e o racismo no Brasil, brando. È preciso ser muito ignorante para considerar o racismo que temos aqui como ofensivo. Os gays são muito mais discriminados que os negros, constantemente vítimas de agressão e hostilidades.

Cotas pra quÊ?

Isso é uma piada...a nova agora é colocar índios na faculdade SEM vestibular (e o reitor diz isso com a maior naturalidade, não deixando escapar, obviamente, que é um capacho do governo Lula).

Não estou para esquerdismos fanáticos, muito menos para suas fontes. Dou tanto valor a elas quanto dou à Veja.
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Plutão. Não negamos (pelo menos eu) que exista racismo no Brasil. Ao contrário do que pensam é uma realidade bem viva, apesar de oculta. Porém, o que discordo não é a percepção da existência deste preconceito mas a solução proposta.

Aliás, o artigo que você postou, muito bom por sinal e bastante esclarecedor para quem não tem conhecimento no assunto, não propõe uma solução. Ele trabalha com os conceitos, analisa a sociedade mas deixa a desejar na hora de argumentar pelas cotas na universidade.

Para mim, isso ainda é tentar tapar o sol com a peneira. A situação "original" ainda estará lá, mas o que muda é que alguns negros serão pescados deste lamaçal. É uma atitude que remedia mas não previne.

Muito mais lógico é o governo fornecer uma educação básica de qualidade, e assim dar iguais condições a todos brasileiros. Mas parece que o governo está meio preguiçoso de trilhar este caminho, que é bem mais difícil e custoso, preferindo ficar no mais fácil (mas não mais eficaz) e que dá mais popularidade.

 

Sem contar que não sabemos o impacto destas cotas na sociedade brasileira e no imaginário. Querendo ou não, vai institucionalizar uma discriminação (ainda que alguns dizem discriminação positiva). Não que ele nunca existiu, e justamente o contrário, mas qual será o impacto disso nas mentalidades?
Conan o bárbaro2007-10-13 11:43:23
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Conan, o preconceito racial no Brasil é insipiente se comparado ao de outros países. Há sociedades com problemática raciais muito mais profundas do que a nossa. Não acredito em racismo no Brasil (não predominantemente), mas em CLASSISMO. Tendo grana vc é aceito em qualquer lugar, em qualquer instituição, pública ou privada. É a estampa do sujeito que denota o poder aquisitivo dele e é por isso que eu desacredito nesse enfoque da cor. Se há menos negros nas universidades gaúchas é porque existem menos negros na população. Eu senti esse contraste diretamente quando me mudei do Mato Grosso do Sul (intensamente miscigenado) para o RS. Lá tinha muito negro em escolas particulares, em universidades, negros formados, enfim...

Não vejo cabimento nessa segregação. Aqui, muito menos.
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Conan' date=' o preconceito racial no Brasil é insipiente se comparado ao de outros países. Há sociedades com problemática raciais muito mais profundas do que a nossa. Não acredito em racismo no Brasil (não predominantemente), mas em CLASSISMO. Tendo grana vc é aceito em qualquer lugar, em qualquer instituição, pública ou privada. É a estampa do sujeito que denota o poder aquisitivo dele e é por isso que eu desacredito nesse enfoque da cor. Se há menos negros nas universidades gaúchas é porque existem menos negros na população. Eu senti esse contraste diretamente quando me mudei do Mato Grosso do Sul (intensamente miscigenado) para o RS. Lá tinha muito negro em escolas particulares, em universidades, negros formados, enfim...

Não vejo cabimento nessa segregação. Aqui, muito menos.
[/quote']

 

Claro que o racismo aqui é de um nível totalmente diferente do que ocorre em outros países, mas ainda sim temos algo específico de discriminação.

Nem que seja pelo padrão de beleza, mas temos...Algo bem velado, mas no fundo tem.

Uma pergunta. Você namoraria (sério para casar 06) uma pessoa negra? Se eu respondesse que não teria nenhum problema, estaria mentindo. Nem que seja por problemas com a  família, mas tem alguma coisa...
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Vc não liga a TV e vê crimes de racismo todos so dias. Não é frequente. O racismo aqui não chega a ser violento e preocupante como em outros países. Estamos muito evoluídos nesse sentido. Segregação aqui virou uma coisa material...já saiu do campo pessoal há muito tempo.

Você não namoraria uma filha do Pelé?06 E se sim, sua família se importaria?06

 
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Vc não liga a TV e vê crimes de racismo todos so dias. Não é frequente. O racismo aqui não chega a ser violento e preocupante como em outros países. Estamos muito evoluídos nesse sentido. Segregação aqui virou uma coisa material...já saiu do campo pessoal há muito tempo.

Você não namoraria uma filha do Pelé?06 E se sim' date=' sua família se importaria?06

 
[/quote']

 

Depende...filha do Pelé com a Xuxa? 06 Brincadeira...Mas não é questão de dinheiro ou status, eu não me vendo! 06

A segregação aqui não é institucionalizada, ainda (com este negócio de cotas...), mas mesmo assim o branco tem algumas regalias que o negro não tem. Principalmente em questão de "status" nas relações sociais.

Claro, que a questão da pobreza ajuda (ou melhor atrapalha) esta associação do negro com uma posição negativa. Mas para além disso, tem algo lá no fundo que é bom dar uma olhada. Mas certamente estamos anos-luz de outros países...
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Mas certamente estamos anos-luz de outros países...

 

Que não têm cotas.05

 

Sorte que já estarei formado quando a universidade começar a desmoronar.

 

Mas daqui a pouco só faltam propor cotas para a pós-graduação. É a lógica não? Se for para fazer o serviço que faça direito.

De que adianta formar os negros, se só os brancos têm acesso à pós-graduação? (ponto de ironia)
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Bom dia. Amigos e Amigas! 05.gif

 

 

 

Esse sistema de cotas é preconceituoso e imoral, é uma tentativa de maquiar o sistema que é podre desde a base. Alem de ser bem mais barato.

 

 

 

Nunca vi uma universidade, na hora do seu vestibular, perguntar em seu formulário de inscrição qual sua “cor”... Com esse sistema, as universidades serão obrigadas a cometerem esse CRIME contra a humanidade.

 

 

 

Já pensou se o governo tivesse que investir seriamente em ensino fundamental e médio. Tivesse que reestruturar as escolas, dar melhores salários para os professores que realmente são professores, criar programas de ensinos modernos e adaptáveis a cada perfil de aluno, tivesse que investir em reestruturação familiar, investir e segurança, em saúde para todos, investir em saúde publica... Estaríamos quebrando o sistema amado e cultuado por todos os políticos do Brasil...

 

 

 

T+ e pensem bem, votem certo, quando vcs votam certo, alem de estarem votando certo, estão votando me nós... 16.gif

 

 

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Bom dia. Amigos e Amigas!

 

Esse sistema de cotas é preconceituoso e imoral' date=' é uma tentativa de maquiar o sistema que é podre desde a base. Alem de ser bem mais barato.

 

 

 

Nunca vi uma universidade, na hora do seu vestibular, perguntar em seu formulário de inscrição qual sua “cor”... Com esse sistema, as universidades serão obrigadas a cometerem esse CRIME contra a humanidade.

 

 

 

Já pensou se o governo tivesse que investir seriamente em ensino fundamental e médio. Tivesse que reestruturar as escolas, dar melhores salários para os professores que realmente são professores, criar programas de ensinos modernos e adaptáveis a cada perfil de aluno, tivesse que investir em reestruturação familiar, investir e segurança, em saúde para todos, investir em saúde publica... Estaríamos quebrando o sistema amado e cultuado por todos os políticos do Brasil...

 

 

 

T+ e pensem bem, votem certo, quando vcs votam certo, alem de estarem votando certo, estão votando me nós...16.gif

 

[/quote'] Boa noite O.o...

 

 

 

No estado do Sergipe e do Acre os governos de lá, juntamente com o governo federal e o Instituto Airton Senna estão investindo na educação infantil, fundamental I e II, ensino médio.

 

 

 

Se todos os estados brasileiro fizessem isso quem sabe não precisariamos passar por um ato constrangedor e discriminatório.

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Mas daqui a pouco só faltam propor cotas para a pós-graduação. É a lógica não? Se for para fazer o serviço que faça direito.

De que adianta formar os negros' date=' se só os brancos têm acesso à pós-graduação? (ponto de ironia)
[/quote']

 

 

 

Já há

quem

defenda isso. Assim com há também aqueles que defendem

cotas para

gays. Só as cotas para mulheres em cursos de exatas que ainda nao

vi ninguém defendendo.

 

 

 

 

 

 

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Conan, o preconceito racial no Brasil é insipiente se comparado ao de

outros países. Há sociedades com problemática raciais muito mais

profundas do que a nossa. Não acredito em racismo no Brasil (não

predominantemente), mas em CLASSISMO. Tendo grana vc é aceito em

qualquer lugar, em qualquer instituição, pública ou privada. É a

estampa do sujeito que denota o poder aquisitivo dele e é por isso que

eu desacredito nesse enfoque da cor. Se há menos negros nas

universidades gaúchas é porque existem menos negros na população. Eu

senti esse contraste diretamente quando me mudei do Mato Grosso do Sul

(intensamente miscigenado) para o RS. Lá tinha muito negro em escolas

particulares, em universidades, negros formados, enfim...

Não vejo cabimento nessa segregação. Aqui, muito menos.

 

Concordo. Mas não é do classismo. É a repeito de classes e de regiões também. Esses dois preconceitos são bem maiores do que o racismo no Brasil.

Cotas não resolvem nada. Existems ó pra dizer que algo está sendo feito.

 

Algo errado.

 

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Kika,

 

 

 

[No estado do Sergipe e do Acre os governos de lá, juntamente com o governo federal e o Instituto Airton Senna estão investindo na educação infantil, fundamental I e II, ensino médio.]

 

 

 

O caminho é esse, espero que o sistema não sufoque essa atitude, isso sim vai resolver o problema da desigualdade social, a educação, as pessoas precisam acreditar que é possível... 03.gif

 

 

 

T+ e um bjão doce e gostoso no céu da sua boca... 08.gif

 

 

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Quando se quer jogar pedras em alguém, inventa-se qualquer motivo. Hitler fazia a mesma coisa. Dava todos os motivos possíveis e impossíveis para ser contra os judeus.

 

 

 

 

A revista Veja desta semana traz matéria sobre o recém lançado livro do jornalista Ali Kamel' date=' diretor executivo de jornalismo da Rede Globo, Não somos racistas, no qual, segundo o periódico, o autor desbanca em "análise demolidora", "as falácias da política de cotas raciais" ("Contra o mito da ‘nação bicolor’", pág. 126). Nos gráficos que ilustram a reportagem, a revista afirma que "os movimentos que reivindicam cotas no mercado de trabalho para negros dividem a população brasileira em duas raças" (brancos:52% e negros: 48%), e em seguida que "o jornalista Ali Kamel observa que esta conta ignora os pardos - os numerosos filhos da miscigenação brasileira. Os números corretos seriam outros: brancos - 52%; negros - 6% e pardos- 42%". A revista repete aqui, pela enésima vez, um expediente falacioso ao qual recorre a cada vez que se posiciona contra as cotas: o de confundir o leitor, ao utilizar, errônea e propositalmente, o termo "negros" para significar "pretos". Como veículo jornalístico que é, elaborado por profissionais competentes no manejo das informações, e mais ainda, já alertada por leitores atentos às numerosas reincidências no malogro determinado que comete, a revista e seus editores sabem muito bem que "os movimentos que reivindicam cotas" utilizam o termo "negro" para indicar a população formada pela soma de "pretos" e "pardos", que vêm a ser os termos utilizados pelo IBGE para classificar a população afro-descendente no Brasil. Considerando que os efeitos do racismo no Brasil atingem indistintamente estes dois grupos (ao contrário do que supõe a teoria da democracia racial), os movimentos negros (atenção ao plural!), assim como vários pesquisadores de órgãos oficiais no país e membros da academia utilizam o termo "negro" significando a soma dos percentuais relativos aos auto-declarados "pretos" (6% da população brasileira) e "pardos" (42% da população), totalizando 48% de "negros".

 

[/quote']

 

 

 

Esse é o seu texto sóbrio e sólido? Só porque o autor preferiu retratar os não-brancos como negros é motivo para desconfiar numa revista de importância e âmbito internacional? smileys/06.gif" align="middle" />

 

 

 

Sobre as cotas, a idéia não é nova. Tito fez a mesma coisa na iugoslávia comunista, só que nas fábricas ao invés das faculdades. Deu tão certo que mesmo com o fim do comunismo a Iugoslávia continua sendo um pacífico e unido país europeu smileys/06.gif" align="middle" /> Anakin2007-10-15 07:15:31

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A verdade é uma só: a classe média brasileira é cada vez mais surrada por um governo fascista/populista que tenta mediar diferenças sociais através de medidas autoritárias e segregacionistas. Como fica o indivíduo que não é rico o bastante para pagar uma faculdade particular nem pobre o suficiente para ser sustentado pelo governo?

E o que é pior' date=' por que não CRIAR 30% a mais de vagas ao invés de acirrar a concorrência já absurda do vestibular?

 

As cotas são ridículas e só desenterram o racismo. Eu sou mulher e já fui vítima de preconceito várias vezes...as mulheres passaram séculos reclusas em um mundo à parte, impedidas de interferir política e socialmente em seus países, sem poder de voto ou de qualquer alternativa de inserção na sociedade. O voto feminino só veio na década de 20, cerca de  40 anos depois da abolição da escravatura no Brasil. Em países desenvolvidos como a Dinamarca, as mulheres ainda recebem´remunerações substancialmente inferiores as dos homens em funções iguais. Quantas engenheiras vc conhece? Quantas filósofas ou escritoras deixaram marcas em séculos passados?

 Vamos fazer o que? Pedir cotas para mulheres no congresso? Nas empresas? Nas universidades? Eu me sentiria envergonhada se uma medida dessas fosse sequer sugerida.

Já que falo especificamente da UFRGS, bom citar que as mulheres hoje são maioria no curso mais disputado da Universidade: Medicina.

E por que isso corre? Simples. As reformas sociais são gradativas e só dependem de um cenário ideal que contribua para o aparecimento de novas classes sociais e melhor distribuição de renda (somos um dos piores países em distribuição de renda, como é sabido).

As cotas são ridículas e o racismo no Brasil, brando. È preciso ser muito ignorante para considerar o racismo que temos aqui como ofensivo. Os gays são muito mais discriminados que os negros, constantemente vítimas de agressão e hostilidades.

Cotas pra quÊ?

Isso é uma piada...a nova agora é colocar índios na faculdade SEM vestibular (e o reitor diz isso com a maior naturalidade, não deixando escapar, obviamente, que é um capacho do governo Lula).

Não estou para esquerdismos fanáticos, muito menos para suas fontes. Dou tanto valor a elas quanto dou à Veja.
[/quote']

 

Sou a favor de cotas para mulheres no mercado de trabalho, onde se expressa realmente este abuso. Não tenha duvida disto e não é deboche Rose. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Ora é uma questão de ajustar a balança, pensa bem. Os homens brancos cristãos ocidentais, quase ou pouco sofreram restrições em função do seu gênero sexual, sua cor da pele ou sua crença. Em fim, estas políticas de assegurar direito para alguns e outros, não é maligna em meu ver e sim está falsa mentalidade do homem branco cristão de se fazer de vítima. Uma vez que a história da humanidade, sempre ilustrou bem a sua conduta até hoje.  Eu sei disto perfeitamente, eles não precisam de cotas, pois já viveram a vida toda bem por conta do seu sexo, sua etnia e sua crença e em casos isolados por usa renda.  Em fim eles já tiveram por muito tempo a cota deles, por serem brancos, homens e cristãos a WASP que o diga nos EUA.  E aqui é mesmo ponto.

E sobre a renda pelo andar do tópico e mentalidade majoritária aqui, vamos deixar ainda mais um abismo de desigualdade prolongar até por toda a eternidade enquanto pensarmos em nos mesmos.

E outra isto não tem nada a ver com minha posição política, quero que toda a esquerda e direita vão para a p*** que pariu. Não dou a mínima para o ideal seja ele de um governo fascista, moderado ou centralizado ou mesmo comunista. Embora eu seja mais contra o radicalismo destas duas vértices políticas. Eu prezo é pela justiça, liberdade quando elas são expressadas. E a cota é sim uma justiça, depois de anos de exploração dos negros, pardos e índios aqui neste país. Não falo por eles por ser um, pois não sou admito e sim por reconhecer que eles são todos os dias de diversas formas subjugados por uma cultura exclusivista branca. Ou vai me negar que a nossa cultura, que vive no mundo da Xuxa não induz a criança negra querer ser branca e loira?

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Plutão. Não negamos (pelo menos eu) que exista racismo no Brasil. Ao contrário do que pensam é uma realidade bem viva' date=' apesar de oculta. Porém, o que discordo não é a percepção da existência deste preconceito mas a solução proposta.

Aliás, o artigo que você postou, muito bom por sinal e bastante esclarecedor para quem não tem conhecimento no assunto, não propõe uma solução. Ele trabalha com os conceitos, analisa a sociedade mas deixa a desejar na hora de argumentar pelas cotas na universidade.

Para mim, isso ainda é tentar tapar o sol com a peneira. A situação "original" ainda estará lá, mas o que muda é que alguns negros serão pescados deste lamaçal. É uma atitude que remedia mas não previne.

Muito mais lógico é o governo fornecer uma educação básica de qualidade, e assim dar iguais condições a todos brasileiros. Mas parece que o governo está meio preguiçoso de trilhar este caminho, que é bem mais difícil e custoso, preferindo ficar no mais fácil (mas não mais eficaz) e que dá mais popularidade.

 

Sem contar que não sabemos o impacto destas cotas na sociedade brasileira e no imaginário. Querendo ou não, vai institucionalizar uma discriminação (ainda que alguns dizem discriminação positiva). Não que ele nunca existiu, e justamente o contrário, mas qual será o impacto disso nas mentalidades?
[/quote']

 

Como assim racismo oculto? O racismo não é só grupos raivosos que odeiam uns aos outros não. Talvez aqui seja até pior do que KKK nos EUA aqui é uma ideologia, branco bom e negro mal, branco rico e senhor ou sinhazinha e negro mal e serviçal. Os racistas estão a anos na nossa cultura ou como ele se expressa de forma majoritária na telinha da globo.  Ou vai me negar que mais de 60% do exibicionismo de vários meios de cultura e entretenimento se expressa para brancos e feito para brancos.

Veja o filme "A cor da fúria", que ele expressa bem isto. Vemos uma inversão de posição nas raças, neste filme o que deveria ser negro é branco e vice versa. Em uma das cenas um menino branco, vê que todos os super-heróis são majoritariamente negros na vitrine da loja de brinquedos. Só esta cena, já quer dizer muito a respeito do racismo aqui.

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A igualdade aqui é branca infelizmente, a forma como se expressa ainda é assim. Que igualdade racial é esta, que não se expressa nas universidades e nos melhores cargos do país. Conte nos dedos quantos são brancos no congresso e quanto são mestiços, negros e índios. E olha que somos um dos maiores países mestiços. E ai que mora o racismo e ninguém aqui quer ver isto. Como que muda isto? Como que muda uma estrutura social que favorece o branco com renda capaz de pagar bons estudos para o filho? Como que muda a estrutura social que mostra mais o negro se dando bem sendo jogador de futebol do que sendo um advogado? Entendeu? Nossa estrutura guia o negro a uma falsa democracia, uma democracia que dá a idéia que ser negro não assegura viver bem. Já viu algum presidente a república mestiço ou negro aqui?

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Vc não liga a TV e vê crimes de racismo todos so dias. Não é frequente. O racismo aqui não chega a ser violento e preocupante como em outros países. Estamos muito evoluídos nesse sentido. Segregação aqui virou uma coisa material...já saiu do campo pessoal há muito tempo.

Você não namoraria uma filha do Pelé?06 E se sim' date=' sua família se importaria?06

 
[/quote']

 

Temos algo muito pior do que o racismo físico da violência direta, que pode ser contido. Mas o racismo ideológico, que é muito mais profundo, que mal se nota. A não ser que você seja negro para perceber bem isto. <?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

E os exemplos são inúmeros Barbie, Xuxa, Airton Sena, Beto Carreiro, Renato Aragão contra Pelé, Lazaro Ramos é outros gatos pingados frente a ícones maiores e melhores de acordo com a nossa cultura. Até historicamente isto é latente. Alguém se lembra mais de Zumbi dos Palmares ou da Rainha Isabel? É como a reportagem elucidou. Podemos contar no dedo e isolar exemplos.

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Quando se quer jogar pedras em alguém' date=' inventa-se qualquer motivo. Hitler fazia a mesma coisa. Dava todos os motivos possíveis e impossíveis para ser contra os judeus.

Esse é o seu texto sóbrio e sólido? Só porque o autor preferiu retratar os não-brancos como negros é motivo para desconfiar numa revista de importância e âmbito internacional? [img']smileys/06.gif" align="middle" />

Sobre as cotas, a idéia não é nova. Tito fez a mesma coisa na iugoslávia comunista, só que nas fábricas ao invés das faculdades. Deu tão certo que mesmo com o fim do comunismo a Iugoslávia continua sendo um pacífico e unido país europeu smileys/06.gif" align="middle" />

 

 

Se você participasse mais de fóruns sobre o tema fora da telinha do computador saberia perfeitamente bem que a proposta das cotas é para os negros e seus descendentes. Isto inclui mulatos, pardos etc. A propósito quantos aqui já foram em algum fórum debater o assunto?<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

Eu na época era até contra como a maioria esmagadora aqui, sai de lá muito mais esclarecido do que o pessoal que fica bitolado em um único mundo.

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