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Forum Cinema em Cena

Istari

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Posts posted by Istari

  1. Porr*, o pior é com certeza  o "genial " A Reconquista", com o Travolta!

     

    E ele ainda disse que seria mais idolatrado que "Star Wars"06

     

    Os personagens demonstram extrema superficialidade psicológica, até constrangedora! Fora a narrativa paupérrima, os efeitos especiais  feitos  em menos de meia hora no quintal do Tio Zé. 06

     

    Chega a dar ataque de risos ver o modo como o filme deturpou o livro que serviu de adaptação!
    Istari2009-01-11 21:23:48
  2. Indeed... a teoria da Evolução é a prova viva de que a ciência sabe preencher lacunas baseada em pura crença e especulação' date=' estuprando o método científico e hoje o Darwinismo é o garoto propaganda da ciência... Que mancada, hein?[/Quote']

    Pode elaborar isso?

    Ele não foi meio irônico?

     

     
  3. Dias...

     

    Eu sei que vc tem receios de admitir seus gostos musicais em público, por isso entendi o fato de vc ter postado esse link!06

     

    Aliás, não encare o texto como se fosse uma tentativa para que pratiquem o proselitismo inútil... mas antes as indagações construtivas do que uma mera atitude sofismal!

     

    Aliás, em tempo, esse texto encontra-se na Enciclopédia Britânica Barsa. É apenas um texto interessante, caso vc faça questão de continuar no cinismo!
    Istari2009-01-11 20:43:09



  4. Discordo. Isso de lucro é relativo. A qualidade de vida resume tudo isso' date=' em todos os sistemas econômicos. Uns tentam conseguí-la através da cooperação e outros, pela extorsão. E os últimos estão em larga vantagem.

    [/quote']

     



    Eu estudei na faculdade sobre Economia Solidária. Toda a base teórica dela vai de encontro às suas ideias' date=' Mr. Bale, misturando valores cristãos com produção focada no consumidor de forma transparente, etc. Este link da Wikipedia pode explicar mais sobre isto.

    O ruim é que, até nesses grupos, tem gente com espírito de porco! [/quote']



    Penso às vezes que todo o que ocorre neste mundo' date=' para o bem e para o mal, é só para manter a qualidade de vida de poucas famílias. E elas não querem mudar.

    [/quote']
     



    maneira niilista para com o mundo. Posso não mudar o mundo' date=' mas posso mudar a minha rua. Se não a rua, a minha casa. Se não a casa, pelo menos alguém. E, a cada dia, tentamos transformar alguma coisa de pelo menos outra pessoa, para o bem e para o mal... [/quote']

     

    como mundo? A humanidade? O planeta em si? O sistema econômico? A civilização ocidental? O Cinema em Cena? 05

    Se for o CeC' date=' então estamos condenados 06
    [/quote']

     

    Você falou que as pessoas não querem mudar.

     

     Mas têm motivo (tanto as pessoas mais favorecidas quanto as menos), e não parte delas mesmas essa falta de vontade (se é que ela existe). Primeiro, tudo começa com o poder: o poder tem o poder de destruir a consciência de uma sociedade. Se falarmos de Educação, o poder continua influenciando, pois parece que os mandatários não querem que a Sociedade, QUE NÃO TEM DINHEIRO E LIGAÇÃO POLITICA, fique esclarecida, seja mais independente intelectualmente e saiba de seus direitos, do poder de modificação que possui.

     

    Vc falou muito bem sobre o fato de que vc,  no mínimo, pode mudar uma pessoa positivamente. Pois, se eu não estiver enganado, todos aqui querem o melhor de nossos amigos, de nossos familiares, de nosso bairro, cidade, país e, finalmente, do mundo. Precisamos incansavelmente não esmorecer em conformismos como muitos aqui mesmo neste tópico o fazem. Um país de analfabetos funcionais precisa de umas poucas pessoas que lhes inspirem novos caminhos, que as façam perceber que o conhecimento das coisas é a única saída. Precisamos de ideias construtivas e que não se percam na lassidão de uma sociedade que acorda para ir trabalhar e só volta no fim da noite, cansada e sem motivações para tratar com seus filhos, pais, marido e esposa...

     

    A economia (em seu sentido usual, dinheiro) que é a força motriz da globalização, por exemplo, virou razão última movedora dos ideais humanos. Hoje o que importa é o que dá lucro, para fomentar novas criações, impulsionar as indústrias em prol de um futuro "seguro". A partir da expansão comercial burguesa, viu essa classe que os proclamados "valores" cristãos da Igreja medieval só conduzia as pessoas ao obscurantismo da ignorância e do medo irracional, ao atraso. Mas acontece que, enquanto houver diferentes objetivos no mundo que não o valor estritamente humano, NADA VAI MUDAR. As Guerras continuarão, as misérias e a desintegração de valores tbm.

     

     Antigamente o valor incidia sobre o territorial e sobre uma crença de que determinado estilo de vida era o correto (,imposta pelos grandes impérios). Aí vc me pergunta do que estou falando. Bem, os mais poderosos de uma sociedade enganam e sempre enganaram seu próprio povo. Mas não é fato que os mais fracos (os que não têm poder político e ecônomico) não têm poder para mudar nada, sendo que justamente são estes que merecem a real admiração de todos nós???

     

    Concluimos que a sociedade só é ignorante por assim se tornar conveniente àqueles que querem lucrar e àqueles que querem manter-se no poder político. Falamos em democracia: como podemos falar disso se nem vagas em escolas públicas há? Se nos rankings das pesquisas sobre os níveis de educação sempre aparecemos nas últimas colocações?

     

    Não é óbvio que quem detem poder e dinheiro não quer que isso mude porque, assim, estariam ameaçados? Sempre existiu essa separação dos fortes e dos fracos, dos pobres e dos ricos, do culto e do ignorante. Por uma questão de conveniência da distorção do poder e da ganância, que tratam a população com indiferença e, no máximo, como títeres, através dessa prática comercializante e consumista cada vez mais radical! O povo nem sempre percebe que a finalidade da vida não está no prazer de ter coisas, de comprar, mas sim de viver feliz e num mundo justo. Eu vejo países emprestando bilhões para salvar bancos. Isso me dá nojo! Estão desviando o foco! E parece que isso já não nos tira mais o sono! Se todos os empréstimos que foram feitos com o intuito de salvar as cagadas dos homens de finanças, fossem destinados a corrigir as diferenças sociais, a construir mais escolas e a criar programas de conscientização à sociedade, não estaríamos aqui para tratar dessas indagações existenciais propostas pelo tópico.
    Istari2009-01-11 23:01:24
  5. Mas as próximas guerras tendem a ser muito mais devastadoras. Vai chegar a um ponto que a prosperidade pós-guerra será bem difícil' date=' impossível até, eu diria.

    [/quote'] Isso significa que vc não acredita no homem, por mais cruel que tenha sido, com um histórico de morticínio, guerras, corrupção, egoísmo etc. Consequentemente, por reducionismo que eu aplico sem escrúpulos no seu caso, vc tbm não acredita em si mesmo para, ao menos, acreditar no poder que cada um de nós tem para mudar grandes coisas. A gente fica imaginando que guerras são declaradas por governantes, mas esquece que temos culpa primordial por isso, afinal, nosso descompromisso com a política e com as injustiças sociais nos torna com o tempo tão cruéis quanto a pior das guerras...não somos ativos, não lutamos mais como antigamente pelo que é correto....pois acham que isso é demagogia, retórica vazia,

     

    E quando vc diz "as próximas guerras tendem a ser muito mais devastadoras. Vai chegar a um ponto que a prosperidade pós-guerra será bem difícil, impossível até, eu diria." ; torna -se  vago; e mais: antes de especular, procure fazer algo que lhe dê esperanças e que lhe faça tomar atitudes mais conscientes. E não me venha dizer que está sendo realista!

     

    Se vc fizesse questão de abandonar essa visão pessimista, vc até se tornaria uma pessoa melhor, consequentemente, poderia influenciar outras pessoas a verem questões como guerra como algo que lhes dizem respeito! Assim, alguma coisa poderia acontecer. Pois, quem tem poder de mudar é o bom sentimento e a boa-vontade, coisas que vc não demonstra! 03
  6. Bom, um texto ajuda a compreender melhor o fato de não entendermos aquilo que foge às nossas capacidades limitadas de um cérebro que só é utilizado entre 5% e 10% de suas capacidades.

     

    Deus

     

    Ser supremo, causa primeira, existente por si, absoluto, infinito, eterno, perfeito, onipotente, onisciente, o bem supremo (Summum bonum). Esses atributos de Deus poderiam ser admitidos por todas as religiões e aceitos -- ainda que para negar a existência divina -- pelos ateus.

     

    O mistério de Deus. Deus é proposto pela razão e pelo sentimento como explicação do universo, da origem do homem, dos valores e da moral -- verdade, bem, justiça, amor. Assim, se Deus existe, deve ser diferente de tudo e superior a tudo aquilo que se pretende explicar com sua existência, superior inclusive à razão humana, para a qual constitui um mistério. Apesar disso, é possível chegar, pela razão ou pela fé, à convicção da existência de Deus e mesmo a uma definição e a uma descrição dele. Qualidades que se atribuem a Deus, como infinitude e onisciência, no entanto, são apenas analogias com conceitos que a razão humana pode admitir: a essência de Deus é misteriosa para o homem. Até mesmo os que afirmam ter contemplado Deus consideraram a experiência indescritível em termos humanos.

    Se Deus fosse transparente e compreensível ao entendimento humano, seria apenas uma criatura a mais, algo pertencente ao mundo, e não a razão última de todas as coisas. A idéia genérica de Deus é, pois, um símbolo que indivíduos, grupos e culturas usam de várias formas e com significações distintas, para indicar e exprimir sua visão daquilo que se poderia denominar realidade última.

     

    Tradição metafísica. Na civilização ocidental, a idéia de Deus está profundamente marcada pela influência que a cultura grega exerceu em sua formação. Desde seus primórdios, a filosofia grega dedicou-se a procurar resposta às perguntas: qual a explicação para a unidade do mundo sensível? O que explica a ordem do universo e o fato de que ele não se transforme em caos? Qual é a realidade permanente que está no fundo da transitoriedade de tudo o que ocorre no tempo? Tais perguntas revelam uma intuição fundamental da cultura grega: os processos de mutação por que passa o mundo material se dão sobre uma unidade básica, estável e atemporal.

    A resposta que, de início, pareceu mais simples aos pensadores gregos afirmava que o sensível permanece contínuo e integrado por ser a expressão material e diversificada de uma única substância fundamental. Mais tarde, Parmênides e Heráclito afirmaram que a unidade do mundo não reside no próprio mundo, mas numa instância suprema que, sem ser material e sensível, consiste em ordem e unidade. O Ser, segundo Parmênides, e o logos, segundo Heráclito, não são substâncias, mas entidades de natureza puramente intelectual que só podem ser apreendidas pelo pensamento, mas não apreendidas pelos sentidos. Assim, o que se vê é explicado pelo que não se vê, o material é elucidado pela idéia e os processos temporais adquirem transparência pela mediação da mente. Em Platão e Aristóteles essa tendência teve as mais perfeitas formulações de que era capaz a mentalidade grega.

    Essa maneira de entender Deus torna-se, assim, transparente: Deus é o símbolo para a idéia mais alta, o fundamento de tudo o que existe e o princípio lógico que permite entender o que existe. A visão de Deus confunde-se assim com a mais alta forma de intuição intelectual. É ele o primeiro princípio sobre o qual a existência e a explicação do mundo se assentam.

    A questão da existência de Deus se torna então absolutamente fundamental, porque dela dependem não só a existência do cosmos (ordem) como também a possibilidade de seu conhecimento. Essa exigência científica constitui base para a formulação dos tradicionais argumentos da existência de Deus e de toda a teologia natural. São eles o argumento cosmológico, o teleológico e o ontológico.

     

    Argumento cosmológico. Ao contemplar o universo, a mente humana formula as perguntas que qualquer outro fenômeno lhe sugere. De onde vem? Que força o produziu? Ora, o cosmo não contém em si mesmo a resposta para a pergunta sobre suas origens. A explicação do cosmo se encontra fora dele, numa causa primeira, não causada, Deus. A primeira elaboração filosófica desse argumento se encontra em Platão. Seu ponto de partida é o movimento, que embora possa ser classificado de várias formas, em última análise é redutível a dois tipos: movimento espontâneo e movimento comunicado.

    O movimento espontâneo deve obrigatoriamente anteceder ao movimento comunicado, pois somente se ele já existir poderá ser depois comunicado. A matéria é inerte e só se move em decorrência de uma força exterior.

    No homem, somente a alma é fonte de movimento espontâneo. Essa é a razão por que, sem a alma, o corpo é morto. De forma análoga, todos os movimentos no universo que não decorrem da ação direta do homem têm de ser explicados por referência a uma fonte maior de movimento espontâneo: a alma do mundo. Considerando que todos os movimentos do cosmo são ordenados e racionais, conclui-se que a alma do mundo é racional e boa.

     

    Argumento teleológico. A decifração de um dos mais fascinantes enigmas do universo é tentada pelo argumento teleológico da existência de Deus. Que os homens, capazes de ter e expressar desejos, sejam capazes de agir com uma intenção e consciência teleológicas, isto é, dirigidas para um objetivo, é explicável. Entretanto, como se poderá entender que os animais e mesmo vegetais, sem nenhuma idéia consciente de finalidade, sejam capazes de agir na direção de propósitos que eles mesmos desconhecem?

    Do ponto de vista da experiência humana, o comportamento intencional só pode ser explicado por referência a uma mente e a uma vontade que o orientem. Portanto, só admitindo que o universo é governado por uma mente se poderá explicar a teleologia que se observa nos níveis inconscientes da realidade. Esse argumento se encontra em santo Tomás de Aquino e em reformulações posteriores, das quais as mais influentes são as de Alfred North Whitehead e Teilhard de Chardin.

     

    Argumento ontológico. O pensamento idealista, que desde Platão tem sido uma das principais vertentes do pensamento ocidental, explica a existência de Deus com o argumento ontológico. Esse argumento se baseia no princípio segundo o qual aquilo que é necessário do ponto de vista lógico é também necessário do ponto de vista ontológico, ou seja, tudo o que é impossibilidade lógica é também impossível no real. O real é inteligível porque sua própria essência é racional.

    O primeiro a elaborar o argumento ontológico de forma sistemática foi santo Anselmo, na obra Proslogium (Premissa). Mesmo o tolo, que em seu coração afirma não existir Deus, tem na mente uma idéia de Deus, pois em caso contrário não poderia negar essa idéia.

    Deus é o mais alto pensamento possível, "aquilo que de maior nada pode ser pensado". Tal idéia não pode existir no intelecto apenas, pois, se assim fosse, um conceito maior seria possível, ou seja, o de um ser existente que, além dos predicados pensados pela mente, tivesse um outro, o da existência. Logicamente, santo Anselmo conclui, o mais alto pensamento possível não pode existir na mente apenas e corresponde a um ser existente.

     

    Tradição hebraica. A outra tradição que, ao lado da grega, entrou na formação da civilização ocidental foi a hebraica. Sua atitude em face do mundo era profundamente diferente da helênica. A mentalidade grega era dominada pela busca dos fundamentos do Ser. Sua preocupação última era encontrar o logos explicativo do real. A mentalidade hebraica, ao contrário, não se originou de uma atitude especulativa e intelectual. Os estudiosos em geral concordam em que foi o êxodo a experiência determinante das categorias de razão peculiares ao povo hebreu.

    O êxodo foi uma crise decisiva que marcou a transição de uma situação de cativeiro para uma de liberdade: experiência ética e, em última análise, política. É isso o que explica o fato de estar o nome de Deus sempre ligado a esse evento, no universo lingüístico da Bíblia. Falar sobre Deus é referir-se ao poder e à intenção que libertaram um bando de escravos, transformando-o num povo possuído pelo senso de identidade e de destino.

    Assim, o Deus de Israel é o Deus do êxodo. Ele não é o princípio último de inteligibilidade do real, atemporal e imutável, que ao explicar a racionalidade do mundo tende sempre a justificá-lo. Ao contrário, ele é vontade que faz história por meio de crises que dissolvem o presente, abrindo-o para um futuro novo. Esse evento e esse símbolo passaram a ser o modelo para a compreensão de tudo o que ocorre na história. São eles o ponto de partida para a lógica hebraica e a base de suas categorias de pensamento.

     

    Tradição científico-tecnológica. O início da época moderna é marcado por uma mudança radical na atitude do homem em face do mundo. O ideal de conhecimento explicativo e contemplativo dá lugar à preocupação prática de dominar a natureza. Conhecer não é procurar a essência dos fenômenos, mas manipular a matéria. Conhecer é saber das condições necessárias para que certos eventos se dêem.

    O critério de verificação da validade de uma teoria científica passou a ser sua capacidade para prever adequadamente o comportamento da matéria, porque só então ela funciona como instrumento para o controle da natureza. O verdadeiro se identifica com o prático.

    Quais foram as conseqüências dessa mudança para o significado de Deus? Num mundo em que o conhecimento se define em termos pragmáticos, parece evidente que o objetivo de controle só é atingido na medida que o homem elimina todos os imponderáveis e, entre eles, Deus. Na verdade, Deus já não pode ser usado como hipótese explicativa, dentro da lógica física, astronômica, tecnológica ou mesmo biológica. Deus deixou de ter a função explicativa que possuía no universo intelectual grego. Gradualmente, Deus foi empurrado para fora dos limites do mundo conhecido. Ao avanço da explicação científica correspondia o recuo de Deus, que foi relegado aos setores ainda obscuros da realidade.

    Ao lado disso, o empirismo é incompatível com as bases sobre as quais se assentavam os argumentos tradicionais da existência de Deus. Se, de acordo com o empirismo, todas as idéias têm origem nas sensações, o critério para a verificação de sua validade é sua correspondência a um objeto sensível definido. Assim sendo, todas as idéias que não correspondam a objetos da experiência sensível devem ser rejeitadas como ilusões. Como não há nenhum conteúdo sensível que corresponda a Deus, isto significa que Deus é nada mais que uma forma de consciência falsa. A necessidade lógica deixou de ter uma necessidade ontológica e passou a ser considerada como simples processo psicológico de associação de idéias, enquanto que a razão foi destituída de sua significação metafísica e passou a ser encarada como cópia passiva do sensível.

    A mente, dessa forma, foi proibida de se aventurar além dos limites da experiência e com isso a linguagem acerca de Deus foi também proibida. Como diriam os positivistas lógicos, o conceito Deus não é verdadeiro nem falso, ele é "destituído de significação", por não se referir a nenhum conteúdo sensível da experiência. Aquilo que está para além da experiência não pode ter nenhuma significação dentro do círculo por ela limitado.

     

     

    Em suma, a tradição científico-tecnológica criou, na expressão muito sugestiva do pensador alemão Heinrich Rickert, um "problema habitacional para Deus", pois o eliminou como objeto de conhecimento. Ela não tem condições para negar nem para afirmar a existência de Deus, ou, mais precisamente, é a eliminação de Deus como hipótese explicativa do mundo que permite a explicação científica deste.

     

    Teologia como antropologia. O ideal de objetividade e a compreensão da mente como simples cópia do real vêm sendo abalados no período contemporâneo. Para a psicanálise, o vasto campo das representações simbólicas inconscientes não pode ser compreendido segundo a lógica empirista que confere verdade aos símbolos em função de sua correspondência a conteúdos sensíveis objetivos: os sonhos não podem ser interpretados segundo essa lógica, porque os símbolos, ao contrário dos signos que simplesmente apontam para certos objetos da experiência consciente, são maneiras pelas quais o homem representa para si mesmo as relações vividas de forma inconsciente com o mundo.

    A partir de Kierkegaard, o existencialismo muito contribuiu para mostrar que a consciência, longe de ser algo semelhante a uma câmara fotográfica que copia "o que" lhe é dado, revela também o "como" de sua relação existencial com a realidade. Mesmo para a ciência, a maneira de ver objetivamente é condicionada pelas atitudes valorativas que se encontram no próprio início da vida consciente. O homem, assim, não pode ver o mundo de forma desinteressada; sua visão é determinada por sua vida mental, que gira em torno de uma matriz emocional.

    Essa mudança de perspectiva tornou possível a recuperação do símbolo Deus como algo carregado de significação. Não mais como signo que aponta para um objeto que transcende a experiência, passou-se a ver nele um símbolo cujo conteúdo é a própria condição do homem. O estudo do significado de Deus em nada difere da interpretação dos sonhos. Como sugeriu Feuerbach em Das Wesen des Christentums (1841; A essência do cristianismo), Deus é o diário secreto em que o homem coloca suas mais altas idéias sobre si mesmo. O segredo da teologia é a antropologia, porque teologia é uma forma simbólica, projetada, pela qual o homem fala sobre si mesmo.

    Friedrich Schleiermacher já havia chegado a uma conclusão semelhante em Der christliche Glaube (1821-1822; A fé cristã), ao afirmar que o símbolo Deus não se refere a um objeto, mas antes a uma forma de sentimento: "Estar em relação com Deus é o mesmo que a consciência de absoluta dependência."

    O mesmo critério antropológico é ainda encontrado em Paul Tillich, quando identifica Deus com a preocupação última do homem, e em Rudolph Bultmann, quando afirma que cada afirmação sobre Deus é, ao mesmo tempo, uma afirmação a respeito do homem e vice-versa.

    Esse critério, no entanto, implica total subjetivismo. Como Rudolf Otto observa em sua fenomenologia do divino, em Das Heilige (1917; O sacro), a consciência tem sempre um ponto objetivo de referência. A consciência não existe em si, mas é sempre uma forma de relação: "consciência de". A consciência de Deus, portanto, se é essencialmente um fato antropológico, não pode confundir-se com uma produção ou ilusão da consciência. Deus é o nome de uma relação realmente vivida.

     

    Morte de Deus. A proclamação nietzschiana da morte de Deus deve ser entendida dentro do quadro acima descrito. Ela nada tem a ver com o empirismo e o positivismo, próprios da mentalidade científico-tecnológica. Que significa dizer que Deus está morto? Nietzsche percebeu que, para a civilização ocidental, Deus era um nome que simbolizava valores que não mais representavam as relações vividas entre o homem e seu mundo. Deus era uma forma taquigráfica de referir a negação da história, da liberdade, do futuro e da própria vida. Sua proclamação da morte de Deus tem por objetivo indicar a decadência cultural de uma civilização que adotou valores contrários à vida e os batizou com o nome de Deus. A morte de Deus é sua forma de se referir à agonia da civilização ocidental. Em Nietzsche essa proclamação ganha caráter ético, pois, a menos que Deus morra, o homem não terá condições para reconstruir a civilização sobre novas bases.

    A chamada teologia da morte de Deus, em voga na década 1950-1960, não tem a profundidade da proclamação de Nietzsche; reflete, em larga medida, as influências do positivismo lógico, do empirismo, da ideologia da secularização e do cientificismo.

     

    Ressurgimento da metafísica. A mais recente doutrina surgida no Ocidente sobre Deus inspira-se em concepções muito antigas de origem hindu. O avanço do estudo das religiões comparadas e do simbolismo religioso e esotérico de todas as civilizações permitiu o surgimento de uma nova escola metafísica e teológica, que alguns chamam tradicionalista (designação que não agrada a seus próprios membros).

    Os representantes mais destacados dessa corrente são René Guénon, Ananda K. Coomaraswamy, Frithjof Schuon, Titus Burckhardt, Seyyed Hossein Nasr, Martin Lings e Leo Schaya.

    A variedade de suas origens nacionais e religiosas é significativa: eles procuram expor a unidade da doutrina metafísica que se oculta por trás da multiplicidade de símbolos das várias religiões e tradições espirituais, do hinduísmo ao Islã, do taoísmo à religião dos índios sioux, e identificam a idéia de Deus com a Possibilidade Universal, que, como fundamento do conceito de probabilidade, é indispensável mesmo a uma explicação científica da realidade. Com base nisso, rejeitam categoricamente tanto as limitações criadas pelo empirismo quanto a teologia "sentimental" e antropológica, condenando-as, e também à psicanálise e ao nietzscheísmo, como meras expressões da crise psicológica de uma civilização que perdeu o senso da unidade do real.

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    Istari2009-01-11 18:05:50
  7. Pessoal, alguém aqui gosta dos jogos "The Suffering" (o primeiro) e "Area 51"????

     

    Eu nunca os tinha jogado....são ótimos!!! O primeiro prima pelo ótimo nível de dificuldade e pelo clima "horror-bizarro". O segundo dá um show de bola no aspecto narrativo e técnico! São jogos já relativamente "antigos" (2004 e 2005, se não me engano), mas realmente são dois grandes clássicos da Midway. Dos mais injustiçados (porque pouco se falou desses jogos na época)....

     

    Já que a empresa desses dois jogos já liberou  para download  os jogos completos vale a pena baixar e jogar (para os gamers esporádicos).

     

    Procurem lá no baixaki....
    Istari2009-01-11 21:17:56
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