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Cineclube em Cena


Nacka
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Me enviou a crítica no prazo é curtinha, como se ele tivesse medo de falar, mas bem objetiva.[/quote']

 

 

Minhas críticas nunca passam de duas páginas. Talvez eu

pense: "Que ser infeliz lerá um texto MEU tão grande?". Mas outra coisa

que pesou (falo sério), é o fato de que eu não quis dizer tudo que eu

tinha para dizer nesta crítica, para que pudesse discutir com os outros

durante esta semana ...

 

 

 

e

Pato, pecado mortal, você esqueceu de citar o maravilhoso elenco do

filme, o relacionamento entre a personagem de Sandra Bloom (Jessica

Lange) com Ed Bloom (Albert Finney) o amor incondiconal dos dois e o

humor refinado que permeia todo o filme e sobre sua observação

[/quote']

 

Eu citei o elenco sim, endoidou? 06

E adorei o relacionamento dos dois personagens e a química entre os

quatro atores (Ed Bloom e Sandra Bloom quando jovens e quando velhos).

 

 

 

quando

ao suposto ponto fraco do filme eu discordo, considero uma virtude, Tim

Burton nos traz a realidade como se quisesse dizer "olha isso é uma

fantasia, mas não quer dizer que isso não possa ser real", me

identifiquei muito com isso.

[/quote']

 

 

 

Hum ... Aí entramos na área da subjetividade mesmo ...

 

 

Fora isso' date=' o filme é ótimo, cheio de metáforas, simbologias (meu momento Scofield)

Ia ser legal vc desenvolver essa parte. 01

[/quote']

Cara ... Como assim desenvolver? Todas as histórias contadas por Edward são metáforas ali. Não percebeu?

 

 

 

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Cara ... Como assim desenvolver? Todas as histórias contadas por Edward são metáforas ali. Não percebeu?[/Quote]

Opa, aluguei “Peixe Grande” hoje, comentários quarta-feira à crítica do Engraxador! e ao filme. Enquanto isso, alguém poderia atualizar o índice de críticas por aqui?

Quanto ao quote: Ora, você poderia comentar as metáforas que se saíram extremamente bem e as que fizeram com que você tivesse o sentimento de cansaço com tamanhas fantasias.

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Cara ... Como assim desenvolver? Todas as histórias contadas por Edward são metáforas ali. Não percebeu?[/Quote]

Opa' date=' aluguei “Peixe Grande” hoje, comentários quarta-feira à crítica do Engraxador! e ao filme. Enquanto isso, alguém poderia atualizar o índice de críticas por aqui?

Quanto ao quote: Ora, você poderia comentar as metáforas que se saíram extremamente bem e as que fizeram com que você tivesse o sentimento de cansaço com tamanhas fantasias.

[/quote']

 

Aqui está:

 

Página 1 = Forasteiro (A Lista de Schindler)
Página 8 = Mr. Scofield (No Rastro da Bala)
Página 17 = Dook (A Última Tentação de Cristo)
Página 28 = Silva (Amnésia)

Página 34 = Garami (Fogo Contra Fogo)

Página 37 = Alexei (Fale Com Ela)

Página 39 = Engraxador (Peixe Grande)

 
silva2006-10-09 17:27:58
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Folks, neste tópico, qualquer comentário fora do proposto será sumariamente deletado, vamos falar dos filmes criticados aqui, cinema é que interessa, considerações sobre o que deve entrar no Pablito devem ser postadas lá, acredito que a questão das críticas já foi resolvida com a abertura do Armazém de Críticas pelo Engraxador, Ok?

Aproveitem para criticar o filme analisado pelo proprio esta semana, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas do Tim Burton, quem já assistiu o filme pode postar suas impressões e dizer se concorda ou não com as observações feitas pelo Graxa.

 

Para a próxima semana, teremos o clássico de Sergio Leone (dissecado pelo Rubysun), filme que eu comprei o dvd sem ter assistido, apenas pelos comentários do Dook e Serge, nunca me arrependi:

 

era_vez_oeste_1968_03.jpg
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Peixe Grande é, pra mim, um dos filmes mais bonitos desta década. Me agrada muito a singeleza dele, a simplicidade com que Burton trata os temas da formação da identidade do filho pela contestação dos atributos do pai (ou seja, a formação da personalidade pelo antagonismo), que é um tema de identificação imediata, e do perdão. Não há aqui grandes reviravoltas, a trama é bem linear - sem prejuízo de ser muito rica - e o subtexto bastante acessível.

 

Discordando do nosso comentarista, aquele final, quando é revelado um fundo de verdade nas tais estórias maravilhosas, é mais que digno para com o Bloom pai (aliás, chorei pra burro no cinema nessa hora, mas minha mulher diz que eu sou um chorão mesmo). Dentre as tantas cenas bonitas, destaco aquela do encontro no circo, que é de uma plasticidade maravilhosa.

 

Gostei de ver, Engraxador. O texto está conciso e adequadamente estruturado. Um pouco curto, realmente, mas aí sobra mais espaço pra gente comentá-lo...

 

Só uma coisa: salvo engano, quem interpreta Bloom filho é o Billy Crudup, não?
Alexei2006-10-11 16:42:14
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Eu geralmente adoro filmes com elementos fantasiosos, que possuem uma atmosfera de fábula, algo bem escapista (???) mesmo, mas por algum motivo não senti nada em Peixe Grande. Não sei se faltou uma entrega maior da minha parte... Sei que não me envolvi e a história não me encantou, portanto, acho apenas um bom filme (talvez o mais inferior que tenha visto do Burton).

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Só uma coisa: salvo engano' date=' quem interpreta Bloom filho é o Billy Crudup, não?
[/quote']

 

Exatamente e, para mim, sua atuação é maravilhosa; supreendo-me. Revi hoje, em breve, comento. Neste mesmo post. 03 Sem querer ser chato, mas...

 

 

Tim Burton tem um dom. Sim' date=' um dom. Assim de imediato, não consigo recordar-me de nenhum outro cineasta capaz de traduzir fantasia para as telas da mesma forma fantástica de Burton. Aliás, atrevo-me a dizer que este é um de meus diretores prediletos da atualidade, o que me fez ficar extremamente ansioso em relação a este Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (filme que eu já havia conferido em um passado remoto, quando eu ainda era um macaco cinematograficamente falando, portanto seria como vê-lo pela primeira vez).

[/quote']

 

Então, somos dois.

 

<?:NAMESPACE PREFIX = O />

O filme tem um dos roteiros mais criativos dos últimos tempos ... Edward Bloom (Albert Finney) diverte-se contando histórias de sua juventude e todos se divertem ouvindo-as' date=' com exceção de Will (Ewan McGregor), seu filho que se cansou de ouvir as histórias fantasiosas do pai que estão sempre mesclando ficção com realidade. Depois de três anos sem se falarem, Ed adoece e está à beira da morte. É quando seu filho resolve finalmente descobrir a realidade sobre o pai, pois julga nem conhecê-lo direito já que este parece estar sempre fantasiando. Assim, o filme além de apresentar os acontecimentos na atualidade, conta as maravilhosas histórias de Edward Bloom repletas de gigantes, bruxas, enchentes, lobisomens, guerras entre outros elementos fantásticos através de flashbacks.

[/quote']

 

Ewan McGregor interpreta Edward Bloom quando jovem. Will Bloom é intepretado por Billy Crudup, como apresentou o Alexei.
OK, começo de crítica pouco desenvolvido e inseguro (as reticências), com algumas invenções também (negritadas), o que pode até ser interessante, afinal parece que você pegou o clima.

Se você conhece Tim Burton' date=' provavelmente deve ter percebido no trecho acima todos os elementos necessários para ativar sua imaginação e criatividade, gerando mais uma espetacular direção. E isso realmente acontece. Com as enormes ajudas de Danny Elfman, de uma ótima equipe de efeitos visuais, do diretor de fotografia Philippe Rousselot e dos diretores de arte, Burton cria um universo fantástico, um tanto diferente dos outros vistos em seus filmes, mas que fascina e envolve o espectador da mesma forma.

[/quote']

 

Legal, mas podia ter falado um pouco mais do tal mundo criado pelos seus colaboradores.

 

E todo mundo parece se dar bem com este universo' date=' já que todos os atores em cena, estejam eles nos flashbacks fantasiosos ou não, trabalham muito bem e cada um a sua maneira, parece se relacionar intimamente com as histórias maravilhosas de Edward, dependendo do impacto que elas trazem aos seus personagens.

Mas nem tudo funciona as mil maravilhas neste filme e eu seria um ridículo fãnzóide de Burton se não ressaltasse isto aqui. Após algum tempo de projeção, ficamos completamente estupefatos e comovidos com os lindos contos de Edward, enquanto Will insiste em extrair a verdadeira pessoa por trás das histórias de seu pai, não percebendo que aquelas histórias ERAM seu pai. E poderíamos ficar por isso, mas infelizmente Burton opta por revelar algumas verdades por trás das fantasias ali presentes, separando ficção de realidade das histórias de Edward, assim estragando toda a magia dos contos que presenciáramos até ali.[/quote']

Pois para mim foi uma decisão acertadíssima de Burton. Mostra a total falta de fé e confiança que Will tinha no pai; e as histórias maravilhosas, puxando de clichês, dão origem a momentos geniais e valiosos. Quanto a tomar a realidade, também fico com o roteiro; afinal se tudo fosse um conto de fadas poderia ser como um mero conto de fadas, certo? E não a história da vida de um homem.

 

Fora isso' date=' o filme é ótimo, cheio de metáforas, simbologias (meu momento Scofield) e o melhor: Sem uma gotinha de melodrama (como eu odeio isso), assim você chora quando quiser, se quiser.[/quote']

 

Poderia ter comentado mais sobre as simbologias e metáforas, estabelecendo parâmetros sobre a realidade de Edward Bloom, suas histórias e as nossas vidas. Por exemplo, ele se "expandindo" e necessitando sair da cidade.

 

Preste atenção: Ao fim do filme' date=' Will afirma que seu pai sempre fora um peixe grande. Isto porque ele finalmente compreende que seu pai não era um grande mentiroso e sim um peixe grande de mais para viver confinado em um aquário (sua rotina), o que o levava a “criar” estas histórias fantasiosas.[/quote']

 

Correct.

O  que já se disse:Peixe grande é' date=' enfim, um filme simples e bonito, que valoriza o escapismo saudável num mundo de cores sem graça.”  Omelete.[/quote']

Poderia ter passado essa mensagem com suas palavras.

 

Por que não perder: Por ser visualmente perfeito' date=' com incríveis personagens e um roteiro magnífico.[/quote']

 

Um pouco mais que isso, pero...

 

Mas sabe que gostei? Acho que foi um grande desenvolvimento do Pato, espero que ele volte para falr um pouco mais do que botei na mesa. Filmaço, revisto hoje.
ltrhpsm2006-10-12 01:54:48
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O  que já se disse: “Peixe grande é' date=' enfim, um filme simples e bonito, que valoriza o escapismo saudável num mundo de cores sem graça.”  Omelete. [/quote']

 

Poderia ter passado essa mensagem com suas palavras.

 

 

 

Mas esse espaço é justamente para falar o que outros disseram, não é? 17

 

edit: porra de quotes... 06
rubysun2006-10-12 11:16:04
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ninguém mais vai comentar o peixe?

 

nossa que passa com o povo, eu vi todos os discutidos, menos Fale Com Ela... Pô Tensor, não viu Fogo Contra Fogo? 13 Run!

 

A Lista --> Bom, mas cada vez mais cai no meu conceito

No Rastro da Bala --> Ótimo

A Última Tentação --> OP

Amnésia --> Foda

Fogo Contra Fogo --> OP

Fale com Ela --> Não vi

Peixe Grande --> Excelente
rubysun2006-10-12 11:55:20
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Folks, neste tópico, qualquer comentário fora do proposto será sumariamente deletado, vamos falar dos filmes criticados aqui, cinema é que interessa, considerações sobre o que deve entrar no Pablito devem ser postadas lá, acredito que a questão das críticas já foi resolvida com a abertura do Armazém de Críticas pelo Engraxador, Ok?

Aproveitem para criticar o filme analisado pelo proprio esta semana, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas do Tim Burton, quem já assistiu o filme pode postar suas impressões e dizer se concorda ou não com as observações feitas pelo Graxa.

 

Para a próxima semana, teremos o clássico de Sergio Leone (dissecado pelo Rubysun), filme que eu comprei o dvd sem ter assistido, apenas pelos comentários do Dook e Serge, nunca me arrependi:

 

era_vez_oeste_1968_03.jpg
[/quote']

 

Tive uma idéia: vamos colocar o nome do filme: Era uma vez no Oeste (C'era una volta il West). Ou será que é tão óbvio que todos sabem?

 

Ainda não vi mas está aqui porque aluguei-o. Que sorte! Verei em breve pra apagar mais essa heresia e pra discutir por aqui.

 

edit: porque a imagem saiu tão grande?
Lunatic2006-10-12 11:40:45
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ninguém mais vai comentar o peixe?

 

nossa que passa com o povo' date=' eu vi todos os discutidos, menos Fale Com Ela... Pô Tensor, não viu Fogo Contra Fogo? 13 Run!

 

A Lista --> Bom, mas cada vez mais cai no meu conceito

No Rastro da Bala --> Ótimo

A Última Tentação --> OP

Amnésia --> Foda

Fogo Contra Fogo --> OP

Peixe Grande --> Excelente
[/quote']

 

A Lista                  --> Muito bom

No Rastro da Bala  --> Bom, vou rever porque não achei tudo isso

A Última Tentação --> não vi...

Amnésia               --> OP

Fogo Contra Fogo  --> Foda

Peixe Grande        --> Excelente
Lunatic2006-10-12 11:44:45
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Lembrem-se que a idéia do Cineclube é ver ou rever o filme em pauta para comentar seus acertos e desacertos, e não ficar esperando que apareça um filme que já tenhamos visto para só então participar. Vamos alimentar o tópico, pessoal, que é uma das melhores coisas do CeC atualmente porque estimula a cultura de cinema.

Eu ainda estou em defasagem em dois, A Última Tentação e Fogo Contra Fogo. Assim que os revir, volto pra comentar.

 

P.S.: Gago, faça um esforço. Não teve nada que eu li de você até agora que não tenha achado, no mínimo, interessante. Olhe nosso cardápio no índice que o Silva escreveu e sirva-se. Ou, quem sabe, candidate-se para a crítica seguinte.
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Sim..não vi ainda Big Fish (e, portanto, não posso comentar, infelizmente)..mas não se esqueçam de que existe um cardápio e não é preciso falar só sobre o filme da semana. Aliás, passou Fogo Contra Fogo - que também não vi - outro dia na tv a cabo,  mas estava na metade..não pude acompanhar... 0404

Entretanto, já estou me preparando para ver C'era Una Volta il West  essa semana e comentar com vocês... 01

 

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Eu até dei uma olhada nas locadoras a que tenho acesso por aqui, mas nenhuma delas tinha o filme. Como eu disse, gosto de Peixe Grande e me sentiria muito bem revendo. Não deu. Vou ficar devendo, e assim que tiver a oportunidade dou uma passadinha por aqui e faço um comentário.

 

Estou começando a ficar por dentro do cineclube. Ainda não li as críticas feitas pelos usuários, mas pelo que já deu para perceber aqui no fórum, algumas delas devem ter sido muito boas. O problema é que não tenho acesso a muitos filmes atualmente, por isso fica difícil acompanhar.

 

PS: obriago, Alexei. E pelo que li seu, até agora, temos algumas opiniões bem parecidas. Você é um cara de bom gosto. Hehe.

 

Gago2006-10-12 12:20:42

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Verei "Peixe Grande" hoje, se possível (sim, eu ainda não vi o filme...)

 

E Nacka, justamente na semana que irei viajar a trabalho você coloca uma das maiores OP de todos os tempos para o "Cardápio da semana"???  É querer tirar uma onda com a minha cara (e me fazer gastar uma fortuna em Lan Houses).06
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Fico incomodado com minha NÃO participação ativa nesse tópico, já que sempre acabo me embananando na hora de acompanhar as críticas e/ou fazer comentários. Quando consigo tempo, já passou pra outra semana, outro texto...04

 

Enfim, ESSA SEMANA tentarei novamente acompanhar isso aqui.

 

E só fazendo um breve quadro sobre minha opinião sobre os filmes já comentados:

 

 

A Lista de Schindler --> Acho o filme bem feito do ponto de vista técnico e peca terrivelmente em seu ato final. Bom, mas DEVERIA ser melhor para justificar tanta babação. Um absurdo o Spielberg ter ganhado o Oscar de direção sobre Robert Altman e a obra prima SHORT CUTS.

 

No Rastro da Bala --> Acho que vi com uma visão rasa...sei que o Scofa (que é uma pessoa que respeito muito) tem uma leitura elogiada do filme, mas ainda não li a crítica dele justamente pra tentar enxergar algo a mais e poder argumentar a respeito. Verei novamente!

 

A Última Tentação --> E tem gente que acha que Mel Gibson ousou com seu A PAIXÃO. Ele fez uma merda de filme, isso sim...Scorsese fez um grande filme. Ótimo texto do Dook.

 

Amnésia --> Gostei, interessante...mas não tão "revolucionário" como muitos pregaram à época. Hoje ainda menos já que temos um diretor que usa a edição a serviço da narrativa de maneira mais ousada e inventiva: Alejandro Gonzales Iñarritu.

 

Fogo Contra Fogo --> Um dos melhores filmes de ação de todos os tempos. Magnífico!!!

 

Fale com Ela --> Estupendo, belíssimo, me causa arrepios, choro e tudo mais...a crítica do Alexei ficou excepcional. Até recomendei o texto para uma grande amiga que é fã do Almodovar e grande estudiosa da obra dele...ela leu o texto e adorou!

 

Peixe Grande --> Lindo e tocante.

 

 

ERA UMA VEZ NO OESTE eu espero comentar durante a semana...eu espero! 05

 

Thico2006-10-12 17:54:27

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once-upon-a-time-in-the-west-charles-bronson-henry-fonda1.jpg

Era Uma Vez no Oeste - Dir. Sergio Leone

 

Filme: Era Uma Vez no Oeste (C’era una volta il West, 1968), de Sergio Leone. Com: Charles Bronson, Henry Fonda, Claudia Cardinale, Jason Robards, Gabriele Ferzetti.

"Se esse homem sobreviver, ele virá aqui, pegará suas coisas e dizer ‘eu tenho que ir’. Esses têm algo a ver com a morte"

Era Uma Vez no Oeste é uma poesia de 165 minutos em homenagem a todos esses que têm algo a ver com a morte. À violenta época dos xerifes e foras-da-lei, que já entraram imortalizados no imaginário popular pelo cinema. Esses mocinhos e bandidos que fizeram a festa nas salas de cinema durante mais de vinte anos, e que hoje, estão ausentes, o gênero está desgastado e é visto com maus olhos por parte da nova geração. O filme se situa em uma época onde a civilização estava chegando ao violento Velho Oeste. E o arco dramático do filme é centrado em três personagens que estão cada vez mais desolados e deslocados devido à esta mudança.

Esse é um dos temas mais recorrentes na cinematografia mundial, sempre memorável por gerar obras-primas: o efeito destruidor que o tempo faz no ambiente que as pessoas vivem, e a dificuldade em se adaptar a isso. No caso, isto chega até a ser metalingüístico: enquanto no filme Charles Bronson, Jason Robards e Henry Fonda estavam sendo atropelados pelo trem do desenvolvimento e do avanço tecnológico, John Ford, John Wayne e outros mitos do western americano também estavam sendo atropelados pelo trem da indústria cinematográfica, do gênero que estava se desgastando. O ciclo dos grandes filmes americanos de western se encerrou na passada da década de 50 para a década de 60. Não que os filmes tenham se esgotado (até a década de 70 ainda eram produzidos westerns, mas depois disso os títulos são possíveis de se contar nos dedos), mas a produção do gênero estava em declínio. Foi quando Sergio Leone surgiu fazendo filmes estranhíssimos, a visão italiana dos filmes de western. A famosa trilogia dos dólares, composta por Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965) e Três Homens em Conflito (1966), produzida na Itália e na Espanha, fez um sucesso imenso nos Estados Unidos no ano de 67 e animou os executivos da Paramount para fazer com que esse diretor arquivasse o projeto no qual estava desenvolvendo (que era Era Uma Vez na América, filme lançado em 1984) para gravar mais um western, com um orçamento altíssimo. Não sei o que deve ter sido a cara dos executivos quando eles viram o filme pronto. O italiano apareceu com um épico de quase três horas de duração, muito lento até para os padrões da época, que esperavam mais ação e um filme rápido como Três Homens em Conflito (que ironicamente, é considerado lento hoje em dia).

Era Uma Vez no Oeste é um dos filmes mais tristes de todos os tempos. Leone filmou uma ópera, uma poesia sobre o fim da época do western, na época em que os filmes de cowboys estavam escasseando. O filme é centrado em cinco personagens: Harmonica (Charles Bronson), Cheyenne (Jason Robards), Jill (Claudia Cardinale), Frank (Henry Fonda) e Morton (Gabriele Ferzetti). Morton, um aleijado, é o responsável pela ferrovia e os trens, um homem de negócios. Frank é o pistoleiro que trabalha para Morton indo acertar contas (leia-se matar) pelos eventuais tropeços aos tratos impostos pelo homem de negócios. Bronson é um homem misterioso de raízes indígenas, que anda sempre tocando uma gaita. Quando Frank questiona seu nome, ele responde nomes "de pessoas que estavam vivas até te encontrar, Frank". Jill é uma mulher de New Orleans que se casou com um irlandês e ia morar no campo. O irlandês é Brett McBain, e estava desenvolvendo terras no meio do nada, que pela localização geográfica, futuramente seriam uma estação de trem. A estação não estava pronta no tempo prometido para Morton, então Frank tornou Jill uma viúva (o massacre da família, do marido e das crianças e a revelação dos olhos azuis de Fonda no assassino é uma das cenas mais terríveis já vistas em um filme). E Cheyenne é um notório bandido que acaba envolvido nessa história por conta de evidências falsas criadas por Frank. Toda essa história poderia se tornar um ótimo western, porém "banal", por assim dizer. Sem nenhum demérito, Três Homens em Conflito é um western "banal". Mas Leone fez diferente aqui. O longa é lento, lírico. Filmado na Espanha e nos Estados Unidos, o diretor capta paisagens como ninguém. O tom lento da narrativa dá uma característica de despedida, de adeus, muito grande quando unido à belíssima trilha de Ennio Morricone, obrigatória em qualquer lista de "10 melhores trilhas de todos os tempos". As interpretações dos atores estão irretocáveis, todos exibem expressões dos personagens com as nuances do estranhamento que todos percebem que está ocorrendo algo diferente com o mundo nesse período de transição. Só vendo o filme para perceber todo esse clima de despedida. Leone capta os sentimentos como ninguém e fazia isso de maneira inusitada: solicitava a seu escudeiro, o compositor Ennio Morricone, que de preferência, terminasse a trilha antes do filme ser filmado. Para falar a verdade, Era Uma Vez no Oeste circula entre 3 e 5 melodias diferentes, cada uma relacionada a um personagem. E o diretor captava as expressões dos atores com a música pronta. Tanto isso que uma das marcas de Leone são os mega closes no rosto dos atores, facilmente reconhecíveis e de apelo imenso. O resultado é maravilhoso.

era_vez_oeste_1968_03.jpg

A semente da discórdia: quem vai mexer com a vida de todos esses personagens? O trem. Que por sinal, não deixa de ser simbólico. Grande avanço tecnológico da Revolução Industrial foi um dos responsáveis a trazer a civilização para o Velho Oeste. Civilização da qual o Leste dos Estados Unidos já tinha em parte. Disse Leone: todos os personagens, exceto Claudia, têm consciência de que não chegarão vivos no fim. Sintomaticamente, ela viajou ao Oeste, mas não era de lá, veio da civilização do Leste. Civilização esta que invadiu o cinema e acabou por enterrar a era de homens como Frank, Cheyenne e Harmonica. O ritmo do filme é terrível, doloroso, uma dança da morte, como diz o diretor. Como já foi levantado, os atores captam o espírito da época de mudanças em que o filme se passa. A trilha e o ritmo lento selam todo o espírito de despedida, de adeus do filme.

É um filme muito nostálgico. O grande confronto não parece ser apenas entre a nova civilização e os (anti)heróis do Velho Oeste, mas entre os últimos, se auto-destruindo. Morton, o representante da chegada da civilização, raramente põe a mão em um revólver. Ele contrata Frank, de natureza diametralmente oposta a dele, responsável por milhares de duelos, roubos e mortes entre foras-da-lei e cowboys. Frank se questiona em alguns momentos se poderia ser um homem de negócios como Morton. Às próprias custas, descobre que, apesar de matar crianças sem piscar um olho, não tem o sangue frio necessário. O roteiro de Leone e Sergio Donati (baseado em idéias dos diretores Bernardo Bertolucci e Dario Argento) levanta essas questões, costurando uma sub-trama de vingança pessoal com talento, reforçando ainda mais a idéia de que pessoas como Frank se auto-destroem. É uma visão nostálgica e paradoxalmente pessimista: o filme tem cheiro de morte e você sai correndo caçando os últimos suspiros desse cheiro. Digo mais uma vez: nada disso seria possível se a narrativa de Era Uma Vez no Oeste não fosse a narrativa de Era Uma Vez no Oeste; um ritmo lento que você deve aproveitar cada segundo por completo, o novo mundo se aproximando, o trem atropelando, o espectador correndo atrás do cheiro de morte e a sensação de estar aproveitando os últimos momentos da vida daqueles homens violentos. Os últimos momentos de uma terra sem lei. Os últimos momentos de uma era de filmes antológicos. A sensação de despedida daquele mundo perigoso e de índole questionável, mas que marcou a todos, seja no cinema ou na realidade. É quase o fim de uma vida.

Não obstante, a escolha dos atores não foi por acaso. Favorecido por estar na época do fim do western, os atores já demonstram experiência e vivem personagens visivelmente calejados (Henry Fonda tinha 63 anos, por exemplo). E o mais importante: na categorização mais clássica, Charles Bronson é o mocinho e Henry Fonda é o bandido. Isso é relevante por dois motivos: o primeiro de brincar com a percepção do público com Henry Fonda; ao que consta, esse é o primeiro e último vilão interpretado pelo ator no cinema. E, ele está chutando bundas no papel! Nem parece o mesmo ator do mocinho 12 Homens e Uma Sentença, tamanho o poder da(s) interpretação(ões). Deve ter sido engraçado na época testemunhar tamanho contraste. O segundo motivo de escalar esses dois atores é mais relevante: os olhos. Os olhos e as feições de Charles Bronson são fatores decisivos para mostrar o quanto ele parece com um índio. E os olhos de Henry Fonda, azuis-brilhantes, são característicos do por assim dizer, "homem branco" (já que o caucasiano de olhos castanhos pode se confundir com os outros devido à pele queimada pelo sol). Geralmente os mocinhos de olhos azuis corriam atrás de bandoleiros chicanos, ou de tribos indígenas. Leone inverteu o jogo sem fazer nenhum maniqueísmo, o que soma mais pontos para Era Uma Vez no Oeste, um filme fora de série.

O roteiro tem tiradas ótimas que dão aos personagens uma característica irônica e até rancorosa. A montagem cria obras-primas pequenas, a seqüência inicial que circunda entre os ladroezinhos com barulhos pitorescos, como de goteiras ou de moscas, com o som aumentado; outra cena mitológica é o emocionante duelo giratório ao final, exaustivamente imitada, com a trilha de Morricone (GODDAMN HIM!), de arrepiar qualquer um. Outras sutilezas são notáveis, como quando Jill está chegando em casa para encontrar a futura família morta usando um vestido preto. Ou quando um dono do lugar onde Claudia Cardinale pára durante a ida à casa dos McBain, dizendo "eu ia para New Orleans, mas estou contente aqui, com a vida no campo".

Leone deita e rola para fazer sua obra-prima lírica sobre a época e a região que marcaram profundamente o cinema. Na época do lançamento, Era Uma Vez no Oeste foi um fiasco de público e crítica em todos os lugares do mundo, exceto na França. Parece ser irônico que uma obra até saudosista faça sucesso na França da época dos protestos de Maio de 68, da libertação dos costumes, libertação sexual; mas o olhar que o filme oferece é muito mais crítico para ser chamado de saudosista. O que o resto do mundo não pareceu perceber foi que este filme ficaria marcado. Anos a frente do seu tempo, é um termo atribuído a muitas obras. Um dos filmes em que essa expressão se aplica perfeitamente é Era Uma Vez no Oeste.

Preste atenção:

Na música do Morricone, nos closes fechadíssimos do Leone, no duelo final entre Harmonica e Frank, na cena do massacre da família McBain, na seqüência de abertura com os sons SFX aumentados, nas paisagens desoladas, e principalmente, no filme todo.

O que já se disse: "O ritmo do filme pretendeu criar a sensação dos últimos suspiros que a pessoa exala antes de morrer. Era Uma Vez no Oeste é, do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os personagens, exceto Claudia (Cardinale), têm consciência de que não chegarão vivos no fim." – Sergio Leone

Por que não perder: Porque é um dos filmes mais emocionantes de todos os tempos, porque o lirismo desta história é de rara igualação, porque depois de ver você não vai se consolar de nunca ter visto esse filme antes e... ah, porque o filme é foda!

Dados do DVD:

Tela Widescreen Anamórfico 2.35:1. Extras: comentários dos diretores John Carpenter, John Milius e Alex Cox, dos pesquisadores Sir Christopher Frayling, Dr. Sheldon Hall, do elenco e equipe. Áudio: filme remasterizado – Inglês Dolby Digital 5.1. Comentários em inglês: estéreo. Legendas (comentários e filme): inglês, português e espanhol. Região 4. Extras do DVD Duplo: Comentários, Documentários incluindo entrevistas exclusivas com Sir Christopher Frayling, Claudia Cardinale, Gabriele Ferzetti, Bernardo Bertolucci, John Carpenter, John Milius, Alex Cox, Sergio Leone e Henry Fonda. Trailer de Cinema. Galeria de produção - Galeria das locações: ontem e hoje. Biografia do elenco. Especial ‘A Ferrovia’: Revolucionando o Oeste.
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ninguém mais vai comentar o peixe?

 

nossa que passa com o povo' date=' eu vi todos os discutidos, menos Fale Com Ela... Pô Tensor, não viu Fogo Contra Fogo? 13 Run!

 

A Lista --> Bom, mas cada vez mais cai no meu conceito

No Rastro da Bala --> Ótimo

A Última Tentação --> OP

Amnésia --> Foda

Fogo Contra Fogo --> OP

Fale com Ela --> Não vi

Peixe Grande --> Excelente
[/quote']

 

Acho que só eu revi "Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas" para poder comentar, mas esta semana ficou devendo muito. Acho que só cerca de cinco posts sobre o filme. Em relação à lista dos filmes postados aqui:

 

A Lista --> OP

No Rastro da Bala --> Ótimo

A Última Tentação --> Não vi

Amnésia --> Não vi

Fogo Contra Fogo --> Aluguei hoje

Fale com Ela --> Ótimo

Peixe Grande --> Excelente
Era Uma  Vez no Oeste --> Não vi
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Obrigado, Foras e Silva! 05

Fiquei tocado quando vc disse que imprimiu ela pra mostrar aos parentes! 16

 

E quem não viu o filme, acho que pode ler a crítica sem problemas, não tem muito spoiler não. Só tem uma coisinha no "PRESTE ATENÇÃO", mas nem sei se pode ser considerado spoiler por ser um clichê já difundido e perceptível que vai acontecer nos primeiros 10 minutos do filme (40 na cronometragem normal 06).
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