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Mesmo que ninguém tenha lido' date='continuarei postando mais capítulos do meu livro inacabado,hehe...Lá vai:

[/quote']

Eu disse que textos na internet assustam as pessoas, além do mais, você também não leu o meu nem o da Artemis..smiley36.gif Eu li o primeiro capítulo, mas não posso me extender muito porque, afinal, é só um capítulo. De qualquer forma, você escreve bem pra caramba, perfeitamente suficiente para escrever um livro sem fazer feio. Bem, posso dizer que gostei muito do que li por um simples motivo: fiquei com vontade de ler o segundo capítulo. A propósito, quantos capítulos tem o livro? Você já terminou? Como pretende conseguir lançá-lo?

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Mesmo que ninguém tenha lido' date='continuarei postando mais capítulos do meu livro inacabado,hehe...Lá vai:

[/quote']

Eu disse que textos na internet assustam as pessoas, além do mais, você também não leu o meu nem o da Artemis..smiley36.gif Eu li o primeiro capítulo, mas não posso me extender muito porque, afinal, é só um capítulo. De qualquer forma, você escreve bem pra caramba, perfeitamente suficiente para escrever um livro sem fazer feio. Bem, posso dizer que gostei muito do que li por um simples motivo: fiquei com vontade de ler o segundo capítulo. A propósito, quantos capítulos tem o livro? Você já terminou? Como pretende conseguir lançá-lo?

Aí ele vem e responde: 711 capítulos, ainda não terminei. smiley36.gif

Vou confessar, não li nenhum dos textos... smiley36.gif Mas vou ler, é sério.

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Mesmo que ninguém tenha lido' date='continuarei postando mais capítulos do meu livro inacabado,hehe...Lá vai:

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Eu disse que textos na internet assustam as pessoas, além do mais, você também não leu o meu nem o da Artemis..smiley36.gif Eu li o primeiro capítulo, mas não posso me extender muito porque, afinal, é só um capítulo. De qualquer forma, você escreve bem pra caramba, perfeitamente suficiente para escrever um livro sem fazer feio. Bem, posso dizer que gostei muito do que li por um simples motivo: fiquei com vontade de ler o segundo capítulo. A propósito, quantos capítulos tem o livro? Você já terminou? Como pretende conseguir lançá-lo?

Li o da Artemis.Achei interessante.Ia começar a ler o seu,mas o Cinegame me deixou muito ocupado hoje à tarde...

Ah,e obrigado...Tenho 19 capítulos escritos.Pretendo terminá-lo em breve.Gostaria que ele tivesse 29 capítulos,gosto deste número.E não faço a mínima idéia de como funciona esse lance de editoras e tal...Mas vou correr atrás disto sim.smiley1.gif

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Mesmo que ninguém tenha lido' date='continuarei postando mais capítulos do meu livro inacabado,hehe...Lá vai:

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Eu disse que textos na internet assustam as pessoas, além do mais, você também não leu o meu nem o da Artemis..smiley36.gif Eu li o primeiro capítulo, mas não posso me extender muito porque, afinal, é só um capítulo. De qualquer forma, você escreve bem pra caramba, perfeitamente suficiente para escrever um livro sem fazer feio. Bem, posso dizer que gostei muito do que li por um simples motivo: fiquei com vontade de ler o segundo capítulo. A propósito, quantos capítulos tem o livro? Você já terminou? Como pretende conseguir lançá-lo?

Li o da Artemis.Achei interessante.Ia começar a ler o seu,mas o Cinegame me deixou muito ocupado hoje à tarde...

Ah,e obrigado...Tenho 19 capítulos escritos.Pretendo terminá-lo em breve.Gostaria que ele tivesse 29 capítulos,gosto deste número.E não faço a mínima idéia de como funciona esse lance de editoras e tal...Mas vou correr atrás disto sim.smiley1.gif

 

eu sei que voce me ama e por isso só leu o meu.

 

e corre atras isso sim! smiley17.gif

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O incrível é que eu escrevia melhor antes da faculdade do que agora. smiley36.gif Antes eu tinha a inocência e poder escrever sem peso na consciência. Agora, cada vez que eu estudo, mais eu fico preso àquilo que estudo. Concordando ou discordando, você remete àquilo que você sabe. Mas de qualquer jeito preciso a escrever textos literários novamente, hehe.

Uma hora eu ainda vou colocar aqui o meu clássico: O caso da Pizza 57! heheh Uma vez, já postei aqui no fórum, no casos de fantasmas. Alguém me ajuda a achar? Acho que o tópico foi deletado.

Conan o bárbaro2006-9-17 0:25:0
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Isto, eu escrevi no ensino médio, acho que no primeiro ano. Ou foi na oitava? sei lá...smiley36.gif é um trecho:

 

    O relógio da sala anunciava: era meita-noite. O aposento imerso na escuridão revelava pouca coisa. As paredes estavam desgastadas, a madeira do chão, podre, rangia a um passo de um fantasma. Apesar de velha e esquecida, a sala mantinha o seu antigo charme, que nem o tempo conseguiu apagar. Mas é com o tempo que as coisas mudam, perdem-se ou aparecem. O que havia acontecido naquela casa? Só podemos imaginar, sem nunca saber, pois nunca saberemos o que o tempo nos roubou, o que nós temos de mais precioso: as lembranças. São as recordações que movem o homem, de saber quem ele é, de onde veio. Mas para onde ele vai? Ele vai para o profundo abismo das memórias da vida. E quando se vão as lembranças, vem a suposição, e quando se vai a suposição, vem a imaginação. Poder imaginar é a arma mais forte do homem, é criar um mundo e resgatar as recordações, mesmo que elas não sejam reais e nunca tenham existido. Mas agora, ela começa a existir. Como um garoto que vê na sala escura coisas que não conseguimos ver, ou apenas não queremos ver. Sombras se transformam em o que parece ser ou já tenha sido um homem.

Como vivemos em um mundo de recordações, quem sabe vivemos em uma fantasia, aonde somente imaginamos sermos reais.

Conan o bárbaro2006-9-17 0:22:57
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Isto' date=' eu escrevi no ensino médio, acho que no primeiro ano. Ou foi na oitava? sei lá...smiley36.gif é um trecho:

 

    O relógio da sala anunciava: era meita-noite. O aposento imerso na escuridão revelava pouca coisa. As paredes estavam desgastadas, a madeira do chão, podre, rangia a um passo de um fantasma. Apesar de velha e esquecida, a sala mantinha o seu antigo charme, que nem o tempo conseguiu apagar. Mas é com o tempo que as coisas mudam, perdem-se ou aparecem. O que havia acontecido naquela casa? Só podemos imaginar, sem nunca saber, pois nunca saberemos o que o tempo nos roubou, o que nós temos de mais precioso: as lembranças. São as recordações que movem o homem, de saber quem ele é, de onde veio. Mas para onde ele vai? Ele vai para o profundo abismo das memórias da vida. E quando se vão as lembranças, vem a suposição, e quando se vai a suposição, vem a imaginação. Poder imaginar é a arma mais forte do homem, é criar um mundo e resgatar as recordações, mesmo que elas não sejam reais e nunca tenham existido. Mas agora, ela começa a existir. Como um garoto que vê na sala escura coisas que não conseguimos ver, ou apenas não queremos ver. Sombras se transformam em o que parece ser ou já tenha sido um homem.

Como vivemos em um mundo de recordações, quem sabe vivemos em uma fantasia, aonde somente imaginamos sermos reais.

[/quote']

Sabe o que parece? Uma fala do Leonard Shelby em Memento.smiley36.gif É um trecho do quê?

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Onde' date=' que eu não vi? [/quote']

Aqui:

"Eu disse que textos na internet assustam as pessoas, além do mais, você também não leu o meu nem o da Artemis..smiley36.gif Eu li o primeiro capítulo, mas não posso me extender muito porque, afinal, é só um capítulo. De qualquer forma, você escreve bem pra caramba, perfeitamente suficiente para escrever um livro sem fazer feio. Bem, posso dizer que gostei muito do que li por um simples motivo: fiquei com vontade de ler o segundo capítulo. A propósito, quantos capítulos tem o livro? Você já terminou? Como pretende conseguir lançá-lo?"

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Isto' date=' eu escrevi no ensino médio, acho que no primeiro ano. Ou foi na oitava? sei lá...smiley36.gif é um trecho:

 

    O relógio da sala anunciava: era meita-noite. O aposento imerso na escuridão revelava pouca coisa. As paredes estavam desgastadas, a madeira do chão, podre, rangia a um passo de um fantasma. Apesar de velha e esquecida, a sala mantinha o seu antigo charme, que nem o tempo conseguiu apagar. Mas é com o tempo que as coisas mudam, perdem-se ou aparecem. O que havia acontecido naquela casa? Só podemos imaginar, sem nunca saber, pois nunca saberemos o que o tempo nos roubou, o que nós temos de mais precioso: as lembranças. São as recordações que movem o homem, de saber quem ele é, de onde veio. Mas para onde ele vai? Ele vai para o profundo abismo das memórias da vida. E quando se vão as lembranças, vem a suposição, e quando se vai a suposição, vem a imaginação. Poder imaginar é a arma mais forte do homem, é criar um mundo e resgatar as recordações, mesmo que elas não sejam reais e nunca tenham existido. Mas agora, ela começa a existir. Como um garoto que vê na sala escura coisas que não conseguimos ver, ou apenas não queremos ver. Sombras se transformam em o que parece ser ou já tenha sido um homem.

Como vivemos em um mundo de recordações, quem sabe vivemos em uma fantasia, aonde somente imaginamos sermos reais.

[/quote']

Sabe o que parece? Uma fala do Leonard Shelby em Memento.smiley36.gif É um trecho do quê?

Eu juro que não é plágio de nada smiley36.gif (mas se bem que pegar idéia de outros lugares não é nada mal, hahah, um dia desses eu vou aparecer com uma nova versão do "time to die" do Blade Runner).smiley36.gif Mas é um trecho de textos a toa que eu escrevia.

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Onde' date=' que eu não vi? [/quote']

Aqui:

"Eu disse que textos na internet assustam as pessoas, além do mais, você também não leu o meu nem o da Artemis..smiley36.gif Eu li o primeiro capítulo, mas não posso me extender muito porque, afinal, é só um capítulo. De qualquer forma, você escreve bem pra caramba, perfeitamente suficiente para escrever um livro sem fazer feio. Bem, posso dizer que gostei muito do que li por um simples motivo: fiquei com vontade de ler o segundo capítulo. A propósito, quantos capítulos tem o livro? Você já terminou? Como pretende conseguir lançá-lo?"

Eu li isso, mas não vi que era você falando ... smiley36.gif

 

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Bem, aí está o resultado "final" (nada, nunca, é final). Acho que foi o Rafal quem pediu uma explicação, e eu coloquei aí. Boa leitura.

A Ponta do Pião<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

Afiada, a luz do sol vertical despenca sobre as cabeças dos displicentes. Cada qual com seus cacos e intactos, com seus cantos e encantos, esperando perante prosas indefinidas de seus desejos sublinhados, num ponto de ônibus da cidade qualquer, e de qualquer cidade num ponto. Suspirados pelos ventos, olham baixo como se devessem a própria vida à própria vida. Inclinam-se e declinam-se. Rastejam e rastreiam por uma simples migalha de oportunidade.

 

Ainda que soubessem (e sabem), nada poderiam contra a verdade, pois a verdade é inventada, é invertida, é infundada, tão rasa quanto seus pratos ao fim do dia. Prisão para alma, que não se vê, não se toca, mas se sente o tempo inteiro. Deitado e sem nome, alguém acende... mas ninguém ascende. De álcool e fósforo jogados ao chão, a um colar de falsas pérolas na mulher com brincos de argola, tudo é vitrola, que amola, esmola, enrola. Uma ladainha impronunciável, incompreensível, mas indispensável, infelizmente.

 

Pessoas, mulheres, crianças. Ali, todos eram homens, sem direito ao menor sopro de compaixão. Homens que, inertes por fora, percorriam léguas em volta de si mesmos. Eram labirintos cercados pelos mais altos muros, pelas mais entrelaçadas trepadeiras. Ainda assim, era possível (mas só às vezes) ver suas sombras procurando, alçados por esperanças condicionadas, uma saída, ainda que não soubessem o que isto significasse.

 

Leva-se um instante (talvez dois, dependendo) para descobrir que fechar os olhos é a melhor forma de enxergar. Os gritos que ecoavam dentro de cada um deles é que procuravam uma saída. Tão fortes, que produziam sombras, tão envergonhados, que marcavam rastros em silêncio, e tão densos, que sequer atravessavam as raras frestas das trepadeiras.

 

Os sonhos destes homens se estilhaçam, e crassos, se abraçam numa dança envolvente, embalados pelo tédio vagabundo produzido, empacotado e vendido por algum dos vários mendigos que, imundos (e invisíveis), ocupam calçadas inteiras, coordenados por uma orquestra tensa, intensa, que instrumentada pelos sussurros de quem se confessa a si mesmo, promove melodias duras, tão ríspidas quanto às solas dos que a pisam.

 

Em meio a tudo, ou melhor, à margem de tudo, quase gritei. Seria um grito de dor? Não, não conseguia sentir dor (e me sentia feliz por isso, e culpado por me sentir feliz por isso). Seria um grito de desespero? Não, nunca me desesperei em frente à televisão, não seria agora. Um grito de ódio, talvez? Não, era gratidão, e seria incoerência. Ainda assim, o grito era o que importava. Quase gritei, quase despejei tudo o que não sabia sentir, quase descontei todas aquelas dívidas que tinha.

 

Mas o sinal abriu.

 

 

Luis Henrique Boaventura

 

Interpretação “oficial” (leia só depois de ter interpretado o texto e ter tirado suas próprias conclusões. Depois de escrito, o texto pertence à imaginação e concepção de cada um, portanto, o que será dito abaixo não é exatamente “oficial”, pois o que VOCÊ enxergou no texto é o que vale. O importante é saber que não existe versão definitiva pra nada):

 

“A Ponta do Pião”. O pião inteiro se apóia e se equilibra SOBRE sua ponta, que mesmo sendo menor e mais fraca, o sustenta. A parte de cima do pião é a que vemos girar, ou seja, o mundo continua girando normalmente, demonstrando total indiferença. O mais interessante é que se a ponta inclinar, ela derruba o pião. Ou seja, não sabe a força que tem.

 

“Afiada, a luz do sol vertical despenca sobre as cabeças dos displicentes. Cada qual com seus cacos e intactos, com seus cantos e encantos, esperando perante prosas indefinidas de seus desejos sublinhados, num ponto de ônibus da cidade qualquer, e de qualquer cidade num ponto”.

 

A primeira frase, sobre o sol, mostra que o fato ocorre ao meio-dia. “Cacos em intactos, cantos e encantos”, fala sobre as obscuridades e peculiaridades de cada um. “Caco”, aliás, é uma referência de duplo-sentido à toda capacidade intelectual da pessoa, que sem oportunidades, não passa de pó, de lixo, sem utilidade alguma. “prosas indefinidas de seus desejos sublinhados” fala sobre as conversas inúteis, a tagarelice sobre os sonhos de cada um. “Num ponto de ônibus da cidade qualquer” fala sobre o anônimo, o invisível entre a multidão, já “e de qualquer cidade num ponto” fala sobre a variedade, a multiplicidade de culturas encontradas e que convivem no mesmo lugar.

 

 “Ainda que soubessem (e sabem), nada poderiam contra a verdade, pois a verdade é inventada, é invertida, é infundada, tão rasa quanto seus pratos ao fim do dia. Prisão para alma, que não se vê, não se toca, mas se sente o tempo inteiro. Deitado e sem nome, alguém acende... mas ninguém ascende. De álcool e fósforo jogados ao chão, a um colar de falsas pérolas na mulher com brincos de argola, tudo é vitrola, que amola, esmola, enrola. Uma ladainha impronunciável, incompreensível, mas indispensável, infelizmente.”

 

“Ainda que soubessem (e sabem), nada poderiam contra a verdade, pois a verdade é inventada, é invertida, é infundada, tão rasa quanto seus pratos ao fim do dia. Prisão para alma, que não se vê, não se toca, mas se sente o tempo inteiro.”. Essa parte é referência ao Mito da Caverna, de Platão. Além da relatividade da verdade, temos a proteção oferecida pela ignorância. “Deitado e sem nome, alguém acende... mas ninguém ascende. De álcool e fósforo jogados ao chão,”. Aqui é referência ao índio queimado pelos jovens de classe média em Brasília. “a um colar de falsas pérolas na mulher com brincos de argola, tudo é vitrola, que amola, esmola, enrola. Uma ladainha impronunciável, incompreensível, mas indispensável, infelizmente.”. Ou seja, tudo é demagogia, é moralismo, populismo. Mas que infelizmente sustentam o estilo de vida e, principalmente, mantém acesa a esperança das pessoas.

 

“Pessoas, mulheres, crianças. Ali, todos eram homens, sem direito ao menor sopro de compaixão. Homens que, inertes por fora, percorriam léguas em volta de si mesmos. Eram labirintos cercados pelos mais altos muros, pelas mais entrelaçadas trepadeiras. Ainda assim, era possível (mas só às vezes) ver suas sombras procurando, alçados por esperanças condicionadas, uma saída, ainda que não soubessem o que isto significasse.”

 

 “Pessoas, mulheres, crianças. Ali, todos eram homens, sem direito ao menor sopro de compaixão”. Todos eram iguais, mas usei a figura do homem porque o compadecimento com mulheres e crianças pelas nossa sociedade é maior. Ali, isso não existia, assim sendo, todos eram homens. “Homens que, inertes por fora, percorriam léguas em volta de si mesmos. Eram labirintos cercados pelos mais altos muros, pelas mais entrelaçadas trepadeiras. Ainda assim, era possível (mas só às vezes) ver suas sombras procurando, alçados por esperanças condicionadas, uma saída, ainda que não soubessem o que isto significasse.” Trecho usado para situar o leitor diante da impotência e da falta de orientação de cada um, todos sem rumo, perdidos dentro de si mesmos.

 

“Leva-se um instante (talvez dois, dependendo) para descobrir que fechar os olhos é a melhor forma de enxergar. Os gritos que ecoavam dentro de cada um deles é que procuravam uma saída. Tão fortes, que produziam sombras, tão envergonhados, que marcavam rastros em silêncio, e tão densos, que sequer atravessavam as raras frestas das trepadeiras.”

 

Aqui, os olhos representam a superficialidade da imagem e dos preconceitos que ela ocasiona. Portanto, é preciso cegar-se para se desprender da imagem superficial, e ouvir o grito que ecoava preso dentro de cada um.

 

“Os sonhos destes homens se estilhaçam, e crassos, se abraçam numa dança envolvente, embalados pelo tédio vagabundo produzido, empacotado e vendido por algum dos vários mendigos que, imundos (e invisíveis), ocupam calçadas inteiras, coordenados por uma orquestra tensa, intensa, que instrumentada pelos sussurros de quem se confessa a si mesmo, promove melodias duras, tão ríspidas quanto às solas dos que a pisam.”

 

Este parágrafo não tem nenhum ponto, ainda que a regra ordenaria que tivesse. Optei por usar apenas as vírgulas afim de dar dinamicidade, simulando o ritmo simbólico citado.

 

“Em meio a tudo, ou melhor, à margem de tudo, quase gritei. Seria um grito de dor? Não, não conseguia sentir dor (e me sentia feliz por isso, e culpado por me sentir feliz por isso). Seria um grito de desespero? Não, nunca me desesperei em frente à televisão, não seria agora. Um grito de ódio, talvez? Não, era gratidão, e seria incoerência. Ainda assim, o grito era o que importava. Quase gritei, quase despejei tudo o que não sabia sentir, quase descontei todas aquelas dívidas que tinha.”

 

“Em meio a tudo, ou melhor, à margem de tudo, quase gritei. Seria um grito de dor? Não, não conseguia sentir dor (e me sentia feliz por isso, e culpado por me sentir feliz por isso).” O personagem em questão não conseguia sentir dor e se sentia aliviado por não estar na pele daquelas pessoas. “Seria um grito de desespero? Não, nunca me desesperei em frente à televisão, não seria agora.” O personagem apenas assistia a cena, dando a dimensão de seu distanciamento em relação às pessoas no ponto de ônibus. Um grito de ódio, talvez? Não, era gratidão, e seria incoerência.” Incoerência porque ele não tinha do que se queixar, não tinha o direito de sentir ódio da sociedade ou do sistema porque, inclusive, se sentia grato por tudo. “Ainda assim, o grito era o que importava. Quase gritei, quase despejei tudo o que não sabia sentir, quase descontei todas aquelas dívidas que tinha.” Ele sentia a vontade de sentir alguma coisa, mas não sabia como. O grito era o que importava porque ele tinha de se indignar com o que acontecia, mas não conseguia.

 

“Mas o sinal abriu.”

 

Sim, ele estava no semáforo esperando o verde e se distraiu com o ponto de ônibus. Isso dá a dimensão do significado que aquilo tinha para sua vida. Foi apenas um instante no qual sentiu a necessidade de se compadecer, para aliviar um suposto e momentâneo peso na consciência. Ele poderia estar indo pro trabalho, voltando, não importa. Porque ele continuaria seu dia normalmente e esqueceria de tudo antes de dormir.

 

Forasteiro2006-9-19 0:38:23
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Amor Supérfluo

Te amei muito,
Não posso negar
Mas hoje estou em outra
Eu quero te esquecer
Não queria te amar!
Mas foi inevitável
Aconteceu do nada
E, derepente, novamente
Me vi pensando em você
Agindo por Você
Vivendo por você
Mas agora aprendi
Que não mandamos no coração
Mas, de vez em quando, devemos agir com a razão
Você me fez sofrer
Eu não aguentava mais
Eu quero te esquecer
Não queria te amar!
Mas a cada dia que passa
Percebo que isso pode ser impossível
O que você fez para eu te amar tanto assim?
Brigo com meu coração
Ao dizer que te amo
Porém uso a razão
E contra minha vontade
Mais uma vez volto a dizer
"Eu Te Amo!!"

Thiago Melo Ribeiro de Carvalho

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