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Forum Cinema em Cena

leomaran

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Posts posted by leomaran

  1.  

     

     Esse contraste entre mundos é uma constante na arte e foto dos filmes do Burton. Há os exemplos já citados de ALICE e FANTASTICA FABRICA' date=' mas creio que há exemplos bem melhores na minha opinião como

     

     

     

    - o contraste entre a cidade e o castelo de Edward em EDWARD MÃOS DE TESOURA

     

     

     

    - o contraste entre o mundo dos mortos e dos vivos em OS FANTASMAS SE DIVERTEM e A NOIVA CADAVER.

     

     

     

     Enfim, há outros varios exemplos.
    [/quote']

     

     

     

    Na verdade me referia ao contraste entre as cores na mesma cena. Mas, enfim, discussões como essas nunca dão em lugar nenhum. Então vou simplificar:

     

     

     

    Basicamente, achei Alice mais bonito. Se encaixou mais com meu próprio senso estético.

     

    Afinal , gosto é que nem...

  2.  

     Não vejo nada demais na direção de ALICE. A direção de A FANTASTICA FABRICA DE CHOCOLATES' date=' que segue mais ou menos o mesmo estilo, me parece bem mais interessante.
    [/quote']

     

    Gostei muito das cores e contrastes tanto do País das Maravilhas quanto do mundo real no filme. A caracterização artística dos personagens tb é fantástica.

     

    É realmente parecido com a Fantástica Fábrica de Chocolares, mas achei que em Alice havia mais criatividade (pelo menos nesse aspecto)
  3. Meu preferido é Peixe Grande, mas seu melhor filme é provavelmente Edward Mãos de Tesoura, que é um filme fantástico, classicão.

    Se a questão fosse Direção de Arte, o que mais me chamou a atenção foi Alice no País das Maravilhas. Porém, o roteiro é tão decepcionante que seus méritos acabam ficando apagados.
  4. Como ela pode estar sendo "iniciada" à sexualidade se ela já tem uma filha? smileys/09.gif" align="middle" /> O filme é escuro' date=' úmido, desolador e acentua de todas as formas o quanto Ada McGrath está deslocada até finalmente encontrar algum "calor". O piano simboliza ela mesma (até mesmo quando ela arranca uma tecla, o que se segue a conecta ainda mais a imagem do instrumento). Mas enfim, a primeira vez que assisti este filme, ainda era moleque (talvez com uns 10 ou 11 anos) e odiei. Revendo depois de anos, é um dos meus preferidos de sempre, e trás uma visão bem peculiar do universo feminino - mais que qualquer adaptação da Jane Austen. É uma marca autoral da diretora.[/quote']

     

    Hahaha é que ela concebeu virgem.

     

    OK, me expressei mal. Quis dizer a sexualidade com a conotação de desejo sexual, luxúria, etc.

     

    Mas achei o filme tremendamente antipático, chato mesmo. A intenção pode ter sido boa, mas essa visão peculiar num colou muito pra mim, acho que deixou o filme muito pragmático.

     

     
    leomaran2011-03-23 20:04:29
  5. O Piano (1993) - 2/ 5

     

    Não sei como um filme tão sem empatia, tão conceitualmente falho conseguiu ganhar uma indicação ao Oscar de Melhor Filme. Parece haver uma tentativa de mostrar um grande amor, que na verdade é basicamente carnal e sem qualquer tipo de comunicação (no caso, nem gestual, já que a protagonista é muda). A voz interior da mulher muda só é utilizada em duas ocasiões e de forma totalmente inútil na tentativa de criar alguma emoção. Sua personagem é antipática, assim como a dos dois homens que a rodeiam e que funcionam, de certa forma, como sua iniciação à sexualidade e à vida. O piano provavelmente simboliza a sua inocência. Na verdade, a procura de um significado mais profundo pra coisa toda vem da insignificância da história em si, que não consegue se firmar nem em seu momento de explosão de violência incoerente e descontextualizada. O final tenta apelar pra uma emoção que, tecnicamente, não existe. Enfim, muito ruim. Esperava bem mais.
    leomaran2011-03-23 19:58:42
  6. Não me Abandone Jamais foi um filme que achei bom, mas me deixou com uma sensação de que já tinha visto toda aquela história antes, em mais de um lugar. E o roteiro é uma espécie de armadilha, que dificilmente escaparia do sentimentalismo comum e do final absolutamente previsível. Mesmo assim, gostei do trabalho de direção, que dá uma atmosfera meio idílica pra coisa toda e que passa a impressão de algo do passado e não de um mundo futurista. Apesar de a história em si não ser surpreendente, é esse clima que dá uma força meio melancólica ao filme.
  7.  

    Nâo Me Abandone Jamais
    Bela surpresa independente inglesa q em formato de “ficção cientifica retrô” discute com sensibilidade e muita melancolia a finitude e sentido da vida. O enredo mostra a trajetória de um trio de amigos (e triangulo amoroso) criado geneticamente pra servir futuramente de doador de órgãos' date=' feito gado. Cientes de sua breve vida pré-estabelecida, passam a questionar seus relacionamento e modo de encarar a vida, afinal os clones tb amam. Mas sera q nossa vida seria tao diferente da deles? A trinca de atores ta otima, com destaque pro Andrew Garfield, q deveria ter sido indicado ao Oscar por este filme e nao pelo bocejante Rede Social. Prepare o lenço no final. 9,5/10
    [/quote']

     

    Sério mesmo? Não achei o Garfield tão bom assim, na verdade, em nenhum dos dois filmes. Neste aqui, ele estava sem muita expressão, meio robótico. Preferi a Mulligan. No A Rede Social, achei o trabalho do Timberlake bem mais interessante (mas também não acho que devia ser indicado a nada). Enfim, na minha opinião, estão superestimando o Garfield, assim como aconteceu com o Jeremy Renner em Guerra ao Terror.
  8. eu também assisti recentemente o Social Network' date=' e gostei pra caramba, consegue ser bastante dinâmico sem perder a sobriedade. e muito feliz em retratar uma geração. só que, não fica nada depois disso, aquelas duas horas são ótimas, mas nada permanece. [/quote']

     

    Achei que, de certa forma, foi até agora o filme que melhor retratou esta geração. Na verdade, o que eu senti depois do fim do filme foi que permaneceu uma sensação de alienação, de resignação, de falta de comunicação que resume bastante bem muito do que acontece hoje em dia.
  9. Mamma Mia! - durante a maior parte do tempo' date=' parece que faltava assunto e a diretora precisava encher linguiça. De repente, todas as subtramas (chatas) se resolvem de formas absurdas e todo mundo canta e dança mais um pouco. Não fosse um elenco muito, muito bom, esse filme seria uma bomba incrível, mas consegue chegar ao nível de um "Sessão da Tarde" bonzinho.[/quote']

     

    Haha podia jurar que vc estava falando de um filme indiano, tirando a parte do elenco.

     

    Mas Mamma Mia! é realmente bem fraco, o enredo é feito só pra encaixar as músicas e tudo fica sem pé nem cabeça. Outro que segue a mesma premissa e também não gostei muito foi Across the Universe. Um musical que trabalha com músicas já prontas tem praticamente tudo pra dar errado. Além disso, sou bem mais os Beatles e o ABBA do que ouvir o Jim Sturgess e o Pierce Brosnan (que é insuportavelmente desafinado) cantando.
  10. O Homem Elefante (1980) - 4,5/ 5

     

    David Lynch faz um retrato interessante de um homem que nasceu com o corpo quase totalmente deformado. Abusando menos da fantasia, ele consegue fazer um filme até sóbrio, mas ainda assim comovente. Um dos principais méritos é do ator John Hurt, que interpreta John Merrick com uma voz inocente e ingênua, tornando-se doce aos nossos olhos, apesar da grande feiúra (a maquiagem é impecável). A maldade e cinismo humanos são mostrados de maneira implacável, primeiro pelos que pagam para assisti-lo no circo, e depois, pela alta sociedade, que sente que fez uma ação maravilhosa por mostrar alguma bondade com ele. Mesmo seu grande benfeitor o ajuda inicialmente apenas para subir na carreira. A postura de John em relação à vida é fantasiosa, mas muito bem conduzida. O final é uma das cenas mais bonitas. Até agora, meu filme preferido do Lynch.
    leomaran2011-03-15 12:52:23
  11. Na verdade estou listando as atuações que mais gosto e não as atrizes.

     

     

     

    1 - Marion Cotillard (Piaf)

     

    2 - Bette Davis (O que terá acontecido a Baby Jane?)

     

    3 - Elizabeth Taylor (Quem tem medo de Virginia Woolf?)

     

    4 - Fernanda Montenegro (Central do Brasil)

     

    5 - Vivien Leigh (E o vento levou)

     

    6 - Meryl Streep (O Diabo Veste Prada)

     

    7 - Mo'Nique (Preciosa) Odeio o filme, mas a atuação dela é foda

     

    8 - Ellen Burstyn (Réquiem para um Sonho)

     

    9 - Frances McDormand (Fargo)

     

    10 - Katharine Hepburn (Levada da Breca)

     

     

  12.  

    EDUCAÇÃO - 8' date='5/10

     

     

     

    Falar de filmes assim é tão chato. Fotografia bonitnha assim como a direção de arte e o figurino. Atuações muito boas, e a Carey Mulligan está maravilhosa em uma boa atuação contida. Roteiro redondinho e previsível. Direção sem ousadia. Feito pra agradar. [/quote']

     

    Os mesmos comentários poderiam ser feitos sobre O Discurso do Rei, por exemplo.

     

  13. VENCER - 4.5/10 - Como registro histórico ou interesse do filme em explorar o fascismo italiano e a tomada do poder por Mussolini, trata-se de um filme trôpego e irregular. O uso das imagens de arquivo embora tente conferir credibilidade só reforça ainda mais o tratamento equivocado do roteiro ao abordar o contexto histórico. A primeira hora de filme é sofrível basicamente se esforçando em reforçar o lado galanteador do ditador e algumas esporádicas tentativas de conferir força através da divisão da Itália entre aqueles que defendiam a paz ou a guerra. "Vencer" passa a ser um filme digno de nota somente a partir do momento que a narrativa que envolve a amante de Mussolini toma às rédeas, concentrando-se na tortura física e psicológica que ela sofre, inclusive com sua prisão em um manicômio e a sua separação do filho que teve com o ditador. Tudo para não escandalizar a figura pública perante os italianos e a Igreja Católica. Ainda assim, este registro merece crédito graças à belíssima atuação de Giovanna Mezzogiorno que engrandece o filme com força, garra e intensidade dramática. Uma pena que a sua participação acaba sendo prejudicada pelo péssimo trabalho de maquiagem no 3º ato já que ela não envelhece mesmo diante de uma passagem de tempo de décadas. Um filme que de tão frágil e irregular não consegue ter méritos próprios e só vale pela atuação de Mezzogiorno. [/quote']

     

    Além da Mezzogiorno, também gostei da atuação do Filippo Timi como Mussolini e como o suposto filho dele. Mas você tem razão, o filme patina em alguns momentos, principalmente sob uma perspectiva histórica.

     

    Mesmo assim, faz um retrato interessante do estado psíquico da mulher, a partir do momento em que é perseguida injustamente e chega à beira da loucura, ainda obcecada pela figura do Mussolini. Achei que o personagem do filho dele acaba sendo pouco aproveitado na história.
  14. Tem o clássico A Caixa de Pandora, do Pabst que também é muito bom.

     

    Nanook, o Esquimó vale a pena assistir. É o bisavô dos documentários atuais.

    Também tem um que vi naquele livro dos 1001 filmes. Chama Haxan - A Feitiçaria Através dos Tempos. É um documentário meio bizarro, mas bem legal também.
  15. Rango (2011) - 3,5/ 5

     

    Mais uma animação claramente voltada para o público adulto, embora consiga entreter também as crianças. Rango não tem nada de engraçadinho, os personagens são feios, sujos, o cenário é desértico e estéril. O roteiro apela bastante para piadas que (ainda bem!) funcionam na maior parte do tempo. O filme não se leva a sério, o que causa um problema quando tenta criar maior comoção no espectador com a crise de identidade do protagonista. Ao colocar a água como o bem mais precioso, a produção traça uma crítica bem superficial e pouco desenvolvida à sociedade (o que não é necessariamente um problema).

     

    As referências a outros filmes (A Trilogia do Homem sem Nome, Apocalypse Now e até O Procurado) são o ponto alto do roteiro e funcionam tanto para quem as compreende como para quem as enxerga apenas no contexto do filme. O maior mérito é conseguir captar muito bem a atmosfera dos western spaghetti de Sergio Leone.

     

    PS. O Clint Eastwood digital tá bem diferente do original, embora não seja mal feito.
    leomaran2011-03-12 00:23:25
  16. Cría Cuervos (1976) - 3,5/5

     

    Esta pequena pérola espanhola conta a história de Ana, uma menina que perde os pais muito cedo. O que se segue é uma quase fantasia melancólica e tornada bela pela própria estética do filme, que usa bastante a cor preta em contextos iluminados. A linha narrativa é frágil e pula para frente e para trás, na maioria das vezes sem qualquer aviso. Enquanto isso, os sonhos, divagações, desejos e sentimentos da pequena Ana florescem e se sobrepõem em cena, formando uma personagem complexa e indecisa, ainda muito abalada pela morte dos pais (principalmente da mãe). O interessante é que nenhuma de suas irmãs mostra essa profundidade sentimental, permanecendo apenas como contrapontos a ela mesma. Os principais destaques são a tocante atuação de Ana Torrent e a belíssima trilha musical  ("Hoy en mi ventana brilla el sol. Y el corazón se pone triste contemplando la ciudad. Por que te vas?").

     

    A mãe é o elemento com que Ana se identifica por ser sensível, ao passo que o pai e a tia são controladores e escondem seus sentimentos. Em seu mundo, isso merece a morte, que para ela é algo banalizado e simples.
  17. O Pagador de Promessas (1962) - 4,5/ 5

    "A arte de viver da fé, só não se sabe fé em que", foi o verso que me veio à cabeça ao ver o personagem de Zé do Burro. Homem da roça, ele procura seguir à risca o que acredita ser a justiça católica, embora não ache que rezar por um burro ou ir a um terreiro de candomblé seja contrário a isso. No fundo, é a velha história do matuto explorado por homens mais espertos e vividos que ele e que acaba ganhando contornos políticos e religiosos que na realidade não possui. Cada um vê nele aquilo que quer ver (o jornalista, uma boa matéria; os negros, um revolucionário; a polícia, um agitador). No filme, a política, a mídia e a igreja formam quase todas uma só e nenhuma delas tem interesse em que Zé termine de pagar sua promessa. No fim, acaba sendo um retrato da diversidade cultural e religiosa do Brasil e da incapacidade da Igreja Católica de lidar com isso, demonstrada na rigidez de padre Olavo e na "politicagem" dos membros do clero.
  18. In the year of the pig (1969) - 5/5

     

    O maior mérito de In the year of the pig é mostrar a incompreensão da cultura e costumes do outro como principal causa dos problemas e do ódio racial durante a Guerra do Vietnã. O documentário se baseia totalmente em imagens de arquivo e em entrevistas sobre acontecimentos da época e assume uma postura notadamente crítica sobre as ações dos EUA no acontecimento. A "arrogância do poder" (expressão do próprio filme) causa a invasão ao Vietnã, que é mostrada com uma violência ao mesmo tempo dissimulada e devastadora. De acordo com as imagens, não há nenhum entendimento ou um plano formulado de ataque. E, nesse contexto, a surpresa maior é a glorificação final de Ho Chi Minh, maior ameaça aos EUA na época. O que não é surpresa é que o filme tenha sido execrado por muitos americanos em seu lançamento, embora sua indicação ao Oscar de Melhor Documentário indique ainda uma espécie de conscientização e um apoio de alguns à ideologia do filme.
  19. Incêndios - 4,5/ 5

    É um filme pesadíssimo, em que dois filhos reconstroem a trajetória da mãe, que lutou ao lado dos refugiados contra os nacionalistas no Líbano. Algumas cenas já nascem antológicas, como aquela em que os nacionalistas cravam um ônibus inteiro de balas e Nawal (a mãe) tenta salvar uma menina da morte iminente, ou ainda quando sua mãe marca os pés do neto recém-nascido para que ela possa reconhecê-lo onde quer que esteja. O interessante é que, apesar de nós conhecermos bastante sobre a vida de Nawal, seus filhos vêm apenas lampejos sobre o que aconteceu, o que permite a quem está assistindo se antecipar aos personagens. O final é absolutamente incrível (embora não totalmente inesperado). Quando o filme acabou, o cinema inteiro ficou meio parado, estarrecido, por quase um minuto. Cheguei à conclusão de que era o melhor dos indicados a Melhor Filme Estrangeiro, seguido por Em um Mundo Melhor. Imperdível.
  20. Assassinos por Natureza - 4/5

    Fazendo uma crítica feroz à exploração da violência pela mídia' date=' este filme bizarro e às vezes engraçado consegue chocar e ainda mostrar uma rebeldia extremamente inteligente. A história tem toques inconfundíveis de Tarantino, mas o verdadeiro destaque fica com a direção de Oliver Stone, que faz um filme bastante dinâmico, ágil e desesperador através do uso de cenas monocromáticas, ângulos de câmera inusitados, sequências cartunísticas e imagens simbólicas e icônicas. A atuação do elenco é incrível, desde Juliette Lewis como a assassina despreocupada e desequilibrada até um Woody Harrelson assustador e surpreendentemente lúcido e Robert Downey Jr. como um apresentador de TV pretensioso e desesperado por audiência. Tommy Lee Jones está ótimo como sempre, entregando um personagem caricato e cinicamente maldoso. Minha única crítica é, na verdade, bastante pessoal. Achei que, assim como Clube da Luta, Assassinos por Natureza deixa margem para uma má interpretação de seu conteúdo por algumas pessoas (como se fosse uma glorificação da violência, algo bem longe do que realmente é). Por isso 4 e não 5.
    [/quote']

     

    em nenhum momento senti que ele poderia cair nessa margem de interpretação. Também gosto da agilidade do filme.

     

     

     

    Eu senti isso em um momento em especial. Naquela cena da entrevista com o personagem do Woody Harrelson, em que ele fala como é incrível a sensação de se matar alguém, e depois como o Downey Jr. fica exultante com a carnificina. Eu não interpretei dessa forma (pra mim, era mais como uma alegoria do fascínio que a violência exerce em cada um de nós e como isso é explorado pelos meios de comunicação, que também acabam compartilhando desse fascínio) , mas como acredito que os filmes têm uma certa função social, achei que seria bem provável que algumas pessoas enxergassem de outra forma.
  21. Assassinos por Natureza - 4/5

    Fazendo uma crítica feroz à exploração da violência pela mídia, este filme bizarro e às vezes engraçado consegue chocar e ainda mostrar uma rebeldia extremamente inteligente. A história tem toques inconfundíveis de Tarantino, mas o verdadeiro destaque fica com a direção de Oliver Stone, que faz um filme bastante dinâmico, ágil e desesperador através do uso de cenas monocromáticas, ângulos de câmera inusitados, sequências cartunísticas e imagens simbólicas e icônicas. A atuação do elenco é incrível, desde Juliette Lewis como a assassina despreocupada e desequilibrada até um Woody Harrelson assustador e surpreendentemente lúcido e Robert Downey Jr. como um apresentador de TV pretensioso e desesperado por audiência. Tommy Lee Jones está ótimo como sempre, entregando um personagem caricato e cinicamente maldoso. Minha única crítica é, na verdade, bastante pessoal. Achei que, assim como Clube da Luta, Assassinos por Natureza deixa margem para uma má interpretação de seu conteúdo por algumas pessoas (como se fosse uma glorificação da violência, algo bem longe do que realmente é). Por isso 4 e não 5.
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