Members Dook Posted April 2, 2007 Members Report Share Posted April 2, 2007 Para não permitir que meu colega de universidade morra sozinho' date=' confesso: também acho Herói um filme fraco. Não chego a considerá-lo um filme ruim, mas está muito, mas muito aquém daquilo que poderia ser. Visualmente, é um trabalho impecável, sem dúvida alguma. O trabalho de fotografia e direção de arte do filme, utilizando a paleta de cores para ilustrar os mais diversos significados em meio às belíssimamente coreografadas passagens da obra é louvável, e certamente proporcionam uma experiência visual das mais significantes dos últimos anos. Porém, não sei se é pelo fato de eu não ser nem um pouco ligado à cultura oriental (algo que, acredito, não tenha influência alguma em minha opinião, já que admiro diversas obras provindas do outro lado do oceano - e meu gosto por cinema é universal), mas acho a narrativa da obra fraquíssima, superficial e enfadonha. A história é contada de três maneiras diferentes, que transmitem, logicamente, a visão de um mesmo fragmento de tempo através da ótica de três pessoas diferentes. A grosso modo, sinto que a história não é tão interessante para agüentar ser contada por três vezes seguidas, por mais significante que isso possa ser para seu desenvolvimento, para o raciocínio lógico criado pelo roteiro. Para mim, é mais uma experiência audio-visual (vale ressaltar, brilhante, beirando à perfeição), do que uma obra cinematográfica, propriamente dita, já que a história, no final, acabou apenas diminuindo sua qualidade perante ao meu conceito. [/quote'] Dan, não me decepcione... TODO filme é uma experiência áudio-visual em primeiro lugar. A narrativa é um acessório. O suporte do filme é a sua imagem e não a sua narrativa. De nada adianta uma narrativa fantástica traduzida em imagens porcamente trabalhadas. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 2, 2007 Members Report Share Posted April 2, 2007 Herói é um colírio para os olhos e um quadro arranhado para os ouvidos. Sério? No meu Home Theater o som do filme funciona que é uma beleza... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Forasteiro Posted April 2, 2007 Members Report Share Posted April 2, 2007 Herói é um colírio para os olhos e um quadro arranhado para os ouvidos. Sério? No meu Home Theater o som do filme funciona que é uma beleza... Dook, não me decepcione... Você entendeu vai. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 2, 2007 Members Report Share Posted April 2, 2007 Quis fazer graça... vc entendeu, vai... Agora, falando sério... acho que as suas colocações e as do Dan são embasadas, porém equivocadas posto que alicerçadas numa visão padrão-povão do que é a arte cinematográfica. Buscar na historinha de um filme o foco principal para a avaliação do mesmo é bobagem. Fosse assim 2001 seria considerado o PIOR filme da história (o mesmo com Era Uma Vez no Oeste e por aí vai). Cinema não é historinha, cinema é IMAGEM (adicione aí o SOM). Me estranha o Dan, com todo o conhecimento e domínio da retórica que ele possui dizer que Herói é 'mais uma experiência audio-visual do que uma obra cinematográfica propriamente dita já que a história, no final, acabou apenas diminuindo sua qualidade perante ao meu conceito'. Ou seja, a história vem primeiro, a imagem depois? Isso é diminuir o cinema, sinceramente... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Forasteiro Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Isto foi uma das coisas mais surpreendentes que já li nesse fórum. Não sei se entendi bem, ou o mundo parou de girar... Acho que vemos o cinema de margens opostas, Dook. Sempre considerei que a história era a linha condutora do filme, e que todo o resto caminhava ao seu redor. Isto quando é possível separá-las. Por isso acho que não entendi... De que modo as imagens, em Herói e 2001 (curiosamente, dois filmes largamente aclamados que não gosto), também não contam parte da história? Nos dois exemplos, acho que o visual acaba substituindo a "narrativa pura" para ordenar os fatos, e deste modo, "história" e "imagem" acabam se fundindo. A paleta de cores em Herói É sua narrativa, enquanto o texto porcamente escrito e toda a trama cafona e moralista são montadas em torno desta, enfraquecendo o filme. Do modo como fala, Herói deveria ser uma sucessão de frames mudos em que a beleza de cada quadro subverte por completo sua importância para a continuidade da história. O roteiro que se foda, desenhemos os storyboards porque isto é cinema. A julgar desta forma, Dogville "seria considerado o PIOR filme da história". É tudo muito surreal pra mim, como se a bela fotografia de Barry Lyndon o colocasse acima de Laranja Mecânica. Um de nós enlouqueceu, não é possível. Forasteiro2007-04-03 01:12:40 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Para não permitir que meu colega de universidade morra sozinho' date=' confesso: também acho Herói um filme fraco. Não chego a considerá-lo um filme ruim, mas está muito, mas muito aquém daquilo que poderia ser. Visualmente, é um trabalho impecável, sem dúvida alguma. O trabalho de fotografia e direção de arte do filme, utilizando a paleta de cores para ilustrar os mais diversos significados em meio às belíssimamente coreografadas passagens da obra é louvável, e certamente proporcionam uma experiência visual das mais significantes dos últimos anos. Porém, não sei se é pelo fato de eu não ser nem um pouco ligado à cultura oriental (algo que, acredito, não tenha influência alguma em minha opinião, já que admiro diversas obras provindas do outro lado do oceano - e meu gosto por cinema é universal), mas acho a narrativa da obra fraquíssima, superficial e enfadonha. A história é contada de três maneiras diferentes, que transmitem, logicamente, a visão de um mesmo fragmento de tempo através da ótica de três pessoas diferentes. A grosso modo, sinto que a história não é tão interessante para agüentar ser contada por três vezes seguidas, por mais significante que isso possa ser para seu desenvolvimento, para o raciocínio lógico criado pelo roteiro. Para mim, é mais uma experiência audio-visual (vale ressaltar, brilhante, beirando à perfeição), do que uma obra cinematográfica, propriamente dita, já que a história, no final, acabou apenas diminuindo sua qualidade perante ao meu conceito. [/quote'] Dan, não me decepcione... TODO filme é uma experiência áudio-visual em primeiro lugar. A narrativa é um acessório. O suporte do filme é a sua imagem e não a sua narrativa. De nada adianta uma narrativa fantástica traduzida em imagens porcamente trabalhadas. Algumas considerações: 1º- Noonam, sua resenha ficou excelente!! 2º- Considero "Herói" um dos 10 melhores filmes realizados nos últimos anos. 3º- Dook, SE você estiver certo, "300" pode ser considerado O MELHOR filme de todos os tempos superando, inclusive, "Héroi". Mas acredite, isso não é verdade. (Infelizmente... ) PS: Mestre Sapiente, gostaria de saber da sua opinião sobre a afirmação do Dook. Fala aí! Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Isto foi uma das coisas mais surpreendentes que já li nesse fórum. Não sei se entendi bem' date=' ou o mundo parou de girar... Acho que vemos o cinema de margens opostas, Dook. Sempre considerei que a história era a linha condutora do filme, e que todo o resto caminhava ao seu redor.[/quote'] Se vc estudar a arte cinematográfica vc verá que qualquer um que viva disso te dirá o contrário. A imagem é a linha condutora e todo o resto caminha ao seu redor. Do contrário, o cinema seria apenas uma arte derivativa da literatura, o que está longe da verdade. Isto quando é possível separá-las. Por isso acho que não entendi... De que modo as imagens' date=' em Herói e 2001 (curiosamente, dois filmes largamente aclamados que não gosto), também não contam parte da história? Nos dois exemplos, acho que o visual acaba substituindo a "narrativa pura" para ordenar os fatos, e deste modo, "história" e "imagem" acabam se fundindo. A paleta de cores em Herói É sua narrativa, enquanto o texto porcamente escrito e toda a trama cafona e moralista são montadas em torno desta, enfraquecendo o filme.[/quote'] Foras, vc captou a essência do que eu disse, porém ao dizer que o acessório (narrativa) enfraquece o principal (imagem) sobremaneira, a ponto de vc dar 5/10 para o filme, sorry my friend, vc 'piscou' no que tange à essência do cinema. É justamente essa sua predileção pela 'narrativa convencional e tradicional' (literária) que fez com que vc desgostasse de 2001 e Herói, dois filmes que trocam a narrativa tradicional pela narrativa visual. Do modo como fala' date=' Herói deveria ser uma sucessão de frames mudos em que a beleza de cada quadro subverte por completo sua importância para a continuidade da história. O roteiro que se foda, desenhemos os storyboards porque isto é cinema.[/quote'] Sim! Cinema É storyboard! O que é o roteiro senão um guia que é descartado em plena sala de edição (onde o filme efetivamente nasce)? Roteiro é um guia de filmagens, nada mais! Após as filmagens o seu destino é o LIXO! Isso é outra coisa que me espanta, essa predileção absurda por roteiro, quando duvido que a maioria aqui sequer tenha lido roteiros e nunca tenham se perguntado pq o roteiro que lemos na net muitas vezes difere tanto do filme acabado. A julgar desta forma' date=' Dogville "seria considerado o PIOR filme da história".[/quote'] De forma alguma! Dogville é um primor de IMAGEM, veja como o Von Trier traduz com sua direção as linhas de seu 'guia' (o roteiro): ele tira os cenários e tudo aquilo que a historinha nos conta ganha uma relevância ímpar. O que importa não é a história, mas sim a forma como ela é contada! O roteiro é apenas um MEIO para a concepção dessa forma, mas NUNCA um fim. É tudo muito surreal pra mim' date=' como se a bela fotografia de Barry Lyndon o colocasse acima de Laranja Mecânica. Um de nós enlouqueceu, não é possível.[/quote'] Foras, vc entendeu o que eu quis dizer, por favor... Vc acha que o maior mérito de Laranja é o seu 'roteiro'? Porra, olha no que o Kubrick transformou o 'roteiro' de Laranja Mecânica. A beleza de Laranja é visual e não literária. É através do visual que a narrativa tem força. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 3º- Dook' date=' SE você estiver certo, "300" pode ser considerado O MELHOR filme de todos os tempos superando, inclusive, "Héroi". Mas acredite, isso não é verdade. (Infelizmente... ) [/quote'] Pera um pouco... eu disse que a narrativa LITERÁRIA tradicional é um acessório, mas não é um fator que precisa ser anulado. Ademais, me parece que Snyder quer tão somente transpor o clima épico das HQs para o filme, por isso o visual tão 'plástico' (não posso afirmar pq ainda não vi o filme). Agora qual é o objetivo visual de Yimou em Herói? De Kubrick em 2001? Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Fernando Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 As críticas estão todas ótimas ! A minha vai ser uma merda , mas foda-se ! Fernando2007-04-03 11:13:14 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members silva Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Só complementando o que o Dook disse: Forasta, o Dook não está dizendo que basta colocarem imagens deslumbrantes sem nenhuma linha narrativa entre elas para elaborar um filme considerado obra-prima. O que ele está contando em questão é que o cinema, pela sua tradição, conta histórias através da imagem e do som (por isso a denominação audiovisual). Lembre - se que os filmes do cinema mudo tinham essa capacidade de contar essas histórias sem a necessidade de falas. No caso de "Herói", reconheço que algumas falas ficam no limite da pieguice, mas, como o Noonan disse na resenha, em nenhum momento Zhang Yimou se propôs a contar uma história rebuscada. Se você pesquisar mais a respeito do cinema asiático, verá que nas décadas passadas vários diretores asiáticos usaram do mesmo mote principal (Akira Kurosawa, com "Rashomon", é primeiro que me vêm a cabeça), esse é um tema comum nos filmes asiáticos, até por influência da história deles. O que o diretor faz em "Herói" é, a partir dessa premissa narrativa, explorar a capacidade audiovisual que o cinema proporciona ao máximo, sem nenhum detrimento a históriaque está sendo contada. Veja que em nenhum momento eu neguei que a história do filme é simples, mas a forma como ela é contada é um dos grandes trunfos do filme. Espero que eu tenha sido claro no meu post.silva2007-04-03 11:12:16 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Eis um exemplo interessante que ilustra essa questão 'história literária x imagem': um cara tem uma idéia (roteiro) e fala pro Picasso: "Cara, tive uma idéia! Faça um quadro com três músicos cada um tocando o seu instrumento!" De posse do 'roteiro', Picasso (nosso diretor e 'fabricante' da imagem no caso) faz isso: O que vale mais aí? A historinha ou a imagem? (Esse exemplo também é ótimo para a questão da 'autoralidade' de um filme ser de seu diretor e de mais ninguém). Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Detesto a fase cubista de Picasso. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Não estou levando em conta o gosto pessoal na questão do Picasso, estou discutindo CONCEITO. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Nacka Posted April 3, 2007 Author Report Share Posted April 3, 2007 Herói é daqueles filmes que junto com Barry Lindon fazem você pensar: Putz! como o cara conseguiu? E Nonô, matou a pau. Considerações em contrário, irrelevantes. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Noonan Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Bem, primeiramente, obrigado a todos pelos elogios. Agora, sobre a questão história x imagem: concordo com tudo o que o Dook e o Silva disseram. Uma vez eu falei no tópico do Spielberg que boa parte da força de uma história vem do modo como ela é contada, e considerava o diretor um dos melhores nesse quesito. Acabaram citando Encurralado, que eu não tinha visto na época. Pois bem, tive a chance de assisti-lo recentemente, e isso só serviu para reforçar minha visão. É impressionante o número de pessoas, mesmo entre cinéfilos, que dá uma importância imensa à história do filme e desconsidera o modo como ela é contada. Queria ver essas pessoas vendo Encurralado; dizer que o filme tem um fiapo de história já é ser generoso... no entanto, é uma das coisas mais tensas que já vi na vida, e um dos melhores que já vi do Spielberg. Outro exemplo: Amnésia. História simples e banal de vingança. Mas por que o filme é tão elogiado? Pelo modo como essa história banal foi contada, pelo modo como foi editado. Mostrar tudo na ordem inversa a) nos coloca na mesma situação do personagem e consegue a façanha de transformar o que seria um mero detalhe do início em uma revelação final de tremendo impacto. Basicamente é isso. A indagação principal que o diretor faz a si mesmo não é "que história vou contar?" e sim "como vou contá-la?" - e é aí que entram imagem e som, as essências do cinema. Se Sergio Leone se preocupasse apenas com a história, e não com a forma, Era uma Vez no Oeste teria uma hora e meia de duração e provavelmente não seria tão aclamado. Se Kubrick fizesse o mesmo com 2001, teríamos um curta-metragem - isso se tivéssemos alguma coisa. E tudo isso se aplica a Herói. Yimou tinha em mãos uma história - também simples e clichê - de três assassinos que querem matar um rei, até que um deles percebe que o crime poderia não ser uma atitude muito inteligente. As coisas vão se desdobrando e todos terminam por morrer heroicamente. Como contar essa história? Que tal contá-la três vezes para mostrar uma espécie de evolução dos três personagens? Que tal contá-la de forma que possamos fazer um dos filmes com visuais mais belos de todos os tempos? Enfim, essa é a minha opinião. E acho que o exemplo envolvendo Picasso já disse tudo. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Nacka Posted April 3, 2007 Author Report Share Posted April 3, 2007 Se mata Forasta... hahaha Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Não estou levando em conta o gosto pessoal na questão do Picasso' date=' estou discutindo CONCEITO. [/quote'] Temos um problema aqui então, meu caro!! Pois, pra mim, tudo se resume em SUBJETIVIDADE ou se preferir, "gosto pessoal" haja vista que o "roteiro" pede pra ele fazer um quadro com "3 músicos e seus instrumentos" e ele pinta "aquilo"... Ou seja, é sua "autoralidade", sua subjetividade, um modo "pessoal" de expressar sua visão sobre "os três músicos e seus instrumentos". Não é uma verdade expressa, não é um CONCEITO que está retratado ali, mas uma FORMA de fazê-lo. Nem mais, nem menos. Uma pessoa pode chegar perto do quadro e exclamar "Whatta fuck??", outro dizer "Belíssimo!!". Quem está correto? EU prefiro a narrativa. Os meios (sejam eles visuais, sonoros, de edição, efeitos ou o caraí) não me interessam! Um filme tem que contar uma história e fazê-lo de modo a me prender, me emocionar, me convencer. Se não o faz, é lixo. The Deadman2007-04-03 13:10:00 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Sorry Dead... acho que vc não entendeu. Meu exemplo do Picasso não é para que vc ou qualquer um diga se ele é lindo ou não é. Estou colocando a questão da idéia (roteiro) enquanto algo que serve como guia e o resultado final, a imagem, como o que deve ser levado em consideração. Isto é conceito e não tem nada a ver com gosto pessoal. Aliás, o que vc diria de cineastas que filmam SEM roteiro? Tais como Dardeenes, Mike Leigh, Gaspar Noé? Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Sorry Dead... acho que vc não entendeu. Meu exemplo do Picasso não é para que vc ou qualquer um diga se ele é lindo ou não é. Estou colocando a questão da idéia (roteiro) enquanto algo que serve como guia e o resultado final' date=' a imagem, como o que deve ser levado em consideração. Isto é conceito e não tem nada a ver com gosto pessoal. Aliás, o que vc diria de cineastas que filmam SEM roteiro? Tais como Dardeenes, Mike Leigh, Gaspar Noé? [/quote'] Acredite (se quiser) entendi perfeitamente. Só não concordo. Algo como uma visão "cubista" desse tão insistentemente chamado "Conceito" ou whatever you want... Ahh, antes que me esqueça: não conheço Dardeenes. Mike Leigh... Hummm. Você não estaria querendo dizer que "Vera Drake" não tem roteiro, né?? Anyway, acho Leigh bom, mas o único que vi de Gaspar Noé ("Irreversível") me fez querer não ver mais nada dele... Lixo. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dook Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Ok... se pra você o mais importante é a historinha de um filme (sendo irrelevante a forma como ela é contada), encerro por aqui, já que não há mais o que discutir, sinceramente... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Forasteiro Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Então a questão é extremamente simples. Desculpem, mas pra mim a história sempre será o centro, e o modo de contá-la gravitará ao seu redor. A história é a matéria-prima. Admitindo aqui a possibilidade absurda de separarmos os dois elementos no cinema. Quanto ao exemplo, o Picasso em questão é feio a dar cum pau, e por isso, o que este representa esmaga o conceito de estética. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Forasteiro Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Ok... se pra você o mais importante é a historinha de um filme (sendo irrelevante a forma como ela é contada)' date=' encerro por aqui, já que não há mais o que discutir, sinceramente... [/quote'] Os extremismos estão minando nosso debate. Creio que nenhum de nós concorda com o negrito. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Administrator Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Ok... se pra você o mais importante é a historinha de um filme (sendo irrelevante a forma como ela é contada)' date=' encerro por aqui, já que não há mais o que discutir, sinceramente... [/quote'] "A indagação principal que o diretor faz a si mesmo não é "que história vou contar?" e sim "como vou contá-la?" - e é aí que entram imagem e som' date=' as essências do cinema.[/quote'] "Os meios (sejam eles visuais' date=' sonoros, de edição, efeitos ou o caraí) não me interessam! Um filme tem que contar uma história e fazê-lo de modo a me prender, me emocionar, me convencer. Se não o faz, é lixo."[/quote'] Eis o que penso. Capisci? PS: Relembrando o que disse mais acima, acho "Héroi" um dos melhores filmes feitos nos últimos tempos! Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Dan... Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Não tenho tempo para dar minha opinião completa agora, já que estou atrasado pro trabalho, mas acho que estão distorcendo um pouco a minha opinião. Não vejo a narrativa como ponto mais importante, tanto quanto também não vejo a imagem como sendo a coisa mais importante de um filme. O cinema é um trabalho COLETIVO, feito acerca de diversos elementos, e, se um destes estiver destoante, para mim o filme não funciona. Curiosamente, o Dook citou 2001 e Era Uma Vez no Oeste, que são dois dos meus cinco filmes favoritos, como estruturados necessariamente sobre a imagem, mas não acredito que estes, por mais belos visualmente que sejam, funcionariam caso sua narrativa fosse pobre, chata ou deficiente, o que seja (como Herói, na minha concepção, o é). Noonan também citou Encurralado, que, sim, possui apenas um fiapo de trama, mas sua narrativa é desenvolvida de maneira tensa (e não apenas por suas imagens), o que faz com que o modo como a história é contada não permita uma necessidade de maior complexidade para com o espectador (algo que nunca disse ser uma obrigatoriedade). Porém, tudo nele é coerente e bem desenvolvido, mesmo que seja a partir de uma história mínima, quase inexistente. ... Volto a me pronunciar mais tarde... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
Members Noonan Posted April 3, 2007 Members Report Share Posted April 3, 2007 Não tenho tempo para dar minha opinião completa agora' date=' já que estou atrasado pro trabalho, mas acho que estão distorcendo um pouco a minha opinião. Não vejo a narrativa como ponto mais importante, tanto quanto também não vejo a imagem como sendo a coisa mais importante de um filme. O cinema é um trabalho COLETIVO, feito acerca de diversos elementos, e, se um destes estiver destoante, para mim o filme não funciona. Curiosamente, o Dook citou 2001 e Era Uma Vez no Oeste, que são dois dos meus cinco filmes favoritos, como estruturados necessariamente sobre a imagem, mas não acredito que estes, por mais belos visualmente que sejam, funcionariam caso sua narrativa fosse pobre, chata ou deficiente, o que seja (como Herói, na minha concepção, o é). Noonan também citou Encurralado, que, sim, possui apenas um fiapo de trama, mas sua narrativa é desenvolvida de maneira tensa (e não apenas por suas imagens), o que faz com que o modo como a história é contada não permita uma necessidade de maior complexidade para com o espectador (algo que nunca disse ser uma obrigatoriedade). Porém, tudo nele é coerente e bem desenvolvido, mesmo que seja a partir de uma história mínima, quase inexistente. ... Volto a me pronunciar mais tarde... [/quote'] Mas eu não reduzi a forma de contar a história basicamente à imagem - embora, sim, a imagem seja importantíssima. O que acontece é que, de um lado, temos um roteiro fornecendo a história, e de outro, diretor, diretor de fotografia, editor, atores, compositores, equipes de efeitos visuais, designers, etc., trabalhando em uma maneira de contá-la. Na minha opinião, sim, o modo como a história é contada tem mais peso que a própria história - ou, no mínimo, um peso equivalente - no resultado final... seja ele bom ou ruim. À noite volto para comentar mais coisas.Noonan2007-04-03 13:30:03 Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
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