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Forum Cinema em Cena

Noonan

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Posts posted by Noonan

  1.  

    Eu acho que o problema foi a forma que o Foras colocou a questão' date=' ficou parecendo que tem gente que não é gabaritado pra discutir filmes lá no cineclube.
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    O Nacka, o Alexei, o Jail e outros insistiam (e continuarão insistindo, creio) que todos os usuários do fórum aparecessem no Cineclube. E isso toda semana. O público lá não é exatamente enorme, mas não por falta de convite.
  2.  

     

    Pois é... mas ele não está determinando quem faz isso ou quem não faz... Ele está levantando que essa problemática existe. E a pergunta lançada é: para quê ser desse jeito? Por isso eu disse lá atrás que o que o Foras almeja é que os filmes sejam vistos por todos' date=' mas 'com moderação', ou seja, sem pressa, sem querer provar nada pra ninguém, sem querer chegar ao final do mês com 96325874148526589874 filmes assistidos (como ocorre com extrema frequência em 'outro' fórum), só para dizer que os viu ou para mostrar aos outros que vc teve tempo (e saco) para ver esse tanto de filmes...

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    E o que há de errado em fazer isso? Vai contra alguma norma? Ou só contra o gosto do criador do tópico?

     

    Vai contra quem eventualmente faça isso, se houver quem faça, porque o sujeito perde um tempo considerável vendo filmes para ganhar status (!) num fórum de internet (!!).

     

    Não é um erro fazer isso, e sim perda de tempo.
    Noonan2007-09-12 13:56:33
  3. E digo de novo sou a favor dessa "moda"' date=' pq acho que ela tira o mofo de filmes como Laranja Mecâninca, 2001, filmes que raramente alguém ficaria interessado em ver, a não ser que tivesse lido aqui, e se o cara ver o filme e não gostar, desprezar não interpretar certo... Problema é dele quem sabe um dia ele perceba, mas agora querer forçar alguém a gostar de um filme é arrogância total.

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    Mas esse também é um ponto a se considerar e, vendo por esse lado, a tal da moda acaba sendo positiva (e muito).
  4. Mas não é a "preparação" que está se discutindo aqui, nem mesmo a motivação em si, e sim os reflexos dela: o Foras se refere ao cara que vê oito filmes seguidos num único dia só pra contabilizar, pra chegar no final do ano e falar "Uau, vi 950 filmes em 2007, vou postar a lista no CeC e todo mundo vai pagar um pau"... Será que vendo um bilhão de filmes com pausas de dez minutos entre um e outro, o sujeito não vai ter apenas uma visão superficial? E isso acabaria afetando as discussões mesmo, se alguém vê um filme superficialmente, não dá pra tirar muita coisa - tenha ele gostado ou não, isso é importante frisar.

     

    Óbvio também que não se está dizendo que todo mundo que vê uma quantidade enorme de filmes os vê de maneira superficial, isso varia de pessoa pra pessoa. O problema (nem é exatamente um problema, como disse o sapo, não incomoda ninguém, etc., o mais certo seria dizer o foco da discussão) é quem vê só pra falar que viu e pra somar mais um filme ao total de vistos no ano.

     

    Enfim, o que eu acho que o Foras quer dizer é que esses caras são jovens, têm tempo ainda, não precisam ser tão afobados, não precisam ter visto a filmografia de todos os diretores citados nas listas de melhores de todos os tempos antes dos 25 anos (nem antes do 55, dos 85, nem precisam ver nunca, se não se interessarem), não devem sacrificar a experiência "completa" de ver um filme (bom ou ruim) em prol de um número maior na lista do mês. Afinal, ninguém é menos cinéfilo só porque não viu porra nenhuma do Godard, só para citar um exemplo.
    Noonan2007-09-12 13:41:53
  5. Grindhouse (Idem, 2007), de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino.

    Tremenda idiotice a divisão que a distribuidora insistiu em fazer, até para o lançamento em DVD; dificilmente ver os dois filmes separados (e sem os trailers falsos!) será tão divertido quanto vê-los juntos — um faz referência ao outro, há personagens que se repetem, cenas que ficam mais claras tendo visto o outro filme, e assim por diante. O primeiro deles, “Planeta Terror”, dirigido por Rodriguez, é uma deliciosa salada/homenagem aos filmes de terror trash, aos westerns (sempre eles; a dupla é fascinada pelo gênero), e aos filmes de ação B (ou C, ou D, ou E), com uma espécie de mitologia própria, inclusive, e que funciona muito bem, obrigado. Ver uma mulher com uma metralhadora na perna detonando zumbis, ver tiros arrancando litros de sangue dos atingidos, ver cenas de ação e terror tão assumidamente delirantes e trash é algo que não tem preço. Quem se incomoda com filmes que mandem qualquer compromisso com a lógica às favas (às favas mesmo) deve passar longe. E isso tudo sem contar que o Rodriguez administra muito bem a tensão — o espectador fica sabendo do que ocorre logo no início da história, mas os personagens levam um bom tempo para isso; aquela coisa da bomba debaixo da mesa de que o Hitchcock falava.<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

     

    “À Prova de Morte”, do Tarantino, é bastante parecido com os primeiros filmes do diretor, Cães de Aluguel e Pulp Fiction — e faz referência a eles: uma personagem comenta sobre massagens nos pés, e a conversa entre quatro garotas numa mesa é filmada de maneira idêntica à de Joe Cabot e seus comparsas antes do assalto à joalheria. De resto, é puro Tarantino: muitos diálogos offplot (quase todos, na realidade), obsessão por pés, uso de drogas e, principalmente, personagens femininas fortes, algo apenas esboçado <?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />em Pulp Fiction, transformado numa das características principais em Kill Bill e talvez se consolidando como uma nova tendência do diretor aqui. Falar mais poderia estragar a experiência, portanto paro por aqui.

     

    ==========

     

    Os dois filmes funcionam MUITO bem juntos, realmente não imagino como será vê-los separados (embora em versões estendidas)... E quem não está esperando nada do filme do Rodriguez, sério, assistam, mesmo que seja pra falar mal depois. Eu achei até melhor que o do Tarantino (sou minoria nisso, haha), e uma das melhores coisas que o Rodriguez já fez.

  6. Faz um bom tempo que eu assisti Dogville' date=' e a despeito do cenário, não consigo pensar em um visual estranhíssimo como o desse aqui. Pode parecer devaneio, mas o que ficou na minha cabeça foi que ele queria deixar as coisas de um jeito fora do lugar, assim como ele queria enquadrar tortamente os personagens pra vc nem conseguir ver direito. É uma comédia, só que daquelas que não é de soltar piadas, mas que fica nessas situações de farsa, dos personagens se entrelaçando, do ator interpretando o ator que interpreta o que o outro ator interpretaria. E esse subtexto de todo mundo ficar interpretando um personagem pra subir - do dono da empresa criar um personagem pra exteriorizar o que ele não tem culhões pra fazer -, recebe bem no meio a intervenção de um diretor auto-depreciativo que tira sarro do próprio público, de si mesmo e do filme.

     

    Enfim, surtado, hehe.
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    Esse visual "torto" e "fora de lugar" é por causa do Automavision, não?
  7.  

    Oba' date=' oba, oba! Gás para a discussão! 05

     

    A idéia era mostrar que uma raça supostamente inferior, sem tecnologia, conseguiria vencer outra que depende dessa tecnologia. É uma analogia clara à guerra do Vietnã. Interessantíssimo para um filme infanto juvenil, mas ficou só na idéia mesmo graças à infantilidade exibida na tela nessas sequências. Se Lucas tivesse mantido o conceito original (eram os Wookies a raça que vivia nas árvores), pode crer que teríamos uma batalha sem precedentes na história da saga. Aliás, Lucas deu esse gostinho de Wookies x Tecnologia na impressionante batalha do Episódio III...

     

    E qual o problema de Ataque dos Clones, além das choradeiras do Anakin? 06
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    Pode ter sido esse o objetivo, mas o Lucas joga tudo no lixo quando transforma os soldados imperiais em capangas anônimos de Power Rangers. O jeito como os Ewoks destroem os walkers (ou qualquer que seja o nome) até é engenhoso e funcionaria bem na analogia com o Vietnã, mas todo no restante dá para se ver que os Ewoks vencem não por mérito próprio, mas porque os adversários são burros - jogam pedras nos soldados, e eles tropeçam um nos outros, caem, etc.; esticam cordas entre árvores, e eles tropeçam um nos outros, caem, etc.; um ewok aparece atrás de uma árvore chamando a atenção dos soldados, outro ewok aparece em outra, os soldados ficam perdidos, tropeçam uns nos outros, caem, etc.; e assim por diante, hahaha. Só faltou a cena das bolinhas no chão para eles escorregarem, como em Tom e Jerry.

     

    Mas a analogia à guerra do Vietnã é interessante, tanto que a seqüência é numa selva tropical, o planeta é um a que ninguém dava importância, etc. Pena que estragaram.

     

    Sobre Ataque dos Clones, teria que rever pra falar direito, mas além das choradeiras o romance "vai, porra! se apaixonem, o filme precisa disso!" também me incomodou. Mas nem é o principal, o problema é que o filme parece insípido, sem "magia", por assim dizer, algo que até o Episódio I tem - sei que é meio vago dizer isso, mas não encontrei forma melhor de expressar.
    Noonan2007-09-05 14:40:27
  8. Eu acho os Ewoks chatíssimos o suficiente para justificar até um zero para O Retorno de Jedi, haha. Mas eu até suporto a presença deles na história bem - o que não me desce é aquela batalha entre eles e as tropas imperiais subitamente emburrecidas, quem teve a idéia de fazer aquilo daquele jeito? Ridículo. Mas as cenas de ação no espaço são fodas - a corrida até o núcleo da Estrela da Morte é inesquecível, para mim - e ainda tem toda a seqüência do Jabba e o confronto entre Luke e Darth Vader, para compensar. No entanto é mesmo o mais fraco da TC e, no geral, só não é pior que A Ameaça Fantasma, acho - embora Ataque dos Clones também seja um forte concorrente ao posto de pior da saga.

  9. O ponto é que o roteiro acaba sendo "filtrado" (na falta de expressão melhor) antes de chegar ao espectador. As cenas descritas lá no papel são mostradas através da visão do diretor; os diálogos chegam a nós através dos atores. Não adianta o roteiro ser cheio de idéias geniais se o diretor for um incompetente e não souber dirigi-las; não adianta o roteiro ter os melhores diálogos já feitos se os atores forem ruins. Em suma, um diretor ruim pode estragar um excelente roteiro... mas um grande diretor pode fazer um filme fantástico a partir de um roteiro péssimo.

     

    O roteiro tem méritos? Claro que tem, e não são poucos. Há filmes que se focam mais que os outros no roteiro e são ótimos ou mais que isso? Claro, e também não são poucos. Mas na minha opinião não se deve nunca diminuir a direção em relação ao roteiro porque ele é a BASE em cima da qual o filme é trabalhado... o resultado final são imagens e sons - diálogos incluídos aí -, e não descrições no papel de como uma cena se desenrola. E lembrando que direção que não interfere é muito diferente de ausência de direção. "Simplesmente acompanhar os atores com a câmera" não quer dizer que o diretor ficou com preguiça de fazer algo mais elaborado e falou "Ah, vamos só filmar os atores de qualquer jeito e pronto".
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