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Forum Cinema em Cena

Cineclube em Cena


Nacka
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CINECLUBE EM CENA


O Cineclube em Cena é um tópico que tem como objetivo melhorar o nível da Seção Filmes em Geral, uma área específica do fórum, foi elaborado e aprovado pelos demais integrantes da moderação, será administrado pelo moderador Nacka com a colaboração de uma equipe de usuários: Silva, Rubysun, Mr. Scofield, Alexei, Sunderhus, Deadman,  Carioca, Forasteiro, Garami, Batgody e Jailcante além é claro, de maneira indireta, os demais integrantes do fórum. Que fique claro desde já, não teremos um "boss" com mão de ferro, as decisões serão abertas e o que não puder ser resolvido pela equipe irá para a sala da moderação. Usuários que pretendam desenvolver projetos dentro deste tópico poderão mandar suas idéias por meio de mp para a equipe, analisaremos a viabilidade de implantação e a idéia poderá ser posta em prática. 


  


Será um tópico fixo e diferenciado, com múltiplas funções, nele serão concentrados críticas dos filmes escolhidos pela comissão, debates sobre assuntos relevantes na área de cinema, entrevistas com os "críticos" do fórum, Quiz, Enigma do Avatar e quaisquer outros eventos que no futuro surgirem tendo o cinema como referência, a intenção é que a cada semana tenhamos sempre alguma coisa nova acontecendo.


 


Apesar do formato diferenciado os demais usuários estão convidados a participar de tudo que for debatido aqui, com uma ressalva, não será aceito flood do tipo praticado na CMJ e se acontecer, serão aplicadas as regras do fórum. O tópico seguirá mais ou menos o ritmo do projeto O Cinéfilo criado pelo Enxak, com a diferença óbvia que não se trata de um jogo naquele formato, embora também englobe competições. 


A idéia é que os desafios lançados aqui possam refletir o maravilhoso trabalho que foi realizado pelos participantes de O Cinéfilo que atuarão também como multiplicadores.


Como primeira atividade examinaremos de perto o filme escolhido pela maioria, na enquete criada para divulgar o tópico: A Lista de Schindler. O filme de Steven Spielberg será dissecado pelos demais usuários do fórum à partir de uma crítica especialmente feita pelo ganhador de O Cinéfilo, Sr. Forasteiro: Perguntas, discordâncias, curiosidades, atores, trilha sonora, dvd, ausência de comentários do diretor no dvd, documentários do disco 2, a escolha do tema pelo diretor, espinafradas da crítica, prêmios, afinal foram 7 estatuetas e 3 Globos de Ouro, enfim... TUDO sobre o filme.


Entrem e fiquem à vontade...


 

Nacka2007-12-10 15:30:39
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Aí está, o prato de entrada do Cineclube em Cena, o Forasteiro mostrando ao que veio e confirmando que participar de O Cinéfilo lhe fez um bem danado. Cabe informar que a crítica foi feita com moldes fornecidos por mim, modelo que será adotado nas demais daqui para frente, algumas informações também foram acrescentadas já que o Forasteiro não possui internet de banda larga, o que dificultou a pesquisa, no curto espaço de tempo que a crítica tinha de ser feita. A crítica no entanto não foi mexida e está na íntegra assim como ele me passou:

 

Filme: A Lista de Schindler, de Steven Spielberg.Com Liam Neeson, Ralph Fiennes e Ben Kingsley, Caroline Goodall e Embeth Davidtz

<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><?:NAMESPACE PREFIX = O />

 

 

dvd_schindler.jpg

 

 

Sinopse: Ao comprar em 1939 uma fábrica de esmaltados quase falida na Polônia dominada pela Alemanha de Hitler, Schindler usou suas boas relações com altos funcionários nazistas, para recrutar trabalhadores entre prisioneiros judeus do gueto da Cracóvia, passando a fornecer produtos para o exército alemão. Quando os nazistas iniciam a "solução final" (execução em massa dos judeus), Schindler intercede junto ao comandante Amon Goeth, subornando outros oficiais e garantindo tratamento diferenciado para seus operários, salvando-os dos campos de extermínio.

 

O que eu acho: Agora são 23:45 de segunda-feira. Terminei de ver A Lista de Schindler há pouco mais de duas horas. Estou cansado. Saí da frente da TV e fui tomar um banho, depois jantei, e em seguida sentei no sofá de novo mais pra relaxar do que qualquer outra coisa. Durante este meio tempo, aquelas cenas em preto e branco não saíram da minha cabeça por um só instante. Estou marcado. Ferido por um filme que se estilhaçou na minha frente e me arrancou a paz. Aqui, só escrevo isto agora (e não amanhã) para tentar exorcizar a profunda tristeza instalada neste estado de choque em que me encontro. Portanto, isto não é uma crítica. É um desabafo.

 

Vencedor de sete dos doze Oscars aos quais foi indicado, A Lista de Schindler, do judeu Steven Spielberg, narra a história singular do alemão membro do partido nazista Oskar Schindler (Liam Neeson), que vê não mão de obra judia uma solução barata para sua fábrica de esmaltados. Entretanto, ele se encontra perante a oportunidade de amenizar todo o terror causado pela guerra salvando, ao custo de seu tempo e fortuna, todos os judeus que estiverem ao seu alcance. Se você pensava ter alguma idéia da monstruosidade praticada contra o povo judeu pelo nazismo, tenha certeza de que ela não apenas será amplificada, mas reformulada pelo filme.

 

A Lista de Schindler é um belo e ilustrado livro de história sobre o holocausto. A opção de fotografá-lo em preto e branco não poderia ter sido mais acertada, o que se deve, claro, à metáfora da escuridão, tristeza e fragmentação emocional protagonizada pelos tons de cinza. Dizem, inclusive, que Spielberg teria preferido a ausência de cores para se aproximar o máximo possível de um tom documental, já que sofreu grande influência em sua pesquisa. De qualquer forma, e por mais ambíguo que possa soar, o resultado é lindo. Terrivelmente lindo. Principalmente ao guardar as imagens na sua mente, quando você não consegue mais imaginar cores naquela atmosfera maquiavélica de dor e crueldade. Sua falta faz sentido porque não consegue incomodar o espectador, e acaba se tornando até um anestésico frente aos freqüentes banhos de sangue preto que ocorrem no filme. Aliás, o temido vermelho só aparece mesmo colorindo a roupa de uma menina que corre entre os assassinatos, observada pelo já tocado Oskar Schindler.

 

Por falar no protagonista, devo dizer que senti receio em colocar a sinopse lá <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" /><?:NAMESPACE PREFIX = ST1 />em cima. Pra quem não conhecia a história e assistia ao filme pela primeira vez (meu caso), acompanhar sua evolução torna-se fascinante. Pra se ter uma idéia, eu pensava que a tal lista se tratava de pessoas marcadas para morrer. Bem, Schindler começa como um nazista arrogante, interessado apenas em prosperar nos negócios, e nada demonstra para que tenhamos outra primeira impressão dele. O que se intensifica devido às suas constantes demonstrações de interesse na guerra, chegando a subentender que seria ruim para ele se esta acabasse. Contrata judeus simplesmente porque são mais baratos. Busca apenas a realização financeira, se mostrando indiferente a qualquer ato de gratidão. Entretanto, o modo como olha para a garotinha de vermelho denuncia sua comoção e o início de uma revolução nos seus interesses. Deste modo, ao varar a noite com seu contador Stern (Bem Kingsley) digitando a famigerada lista dos que seriam salvos ao embarcarem para Tchecoslováquia, Schindler demonstra preocupação com cada um dos 2 mil nomes. Inclusive repreendendo Stern em certo momento, quando este diz já estarem na lista “mais ou menos 850”. “Como ‘mais ou menos’? Conte!”, diz ele. Algo que fica mais evidente ao final do filme, quando Schindler se estigmatiza por não ter salvo mais vidas. Ou o “suficiente”, segundo o próprio. É um personagem real da história da 2ª guerra que sem a menor dúvida merecia não apenas um filme para si, mas a obra da vida de Steven Spielberg.

 

Continuando na linha dos personagens, outro igualmente (e ao mesmo tempo, inversamente) fascinante é o comandante nazista Amon Goeth, vivido com uma competência devastadora por Ralph Fiennes. O que mais impressiona em Goeth é seu perfil sintetizador dos ideais nazistas. Ele despreza os judeus no sentido mais forte da palavra. Os mata como a animais porque assim os considera. O nível de repúdio do espectador para com este personagem é crescente, culminando com a extrema satisfação de vê-lo em uma cena que, normalmente, causaria náuseas. Este efeito retardado alça Ralph Fiennes ao status de o grande ator do filme.

 

E pra não mudar de assunto, as atuações de A Lista de Schindler estão perfeitas. Este adjetivo pode causar pouco impacto, por isso entendam que quando digo “perfeitas”, falo em sentido literal. Não tem o que tirar ou acrescentar. Desde um anônimo tentando salvar sua vida escondido em buracos, até o próprio Oskar Schindler em sua metamorfose. Todos mantêm o nível. Liam Neeson surpreendeu o mundo ao se revelar digno de uma indicação ao Oscar de melhor ator. Bem Kingsley só não figurou na categoria de coadjuvante por aparecer pouco, ou não tanto quanto Fiennes. É um show, uma aula inteira de cinema e de como lapidar seus atores para extrair deles o máximo possível. Tudo é exatidão, é irretocável na busca para tornar, de fato, verdadeira a realidade escancarada por Spielberg.

 

E já que chegamos NO homem, dá pra dizer que, sim, esse É o filme de Spielberg. Onde seu lado emocional obteve sentido concreto, e com o qual atingiu finalmente o sucesso absoluto perante a crítica. A Lista de Schindler havia, inicialmente, sido proposto a Martin Scorsese, que decidiu deixar a tarefa para o melhor dos judeus no ramo cinematográfico. Desta forma, toda a acusação de melodrama sofrida por Spielberg pôde ser extinta perante um argumento maior: o amor do diretor em realizar seu filme. Ele compõe uma visão bem intimista dos fatos, tecendo cenas com a proposta assumida de chocar seus espectadores. Como se, realmente, estivesse se vingando através de sua obra-prima. É um Spielberg emocionante, e com a razão de ser.

 

Enfim, A Lista de Schindler vai perturbar você. É um filme para sentir. Ele vai te fazer sofrer, te incomodar, mas acima de tudo, fazer com que, mesmo assim, você não se sinta arrependido. Depois de mais de 197 minutos, você se transforma, quase, em um sobrevivente do holocausto, e tem uma idéia mais viva do que foi um dos episódios mais infelizes da história da humanidade. Vergonha é a palavra. Você sentirá vergonha pelo que um predador tão terrível quanto o ser humano é capaz de fazer. Além de ser também um teste para sua sensibilidade. Basta sentir vontade de virar o rosto ao menos uma vez para que se conclua que você é uma pessoa normal. A Lista de Schindler é obrigatório exatamente por fazer com que tenhamos a consciência machucada, e por nos fazer perceber que às vezes uma só pessoa pode sim mudar o mundo. Você sairá da frente da tela mudado, e isso deveria bastar. Dá pra dizer, então, que A Lista de Schindler é um filme ruim, horrível. Que te fará admirá-lo ao mesmo tempo em que te faz se sentir mal. Você vai passar longe dele por muito tempo depois de vê-lo, simplesmente porque basta rememorá-lo para sentir novamente seu terrível e maravilhoso efeito.

 

Preste atenção: a cena em que Amon Goeth encontra sua empregada judia no porão. Ele a deseja, quase a ama, mas sua concepção do que representa o povo judeu não deixa que ele a beije, e para se satisfazer de alguma forma, ele a espanca. É tudo que pode fazer para expressar seu sentimento, num misto com seu repúdio pela moça. 

 

O que já se disse: A Lista de Schindler foi um dos primeiros filmes a retratar a violência da II Guerra de maneira extremamente direta, incluindo cenas de tiros disparados contra a cabeça de judeus indefesos, cenas de crianças solitárias, à procura de esconderijos e fugindo da crueldade dos oficiais nazistas. – Omelete

 

Porque não perder: porque é uma experiência. Você se sentirá ferido, e entenderá com mais clareza o sofrimento de um povo que passará a respeitar. Além de perceber que existe prática para a frase “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.

 

Dados do dvd:

 

IMAGEM

A impecável fotografia em preto-e-branco deste filme está intacta, numa excepcional transferência em widescreen anamórfico 1.85:1. A taxa de transferência se mantém em níveis elevado e não há presença de artefatos devidos à compressão digital.

ÁUDIO

Este quesito tem sido um dos pontos fortes dos lançamentos da Universal. O áudio original em inglês é oferecido em DTS 5.1 e também em Dolby Digital 5.1. Até quem gosta de filmes dublados dispõe de uma trilha em português Dolby Digital 5.1. O som está perfeitamente mixado, provendo uma ambientação envolvente. Ótimo

EXTRAS

Não se deixe enganar pelo pequeno número de extras. Eles são poucos mas são de excepcional qualidade e estão legendados em português. São eles:

» Documentário "Vozes da Lista" (1h17:25) - Um poderoso documentário apresentando experiências de testemunhas oculares. O documentário traz um introdução de Steven Spielberg. Segundo ele este documentário é ainda mais forte que o próprio filme.

» Documentário "A História da Fundação Shoah com Steven Spielberg" (11:27) - Um olhar sobre os bastidores da organização que gravou e arquiva os depoimentos de sobreviventes e testemunhas do Holocausto.

* Se você tem um pouco mais de dinheiro para gastar, confira a edição de luxo que traz também um livro de fotos e um frame original do filme com certificado de autenticidade.

Fotos do Filme:  

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Curiosidades:

Ralph Fiennes ganhou 13kg bebendo a cerveja Guinness para o seu papel. Spielberg escalou ele por causa de sua "maldade sensual".

Tim Roth foi considerado para o papel de Amon Goeth.

Martin Scorsese recusou-se a dirigir este filme nos anos 80. Ele achava que não faria um trabalho tão bom quanto se o diretor fosse judeu.

Spielberg começou a trabalhar neste filme na Polônia, na mesma época em que "Parque dos Dinossauros" estava em estágio de pós-produção. Ele trabalhava no "Parque dos Dinossauros" via satélite, com a ajuda de George Lucas.

A cena da "liquidação" no gueto de Cracóvia era apenas uma página no script original. Spielberg a transformou numa cena de 20 páginas e 20 minutos de filme baseando-se em depoimentos dos sobreviventes. Por exemplo, a cena em que o jovem homem escapa da captura pelos soldados alemães lhes dizendo que ele foi ordenado para tirar as bagagens da rua foi tirada diretamente de uma história de um sobrevivente.

Como Spielberg não obteve autorização para filmar em Auschwitz, as cenas do campo de concentração foram filmadas em um set construído em um dos estúdios da Universal, construído à imagem e semelhança da real Auschwitz.

A pessoa que coloca as flores em cima das pedras nos créditos finais é Liam Neeson e não Spielberg como algumas pessoas acham.

O filme, como mostrado na maioria dos países, tem a canção "Yerushalayim shel Zahav" - Jerusalém de Ouro - no final. Quando o filme foi mostrado em Israel, as platéias riram disso, por esta canção ter sido escrita depois de 1967 como uma canção popular! Eles então redublaram com a canção "Eli Eli", que foi escrita por Hannah Sennesh durante a Segunda Guerra Mundial, sobre o final, por ser mais apropriada.

Steven Spielberg não cobrou um único centavo para trabalhar neste filme. Ele alegava que o dinheiro seria fruto de assassinatos. Todo o dinheiro que caberia a ele, até mesmo resíduos de direitos autorais, foram repassados à Shoah Foundation, a organização que gravou e arquiva os depoimentos de sobreviventes e testemunhas do Holocausto.

O co-produtor Branko Lustig interpreta um garçom durante a primeira cena. Lustig é um dos sobreviventes dos campos de concentração nazistas e já produziu alguns outros filmes que abordavam este tema, incluindo "A Escolha de Sofia" (1982) e ".

Steven Spielberg ofereceu a Roman Polanski a posição de diretor do filme. Polanski recusou pois achava que o tema era muito pessoal para ele, que viveu no gueto de Cracóvia até os 8 anos de idade, e cuja mãe morreu num campo de concentração de Auschwitz. Polanski viria a dirigir depois "O Pianista", seu próprio filme sobre o Holocausto.

É dito que, durante as filmagens, a atmosfera foi tão depressiva que Steven Spielberg pediu para seu amigo Em outubro de 1980, o autor Thomas Keneally estava voltando para a Austrália quando parou no caminho para o aeroporto para comprar uma mala em uma loja de malas em Beverly Hills pertencente a Leopold Pfefferberg - que era um dos 1.200 salvos por Schindler. Entrou na sua loja de malas na Califórnia e saiu de lá com a história de Oskar Schindler, que decidiu contar. Ele fez com um grau de desenvolvimento só possível devido aos muitos que sobre ele quiseram falar. Entre estes, dezenas de "schindlerjuden" (Judeus Schindler), ou seus descendentes, como Pfefferberg, salvos por ele de um destino que foi o de mais de seis milhões na Alemanha nazista. Keneally ganhou com "A Lista de Schindler" o Booker Prize em 1982.

Steven Spielberg finalmente resolveu fazer o filme quando executivos do estúdio perguntaram a ele por que ele simplesmente não fazia uma doação de algum tipo ao invés de desperdiçar o tempo e o dinheiro de todos num filme deprimente.

Para recolher trajes para 20.000 figurantes, o desenhista de roupas colocou propagandas em que procurava roupas. Como as circunstâncias econômicas eram pobres na Polônia, muitos pessoas estavam ansiosos para vender as roupas que possuíam desde a década de 40 e 50.

De acordo com os diretores de arte, nenhum verde foi usado no set na forma de cor ou roupas por que eles não apareceriam bem no filme preto e branco. Atenção especial foi dada para a quantidade de luz ou tinta usado no set para aparecer corretamente no filme, para não ser diferente de como seria visto na vida real.

"A Lista de Schindler" foi o primeiro filme em preto e branco a ganhar o Oscar de Melhor Filme desde "Se Meu Apartamento Falasse" (1960).

"A Lista de Schindler"  filme ocupa o honroso 9º lugar na lista dos 100 maiores filmes americanos de todos os tempos do AFI - American Film Institute.

Ao custo de 25 milhões de dólares, este é o filme em preto-e-branco mais caro da história.

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Parabéns ao Nacka, pela idéia brilhante, e ao Forasteiro, por seus comentários impecáveis. Uma página inteira sem emoticons (!) e uma crítica que não precisa de nota para deixar transparecer se seu autor recomenda ou não o filme desde já me convenceram de que vale a pena visitar regularmente esse tópico, que promete muito.

O interessante é que o Forasteiro foi justamente ao ponto que me interessa nas críticas de cinema, que é a possibilidade de um enfoque diferente, proporcionar ao leitor perspectivas e peculiaridades que poderiam ser deixadas de lado ou esquecidas. Pra mim, não cabe ao comentarista afirmar se o filme é bom ou ruim, vez que essa seria uma tarefa demasiado simplista e intrusiva. O olhar acurado e atento aos detalhes é que faz com que o leitor tenha o prazer de ler a crítica e pensar "puxa, é mesmo!" ou "talvez ele tenha razão". E no encontro de razões, ainda que posterior, é que a identificação do leitor com o comentarista acontece.

Quanto ao filme, não fiz o dever de casa e não o revi, por isso vou ficar devendo por hora. A experiência que tive com ele no cinema foi maravilhosa. Duas cenas me chamaram a atenção em particular: a do destino do vagão das mulheres, que fez a sala inteira prender a respiração, e a do espancamento mencionado pelo Forasteiro, intercalada com a festa dos alemães no andar de cima (um tapa, uma lâmpada estourando...). Uma edição de imagens fantástica, rápida sem ser frenética (e aqui eu me cocei pra fazer uma crítica à edição de Moulin Rouge, mas vamos deixar isso pra depois).

Particularmente, não acho Schindler o filme mais maduro de Spielberg, porque aqui ainda se vê traços da manipulação de emoções que sempre foi sua marca registrada. Mas foi seu filme mais elaborado até então, e um marco em sua filmografia. O grande paradoxo é que, depois de Schindler, Spielberg fez filmes ao mesmo tempo belíssimos e desconcertantes, sem muitas oportunidades para o sentimentalismo - AI Inteligência Artificial, Minority Report, Guerra dos Mundos - que não tiveram o mesmo apelo junto ao grande público.

Por fim: Munique é um contraponto mais que indispensável a Schindler e, possivelmente, bem mais provocador. Se Schindler representa uma homenagem à história e um convite à persistência da memória de um povo, Munique exige a reflexão por parte deste mesmo povo. Ambos se completam.

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 Muito boa crítica do Forasta smiley32.gif à despeito de tê-la achado um pouco "subjetiva" demais (ressalva não no sentido exclusivamente pejorativo, mas por expressar praticamente uma visão particular, intíma sobre a experiência de assistir "A Lista"; meio que deixando de lado certos aspectos universais da história assim como os técnicos, esse último, comentado levemente nos adendos da crítica em si). Mas, afinal, qual crítica não é subjetiva?! smiley2.gif         

 Outrossim, no trecho a seguir faltou a sequência conclusiva da frase:

"É dito que, durante as filmagens, a atmosfera foi tão depressiva que Steven Spielberg pediu para seu amigo..."

 Nacka, gentileza verificar.

 Mais tarde comentarei mais sobre o filme. Sejamos todos bem vindo ao Cineclube em Cena!! smiley4.gif  

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 Muito boa crítica do Forasta smiley32.gif à despeito de tê-la achado um pouco "subjetiva" demais (ressalva não no sentido exclusivamente pejorativo' date=' mas por expressar praticamente uma visão particular, intíma sobre a experiência de assistir "A Lista"; meio que deixando de lado certos aspectos universais da história assim como os técnicos, esse último, comentado levemente nos adendos da crítica em si). Mas, afinal, qual crítica não é subjetiva?! smiley2.gif [/quote']

Deadman aqui talvez a "culpa" tenha sido minha, eu preferi assim, queria mesmo uma visão pessoal do filme e embora não tenha deixado isso claro, acho que ao colocar os parâmetros da crítica o Forastes captou a intenção. De qualquer forma achei que ficou diferente de uma "crítica profissional" o que era desejado por mim, outra coisa que ele captou muito bem e que foi observado pelo Alexei, eu não pedi que ele desse uma nota para o filme... e ele respeitou isso.

Na minha opinião particular acho que a nota é uma amarra para o filme, um limite para nossa opinião, tão mais fácil um 3/5 ou 9/10 e aí resume-se em uma linha todas as emoções que um belo texto poderia passar. Nada contra quem usa, só uma observação. (essa prática adotaremos nos demais filmes que forem "dissecados" aqui, cumprindo com o objetivo do tópico que é FALAR de cinema)   

 Outrossim' date=' no trecho a seguir faltou a sequência conclusiva da frase:

"É dito que, durante as filmagens, a atmosfera foi tão depressiva que Steven Spielberg pediu para seu amigo..."

 Nacka, gentileza verificar.

 Mais tarde comentarei mais sobre o filme. Sejamos todos bem vindo ao Cineclube em Cena!! smiley4.gif  

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Sim, na correria não vi ao revisar o post, a frase completa seria:

"É dito que, durante as filmagens, a atmosfera foi tão depressiva que Steven Spielberg pediu para seu amigo Robin Williams se ele poderia filmar algumas cenas de comédia".


 

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Bom, após ler a crítica do Foras de A Lista, mesmo sem me lembrar do filme com detalhes (e vou revê-lo com certeza ainda essa semana pra discutir aqui com mais embasamento) tenho que dizer que me sinto tão angustiado como quando vi o filme pela primeira vez há muitos anos. E vocês sabem que praticamente não revejo filmes...

 

Discordando um pouquinho com o Deadman, acredito que o tom subjetivo e pessoal da crítica presente na descrição é absolutamente coerente e indispensável para os objetivos do tópico (até aviva o filme em nossas mentes ressaltando o "despertar" do lado emocional muito forte no espectador, que o filme provoca).

 

Acredito que a intenção desse tópico não seja avaliar os filmes com os olhos de um crítico formado (ou com menos impessoalidade possível..talvez seja até inadequado chamar essa discussão inicial de crítica), mas justamente compartilhar  nossas emoções diante de todos os aspectos que envolvem a produção e como funcionam como estrutura para obtermos o resultado final (satisfatório ou não) que atinge o espectador em cheio, fá-lo refletir sobre as questões levantadas pelo filme (ótimos debates podem ser retirados daí, tanto a nível reflexivo quanto por exemplo, levantando outras visões de algumas questões que o filme ilustra por outros diretores, comparando e observando suas diferenças de abordagem;discutindo qual mexe mais conosco e porquê, etc).

 

Acho que o propósito de iniciarmos nosso questionamento com a crítica (aliás, belíssima, devo parabenizar mais uma vez o Foras) é servir como um prato de entrada, um tira gostos para uma discussão maior e mais abrangente com relação a nossa paixão pelo cinema em geral. 

 

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Deadman aqui talvez a "culpa" tenha sido minha' date=' eu preferi assim, queria mesmo uma visão pessoal do filme e embora não tenha deixado isso claro, acho que ao colocar os parâmetros da crítica o Forastes captou a intenção. De qualquer forma achei que ficou diferente de uma "crítica profissional" o que era desejado por mim, outra coisa que ele captou muito bem e que foi observado pelo Alexei, eu não pedi que ele desse uma nota para o filme... e ele respeitou isso.

Na minha opinião particular acho que a nota é uma amarra para o filme, um limite para nossa opinião, tão mais fácil um 3/5 ou 9/10 e aí resume-se em uma linha todas as emoções que um belo texto poderia passar. Nada contra quem usa, só uma observação. (essa prática adotaremos nos demais filmes que forem "dissecados" aqui, cumprindo com o objetivo do tópico que é FALAR de cinema) [/quote']

 EXCELENTE!!! smiley20.gif E que fique claro (achei que já estava...) ao Forasteiro, Nacka e Mr. Scofield: não foi minha intenção "puxar a orelha" do Forasteiro, quiça espezinhar o estilo dele ao escrever, senão observar que, à despeito de qualquer impressão mais pessoal e de foro intímo, alguns filmes (e considero que a "A Lista" seja um deles) têm pontos que podem (e devem) ser abordados levando em conta aspectos mais "amplos"...

 Além do mais, nem faria sentido partir de mim uma crítica à subetividade do texto. Afinal, sou Subjetivista por natureza! smiley4.gif Só para terem noção, o texto do Farasteiro me lembrou um dos melhores do Pablo ("crítica" dele ao filme "Campo dos Sonhos")...   

 Só espero que TODOS aqueles que porventura participarem do Cineclube tenham captado o "objetivo mor" do tópico assim como o Foras e também pautem pelo respeito às impressões individuais dos outros sem partir para ofensas, gracinhas, ironias etc.     

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Já estreou! Ótimo!smiley4.gif

Sim, o texto do Forasta está excelente e completo, fez jus ao título que ele conquistou na competição O Cinéfilo. Parabéns!

Eu ainda tenho que rever o filme. Só vi ele uma vez quando comprei o DVD. Assim que o fizer poderei falar mais. Mas sim, o filme é um soco no estômago. Realidade cruel, filmada com maestria pelo Spielberg.

Jailcante2006-8-30 13:5:49
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Eu adorei o filme, só que acho que vou compor um bloco menor aqui. smiley36.gif

O Foras captou em sua (matadora) análise boa parte do que eu achei de bom do filme.

Só que o final não me desceu bem não. O sentimento do personagem era justificável e compreensível, mas não gostei da maneira como Neeson, Spielberg e Williams regeram a cena; ficou um pouco melodramática e constrangedora. É problema pra um filme tropeçar justo no final (pelo menos pra mim).

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Você sairá da frente da tela mudado' date=' e isso deveria bastar. Dá pra dizer, então, que A Lista de Schindler é um filme ruim, horrível. Que te fará admirá-lo ao mesmo tempo em que te faz se sentir mal. Você vai passar longe dele por muito tempo depois de vê-lo, simplesmente porque basta rememorá-lo para sentir novamente seu terrível e maravilhoso efeito. [/quote']

Putz! Como isso é verdadeiro. A Lista... provoca um impacto muito grande em que o assiste... independe dos méritos técnicos do filme é o seu caráter emocional que nos coloca no centro daquilo tudo embora eu concorde com o Rubysun, devo dizer que ao chegarmos ao final de a Lista de Schindler nossas emoções já estão em frangalhos... e ele passa a ser memorável.

 

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.

 

O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.

Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário, não passaria de uma constatação imprecisa e tola.

 

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Que bom que já estreou!!!!smiley4.gif

E estreou da melhor maneira possível; com um ótimo filme do Spielberg (talvez o mais "apaixonado" dele, no sentido de aproximação do diretor ao tema principal do filme, e de dedicação ao mesmo), e com uma ótima crítica do Forasteiro, no ponto certo, justificando o por quê dele ter vencido o "Cinéfilo"...

Como boa parte do pessoal aqui, faz um certo tempo que eu vi o filme, mas prometo que irei revê  lo para promover uma discussão mais embasada por aqui...

E, como o Nacka mesmo anunciou, irei manter por aqui o "Enigma do Avatar". Estou fazendo uma pequena "pesquisa de campo", a fim de encontrar fotos legais para serem utilizadas por aqui...Dentro de breve, retomarei com o "Enigma do Avatar"...

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tio kub ixprica:

Já vi A Lista de Schindler e esse não é um filme sobre Holocausto; é um filme sobre 400 pessoas que se salvaram dele.



O que não diminui em absolutamente nada sua importância cultural ou alcance de seu enredo.
Espero que Kubrick soubesse disso ao soltar a frase dúbia - do contrário' date=' não passaria de uma constatação imprecisa e tola.
[/quote']

acho que kubrick foi equilibrado ao fazer essa colocação. o filme como metonímia parte/todo não serve, realmente. acho que o que ele quis dizer é que como spielberg é um cineasta de tanta importância, deveria ter optado por prioridades e teria um "dever moral" (principalmente sendo judeu) de esclarecer ou contemplar essa chacina que foi a segunda guerra. spielberg falhou nesse sentido e é lamentável.

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Mais uma vez Forasteiro conseguiu comover com uma de suas críticas.

 

Quanto ao filme (que por um tempo será menos elogiado do que a crítica de Forastes), este é o meu preferido de Spielberg. Tenho o DVD em casa e acho que vou conferir ainda esta semana para poder comentá-lo com maior afinco.

 

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Tenho esse DVD mas ainda não assisti. smiley5.gif Verei nesse final de semana para poder comentar aqui. Aguardem-me. smiley4.gif

JeFFito, como você pode colocar um emotion de felicidade em um post onde alega nunca ter visto A Lista de Schindler? smiley36.gif

 

Aliás, justifique o fato de ter o filme e nunca tê-lo assistido. E ainda tem a coragem de dizer que é fã do Spielberg.

 

P.S: Alterei minha assinatura para divulgar o Cineclube CeC.

 

Graxa2006-8-30 16:56:28

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Particularmente' date=' não acho Schindler o filme mais maduro de Spielberg, porque aqui ainda se vê traços da manipulação de emoções que sempre foi sua marca registrada (...)

(...) Por fim: Munique é um contraponto mais que indispensável a Schindler e, possivelmente, bem mais provocador (...)

[/quote']

Isso mesmo,acho exatamente isso,era começando por isso que eu íniciaria meu texto.Spielberg demonstra-se mais maduro,calejado,duro até,em Munique,sem sua famigerada propensão à manipulação "barata" das emoções,coisa que em "A Lista" ele acerta a mão até os 45 minutos do segundo tempo.

Aquele final (SPOILER) com o Liam Neeson recebendo o anel feito com os dentes de ouro dos sobreviventes e desesperando-se,numa cena (como o Rubysun bem disse) até meio constrangedora,por desfigurar a postura que o personagem apresentara até então sempre me pareceu desnecessário.Fica parecendo exagerado,apelativo,sempre achei isso.Não me incomoda tanto o final no cemitério,só acho que poderia ser também menos melodramático e mais..."artístico".

Sei que é péssimo e equivovado entrar nesse campo das comparações entre estilos de diretores numa discussão sobre um filme em específico,mas Kubrick jamais terminaria um de seus filmes com elementos "reais",com pessoas de verdade de mãos dadas com o elenco do filme,isso sempre me desceu arranhado na garganta também.

Isso até a reassistida,anteontem.Talvez eu estivesse mais suscetível,não sei,mas o final me pareceu...Justo.Afinal com toda aquela atrocidade apresentada durante toda a projeção,chegamos às 3 hosras de exibição com um nó na gargante,e o choro de Oscar Schindler acaba sendo mesmo a válvula de escape oferecida.Talvez não no momento certo (talvez por isso a sensação de estranhamento),pois a essa altura já nos sentimos até meio que inertes,e a única emoção que realmente nos toca é a da vingança,ao vermos o personagem do Ralph Fiennes (puta atuação embasbacante) sendo enforcado.

Mas então porque apesar de Munique demonstrar um amadurecimento de Spielberg nisso que eu sempre considerei sua maior "falha",ainda continuo considerando A Lista infinitamente superior? Talvez porque essa "falha" seja a identidade do Spielberg,a identidade com a qual nos acostumamos,desde E.T,Contatos Imediatos,etc.Sabemos que ele deveria pegar menos pesado no "chora se não te bato" em alguns de seus filmes,mas ao mesmo tempo,quando ele arranca isso,sentimos falta.É como um afago que sempre foi dado antes de dormir e que deixa de ser dado pela nossa mãe,pois estamos grandinhos demais pra isso.

A Lista de Schindler é a Obra-Prima do Spielberg.Funcionaria nas mãos do Scorsese (a quem o filme foi inicialmente cogitado)? Provavelmente sim,muito.Mas não seria A Lista de Schindler,seria um outro filme.

Enxak2006-8-30 17:17:11
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Particularmente' date=' não acho Schindler o filme mais maduro de Spielberg, porque aqui ainda se vê traços da manipulação de emoções que sempre foi sua marca registrada (...)

(...) Por fim: Munique é um contraponto mais que indispensável a Schindler e, possivelmente, bem mais provocador (...)

[/quote']

Isso mesmo,acho exatamente isso,era começando por isso que eu íniciaria meu texto.Spielberg demonstra-se mais maduro,calejado,duro até,em Munique,sem sua famigerada propensão à manipulação "barata" das emoções,coisa que em "A Lista" ele acerta a mão até os 45 minutos do segundo tempo.

Aquele final (SPOILER) com o Liam Neeson recebendo o anel feito com os dentes de ouro dos sobreviventes e desesperando-se,numa cena (como o Rubysun bem disse) até meio constrangedora,por desfigurar a postura que o personagem apresentara até então sempre me pareceu desnecessário.Fica parecendo exagerado,apelativo,sempre achei isso.Não me incomoda tanto o final no cemitério,só acho que poderia ser também menos melodramático e mais..."artístico".

Sei que é péssimo e equivovado entrar nesse campo das comparações entre estilos de diretores numa discussão sobre um filme em específico,mas Kubrick jamais terminaria um de seus filmes com elementos "reais",com pessoas de verdade de mãos dadas com o elenco do filme,isso sempre me desceu arranhado na garganta também.

Isso até a reassistida,anteontem.Talvez eu estivesse mais suscetível,não sei,mas o final me pareceu...Justo.Afinal com toda aquela atrocidade apresentada durante toda a projeção,chegamos às 3 hosras de exibição com um nó na gargante,e o choro de Oscar Schindler acaba sendo mesmo a válvula de escape oferecida.Talvez não no momento certo (talvez por isso a sensação de estranhamento),pois a essa altura já nos sentimos até meio que inertes,e a única emoção que realmente nos toca é a da vingança,ao vermos o personagem do Ralph Fiennes (puta atuação embasbacante) sendo enforcado.

Mas então porque apesar de Munique demonstrar um amadurecimento de Spielberg nisso que eu sempre considerei sua maior "falha",ainda continuo considerando A Lista infinitamente superior? Talvez porque essa "falha" seja a identidade do Spielberg,a identidade com a qual nos acostumamos,desde E.T,Contatos Imediatos,etc.Sabemos que ele deveria pegar menos pesado no "chora se não te bato" em alguns de seus filmes,mas ao mesmo tempo,quando ele arranca isso,sentimos falta.É como um afago que sempre foi dado antes de dormir e que deixa de ser dado pela nossa mãe,pois estamos grandinhos demais pra isso.

A Lista de Schindler é a Obra-Prima do Spielberg.Funcionaria nas mãos do Scorsese (a quem o filme foi inicialmente cogitado)? Provavelmente sim,muito.Mas não seria A Lista de Schindler,seria um outro filme.

po, Enxak..imaginei q fosse colocar em pauta a mesma analogia a q se referiu na CMJ..smiley1.gif

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Particularmente' date=' não acho Schindler o filme mais maduro de Spielberg, porque aqui ainda se vê traços da manipulação de emoções que sempre foi sua marca registrada (...)

(...) Por fim: Munique é um contraponto mais que indispensável a Schindler e, possivelmente, bem mais provocador (...)

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Isso mesmo,acho exatamente isso,era começando por isso que eu íniciaria meu texto.Spielberg demonstra-se mais maduro,calejado,duro até,em Munique,sem sua famigerada propensão à manipulação "barata" das emoções,coisa que em "A Lista" ele acerta a mão até os 45 minutos do segundo tempo.

Aquele final (SPOILER) com o Liam Neeson recebendo o anel feito com os dentes de ouro dos sobreviventes e desesperando-se,numa cena (como o Rubysun bem disse) até meio constrangedora,por desfigurar a postura que o personagem apresentara até então sempre me pareceu desnecessário.Fica parecendo exagerado,apelativo,sempre achei isso.Não me incomoda tanto o final no cemitério,só acho que poderia ser também menos melodramático e mais..."artístico".

Sei que é péssimo e equivovado entrar nesse campo das comparações entre estilos de diretores numa discussão sobre um filme em específico,mas Kubrick jamais terminaria um de seus filmes com elementos "reais",com pessoas de verdade de mãos dadas com o elenco do filme,isso sempre me desceu arranhado na garganta também.

Isso até a reassistida,anteontem.Talvez eu estivesse mais suscetível,não sei,mas o final me pareceu...Justo.Afinal com toda aquela atrocidade apresentada durante toda a projeção,chegamos às 3 hosras de exibição com um nó na gargante,e o choro de Oscar Schindler acaba sendo mesmo a válvula de escape oferecida.Talvez não no momento certo (talvez por isso a sensação de estranhamento),pois a essa altura já nos sentimos até meio que inertes,e a única emoção que realmente nos toca é a da vingança,ao vermos o personagem do Ralph Fiennes (puta atuação embasbacante) sendo enforcado.

Mas então porque apesar de Munique demonstrar um amadurecimento de Spielberg nisso que eu sempre considerei sua maior "falha",ainda continuo considerando A Lista infinitamente superior? Talvez porque essa "falha" seja a identidade do Spielberg,a identidade com a qual nos acostumamos,desde E.T,Contatos Imediatos,etc.Sabemos que ele deveria pegar menos pesado no "chora se não te bato" em alguns de seus filmes,mas ao mesmo tempo,quando ele arranca isso,sentimos falta.É como um afago que sempre foi dado antes de dormir e que deixa de ser dado pela nossa mãe,pois estamos grandinhos demais pra isso.

A Lista de Schindler é a Obra-Prima do Spielberg.Funcionaria nas mãos do Scorsese (a quem o filme foi inicialmente cogitado)? Provavelmente sim,muito.Mas não seria A Lista de Schindler,seria um outro filme.

po, Enxak..imaginei q fosse colocar em pauta a mesma analogia a q se referiu na CMJ..smiley1.gif

Não trago futricas pra cá,Filmes em Geral é campo sagrado.smiley2.gifsmiley36.gif

Que acha do filme,Soto?

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Discordo quanto a cena final do filme. Não penso que o desespero de Liam Neeson seja melodramático ou desnecessário. Conseguiu fazer-me  sentir compaixão pelo personagem, pois como o próprio Forasteiro disse, Schindler evolui juntamente com o espectador e é nesta cena que percebe o quanto arrogante e ganancioso era, ou seja é aqui que atinge o estágio final de sua vida: a redenção.

 

P.S: Não me perguntem sobre o papo de estágio fina da vidal, estou lendo Musashi, um livro japonês sobre um samurai meio filósofo e acabei entrando no clima. smiley36.gif

 

 

 

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(...) Por fim: Munique é um contraponto mais que indispensável a Schindler e, possivelmente, bem mais provocador (...)

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Isso mesmo,acho exatamente isso,era começando por isso que eu íniciaria meu texto.Spielberg demonstra-se mais maduro,calejado,duro até,em Munique,sem sua famigerada propensão à manipulação "barata" das emoções,coisa que em "A Lista" ele acerta a mão até os 45 minutos do segundo tempo.

Aquele final (SPOILER) com o Liam Neeson recebendo o anel feito com os dentes de ouro dos sobreviventes e desesperando-se,numa cena (como o Rubysun bem disse) até meio constrangedora,por desfigurar a postura que o personagem apresentara até então sempre me pareceu desnecessário.Fica parecendo exagerado,apelativo,sempre achei isso.Não me incomoda tanto o final no cemitério,só acho que poderia ser também menos melodramático e mais..."artístico".

Sei que é péssimo e equivovado entrar nesse campo das comparações entre estilos de diretores numa discussão sobre um filme em específico,mas Kubrick jamais terminaria um de seus filmes com elementos "reais",com pessoas de verdade de mãos dadas com o elenco do filme,isso sempre me desceu arranhado na garganta também.

Isso até a reassistida,anteontem.Talvez eu estivesse mais suscetível,não sei,mas o final me pareceu...Justo.Afinal com toda aquela atrocidade apresentada durante toda a projeção,chegamos às 3 hosras de exibição com um nó na gargante,e o choro de Oscar Schindler acaba sendo mesmo a válvula de escape oferecida.Talvez não no momento certo (talvez por isso a sensação de estranhamento),pois a essa altura já nos sentimos até meio que inertes,e a única emoção que realmente nos toca é a da vingança,ao vermos o personagem do Ralph Fiennes (puta atuação embasbacante) sendo enforcado.

Mas então porque apesar de Munique demonstrar um amadurecimento de Spielberg nisso que eu sempre considerei sua maior "falha",ainda continuo considerando A Lista infinitamente superior? Talvez porque essa "falha" seja a identidade do Spielberg,a identidade com a qual nos acostumamos,desde E.T,Contatos Imediatos,etc.Sabemos que ele deveria pegar menos pesado no "chora se não te bato" em alguns de seus filmes,mas ao mesmo tempo,quando ele arranca isso,sentimos falta.É como um afago que sempre foi dado antes de dormir e que deixa de ser dado pela nossa mãe,pois estamos grandinhos demais pra isso.

A Lista de Schindler é a Obra-Prima do Spielberg.Funcionaria nas mãos do Scorsese (a quem o filme foi inicialmente cogitado)? Provavelmente sim,muito.Mas não seria A Lista de Schindler,seria um outro filme.

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Que acha do filme,Soto?

embora tecnicamente perfeito, o acho sonolento, demorado e piegas..

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(...) Por fim: Munique é um contraponto mais que indispensável a Schindler e, possivelmente, bem mais provocador (...)

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Isso mesmo,acho exatamente isso,era começando por isso que eu íniciaria meu texto.Spielberg demonstra-se mais maduro,calejado,duro até,em Munique,sem sua famigerada propensão à manipulação "barata" das emoções,coisa que em "A Lista" ele acerta a mão até os 45 minutos do segundo tempo.

Aquele final (SPOILER) com o Liam Neeson recebendo o anel feito com os dentes de ouro dos sobreviventes e desesperando-se,numa cena (como o Rubysun bem disse) até meio constrangedora,por desfigurar a postura que o personagem apresentara até então sempre me pareceu desnecessário.Fica parecendo exagerado,apelativo,sempre achei isso.Não me incomoda tanto o final no cemitério,só acho que poderia ser também menos melodramático e mais..."artístico".

Sei que é péssimo e equivovado entrar nesse campo das comparações entre estilos de diretores numa discussão sobre um filme em específico,mas Kubrick jamais terminaria um de seus filmes com elementos "reais",com pessoas de verdade de mãos dadas com o elenco do filme,isso sempre me desceu arranhado na garganta também.

Isso até a reassistida,anteontem.Talvez eu estivesse mais suscetível,não sei,mas o final me pareceu...Justo.Afinal com toda aquela atrocidade apresentada durante toda a projeção,chegamos às 3 hosras de exibição com um nó na gargante,e o choro de Oscar Schindler acaba sendo mesmo a válvula de escape oferecida.Talvez não no momento certo (talvez por isso a sensação de estranhamento),pois a essa altura já nos sentimos até meio que inertes,e a única emoção que realmente nos toca é a da vingança,ao vermos o personagem do Ralph Fiennes (puta atuação embasbacante) sendo enforcado.

Mas então porque apesar de Munique demonstrar um amadurecimento de Spielberg nisso que eu sempre considerei sua maior "falha",ainda continuo considerando A Lista infinitamente superior? Talvez porque essa "falha" seja a identidade do Spielberg,a identidade com a qual nos acostumamos,desde E.T,Contatos Imediatos,etc.Sabemos que ele deveria pegar menos pesado no "chora se não te bato" em alguns de seus filmes,mas ao mesmo tempo,quando ele arranca isso,sentimos falta.É como um afago que sempre foi dado antes de dormir e que deixa de ser dado pela nossa mãe,pois estamos grandinhos demais pra isso.

A Lista de Schindler é a Obra-Prima do Spielberg.Funcionaria nas mãos do Scorsese (a quem o filme foi inicialmente cogitado)? Provavelmente sim,muito.Mas não seria A Lista de Schindler,seria um outro filme.

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Que acha do filme,Soto?

embora tecnicamente perfeito, o acho sonolento, demorado e piegas..

 

Uau, a crítica do Forasteiro é blá-blá-blá se comparada com seu comentário, Soto.

Graxa2006-8-30 17:36:47

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