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A Dama na Água


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Estou certo de que' date=' assim como aconteceu com A Vila, surgirão aqueles que verão, <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em A Dama na Água, inúmeras metáforas sobre a “condição humana”, o espírito destrutivo do Homem e assim por diante – afinal, o próprio diretor-roteirista tenta incutir um caráter mais profundo à história através de locuções constantes sobre a guerra no Iraque e, é claro, ao batizar sua heroína de História. (Percebem? A “História” só pode ser compreendida e salva por aqueles que acreditam em sua existência sem questionamentos! Incrível.) Por outro lado, como há aqueles que encontram significado até mesmo na borra de café que permanece no fundo da xícara, não há como evitar que uma fraude como A Dama na Água ganhe novas interpretações[/quote']

Sinceramente? Não gostei da crítica. O Pablo tem que aprender a respeitar as opiniões dos outros.

depois ele diz que o crítico arrogante é um estereótipo. smiley36.gif

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Estou certo de que' date=' assim como aconteceu com A Vila, surgirão aqueles que verão, <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em A Dama na Água, inúmeras metáforas sobre a “condição humana”, o espírito destrutivo do Homem e assim por diante – afinal, o próprio diretor-roteirista tenta incutir um caráter mais profundo à história através de locuções constantes sobre a guerra no Iraque e, é claro, ao batizar sua heroína de História. (Percebem? A “História” só pode ser compreendida e salva por aqueles que acreditam em sua existência sem questionamentos! Incrível.) Por outro lado, como há aqueles que encontram significado até mesmo na borra de café que permanece no fundo da xícara, não há como evitar que uma fraude como A Dama na Água ganhe novas interpretações[/quote']

Sinceramente? Não gostei da crítica. O Pablo tem que aprender a respeitar as opiniões dos outros.

depois ele diz que o crítico arrogante é um estereótipo. smiley36.gif

Pois é. Ele se contradiz.

Críticos... Sempre acham que estão certos, e se alguém discorda, está fora da realidade.

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Provavelmente já postaram, mas tem tb a crítica do Cineclick, bem positiva... :

A DAMA NA ÁGUA
Por Angélica Bito
[email protected]

As primeiras cenas de A Dama na Água são constituídas por uma animação que conta o que seria uma lenda antiga, sobre um mundo aquático. O roteiro do filme, no entanto, não é baseado numa lenda, mas sim em história de ninar criada por M. Night Shyamalan, que exerce o papel de diretor, roteirista, produtor e ator nesta sua nova produção. Apesar de permeada por criaturas e acontecimentos fantásticos, não se trata de uma história infantil, mas sim de um conto de fadas capaz de dialogar melhor com o público adulto.

Os acontecimentos giram em torno do solitário Cleveland Heep (Paul Giamatti), zelador de um prédio residencial na cidade norte-americana de Filadélfia. Toda a ação se passa nesse complexo de apartamentos a partir de sua piscina. É de lá que surge Story (Bryce Dallas Howard), uma jovem misteriosa que logo é acolhida por Heep. Sem entender, afinal, quem é aquela menina, ele tenta ajudá-la a voltar para casa, mal sabendo que ela fica no fundo da piscina. Com a ajuda de sua vizinha descendente de chineses Young Soon (Cindy Cheung), descobre que Story é um ser mágico e aquático que povoou histórias de ninar dos antepassados orientais da menina. Seguindo as histórias contadas pela mãe de Young, Heep se vê numa verdadeira gincana para proteger Story e fazem com que as profecias da história sejam realizadas.

A Dama na Água tem dividido público e crítica. Uns adoram, outros detestam. Para quem espera os finais surpreendentes dos filmes anteriores de M. Night Shyamalan, como O Sexto Sentido (1999), deve se decepcionar. Aqui, o cineasta prende-se muito mais à condução da história e no encantamento junto ao espectador do que ao seu desfecho propriamente dito. No quinto longa de sua carreira, Shyamalan constrói toda a atmosfera da história, trazendo o espectador para dentro do filme, envolvendo-o de forma mágica.

Com A Dama na Água, o diretor tenta sair do próprio ciclo que criou ao revolucionar o cinema contemporâneo com seu primeiro filme. Shyamalan sobre da “síndrome do primeiro filme”, pois, desde então, não conseguiu causar tanto impacto na indústria cinematográfica. Por isso, é cobrado, tanto pelo público quanto pelos críticos. Mas, com A Dama na Água, ele não deve parar de receber cobranças. Mas será que é isso que importa a ele? Neste longa, o diretor mostra muito mais a cara (literalmente, já que seu papel frente as câmeras é bem maior do que nos filmes anteriores) e parece estar disposto a encarar os críticos de frente, ensaiando até uma “vingança” bem-humorada para os que não apreciam seu trabalho.

Dispensando um final mirabolante, Shyamalan tenta firmar-se como realizador. Mostrando uma direção segura e fluida, que dialoga muito bem com a bela fotografia do australiano Christopher Doyle (2046), A Dama na Água ainda conta com uma ótima atuação de Paul Giamatti. Colocando em pauta a questão da predestinação e o papel que cada um desempenha no mundo, o diretor constrói uma bela fábula que, com toques de bom humor, também trabalha a redenção e o perdão

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Um último comentário...

Não seria muita pretensão? Veredicto do Pablo:

'O Sexto Sentido' - *****

'Corpo Fechado' - ****

'Sinais' - ***

'A Vila' - **

'A Dama na Água' - *

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Já era absolutamente previsível ... Desde 2004, já estava esperando que o Pablo daria uma única estrela para o novo filme do Shyamalan . Em todo caso , ainda quero conferir esse ( quase previamente) odiado A Dama Na Água .

P.S : E eu acho A Vila ótimo , o melhor filme do indiano rebelde .   

Fernando2006-8-31 18:52:58
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O maior erro é do próprio Shyamalan por fazer questão que seu nome esteja claramente relacionado aos seus filmes. Assim, foi em Sexto Sentido que logo o nome Shyamalan foi relacionado com o filme, um suspense,  marcando o nome do diretor. Todos diziam que ele seria um novo Hitchcock quando na verdade ele não é. Desde modo, odiretor ficou meio que engessado em um gênro e quando ele tentou fazer algo diferente, todos chiaram. Mesmo em Corpo Fechado, que a maioria não valoriza tanto, todos foram aos cinemas e viram um filme mediano de suspense (quando na verdade não era).

Acho que isto pode ser chamado de síndrome do Shyamalan (direitos autorais do Conan smiley36.gif).

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crítica matadora:

Enviado por Rodrigo Fonseca - 31/8/2006 - 15:52
O esplendor da magia

Manoj Night Shyamalan é catalisador de rancores. Poucas pessoas na indústria do entretenimento - talvez só Jim Carrey e Robin Williams, quando provaram seu brilhantismo - são capazes de despertar tanto ódio e alimentar tanto a imbecilidade dos que não conseguem tolerar a fantasia como via de criação cinematográfica adulta. Shyamalan lança esta sexta-feira no Brasil um novo longa-metragem. Quer dizer, Shyamalan lança esta sexta o melhor filme de 2006.



"A dama na água" (veja o trailer), título em português para "Lady in the water", narra a incrível transformação na vida de um introspectivo zelador, Cleveland Heep (Paul Giamatti, perfeito) depois que ele encontra na piscina de seu prédio uma ninfa. A criatura pode ser entendida como um símbolo de beleza que mexe com a percepção dos mortais - principalmente os do sexo masculino. A ninfa é Bryce Dallas Howard, filha do diretor Ron Howard, com quem Shyamalan trabalhou em "A vila". Juntos novamente, musa e realizador oferecem ao espectador uma reflexão sobre a solidão e a incapacidade humana de acreditar no improvável que enche mais o coração do que os olhos. Um fedor de tristeza perfuma os fotogramas do longa até o momento em que Giamatti conduz o espectador a uma viagem por sua carência, por sua necessidade de carinho.

Apesar de toda a expectativa que se criou lá fora, "A dama na água" foi um retumbante fracasso de público. A crítica também fez sua festa profana. Destruiu o cineasta apoiada na truculenta argumentação de que há puerilidade no uso de elementos mágicos em cena. Pior: seria grosseiro a forma como ele espinafra os críticos na tela ao incluir um resenhista de cinema arrogante na trama.

Mas "A dama na água" vai muito além da vaidade da intelectualidade americana e brasileira. Fiel à discussão recorrente sobre a falência do altruísmo e da incapacidade do herói para lidar com seu destino, Shyamalan faz do longa um conto de fadas delicado, angustiante e lírico. Mas não tira dele o espaço para o assombro. Há pelo menos duas seqüências de arrepiar a espinha, em que criaturas lupinas garante o aumento de adrenalina da platéia. Giamatti uma vez mais prova o grande ator que é. Jeffrey Wright idem. O que mais interessa, contudo, é a habilidade do cineasta para diluir o que seria a "moral da história" ao longo da narrativa, fazendo do filme um argumento na tese de que a vida real, ao contrário da ficção, não comporta arquétipos absolutos.

Um dos melhores trabalhos do diretor de "O sexto setido", "Dama na água" é, ao lado de "Superman, o retorno" e "A lula e a baleia", o melhor filme de 2006.

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Omelete.... Não muito positiva...

 

 

A Dama na Água

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Por Marcelo Hessel
31/8/2006

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A Dama na Água
Lady in the Water

EUA, 2006
Suspense - 110 min

Direção e roteiro: M. Night Shyamalan

Elenco: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Noah Gray-Cabey, Jessica Graham, Cindy Cheung, Bob Balaban, Sarita Choudhury, Brandon Cook, Mary Beth Hurt, Freddy Rodríguez, M. Night Shyamalan, Brian Steele, Jeffrey Wright

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A dama na água (Lady in the Water, 2006) é o pior filme escrito e dirigido por M. Night Shyamalan desde O sexto sentido (1999), mas é também o mais divertido. É o mais auto-indulgente, daqueles que se curvam para enxergar melhor dentro do próprio umbigo, mas é também o mais auto-paródico, dos que sabem rir de si mesmos. Conflitante? Pois o próprio cineasta não deixa de ser uma contradição - e o processo entre a concepção e o lançamento do filme é emblemático.

No ano passado Shyamalan brigou com a Disney - por onde lançou O sexto sentido, Corpo fechado (2001), Sinais (2003) e A vila (2005) - em nome da sua independência de criador. Há anos ele tenta fugir do estigma das "surpresas" do suspense (A Vila é incompreendido justamente porque todos só prestam atenção na famigerada reviravolta no roteiro, nunca nas soluções de direção), e há anos o público sempre espera dele um novo O sexto sentido. Agora sediado na Warner Bros., A dama na água deveria representar uma nova fase. Uma fase em que as pessoas deixariam, enfim, de enxergar Shyamalan antes de atentar para o seu trabalho. E o que ele faz? Forra o filme de si mesmo.

Para ser justo, Shyamalan já atuava em seus longas, em condição de protagonista, desde Praying with Anger, sua estréia, em 1992. O que conta na prática, porém, é o período pós-99 - e mesmo em Sinais o papel de Shyamalan na trama não era tão destacado. Aqui o seu núcleo dramático conflita com o principal. Na trama, um zelador chamado Cleveland Heep (Paul Giamatti) resgata uma misteriosa jovem (Bryce Dallas Howard) da piscina do prédio e descobre que ela é uma ninfa de contos de fadas tentando voltar pra casa. Shyamalan vive Vick, escritor de obra inacabada que, ao ter contato com a ninfa, vê seu futuro se iluminar.

O fato de Vick receber a notícia de que escreverá o livro que influenciará o futuro presidente dos Estados Unidos já entra no citado terreno do humor. É Shyamalan fazendo piada com o jeito de Shyamalan enxergar o mundo como uma roda de predestinações. O problema é a maneira como o cineasta sequestra a fábula de A dama na água para chorar a sua condição de incompreendido e seu complexo de perseguição.

É engraçado ver sofrer um crítico de cinema transformado em personagem? Sem dúvida. Mas se o diretor indiano quer seguir adiante com a sua obra, piadinha de metalinguagem não é o melhor caminho. Na história, o personagem de Giamatti zela pelos cuidados com a ninfa como se ela sofresse de descrença geral - a humanidade, em suma, desaprendeu a usar a imaginação. Shyamalan age como se a fábula fosse um gênero desacreditado. É uma situação cômoda, um mártir de véspera. Qualquer Guillermo Del Toro prova que uma fábula não precisa se reafirmar como tal para ter credibilidade.

Não é o fim do mundo, claro. A dama na água ainda é melhor do que o grosso da produção de Hollywood. No filme há conceito (a idéia do condomínio como um pequeno mundo que precisa achar seu equilíbrio se completa, politicamente, com as images da Guerra do Iraque na TV) e há arrojo formal. Se o roteiro peca pelo retrocesso (a história do herói em busca de redenção, igualzinha à de Sinais, já havia sido superada em A Vila), sua construção de imagens é impecável. Poucos nos EUA manjam de enquadramento como Shyamalan, no sentido de utilizar profundidade e ponto focal como formas de criar suspense. A cena em que a ninfa sai da água pela primeira vez é exemplo disso: os olhos do espectador acompanham o zelador ao fundo, enquanto ela surge desavisada em primeiro plano.

Ver Shyamalan filmar é a parte mais divertida - afinal, ele entende do que faz. Mas, de certa maneira, o fato de sabermos que Shyamalan está ali, que aquelas são as suas marcas, é parte do dilema. Nem o próprio diretor parace se contentar mais com aquilo que já conhece. Será ótimo quando ele perceber que, por questão de sobrevivência artística, o importante será marcar um recomeço. E começar de novo envolve risco, não autodefesa.

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já falaram aqui e eu concordo: o omelete manja de HQ' date=' só.

 

[/quote']

 

Tipo, de vez em quando o Omelete acerta nas críticas de cinema. A crítica do Omelete para Crash é a mais correta sobre filme. Não é cheia de babaovismos como a do Pablo e não é recheada de xingamentos como quase todo o resto. Ao ler a crítica, parece que o omelete classifica Crash como um bom filme, nem de longe uma obra prima, mas que merece ser assistido. Fora que aparenta dar algo em torno dumas 4 estrelas ao filme.

Foi a crítica mais equilibrada que eu já li sobre o filme.  

Agora, que de vez em quando o site da umas derrapadas nas críticas, isso ele dá.

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31 de agosto de 2006 - 21:06

"A Dama na Água", clima mágico debate mundo atual


Um zelador (Paul Giammatti) que descobre uma ninfa (Bryce Dallas Howard) na piscina do condomínio de que toma conta. Esta é a história do filme.

Luiz Carlos Merten

 

 

 

Divulgação
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Bryce Dallas Howard interpreta a ninfa

SÃO PAULO - "A Dama na Água", que estréia nesta sexta-feira, é a história de um zelador (Paul Giammatti) que descobre uma ninfa (Bryce Dallas Howard) na piscina do condomínio de que toma conta. Ao descobrir que se trata de personagem mítica, que habita uma clássica história de ninar, ele reúne os condôminos numa corrente para protegê-la e devolvê-la ao universo mágico de onde veio.

É uma fábula que fala sobre o poder da narrativa, como contar histórias, a intolerância, as injustiças e a força da magia.

Ninguém carrega a noite (night) nem expõe o fato de que é tímido (shy) no próprio nome impunemente. M. Night Shyamalan parece que já carregava no nome os sinais do cinema que viria a praticar em Hollywood. É o mais lunar dos grandes autores americanos e o mais metafórico, também.

Ao contrário de outros, para os quais nada é o que parece, para Shyamalan tudo é, sim, verdade, mas como ele trabalha constantemente com metáforas é preciso interpretar seus sinais.

Seu novo filme, "A Dama na Água", estréia sob o signo da desconfiança dos críticos. Desconfie deles. Shyamalan já devia estar prevendo o fato porque há um crítico no seu filme e nada do que ele diz faz sentido - só expõe seu preconceito.

Na aparência, "A Dama na Água" é um conto de fadas perverso, para crianças que querem sentir o arrepio do medo e para adultos que não assassinaram a infância (como Shyamalan). O filme nasceu com "A Vila".

O diretor, que também é roteirista dos próprios filmes, concebeu os dois simultaneamente, mas fez "A Vila" primeiro porque, na época, estava num momento sombrio e o outro filme respondia às suas questões - até onde ele iria para proteger a família? Fugiria do convívio social? Faria escolhas moralmente questionáveis? Não é que o novo filme seja propriamente otimista mas Shyamalan está mais generoso, acredita mais na esperança.

A história do zelador que descobre essa estranha garota na água e ela lhe diz que é uma ninfa coloca imediatamente o tema do maravilhoso na vida cotidiana. Ela quer voltar para casa (o mais americano dos temas). Existe uma força negativa para impedir que isso ocorra. O herói vai ajudá-la e, ao fazê-lo, vai exorcizar os próprios medos.

Mas ele não pode agir sozinho - precisa do grupo e nisso vai uma diferença e tanto na produção de Hollywood. O grupo é formado por párias - negros, chicanos, velhos. Tudo remete a "A Vila" - o prédio, a fera, a fragilidade da garota e a floresta circundante. Temos uma metáfora sobre a América atual, nada explícita, mas na qual tudo faz sentido.

O cinema de Shyamalan coloca sempre a relatividade dos pontos de vista do narrador e do espectador. Quem conta um conto quer ser ouvido (e entendido). O zelador precisa identificar os sinais para descobrir quais o ajudarão na tarefa de preparar a garota para o vôo da águia (um símbolo dos EUA).

O crítico, no filme, não lhe presta nenhuma ajuda. Ele precisa da inocência da criança. Mas a criança ainda não tem a vivência do mundo e se engana. Todo o filme é essa conversa sobre sinais.

Já era assim no filme com Mel Gibson ("Sinais") que Shyamalan fez em 2002. Os sinais não se referiam aos extraterrestres, mas ao que Gibson precisava descobrir sobre sua família. Sempre os sinais - "A Dama na Água" poderia ser só um exercício, inteligente mas frio, de semiologia, essa parte da ciência que investiga os fenômenos culturais como se fossem sistemas de signos.

Mas aí vem a grande cena, quando se forma a corrente em torno do corpo da garota que parece morta. O zelador diz uma oração que é para ele, para o seu renascimento, mais do que para o dela. O que se segue é absolutamente mágico.

A Dama na Água (Lady in the Water, EUA/ 2006, 110 min) - Drama. Dir. M. Night Shyamalan. 10 anos. Em grande circuito. Cotação: Ótimo

 

 

Realmente. A opinião dos críticos brasileiros está muito dividida. O Estadão acaba de dar QUATRO estrelas, o que é bastante raro. 'Isto é' elogiou MUITO e o Jornal 'O Globo' disse que é o melhor filme do ano.

 

Minhas expectativas? Estão lá no alto.

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Realmente. A opinião dos críticos brasileiros está muito dividida. O Estadão acaba de dar QUATRO estrelas, o que é bastante raro. 'Isto é' elogiou MUITO e o Jornal 'O Globo' disse que é o melhor filme do ano.

 

Minhas expectativas? Estão lá no alto.

Para os filmes do Shyamalan, isso eh novidade.smiley36.gif

racha_cuca2006-9-1 0:14:10
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 Não vi o filme ainda, mas gostei muito do enfoque e do raciocínio interpretativo do crítico abaixo. Considerações (talvez) MUITO relevantes para quem queira se aventurar na nova obra de Shyamalan. Publicado no jornal "Estado de Minas":

"Viver é interpretar mensagens - 01/09/06

Enigma, conto de fadas e medo no novo filme de M. Night Shyamalan

Marcello Castilho Avellar
EM Cultura

O diretor M. Night Shyamalan continua incapaz de realizar um filme com o sucesso de seu O sexto sentido. Sua nova criação, A dama na água, revela quão pouco importante isso pode ser, quando confrontado com a construção de uma obra coerente e autoral do ponto de vista artístico. O novo filme constrói-se sobre estruturas que estavam na base de obras como O sexto sentido, Sinais, Corpo fechado ou A vila. Traz, por exemplo, obsessões do cineasta, como o estudo sobre o medo, a dialética entre inércia e ação, e por aí vai. Mais do que apenas uma síntese da obra de Shyamalan, contudo, A dama na água avança em alguns pontos e, ao fazê-lo, acaba iluminando traços que já existiam na obra anterior do cineasta, mas eram pouco percebidos.

Cleveland (Paul Giamatti, como sempre em atuação exemplar) é o zelador de um condomínio. Faz tudo para que os habitantes vivam felizes e confortáveis. Certo dia, seu caminho é cruzado por uma personagem saída de uma história de ninar, Story (Bryce Dallas Howard), que veio a nosso mundo realizar uma missão que pode transformar a humanidade. Story precisa ser mandada de volta, mas uma criatura poderosa tenta destruí-la. Apenas com a ajuda de Cleveland e dos outros moradores ela terá alguma chance de retornar ao lugar de onde veio. Fácil perceber que este enredo é aparentado com diversos outros que marcaram a história do cinema ou da literatura, de O mágico de Oz ao recente A era do gelo. Seu parente mais próximo, contudo, é ET, de Steven Spielberg. Os dois filmes partem do sentimento de culpa do herói e o confrontam à necessidade de ajudar alguém indefeso.

A ajuda é prejudicada pela dificuldade de comunicação. Story não pode contar sua história. Para saber sobre o assunto, Cleveland precisará da ajuda de uma senhora chinesa, que conhece o conto de fadas. Só que ela não fala de chinês, de modo que a narrativa deverá ser traduzida por sua filha. A própria história contém uma coleção de enigmas que devem ser compreendidos antes que qualquer das personagens possa agir. É esse o jogo mais intenso de A dama na água. Viver é interpretar mensagens. Tanto a sobrevivência quanto a felicidade de cada um dependem da interpretação correta. Quando olhamos para trás, percebemos que esse jogo sempre esteve presente nas obras de Shyamalan. O sexto sentido funciona porque interpretamos mal as informações que recebemos – assim como o pequeno herói, que espera ajuda material de alguém que não pode concedê-la. Os estudos sobre o medo representados por A vila e Sinais se baseiam no mesmo fato: a sobrevivência das personagens do primeiro depende da capacidade de não acreditar numa história, os problemas dos heróis do último surgem por sua incapacidade de avaliar a força de seus supostos inimigos. Até mesmo a felicidade pessoal entra no jogo em A dama na água: Cleveland (como o Eliot de ET)se condena à culpa pela dificuldade em lidar com uma tragédia do passado, ou seja, em interpretar sua própria história.

Ao contrário de outros filmes de Shyamalan, A dama na água (novamente, como ET) caminha rumo à redenção. O filme é uma comovente defesa da diversidade cultural. Cada apartamento no condomínio parece ter vida e valores próprios, e o problema só será solucionado graças à ação comum. Numa época em que grupos tentam tomar para si o direito exclusivo da interpretação em questões econômicas, culturais, morais ou religiosas, A dama na água se torna até mesmo um discurso pedagógico sobre a variedade. Somente a interpretação que leva em conta o olhar de fontes variadas pode alcançar a verdade, parece dizer o filme. Mesmo quando está em questão o bem-estar de um único indivíduo, a solução coletiva tende a ser a mais adequada. A chave para o conhecimento não está necessariamente em quem pensa detê-lo – pode vir do canto mais inesperado."   

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Assisti ao filme, por meios alternativos, por assim dizer, há uns 12 dias, e ainda não consigo saber se gostei ou não. Quer me parecer que não, mas minha admiração pelo diretor me impede de reconhecer isso. Ou então, pelo contrário, gostei a tal ponto que sequer tive tempo de me dar conta disso, mais ou menos, mal comparando, quando nos apaixonamos irremediavelmente por uma garota e no início não manifestamos por ela senão certa birra, prelúdio e indício de uma adoração futura. (O que contraria essa teoria é que de "A Vila", que adoro, gostei de imediato, subitamente.)

 

Shyamalan, claro, está todo lá. É inequivocamente um filme dele; tem sua assinatura em cada frame, sem dúvida alguma. Há suspense, drama e humor; o espectador decerto não deixará passar a piada na primeira cena do Giamatti no filme, quando, respondendo às filhas do inquilino que disseram que o bicho que ele perseguia era uma "criatura do diabo", este diz: "as criaturas não existem"... Não há, como todos sabem, a famosa reviravolta final, porém, sem embargo disso, o roteiro é construído com tal minúcia, ainda que, devo admitir, sem muita profundidade nas personagens, exceto a do Giamatti, o zelador Cleveland Heep (pois é fato que a profundidade da história, se ela existe, reside antes na moral da fábula), que podemos ter certeza de que nada é gratuito no filme. Todas as personagens têm uma função na história - na Story, como, depois do filme, poderíamos chamar. Particularmente e a princípio, gostei das cenas em que nós e as personagens da obra temos de descobrir quais pessoas se encaixam nas descrições das personagens essenciais ao conto de ninar, que permitirão que a narf Story volte ao mundo azul. Até a bela trilha do James Newton Howard se eleva ainda mais nestes momentos, tornando-se quase hipnótica.

 

Depois de assistir ao filme na tela do Cinema, espero chegar ao meu veredito.

 

 

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Uma crítica que não fica se preocupando em levantar suposições sobre as motivações do cineasta ou seus traços de personalidade e objetivo como fez incansavelmente a crítica do Pablo...

Como em A Vila, parecem faltar pedras aos detratores de Shyamalan... Claro que 'parece'... Saberei se isto é fato hoje à tarde.

 

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Realmente. A opinião dos críticos brasileiros está muito dividida. O Estadão acaba de dar QUATRO estrelas' date=' o que é bastante raro. 'Isto é' elogiou MUITO e o Jornal 'O Globo' disse que é o melhor filme do ano.

 

 

 

Minhas expectativas? Estão lá no alto.

[/quote']

 

A Folha de S.Paulo deu 3 estrelas, o que, pelo sistema adotado pelo jornal, equivale a 4 estrelas. Tanto o Sérgio Dávila, quanto o Peterman falaram bem do filme. A Veja e a Época não aprovaram; a IstoÉ sim.

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 Nossa!! Estou abismado com a ferocidade do Pablo!! Ele cagou no filme... Não sobrou pedra sobre pedra. smiley18.gif

 Minto. Pablo não cagou no filme, não. Quem o fez foi o KMF (apesar de ter dado 2 "estrelas")*

 * Pelo que se lê na crítica (entenda-se, destruição...) sinceramente acho que ao dar 2 estrelas foi irônico. Não consigo ver de outra forma... smiley36.gif . Veja abaixo as mais pesadas:

"A Dama da Água (Lady in Water, 2006), implode lenta e seguramente ao longo da projeção, até evaporar numa nuvem do mais completo nada."

"Não é apenas um filme ruim, como temos toda semana. Esse aqui é elaboradamente ruim e autoralmente dó-dói. "

"A narrativa de Shyamalan torna-se uma sucessão estapafúrdia de asneiras faladas onde a imagem ganha o segundo plano..."

 smiley18.gif  smiley18.gif  smiley18.gif


 

 

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