Leleo

O interessante é que neste ano muitas grandes atrizes "veteranas" tem trabalhos interessantes no cinema. Meu sonho seria ver de volta ao Oscar: Glenn Close, Vanessa Redgrave, Judy Davis, Jodie Foster, Charlotte Rampling e até mesmo Jane Fonda. Já estava me conformando com o fato de Close se tornar uma nova Deborah Kerr, mas parece que este é o ano dela. Torço demais p q ela leve o Oscar por uma grande atuação ao invés de uma compensação pela carreira. Uma atuação dela que eu adoro e acho que ninguém citou é no filme O mundo segundo Garp, pelo qual ela também concorreu ao Oscar.

No Emmy, vou torcer desesperadamente por Parks and Recreation... Uma das séries mais adoráveis que já vi na tv. E que elenco!!!

Engraçado ver a discussão sobre Meryl Streep. Lembro que, há algum tempo atrás, ferrenhos defensores da atriz afirmaram aqui que ela não havia tido nenhuma atuação ruim na carreira e que ela era praticamente o suprassumo da perfeição. Todo fanatismo é tão chato! Concordo com o Ronny: ela está fantástica nos filmes e na minissérie que ele citou. Acrescentaria: As pontes de Madison, As horas e o esquecido Ironweed. Em A morte lhe cai bem (que consegue ser até divertido) e Ela é o diabo! ela está completamente over. Em O diabo veste prada ela se vale de seu carisma e de maneirismos. Não gosto dela tb em Dúvida, onde acho que está caricata. Para mim, é uma atriz que vem se tornando cansativa, tanto pela quantidade de escolhas duvidosas, quanto pelo fato de ser considerada Oscar material em tudo que faz. Acho que ao tentar provar sua versatilidade, a atriz tem pecado em suas composições. Gostaria que ela deixasse de lado as imitações (como em Julie & Julia e o que parece The Iron Lady) e se entregasse a projetos mais sinceros, onde ela pudesse se reinventar e abandonar as muletas que ela vem usando... --- Blue Sky é realmente um melodrama tenebroso, mas acho que Jessica Lange se salva. Para mim, mais injusto é o Oscar que ela ganhou em Tootsie, compensação por não poder ganhar por Frances. Recentemente ela esteve ótima em Grey Gardens.

Guidon, sem dúvida vc é um cara extremamente humilde e isso é mto bacana. Não quis te ofender não, viu? Talvez eu tenha dado uma de tio velho c vc (apesar de saber agora que eu sou mais novo rs). Sou um antigo leitor do tópico (não só deste, mas de outros tb) e é comum perceber que as pessoas acabam misturando mto as coisas, envolvendo na discussão, por exemplo o fanatismo por uns e o ódio por outros artistas... A liberdade de expressão é sem dúvida muito importante, mas o bom senso tb. E mtas vezes me dá a impressão de que o menos importante na discussão é o próprio cinema. Apenas aponto que vc mesmo afirmou que apreciava "O lutador", o que indica que Aronofski já te agradou em algum momento. Acredito que vc pode mto bem mostrar sua não-preferência por um artista, mas de forma embasada (e o seu discurso infelizmente não o é ainda), pq senão fica um jogo de "Ai... eu não gosto dele" que não acrescenta em nada e que na verdade não interessa a ninguém. O cinema é uma arte e como toda arte é subjetiva, mas é uma arte que tem sua técnica, uma história, vários modos de fazer e isso faz com que seja possível a crítica. Criticar baseado só no "gostei", ou "mexeu ou não mexeu comigo" ou "não me encanta" é vazio de significado. No mais, desculpa aos leitores, por essa pausa na discussão...

Porque eu não gosto dos seus filmes (exceção de O lutador' date=' que era o melhor filme do ano e sequer foi indicado). Pra mim ele sempre foi um MERDÃO. Se ler o que escrevi logo acima vai entender porque nunca falei isso. E não tô arrumando barraco, só respondendo mesmo, espero que isso esteja claro. [/quote'] Normalmente eu passo batido em msgs desse naipe, mas dpois dessa pérola não consegui me conter. Guidon, esse forum é de cinema e por mais que o tópico seja Oscar, a discussão deveria girar em torno de assuntos afins e, na minha opinião, cada mensagem deveria vir com algum tipo de contribuição para o assunto (talvez por isso raramente eu poste). Suas declarações são algumas vezes tão carentes de qualquer tipo de fundamento, que me faz imaginar qts anos vc tem, detalhe que de certa forma explicaria a sua imaturidade. Estude cinema (se vc gostar mesmo do assunto); leia; veja mtos filmes, frequente blogs e abra sua mente. Estou inclusive à disposição sempre p trocar ideias, falar de cinema e coisa e tal. Falo isso pq te imagino como um jovem entusiasta pelo tema e me identifico por este lado. Não sou grande fã do Aronofski (que tem seu valor como cineasta), mas não preciso nem dizer quem me pareceu mais "merdão" nesta história, né?

O lançamento nacional "Não se preocupe, nada vai dar certo" está entre as coisas mais bisonhas que tive a chance de conferir no cinema... Saiam correndo quando vir este nome nas salas de cinema! Saí revoltado; não dá para rir nem através do humor involuntário. E me revolta ver tanto investimento e marketing com pessoas que claramente não sabem fazer cinema. Só falta ver o nome do filme na famigerada lista de pré-candidatos ao representante brasileiro no Oscar... Minha raiva só foi aliviada quando vi o ótimo "Sonhos Roubados" (2009/2010) de Sandra Werneck. Nanda Costa promete muito, e já ganhou outro prêmio de melhor atriz pelo novo filme de Claudio Assis, Febre do Rato.

Alexei... (o desprezo do isso, foi lindo. Parabéns! ) me desculpa se ofendi seus brios como crítico. Minha msg não era direcionada somente a vc, obviamente. Acredito que existe sim um tipo de endeusamento que cega e evita um olhar mais crítico. Que bom que vc não se inclui nessa categoria, apesar de ter dito que Meryl nunca ia fazer nada de ruim na vida. Vi 90% dos filmes da Streep, acredito que ela ja errou sim, mais de uma vez (o que não é nenhuma tragédia), e acho que a escolha do projeto também pode ser avaliada (mas é CLARO que não faz parte da interpretação, não foi isso que falei). Enfim, eu acho a discussão sempre interessante... estou a dispo.

Sou fã da Meryl Streep, mas não acredito na infalibilidade dela, nem de nenhum outro ator. Todos são passíveis de um mal desempenho e, além disso, as escolhas das produções nas quais os atores se envolvem também podem ser julgadas. Acho o endeusamento meio chato... e pouco crítico. Adoro, por exemplo, Jack Nicholson, um dos meus atores favoritos, mas em alguns filmes ele cede a uma caricatura dele mesmo, da persona que ele criou para o cinema. Assim, ele se entrega a seus maneirismos e caras e bocas (o que é até divertido por se tratar de Nicholson). Não gosto de Meryl em Dúvida, Julie & Júlia e Mamma mia. Ela é, sem dúvida, uma camaleoa, mas a senti artificial em Dúvida (uma reatualização dela como Miranda Priestley) e Julie & Júlia. E Mamma mia, para mim, é uma bomba horrorosa, apesar dela se divertir. A caracterização e os poucos segundos do teaser em The Iron Lady são um péssimo prognóstico. Senti a mesma artificialidade. Continuo, no entanto, achando que ela é uma das melhores atrizes vivas do cinema e que sua performance em A Escolha de Sofia é uma das coisas mais lindas que já aconteceram na telona. Enfim... só para destoar do coro que a acha infalível.

Meryl Streep deu e dá, como todos atores, suas derrapadas (vide o recente Mamma Mia, cuja diretora é a mesma de The Iron Lady). O que me irrita é o fato dela ser considerada favorita, todo ano, por qualquer coisa que faça. Ela merece créditos por conseguir manter uma carreira longa e extremamente prolífica e mais créditos ainda por continuar obtendo papéis de protagonista aos 62 anos! Sabemos q a indústria cinematográfica é cruel com as mulheres e ela continua trabalhando e muito. Jessica Lange, Susan Sarandon, Sissy Spacek, entre outras grandes atrizes da mesma geração, não têm a mesma sorte. Tenho a impressão de que, em seus últimos trabalhos, ela vêm tentando provar ainda mais sua versatilidade, mas pecando aqui e ali no exagero e em maneirismos. Percebi isso em Dúvida, Julie & Julia e no péssimo teaser do novo filme.

Gosto muito de "Embriagado de Amor" do Paul Thomas Anderson; divertido, estranho e romântico. Adoro a cena da declaração de amor deles: “Quero morder sua bochecha e mastigá-la”. “Quero amassar o seu rosto com um martelo e esmagá-lo, você é tão linda…” “Quero arrancar seus olhos, comê-los, mastigá-los e chupá-los". *** Meryl Streep está cada vez mais optando pela caricatura. Muita gente amou, mas sua personagem e sua atuação em "Julie e Julia" foram, para mim, umas das coisas mais irritantes de 2009. Leleo2011-07-11 14:12:30

Acho Marca Gay Harden fodona, mesmo quando está over, só o olhar dela me arrepia. Adoro ela em O nevoeiro, onde ela fala um dos insultos mais engraçados do cinema: "The day I need a friend like you, I'll just have myself a little squat and shit one out." Traduzindo mais ou menos... "O dia que eu precisar de uma amiga como você, eu vou dar uma agachadinha e defecar uma." Leleo2011-06-20 18:40:00

Concordo em partes com vc Ronny, mas adorei o post. Apenas escolheria Uma rua chamada pecado como melhor filme esse ano, mas Um lugar ao Sol também é um grande filme (inclusive com a Taylor). A vitória de Sinfonia de Paris, no entanto, não é inexplicável. Ele é um filme que também tem sua importância na história do cinema por ser um musical exemplar de Vincent Minnelli (um grande diretor) , com sequências de danças impressionantes e uma estética belíssima, tem também o astro Gene Kelly arrebentando. Além de ser um filme bem mais digestivo do que Uma rua e Um lugar ao sol (o que a Academia normalmente escolhe). Infelizmente, é um filme que não envelheceu tão bem, ao contrário dos seus outros dois colegas que são clássicos incontestáveis. Neste momento, faço uma grande pesquisa sobre Uma rua chamada pecado e o trabalho de adaptação realizado por Elia kazan, então o filme está na minha cabeça. Ele sem dúvida mereceria os 4 prêmios de atuação, talvez o melhor trabalho de elenco já visto em cena. E é interessante analisar como foi o trabalho por tràs disso. Por trás da adaptação da peça existem várias anedotas sobre o elenco, principalmente com relação a posição de Vivien Leigh (a estrangeira em meio de antigos colegas de peça). Enfim... estou absorvido pelo filme neste momento. Se vc quiser, a gente pode trocar idéias...

O cinema tá de luto, perdemos a última Estrela do star system da era da Hollywood Clássica. Curiosamente, outro dia estávamos falando de Taylor e sua mega atuação como Martha...

Mas a minha crítica não é voltada ao trabalho do elenco, mas a uma construção narrativa não particular aos personagens. O filme é todo erguido com os personagens orbitando tudo, mas sem uma força que os ligasse, pois eles não parecem necessariamente seres que estão ali sofrendo uma realidade, mas retratos de tipos que o diretor pensa ser aquela realidade. Os atores podem dar conta disso, mas não necessariamente faz com que o filme seja eficaz numa "profundidade" das relações estabelecidas. Talvez eu tenha que revê-lo, mas não vejo o filme da mesma maneira. Não entendi bem qdo vc fala de orbitando... Não acho que os personagens sejam estereotipados, nem desconectados uns dos outros. Eles fazem parte de uma realidade, que não é e nem tem que ser, necessariamente, espelho do "real", afinal trata-se de uma obra de ficção. Existe sim uma certa frieza na narrativa, que é salientada até mesmo pela fotografia. é um retrato de relações frias, sem sentimentalismos... Na minha opinião, o filme focaliza um grupo de pessoas ligadas pelo crime e pelo sangue, uma família disfuncional... e a cada momento vemos como um filho assume a "chefia" dessa máfia familiar... até chegar à sucessão final. Para mim, é um thriller que se eleva acima da mediocridade justamente por dar uma dimensão mais complexa à essa relação familiar. O que dizer dessa mãe que tem uma relação quase incestuosa com seus filhos? que necessita da presença masculina... a personagem é extremamente complexa pq ela age como "mulher" de seus próprios filhos e neto, numa relação de controle, manipulação e sedução. Um prato cheio p Freud! Jacki Weaver tem uma voz que não corresponde a idade dela e um ar de sensualidade completamente patético... e a dicção dela é muito boa... Mas, de qq forma, bom ver um ponto de vista diferente... vou querer ver o filme de novo. Leleo2011-03-17 23:17:49

Off-topic de novo... rs A propósito do que vc disse sobre Martha, Beale... Concordo com vc. Martha é uma personagem que representa o momento máximo da carreira de Taylor, que sempre achei uma figura interessante, mas que em Quem tem medo de Virginia Woolf parece estar sob uma possessão... rs É fantástico! Tenho a impressão de que Bette Davis entrou no corpo dela nos dias da filmagem... rs. Não sei se alguma vez ela mencionou como foi para ela a construção da personagem, mas n me surpreenderia se ela dissesse que se inspirou em Davis. De qualquer forma, o curioso é que logo no início do filme ela cita uma frase de Davis ("What a dump!"), mas que ficou famosa mesmo foi com ela... Enfim, amo o filme que tem só 4 atores e quatro atuações fantásticas que se complementam... Leleo2011-03-17 21:11:41

Seria orgásmico ver Jodie Foster indicada novamente... ainda mais com performance arrasadora! Minha empolgação com o filme é sem limites e lerei a peça assim que tiver um tempinho... Filmes derivados de peça são normalmente pratos cheios para atores. Sinto falta de filmes como Quem tem medo de Virgina Woolf? ou Uma rua chamada pecado e Uma longa jornada noite a dentro. ..... Thico discordo com vc com relação a Animal Kingdon que, na minha opinião, tem um trabalho de elenco muito bom e é um ótimo drama/thriller, que assim como The fighter, gira sobre a instituição familiar. Eu não conheço o trabalho anterior de Jacki Weaver, mas neste filme ela contrói uma personagem deliciosa que gets better and better com o passar do filme. Se o filme fosse visto (o que ele infelizmente não é) ela se tornaria uma personagem icônica.