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Nacka
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Os Bons Companheiros (Goodfellas, 1990)

by Veras

 

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Um filme de Martin Scorsese

 

Filme: Goodfellas (EUA, 1990). Direção: Martin Scorsese. Elenco: Ray Liotta (Henry Hill), Robert De Niro (Jimmy Conway), Joe Pesci (Tommy DeVito), Lorraine Bracco (Karen Hill), Paul Sorvino (Paul Cícero), Samuel L. Jackson (Stacks Edwards).

Sinopse: Baseado no bestseller de Nicholas Pileggi, Scorsese produz um clássico do gangster. De fato, é uma história real narrada em primeira pessoa por Henry Hill e, em menor freqüência, por Karen Hill, mostrando as idéias dela sobre o seu marido e os acontecimentos que se passam. Então é isso. O filme é a história da vida dele.<?:NAMESPACE PREFIX = O />

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"As far back as I can remember, I've always wanted to be a gangster."

 

Henry Hill – metade italiano, metade irlandês – nos é apresentado como o primogênito dos 3 filhos de um casal pobre, mas trabalhador, que levavam uma vida difícil, embora honesta, numa casinha apertadinha e cheia de contas a pagar. Entretanto, essa vida de mediocridade não interessava ao jovem Henry, que da sua janela admirava os grandes criminosos que se reuniam do outro lado da rua. Homens com poder, influência e dinheiro que não davam satisfação a ninguém. Por fim, o jovem acaba por se entregar a esse mundo, inicialmente fazendo pequenos trabalhos, e posteriormente se consolidando dentre os grandes gangsters. E então, entre os amigos criminosos que fez, todos protegiam uns ao outros em quaisquer circunstâncias, eram Goodfellas.

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O que eu acho:

A arte do cinema (falo aqui da bem-sucedida) contém dois pólos básicos: Ora a obra se destaca pela grandiosidade (King Kong, O sr. dos Anéis, Jurassic Park), ora pelo minimalismo (Melhor é Impossível, Pequena Miss Sunshine). Essa grandiosidade é definida por grandes planos de ação, alta tecnologia, efeitos especiais. Enquanto o minimalismo se caracteriza pela idéias simples e inteligentes, orçamento modesto.

Em Goodfellas, Scorsese não se encontra em nenhum desses pólos. Isso porque ele atinge a grandiosidade através da exploração do minimalismo. Ele consegue reunir todas as idéias pontuais, inteligentes e consistentes, trabalhar a composição delas e fazê-las encaixadas em seus devidos lugares na rica, lógica e pouco prolixa rede de informações do seu roteiro. E é assim, pelo alcance do meio termo perfeito, que Scorsese transforma a natureza simples de alguns elementos, fazendo cada um deles uma peça única e essencial de sua arte, transformando tudo isso num monumento cinematográfico imponente; um clássico consagrado. E faz isso assim, de forma impecável e bem ali, diante dos nossos olhos. E é simplesmente maravilhoso ver isso acontecer. 

Esse trabalho detalhista do diretor começa desde a escolha do tema, passando pela composição do roteiro, escalação de elenco e, claro, direção (o projeto executivo da arte cinematográfica).

O tema é interessantíssimo. Foi escolhido no início dos anos 90, mas poderia ter sido escolhido 30 anos antes ou 50 anos depois. Isso porque ele já é auto-sustentável por excelência, por possuir um caráter, embora não exatamente inovador, mas extremamente particular: O fato de se tratar de uma história real, contada pelo próprio protagonista, de um estilo de vida completamente fora do usual, o que torna possível aos espectadores acessar essa mente diferenciada e entender os porquês das suas escolhas, ações e reações.

Na formulação do roteiro e execução das idéias, Scorsese é essencialmente transparente, deixando claro suas intenções desde o início.

Os créditos surgem na tela casados com a sonoplastia de um veículo em alta velocidade. E é justamente isso que vemos em seguida, a sonoplastia rebatida em imagem.

Na seqüência, vemos os três personagens principais assassinando um homem já ferido dentro do porta-malas do carro. Nesse ponto, o espectador já sabe o que vai encontrar no filme, sem surpresas e sem frustrações. (Sem frustrações de nenhum tipo, já que todas as expectativas são devidamente atingidas). E, para ser ainda mais claro, a câmera aplica um “close” no rosto de Ray Liotta, e então podemos ouvir sua célebre frase: As far back as I can remember, I've always wanted to be a gangster." E então a idéia do filme pelo espectador se completa aí, mostrando quem é o protagonista que irá contar sua história.

O roteiro inteiro segue a mesma linha. A narrativa feita por Henry Hill - bem como as intervenções de Karen Hill – e o foco da cena sempre determinado pela presença de pelo menos um dois narradores reforçam ainda mais a idéia de uma “história real” que está sendo contada.  

Uma cena destaque nesse aspecto é quando, na fase jovem do protagonista, este fala um pouco de cada personagem apresentando-os ao espectador de uma maneira bem intimista, coerente e necessária.

 

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“Paulie podia ser lento, mas era só porque não tinha que se apressar por ninguém”

Seqüências outras muito boas no mesmo estilo ficam por conta da narração de Karen Hill: a cena da 1ª reunião entre as famílias dos gangsters presenciada pela personagem, as primeiras impressões dela sobre seu marido e o acesso de raiva quanto à traição do dele. (Cena em que ela acorda Henry com uma arma apontada para ele. Ótima cena)

 

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“But still I couldn’t hurt him
How could I hurt him?”

 

Falando ainda do roteiro, é maravilhoso como ele se sustenta do início ao fim, mostrando-se inteiramente homogêneo, sem aqueles altos e baixos que cansam o espectador. <?:NAMESPACE PREFIX = O />

Quanto aos atores escalados, é quase como se tivessem sido talhados especialmente para tal ocasião de tão bem definidos, localizados e trabalhados; todos eles muitíssimo confortáveis nos seus papéis.

O destaque maior vai para Joe Pesci e a melhor atuação de sua carreira, seguido de perto por Robert De Niro (que cedo encontrou o caminho da boa atuação para perder-se jamais), Ray Liotta – em um personagem carismático e expressivo – e Lorraine Bracco, que passa da condição de coadjuvante para atriz destaque numa gradação completamente adequada ao desenvolvimento da história.

O amadurecimento e envelhecimento dos personagens também é digno de nota. Principalmente do casal principal e de Robert De Niro.

Acompanhamos Hill desde um jovem rapaz curioso e ativo, passando por um homem cheio de classe, elegância e bem-sucedido na “profissão”, até um neurótico gangster, profundamente perturbado pela droga e pelo declínio de sua posição.

Destaco aqui a seqüência já próxima do fim da película (uma das melhores) <?:NAMESPACE PREFIX = ST1 />em que Hill conta o seu dia agitado de forma incrivelmente perturbada.

Em Karen, as suas mudanças são essenciais para cada fase da história. Na sua primeira fase, ela é uma moça encantada pelo charme e pela influência de seu marido, que não faz perguntas sobre suas atividades, posicionando-se extremamente à parte da vida "profissional" dele. Numa segunda fase, ela está completamente perturbada pela vida incerta que leva e pelas traições de seu marido, chateando-o, intervindo e mostrando-se contrária a tudo. Até que, numa terceira fase, ela aceita por fim a condição do relacionamento, torna-se presente e até auxilia nos seus serviços – respeitando certos limites claro.

A evolução do personagem de Pesci acontece de forma diferente. Ele passa de um rapaz um tanto quanto inexpressivo, quando jovem, para um adulto de cabeça quente e cheio de brincadeiras de mau gosto, até deixa-se levar completamente pelo poder que alcança, no cúmulo da inconseqüência (como na cena em que mata o garoto garçom totalmente sem motivos). Embora o personagem seja insuportavelmente chato, a atuação de Pesci é impecável, fazendo merecer cada elogio e prêmio que recebeu por ela.

 

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“Estava brincando e você matou o garoto?”
“Como vou saber quando você está brincando?”<?:NAMESPACE PREFIX = O />

O personagem de De Niro evolui de forma sutil. Paulatinamente vai se afastando do protagonista (e, por conseqüência, do espectador), ficando completamente distante dele, até que este não pode mais confiar no seu antigo grande amigo, suspeitando de todas as suas ações.

 

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“Murderers come with smiles.”


<?:NAMESPACE PREFIX = O />

Voltando a falar mais sobre a arte detalhista de Scorsese e seu elenco, gostaria de citar algumas cenas fantásticas, tendo tanto a direção quanto as atuações como destaque.

A cena <?:NAMESPACE PREFIX = ST1 />em que Karen Hill vai tirar satisfações com Henry depois de este ter faltado a um encontro com ela (afinal, até então, nela ele não tinha nenhum interesse real) é um dos marcos da história. Nesse momento, observem o rosto dele, o sorriso que ele abre e o jeito como ele fica dando desculpas por ter faltado. Ali ele mostra claramente que adorou a reação dela e passou, a partir desse ponto, a interessar-se pela moça realmente.

Cito também a cena antológica (e esta é de excelência fenomenal) em que Ray Lyotta leva sua então namorada a um restaurante e resolve mostrar sua influência no estabelecimento, entrando pela porta dos fundos.

“Prefiro assim, não gosto de enfrentar filas”.

São exatos 3 minutos e 02 segundos de uma precisão incrível. Scorsese conduz a cena passando por porteiros, casal namorando, cozinheiros, garçons, mesas e todos os tipos de obstáculos que se encontra em uma cozinha de restaurante cheia, mostrando como Lyotta é popular entre todos eles e como ele deixa uma nota de $20 dentro do bolso de cada funcionário que o ajuda ou o cumprimenta. A cena se prolonga sem um único corte até Lyotta chegar dentro do restaurante e receber uma mesa privilegiada bem na frente do palco de apresentações. Tudo isso em uma sincronia espetacular.

 

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“Deu 20 dólares a cada um deles.”<?:NAMESPACE PREFIX = O />

“...”

Enfim, não há nada em Goodfellas para o qual Scorsese não tenha reservado atenção e dedicação incríveis, produzindo assim um clássico, um fenômeno imperdível para qualquer admirador de cinema.

Preste atenção:


Na trilha sonora brilhante, variando de blues até o punk de Sid Vicious, passando por Rolling Stones, e que dá todo o clima durante o filme.

Além de tudo o que foi dito: na fotografia  e no figurino (sensacionais).


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Porque não perder: Porque é OP. Simples assim 01<?:NAMESPACE PREFIX = O />

O que já se disse antes: (adorocinema.com)

“Um filme que entrou de rompante nas salas de cinema em 1990, com a frontalidade, qualidade e know how que Scorsese ganhou ao longo dos anos.”

“Quando Martin Scorsese, um dos mais respeitados diretores do mundo se reuniu com Robert De Niro (Vencedor de 2 Oscar) <?:NAMESPACE PREFIX = ST1 />em Os Bons Companheiros, o resultado foi a produção de um filme inesquecível que recebeu 6 indicações ao Oscar incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor de 1990.”


Curiosidades:


O nome original de Goodfellas seria inicialmente "Wiseguy", mesmo nome do livro em que o roteiro foi baseado. A troca foi realizada apenas para não causar confusão com O Homem da Máfia, de 1987, cujo título original é exatamente "Wiseguy".

Catherine e Charles Scorsese, mãe e pai do diretor Martin Scorsese, fizeram pequenas pontas no filme.

Este é o 3º de 6 filmes em que Robert De Niro e Joe Pesci atuaram juntos. Os demais foram Touro Indomável (1980), Era Uma Vez na América (1984), Desafio no Bronx (1993), Cassino (1995) e O Bom Pastor (2006).

Principais prêmios e indicações:<?:NAMESPACE PREFIX = O />

Oscar 1991 (EUA)


Vencedor na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Joe Pesci).

Recebeu mais cinco indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz Coadjuvante (Lorraine Bracco) e Melhor Edição.

 


Globo de Ouro 1991 (EUA)


Indicado nas categorias de Melhor Diretor - Cinema", Melhor Filme - Drama, "Melhor Ator Coadjuvante - Cinema (Joe Pesci), Melhor Atriz Coadjuvante - Cinema (Lorraine Bracco) e Melhor Roteiro - Cinema.

 


BAFTA 1991 (Reino Unido)


Vencedor nas categorias de Melhor Direção, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado.

Indicado na categoria de Melhor Ator (Robert De Niro) e Melhor Fotografia.

 


Festival de Veneza 1990 (Itália)


Venceu na categoria de Melhor Diretor (Leão de Prata).

 


Prêmio César (França)


Indicado na categoria Melhor Filme Estrangeiro.

 


Prêmio Bodil 1991 (Dinamarca)


Venceu na categoria de Melhor Filme Não-Europeu.

 


Prêmio Eddie 1991 (American Cinema Editors, EUA)


Indicado na categoria de Filme melhor Editado.

 


Prêmio NYFCC 1990 (<?:NAMESPACE PREFIX = ST1 />New York Film
Critics Circle
Awards, EUA)


Venceu nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Ator (Robert De Niro).

Informações sobre o filme:

Título: Os Bons Companheiros

Título original: Goodfellas

País(es) de origem: Estados Unidos

Ano de produção: 1990

Áudio Original: Inglês

Duração: 146 minutos

Faixa etária: Livre

 

Informações sobre o DVD simples:

 

Legenda: Espanhol, Inglês, Português

Tipo de áudio: 5.1 surround

Formato de tela: widescreen

Extras: Menu interativo, Seleção de Cenas

Fornecedor: Warner

 

Informações sobre o DVD duplo:

 

Disco 1: Áudio Original em Inglês (Dolby Digital 5.1); Japonês (Dolby Digital 2.0); e Português (Mono).
Disco 2: Áudio em Inglês.

Fornecedor: Warner
Extras:

Disco 1:
Comentário da Equipe e do Elenco (original em inglês)
Comentário do Mocinho (original em inglês)


Disco 2:
A Realização
A Vida de um Gângster
O Legado de Os Bons Companheiros
Papel é Mais Barato que Filme
Trailer de Cinema (original em inglês)

Finalmente consegui publicar a resenha da Veras. Tive problemas porque algumas tabelas inseridas no texto geraram uma grande desconfiguração - com barra de rolagem horizontal, o que dificulta a leitura - que teimava em permanecer, por isso digitei essa parte final.

 

Belo trabalho esse da colega, estreante no tópico e também moderadora. A Veras organizou suas idéias de uma forma tão pontual que os pequenos e inúmeros parágrafos poderia ser embaralhados e reorganizados sem prejuízo do entendimento do texto. Uma ótima forma, muito pessoal e agradável, de encerrar a segunda temporada do Cineclube em Cena.

 

Ao final dessa semana, após os comentários dos colegas sobre o filme e a crítica, farei as considerações finais sobre o tópico, os erros e os acertos desses últimos quatro meses e os rumos do Cineclube para o futuro.
Alexei2007-05-28 18:46:29
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Os Bons Companheiros é, para mim, ao lado de Era Uma Vez na América, de Sergio Leone, a grande obra-prima dos filmes policiais. Uma obra de arte inigualável, com um dos trabalhos técnicos (nisso está incluso tudo, desde direção até montagem e utilização da trilha sonora) mais primorosos que já vi. Consegue ser quase tão foda quanto Taxi Driver,  obra-prima máxima de Scorsese, afirmação que não necessita de mais nenhum complemento.
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Por ter muita coisa na minha lista de urgência, infelizmente não pude rever o inacreditável Goodfellas, 2º melhor filme do mestre Scorsese. A resenha da Veras é toda quebrada em pequenas notas de opinião, produzindo micro parágrafos como se fossem citações, cada um destinado a um elemento do filme em especial. Adorei.

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Filminho sensacional.

 

É, assim como Touro Indomável, praticamente uma aula de tudo, direção, atuações, montagem, fotografia... um plano-seqüência que eu sempre reparo é aquele primeiro com o Henry adulto, no aeroporto. Tem toda a questão do universo que o Scorsese cria para a máfia (diferente do Coppola, diferente do Leone, que o Dan citou e que tem obras ao lado de Goodfellas entre as melhores do gênero - que é, se assim pode dizer, um dos meus favoritos ever) e do mergulho que o protagonista vai conduzindo o espectador para; de uma situação daquele tipo de satisfação que o Henry busca desde a infância. O filme se conduz por várias tomadas longas (e fodas, desde a apresentação dos gângsteres que virou clássica em câmera subjetiva, até os assassinatos) e o frenesi do quarto final do filme não rompe com esse padrão, mas desequilibra - é perfeito, é praticamente um mergulho fílmico de pura cocaína.

 

Adoro a trilha também, de jazz, a Stones, até a Sid Vicious cantando Frank Sinatra... 0616

 

E também boa a crítica da Veras, que não se perde e faz até uma rima com o minimalismo (conceito estranho dos pólos, aquele) que ela cita no início do texto.
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Um filme que preciso rever -já tem seis anos que eu o vi , pela última vez .

Agora , é impressão minha ou , no fundo , filmes de máfia , falam na verdade sobre o capitalismo ? Sua inserção , táticas , golpes e tudo mais ? É o que sempre me vem à cabeça quando vejo filmes de gângsteres . 

 

Veras , você fechou a temporada com chave de ouro . Parabéns : você escreve muito bem . Gostei do seu conceito sobre pólos : minimalismo X grandiosidade e como Scorsese não se prende à divisão e consegue inserir esses opostos em seus filmes .
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Filme fantástico e resenha idem. Impressionante como ela "descasca" cada um dos personagens com a mesma precisão que Scorsese o faz no filme.

 

Adoro este filme, especialmente a cena de abertura e a cena final. A de abertura porque como a Veras comentou, ela te prepara de forma clara para o que virá adiante e a final por resumir de forma brilhante não só a vida de Henry, mas tudo que ele viveu.

 

Aquele olhar melancólico, resignado até, para a vidinha que ele terá dali pra frente é arrasador. Fala-se muito de Taxi Driver aqui no fórum, mas Goodfellas é o meu preferido do diretor.

 

 
Nacka2007-05-29 14:33:51
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Primeiramente, eu peço desculpas ao Alexei. Eu tentei fazer tudo da melhor maneira possível para não dar trabalho pra você, entreguei com antecedência e fiz uma tabelinha pra ajudar... mas, ao que parece, a tabelinha deu muito mais trabalho. Ok, Alexei, sorry, honey... foi na melhor da intensões 06.

 

Em segundo lugar... Depois que eu terminei a resenha que pude ver como ela possuía um vocabulário arquitetônico fortíssimo. rsrsrs Essa histórias desses conceitos "minimalistas" e "monumentalidade" e tudo mais... são palavrinhas de arquitetos... rsrs Fiquei pensando se valia trazer esses conceitos da arquitetura para o cinema. Mas eu me convenci, afinal de contas, arte é arte.

 

Outra coisa.

Eu sei que minha resenha não chega nem aos pés dos grandes críticos de cinema que temos como freqüentadores aqui no tópico. E não é falsa modesta. Eu entendo isso perfeitamente.

Mas eu sou uma mera apreciadora da arte. Realmente não tenho o costume de analisar cinema na forma de resenhas (faço só na minha cabeça). E também não tenho grandes conhecimentos na área  para comparar vários diretores antigos e tudo mais.

Faço o que faço pelo gostar.

 

E foi assim que minha resenha ficou tão intimista. 06 Não tive nenhum índice comparativo, porque nunca ouvi nada de relevante sobre o filme de ninguém. A maioria das pessoas que eu conheço não assistiram ao filme... e os que assistiram o fizeram a tanto tempo que não sabem nem a história mais. rsrs

 

Sou uma cinéfila single no meio em que vivo. Deve ser por isso que gosto tanto daqui. 06

 

 

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Primeiramente' date=' eu peço desculpas ao Alexei. Eu tentei fazer tudo da melhor maneira possível para não dar trabalho pra você, entreguei com antecedência e fiz uma tabelinha pra ajudar... mas, ao que parece, a tabelinha deu muito mais trabalho. Ok, Alexei, sorry, honey... foi na melhor da intensões 06.

Em segundo lugar... Depois que eu terminei a resenha que pude ver como ela possuía um vocabulário arquitetônico fortíssimo. rsrsrs Essa histórias desses conceitos "minimalistas" e "monumentalidade" e tudo mais... são palavrinhas de arquitetos... rsrs Fiquei pensando se valia trazer esses conceitos da arquitetura para o cinema. Mas eu me convenci, afinal de contas, arte é arte.

Outra coisa.
Eu sei que minha resenha não chega nem aos pés dos grandes críticos de cinema que temos como freqüentadores aqui no tópico. E não é falsa modesta. Eu entendo isso perfeitamente.
Mas eu sou uma mera apreciadora da arte. Realmente não tenho o costume de analisar cinema na forma de resenhas (faço só na minha cabeça). E também não tenho grandes conhecimentos na área  para comparar vários diretores antigos e tudo mais.
Faço o que faço pelo gostar.

E foi assim que minha resenha ficou tão intimista. 06 Não tive nenhum índice comparativo, porque nunca ouvi nada de relevante sobre o filme de ninguém. A maioria das pessoas que eu conheço não assistiram ao filme... e os que assistiram o fizeram a tanto tempo que não sabem nem a história mais. rsrs

Sou uma cinéfila single no meio em que vivo. Deve ser por isso que gosto tanto daqui. 06
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Que é isso, não precisa se desculpar. Nem deu tanto trabalho assim, hehe.

 

Sobre esse post, muito inteligente e perspicaz, tenho duas outras observações a fazer. Primeiro, o Cineclube é um espaço amplamente democrático. Não importa o grau de bagagem ou a excelência na escrita, mas sim a sensibilidade apurada e o gosto pelo cinema, coisas que você obviamente tem. E todos aqui somos diletantes, de qualquer forma - o único que se dizia profissional (e que, em suas próprias palavras, nos tratava como objeto de estudo) da área se foi há um tempinho e, sinceramente, não está fazendo falta... Mas que ele tinha bom gosto, isso é inegável. Hah

 

Segundo, todos nós somos cinéfilos single, pelo menos um pouco. Depois que eu vejo um filme, a primeira coisa que penso é "vou ler sobre ele lá no fórum e escrever minhas impressões". Sua situação deve ser mais comum por aqui do que imagina, haha!
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Eu gosto de Os Bons Companheiros, mas não é das melhores entregas do Scorsese. Me parece meio repetitiva essa coisa de gangster ítalo -americano. O texto, no entanto, está ótimo.10 Espero seguir a mesma linha em minha futura resenha sobre Caiu do Céu. Aluguem o filme já hein!1106 Não quero ser desprestigiada!0806

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Eu estava dando uma olhada nas críticas, e eu posso dizer que o que está sendo feito aqui neste tópico é provavelmente a melhor coisa do fórum, pois coloca a cabeça das pessoas a refletir sobre os diversos aspectos que englobam uma cinematografia.

 

Mesmo pessoas que não entendem tecnicamente dessa arte colocam sua visão apaixonada sobre a obra, o que traz um outro ponto de vista, ainda assim interessante de se ler.

 

Parabéns a quem teve essa iniciativa!03
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Obrigado pela parte que nos toca - esse agradecimento deve ir para o Nacka, na verdade, que é o idealizador do tópico -, embora a ênfase do Cineclube em Cena seja diferente da que você mencionou. A idéia é aguçar os sentidos sobre o cinema e expandir a cultura cinematográfica; para isso são necessárias apenas percepção e sensibilidade, além de uma capacidade mínima de expressão escrita.

Por isso é que a ausência de conhecimento técnico não é nem nunca foi empecilho para participar do Cineclube; na verdade, estamos aqui buscando bons textos e visões diferentes, sob uma perspectiva artística e lúdica - e não técnica.

 

Last but not least, esse post me lembrou uma fala do Pedro Almodóvar que considero muito perspicaz acerca da técnica cinematográfica:

 

"Lembro-me de que quando fiz meu primeiro filme, tive enormes problemas que me forçaram a filmar três planos de uma mesma cena com quase um ano de intervalo. Resultado: no início da cena, a atriz está com cabelos curtos, no plano seguinte, tem os cabelos mais compridos e no terceiro plano ela os tem longos. Vendo isso na montagem, disse a mim mesmo que os espectadores iriam chiar. Porque isso ia de encontro à mais importante das regras, que é a da 'continuidade'. Ora, ninguém nunca notou. Nunca.

 

Isso, para mim, foi uma grande lição. Provou-me que, ao final, ninguém se importa com os defeitos técnicos a partir do momento em que o filme conta algo de interessante e sob um ponto de vista verdadeiro. É por isso que o meu conselho para aqueles que querem fazer filmes é o de filmá-los, mesmo que não saibam como. Eles descobrirão as coisas ao fazê-las, que é o método mais vivo e mais orgânico que há. O todo, é claro, é ter algo a se dizer.

 

O problema da jovem geração em relação a isso é que eles cresceram numa cultura em que a imagem se tornou onipresente e onipotente. Eles se banham desde pequenos nos universos do clip e da propaganda, que não são universos pelos quais eu seja pessoalmente apaixonado, mas cuja riqueza visual é inegavel.

 

Assim, os cineastas iniciantes têm uma cultura e um domínio da imagem bem maiores que aqueles que se tinham há vinte anos. Mas justamente por isso, eles têm uma abordagem do cinema que privilegia a forma em relação ao fundo, e creio que, no final das contas, isso os prejudica". (ALMODÓVAR, Pedro: Grandes Diretores de Cinema. Org. Laurent Tirard. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 34/35, sem grifos no original).

 

Após uma declaração inteligente como essa, tenho que copiar a Penélope Cruz e dizer: Viva Pedro!
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Obrigado pela parte que nos toca - esse agradecimento deve ir para o Nacka' date=' na verdade, que é o idealizador do tópico -, embora a ênfase do Cineclube em Cena seja diferente da que você mencionou. A idéia é aguçar os sentidos sobre o cinema e expandir a cultura cinematográfica; para isso são necessárias apenas percepção e sensibilidade, além de uma capacidade mínima de expressão escrita.

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Mas por inércia, os assuntos atingem diversas escalas de uma cinematografia, mesmo não sendo o mote principal.

 

Agora modéstia sua falar em mínima capacidade de expressão escrita...06...há cada texto lido, o apuro nele contido surpreende ainda mais, tanto pela capacidade de utilizar o vocabulário, quanto e principalmente pela poesia contida na argumentação!

 

Tenho que visitar mais vezes este tópico...

 

 
FeCamargo2007-06-02 13:14:50
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Ei... essa coisa do entendimento da parte técnica surgiu por causa da minha resenha, né? Por eu não entender da parte técnica.  Eu sei, eu sei... vocês falam de mim! Não mintam!!! Nããããaaao.

 

 

 

rsrs

 

Brincadeiras à parte... acho interessante esse olhar não propriamente técnico da parte dos usuários aqui do fórum. Cada um aqui posta suas impressões e, a partir daí, surgem discussões de alto nível sobre a arte cinematográfica.

Realmente, esse é um dos melhores tópicos do fórum.

 

Mas também não há o que se desprezar ou se mostrar desnecessário no trabalho do técnico. Afinal, podemos ser "entendidos" de cinema, mas poucos aqui são profissionais, estes sim, que conhecem a fundo a ténica da coisa.

Nós estamos todos aqui porque gostamos, não necessariamente porque iremos trabalhar com isso, certo?

 

Mas se eu fosse trabalhar nessa área, viria conferir as opiniões dos usuários todos os dias!!! Afinal, com técnica ou sem técnica, a arte é feita para os admiradores dela. E mais importante do que o ato técnico em si é o sentimento que ele desperta no público.

 

 

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Hum ... estou achando que é a minha " crítica " o motivo da alfinetada  , ainda mais conhecendo a aversão do Camargo quanto ao filme abordado e a divergência de idéias que nós temos , além de reconhecer que o meu texto está pessimamente escrito .

 

No entanto , eu não preocupo  : admito que fiz o texto às pressas e sem revisões quanto aos erros ortográficos : havia perdido um texto mais cuidadoso que eu havia feito e fui chamado para substituir o texto de Sonata de Outono , que fora adiado para a semana seguinte . 

 

 sem falar nas teorias absurdas , defendendo um filme não muito bem visto por crítica e público mais exigentes .

 

Agora , qual o problema ? Pelo que eu saiba não foi exigida uma técnica apurada . Somente aqueles que trabalham na área poderiam escrever seus textos ? Desculpe , não sabia ...

 

Pelo menos , distraiu um pouquinho quem esperava a crítica do Thico .

 

Acertei , Camargo ?
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Nãooooooo Fernando!!!! Poxa, você me conhece mais que isso!!!09 E a sua ironia foi desnecessária!!!

 

Não foi alfinetada em ninguém, se pareceu isso, por favor, mais uma demonstração que não sei argumentar decentemente!! Eu, apenas, coloquei um ponto em questão que vai ao encontro à realidade do fórum, onde o utilizei para colocar na contra balança a paixão das pessoas que escrevem aqui e como este sentimento faz com que a opinião deles seja completamente bem-vinda e enriquecedora mesmo não entendendo tecnicamente, em alguns casos, do que pretendem "criticar"!03

 

Enfim, acho que se lerem com maior atenção o que eu escrevi anteriormente, vão perceber que fiz um elogio, acredito que esteja parcialmente claro...06, e não uma crítica a este tópico e aos usuários que o frequentam.
FeCamargo2007-06-02 18:27:25
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Last but not least' date=' esse post me lembrou uma fala do Pedro Almodóvar que considero muito perspicaz acerca da técnica cinematográfica:

 

"Lembro-me de que quando fiz meu primeiro filme, tive enormes problemas que me forçaram a filmar três planos de uma mesma cena com quase um ano de intervalo. Resultado: no início da cena, a atriz está com cabelos curtos, no plano seguinte, tem os cabelos mais compridos e no terceiro plano ela os tem longos. Vendo isso na montagem, disse a mim mesmo que os espectadores iriam chiar. Porque isso ia de encontro à mais importante das regras, que é a da 'continuidade'. Ora, ninguém nunca notou. Nunca.

 

Isso, para mim, foi uma grande lição. Provou-me que, ao final, ninguém se importa com os defeitos técnicos a partir do momento em que o filme conta algo de interessante e sob um ponto de vista verdadeiro. É por isso que o meu conselho para aqueles que querem fazer filmes é o de filmá-los, mesmo que não saibam como. Eles descobrirão as coisas ao fazê-las, que é o método mais vivo e mais orgânico que há. O todo, é claro, é ter algo a se dizer.

 

O problema da jovem geração em relação a isso é que eles cresceram numa cultura em que a imagem se tornou onipresente e onipotente. Eles se banham desde pequenos nos universos do clip e da propaganda, que não são universos pelos quais eu seja pessoalmente apaixonado, mas cuja riqueza visual é inegavel.

 

Assim, os cineastas iniciantes têm uma cultura e um domínio da imagem bem maiores que aqueles que se tinham há vinte anos. Mas justamente por isso, eles têm uma abordagem do cinema que privilegia a forma em relação ao fundo, e creio que, no final das contas, isso os prejudica". (ALMODÓVAR, Pedro: Grandes Diretores de Cinema. Org. Laurent Tirard. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 34/35, sem grifos no original).

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Isso me lembra a implicância absurda de alguns aqui no fórum quanto à falha de maquiagem em Brokeback Mountain.17 Ora...de que isso interessa quando o filme "é capaz de abalá-lo como um tiro no coração", como bem definiu a Rolling Stone?

Longa vida ao Pedrão!10
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Maldição. Nunca acho o índice das resenhas, hehe. Mas acabei de ler a do Vicking e ficou realmente legal. Uma pena que tenha passado meio que despercebido, já que foi justamente depois da resenha dele que os problemas e resoluções do Nacka começaram. Mas foi boa sim.

A próxima que eu vou ler, digo, espero, é a do Jailcante, sobre Huckabess, que começarei a ver...

... AGORA.

 

 

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