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Forum Cinema em Cena

Moonsorrow

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Everything posted by Moonsorrow

  1. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Surgiu a partir da experiência e da capacidade humana de pensar de maneira abstrata.
  2. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Seu argumento é de que essa "intuição para o bem " não poderia emergir espontaneamente? Para mim ela deriva simplesmente da capacidade do ser humano de pensar em termos lógicos. Também não sou nenhum especialista em ética mas creio que conceitos morais devem ser construídos a partir da pergunta: "como devemos viver para maximizar o bem estar da população como um todo?"
  3. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Dizer que a natureza é perfeita não faz sentido uma vez que o conceito de perfeição sequer pode ser definido cm precisão uma vez que ele claramente depende do referencial do qual se analisa a questão. Por exemplo: um cícrculo perfeito pode ser considrado um icoságono (figura de 20 lados iguais) imperfeito da mesma forma que um icoságano perfeito poe ser considerado um cículo perfeito.
  4. Nem estou achando a quinta temporada ruim, mas também estou meio cético com os rumos que a série está tomando. Essa entrevista dos criadores em 2005 reforça a minha impressão de que eles não tem muita noção do que estão fazendo.
  5. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Vixi, quer dizer então que a condição humana é gradiente? Sou a favor do aborto apenas em casos muito especiais, como o dessa menina.
  6. Acho que o maior defeito do filme é a fidelidade excessiva ao material original e à linguagem dos quadrinhos. Os flashbacks, embora interessantes, acabaram prejudicando um pouco o ritmo do filme já que a trama parece não andar e se torna um bocado episódica. Além do mais ver personagens falando sozinhos para explicar ao espectador que caíram numa armadilha é um tanto enfadonho. Acho que esse watchmen confirma mais uma vez aquela velha máxima: HQ é HQ e filme é filme. O final me incomodou um pouco também. Não a solução que o Snyder encontrou para subsitituir a lula gigante, que achei muito boa e coerente; mas a maneira extremamente didática como ele trata o plano do Veidt. Fora isso eu até gostei do filme. Rorscharch é um personagem foda e sempre que está em cena Watchemen melhora consideravelmente. As cenas da prisão são sensacionais. Os créditos iniciais e o surgimento do Dr. Manhattan também são ótimos. Da trilha sonora a única música que me incomodou foi Hallelujah mesmo, o resto achei ok.
  7. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Eventos quânticos são ao acaso por definição. A lei de causa e efeito não vale no domínio quântico. Na página 44 eu postei uma reportagem que mostra que cientistas conseguiram criar DNA "do nada". Enfim... mais tarde respondo o Dook.
  8. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Legal que isso aqui movimentou. Estou meio sem tempo, vou me focar apenas no que achei mais importante. Moonsorrow2009-02-24 20:25:33
  9. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Essa sua última postagem é um exemplo daquilo que Denett chama de crença na crença. Questões como o paradoxo da pedra pesada, os problemas do mal e do livre arbítrio, infalibilidade e sufiência bíblica e salvação são problemas teológicos clássicos que não possuem solução definitiva justamente porque parecem contrariar a lógica. Os atributos do deus cristão não possuem coerência interna. A solução para essas questões é colocar a incompreensibilidade divina como um dogma central de qualquer doutrina cristã, colocar deus acima de qualquer tipo lógica. Mas há de fato algum motivo para aceitar a incompreensibilidade divina como uma verdade auto-evidente? Existe alguma razão para abandonarmos tudo o que já foi construído em termos de lógica em favor da hipótese de que há um ser que está acima de tudo isso? Mesmo que deus esteja de fato totalmente fora do nosso alcance surgem ainda outras questões pertinentes: por que eu deveria confiar numa deus que não posso entender? --------------------------------------------------------------------------------- Reportagem interessante da Veja dessa semana. Especial A DARWIN O QUE É DE DARWIN... As ideias revolucionárias do naturalista inglês, que nasceu há 200 anos, são os pilares da biologia e da genética e estão presentes em muitas áreas da ciência moderna. O mistério é por que tanta gente ainda reluta em aceitar que o homem é o resultado da evolução Gabriela Carelli Charles Darwin é um paradoxo moderno. Não sob a ótica da ciência, área em que seu trabalho é plenamente aceito e celebrado como ponto de partida para um grau de conhecimento sem precedentes sobre os seres vivos. Sem a teoria da evolução, a moderna biologia, incluindo a medicina e a biotecnologia, simplesmente não faria sentido. O enigma reside na relutância, quase um mal-estar, que suas ideias causam entre um vasto contingente de pessoas, algumas delas fervorosamente religiosas, outras nem tanto. Veja o que ocorre nos Estados Unidos. O país dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados. Ainda assim, só um em cada dois americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de evolução. O outro considera razoável que nós, e todas as coisas que nos cercam, estejamos aqui por dádiva da criação divina. Mesmo na Inglaterra, país natal de Darwin, o fato de ele ser festejado como herói nacional não impede que um em cada quatro ingleses duvide de suas ideias ou as veja como pura enganação. Na semana em que se comemora o bicentenário de nascimento de Darwin e, por coincidência, no ano do sesquicentenário da publicação de seu livro mais célebre, A Origem das Espécies, como explicar a persistente má vontade para com suas teorias em países campeões na produção científica? Para investigar a razão pela qual as ideias de Darwin ainda são vistas como perigosas, é preciso recuar no passado. Quando o naturalista inglês pela primeira vez propôs suas teses sobre a evolução pela seleção natural, a maioria dos cientistas acreditava que a Terra não tivesse mais de 6.000 anos de existência, que as maravilhas da natureza fossem uma manifestação da sabedoria divina. A hipótese mais aceita sobre os fósseis de dinossauros era que se tratava de criaturas que perderam o embarque na Arca de Noé e foram extintas pelo dilúvio bíblico. A publicação de A Origem das Espécies teve o efeito de um tsunami na Inglaterra vitoriana. Os biólogos se viram desmentidos em sua certeza de que as espécies são imutáveis. A Igreja ficou perplexa por alguém desafiar o dogma segundo o qual Deus criou o homem à sua semelhança e os animais da forma como os conhecemos. A sociedade se chocou com a tese de que o homem não é um ser especial na natureza e, ainda por cima, tem parentesco com os macacos. Havia, naquele momento, compreensível contestação científica às novas ideias. Darwin havia reunido uma quantidade impressionante de provas empíricas – mas ainda restavam muitas questões sem resposta. O primeiro exemplar a sair da gráfica foi enviado a sir John Herschel, um dos mais famosos cientistas ingleses vivos em 1859. Darwin tinha tanta admiração por ele que o citou no primeiro parágrafo de A Origem das Espécies. Herschel não gostou do que leu. Ele não podia acreditar, sem provas científicas tangíveis, que as espécies podiam surgir de variações ao acaso. Pressionado, Darwin disse que, se alguém lhe apontasse um único ser vivo que não tivesse um ascendente, sua teoria poderia ser jogada no lixo. O que se encontrou em profusão foram evidências da correção do pensamento de Darwin em seus pontos essenciais. Hoje, para entender a história da evolução, sua narrativa e mecanismo, os modernos darwinistas não precisam conjeturar sobre o funcionamento da hereditariedade. Eles simplesmente consultam as estruturas genéticas. As evidências que sustentam o darwinismo são agora de grande magnitude – mas, estranhamente, a ansiedade permanece. Outros pilares da ciência moderna, como a teoria da relatividade, de Albert Einstein, não suscitam tanta desconfiança e hostilidade. Raros são aqueles que se sentem incomodados diante da impossibilidade de viajar mais rápido que a luz ou saem à rua em protesto contra a afirmação de que a gravidade deforma o espaço-tempo. Evidentemente, o núcleo incandescente da irritação causada por Darwin tem conotação religiosa. A descoberta dos mecanismos da evolução enfraqueceu o único bom argumento disponível para a existência de Deus. Se Ele não é responsável por todas essas maravilhas da natureza, sua presença só poderia ser realmente sentida na fé de cada indivíduo. Mas isso não explica tudo. Em 1920, ao escrever sobre o impacto da divulgação das ideias darwinistas, Sigmund Freud deu seu palpite: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi constatar que a Terra não é o centro do universo. O segundo ocorreu quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente do mundo animal". Pelo raciocínio do pai da psicanálise, a rejeição à teoria da evolução seria uma forma de compensar o "rebaixamento" da espécie humana contido nas ideias de Copérnico e Darwin. O biólogo americano Stephen Jay Gould, um dos grandes teóricos do evolucionismo no século XX, morto em 2002, dizia que as teorias de Darwin são tão mal compreendidas não porque sejam complexas, mas porque muita gente evita compreendê-las. Concordar com Darwin significa aceitar que a existência de todos os seres vivos é regida pelo acaso e que não há nenhum propósito elevado no caminho do homem na Terra. Disse a VEJA o biólogo americano David Sloan Wilson, da Universidade Binghamton: "As grandes ideias e teorias são aceitas ou rejeitadas popularmente por suas consequências, não pelo seu valor intrínseco. Infelizmente, a evolução é percebida por muitos como uma arma projetada para destruir a religião, a moral e o potencial dos seres humanos". Uma pesquisa publicada pela revista New Scientist sobre a aceitação do darwinismo ao redor do mundo mostra que os mais ardentes defensores da evolução estão na Islândia, Dinamarca e Suécia. De modo geral, a crença na evolução é inversamente proporcional à crença em Deus. Mas a pesquisa encontrou outra configuração interessante: os habitantes dos países ricos acreditam menos em Deus que aqueles que vivem em países inseguros. Isso pode significar que a crença em Deus e a rejeição do evolucionismo são mais intensas nas sociedades sujeitas às pressões darwinistas, como escreveu a revista Economist. Fotos Latinstock e David Ball/Corbis/Latinstock O medo do inferno Muito religiosa, Emma, a mulher de Darwin, temia que o marido fosse para o inferno. Ela dava por certo que iria para o céu e sofria com a ideia de ficarem separados pela eternidade. À direita, a casa da família, nos arredores de Londres: nela, Darwin viveu e trabalhou por quarenta anos A teoria da evolução causa mal-estar em muita gente – mas só algumas confissões evangélicas converteram o darwinismo em um inimigo a ser combatido a todo custo. Como essas religiões são poderosas nos Estados Unidos, é lá que se trava o mais renhido combate dessa guerra santa. Ciência e religião já andaram de mãos dadas pela maior parte da história da humanidade (veja reportagem). Mas esse nó se desatou há dois séculos e Darwin foi um dos responsáveis por esse divórcio amigável, com nítidas vantagens para ambos os lados. Desde o ano passado, o bordão entre os criacionistas americanos é "liberdade acadêmica". A ideia que tentam passar é que o darwinismo é apenas uma teoria, não um fato, e ainda por cima está cheio de lacunas e é carente de provas conclusivas. Sendo assim, não há por que Darwin merecer maior destaque que o criacionismo. O argumento é de evidente má-fé. Em seu significado comum, teoria é sinônimo de hipótese, de achismo. A teoria da evolução de Darwin usa o termo em sua conotação científica. Nesse caso, a teoria é uma síntese de um vasto campo de conhecimentos formado por hipóteses que foram testadas e comprovadas por leis e fatos científicos. Ou seja, uma linha de raciocínio confirmada por evidências e experimentos. Por isso, quando é ensinado numa aula de religião, o gênesis está em local apropriado. Colocado em qualquer outro contexto, só serve para confundir os estudantes sobre a natureza da ciência. A ciência não tem respostas para todas as perguntas. Não sabe, por exemplo, o que existia antes do Big Bang, que deu origem ao universo há 13,7 bilhões de anos. Nosso conhecimento só começa três minutos depois do evento, quando as leis da física passaram a existir. Os cientistas também não são capazes de recriar a vida a partir de uma poça de água e alguns elementos químicos – o que se acredita ter acontecido 4,5 bilhões de anos atrás. A mão de Deus teria contribuído para que esses eventos primordiais tenham ocorrido? Não cabe à ciência responder enquanto não houver provas científicas do que aconteceu. O fato é que a luta dos criacionistas contra Darwin nada tem de científica. Em sua profissão de fé, eles têm o pleno direito de acreditar que Deus criou o mundo e tudo o que existe nele. Coisa bem diferente é querer impingir essa maneira de enxergar a natureza às crianças em idade escolar, renegando fatos comprovados pela ciência. Essa atitude nega às crianças os fundamentos da razão, substituindo-os pelo pensamento sobrenatural. Manda o bom senso que não se misturem ciência e religião. A primeira perscruta os mistérios do mundo físico; a segunda, os do mundo espiritual. Elas não necessariamente se eliminam. Há cientistas eminentes que creem em Deus e não veem nisso nenhuma contradição com o darwinismo. O mais conhecido deles é o biólogo americano Francis Collins, um dos responsáveis pelo mapeamento do DNA humano. Diz ele: "Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. A Bíblia não é um livro científico. Não deve ser levado ao pé da letra". A Igreja Católica aceitou há bastante tempo que sua atribuição é cuidar da alma de seu 1 bilhão de fiéis e que o mundo físico é mais bem explicado pela ciência. O Vaticano até organizará em março o simpósio "Evolução biológica: fatos e teorias – Uma avaliação crítica 150 anos depois de A Origem das Espécies". Em A Origem das Espécies, num raciocínio que cabe em poucas linhas mas expressa ideias de alcance gigantesco, Darwin produziu uma revolução que alteraria para sempre os rumos da ciência. Ele mostrou que todas as espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e primitiva. Darwin demonstrou também que, pelo processo que batizou de seleção natural, as espécies evoluem ao longo das eras, sofrendo mutações aleatórias que são transmitidas a seus descendentes. Essas mutações podem determinar a permanência da espécie na Terra ou sua extinção – dependendo da capacidade de adaptação ao ambiente. Uma década depois da publicação de seu livro seminal, o impacto das ideias de Darwin se multiplicaria por mil com o lançamento de A Descendência do Homem, obra em que mostra que o ser humano e os macacos divergiram de um mesmo ancestral, há 4 milhões de anos. O embate entre evolucionistas e criacionistas teria causado um desgosto profundo a Darwin, que era religioso e chegou a se preparar para ser pastor da Igreja Anglicana. Esse plano foi interrompido pela fantástica aventura que protagonizou entre 1831 e 1836, em viagem a bordo do Beagle, um pequeno navio de exploração científica, numa das passagens mais conhecidas da história da ciência. Aos 22 anos, Darwin embarcou no Beagle para servir de acompanhante ao capitão do barco, o aristocrata inglês Robert Fitzroy. Durante a viagem, que se estendeu por quatro continentes, Darwin deu vazão à curiosidade sobre o mundo natural que o acompanhava desde a infância. Até a volta à Inglaterra, havia recolhido 1 529 espécies em frascos com álcool e 3 907 espécimes preservados. Darwin escreveu um diário de 770 páginas, no qual relata suas experiências nos lugares por onde passou. No Brasil, visitou o Rio de Janeiro e a Bahia, extasiando-se com a biodiversidade da Mata Atlântica – mas ficou horrorizado com a escravidão e com a maneira como os escravos eram tratados. Frans Lanting/Corbis/Latinstock O pescoço da girafa Anterior a Darwin, o naturalista francês Lamarck elaborou a primeira teoria da evolução. Para ele, o pescoço da girafa teria esticado para colher folhas e frutos no alto das árvores. A seleção natural de Darwin explica melhor: em grandes períodos de seca, só os animais de pescoço mais longo conseguiam se alimentar, o que favoreceu a reprodução dos pescoçudos Durante a viagem, Darwin fez as principais observações que o levariam a formular a teoria da evolução pela seleção natural. Grande parte delas teve como cenário as Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico. Lá, reparou que muitas das espécies eram semelhantes às que existiam no continente, mas apresentavam pequenas diferenças de uma ilha para outra. Chamaram sua atenção, principalmente, os tentilhões, pássaros cujo bico apresentava um formato em cada ilha, de acordo com o tipo de alimentação disponível. A única explicação para isso seria que as primeiras espécies de animais chegaram às ilhas vindas do continente. Depois, desenvolveram características diferentes, de acordo com as condições do ambiente de cada ilha. Era a prova da evolução. Mais recentemente, ao estudarem os mesmos tentilhões das Ilhas Galápagos, grupos de biólogos observaram a evolução ocorrer em tempo real. Os pássaros evoluíam de um ano para outro, de acordo com as mudanças nas condições climáticas da ilha. Darwin, que definiu a evolução como um processo invariavelmente longo, através das eras, ficaria espantado com as novas descobertas em seu parque de diversões científico. Ao retornar à Inglaterra, após a viagem do Beagle, Darwin foi amadurecendo a teoria da evolução e começou a escrever A Origem das Espécies dois anos depois, em 1838. Só publicou o volume, no entanto, após 21 anos. Ele sabia do potencial explosivo de suas ideias na ultraconservadora Inglaterra do século XIX – da qual, ele próprio, era um legítimo representante. Elaborar uma teoria que ia contra os dogmas da Bíblia era, para Darwin, motivo de enorme angústia. Não colaboravam em nada os temores de sua mulher, Emma, de que, por causa de suas ideias, Darwin fosse para o inferno após a morte, enquanto ela iria para o céu – com isso, eles estariam condenados a viver separados na vida eterna. Darwin nunca declarou que a Bíblia estava errada. Manteve a fé religiosa até os últimos anos de vida, quando se declarou agnóstico – segundo seus biógrafos, sob o impacto da morte da filha Annie, aos 10 anos de idade. Após o lançamento de A Origem das Espécies, um best-seller que esgotou rapidamente cinco edições, os cientistas não demoraram a aceitar a proposta de que as plantas e os animais evoluem e se modificam ao longo das eras. Na verdade, essa ideia chegou a ser formulada por outros cientistas, inclusive pelo avô de Darwin, o filósofo Erasmus Darwin. A noção de que a evolução das espécies se dá pela seleção natural, no entanto, é original de Charles Darwin, e só foi aceita integralmente depois da descoberta da estrutura do DNA, em 1953. Darwin atribuiu a transmissão de características entre as gerações a células chamadas gêmulas, que se desprenderiam dos tecidos e viajariam pelo corpo até os órgãos sexuais. Lá chegando, seriam copiadas e passadas às gerações seguintes. Os estudos feitos com ervilhas pelo monge austríaco Gregor Mendel na segunda metade do século XIX, mas aos quais a comunidade científica só deu importância no início do século XX, estabeleceram a ideia básica da genética moderna, a de que as características de cada indivíduo são transmitidas de pais para filhos pelo que ele chamou de "fatores", e hoje se conhece como genes. Com as ervilhas de Mendel, o processo concebido por Darwin teve comprovação científica. A descoberta da dupla hélice do DNA, pelos cientistas James Watson e Francis Crick, em 1953, finalmente esclareceu o mecanismo por meio do qual a informação genética é transmitida através das sucessivas gerações. Hoje, os biólogos se dedicam a responder a questões ainda em aberto no evolucionismo, como quais são exatamente as mudanças genéticas que provocam as adaptações produzidas pela seleção natural. É espantoso que, enquanto continuam a desbravar territórios na ciência, as ideias de Darwin ainda despertem tanto temor. Com reportagem de Leandro Narloch, Paula Neiva e Renata Moraes http://veja.abril.com.br/110209/p_072.shtml
  10. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Dook, na verdade nem fui eu que elaborei essa questão, eu a vi em algum lugar da internet não faz muito tempo e resolvi trazer pra cá por achá-la pertinente. Em nenhum momento quis causar qualquer tipo de animosidade ou ainda "induzir o crente à erro no afã de mostrar a ele o quanto a sua fé é segregadora e inútil", queria até saber onde foi que eu sugeri qualquer coisa desse tipo. Aliás eu não quero induzir ninguém aqui a nada e nem espero que alguém concorde comigo. Eu frequento bastante esse tópico justamente porque é um dos poucos lugares do fórum onde é possível efetivamente debater. Em nenhum dos meus posts eu tento imputar aos crentes ( como grupo) qualquer tipo de característica pejorativ, há no máximo provocações comuns em um debate. Repare que na construção da minha pergutna em nenhum momento eu defino paraíso. O que você fez foi apenas criar um espantalho, mas na verdade em nenhum momento você respondeu o que eu de fato queria. Eu não disse que o paraíso é o lugar onde se vive com entes queridos. O que ficou nas entrelinahs é que qualquer concepção de paraíso deveria incluir o contato com pessoas queridas, o que eu considero uma proposição razoável afinal grande parte da felicidade de uma pessoa, na maioria das vezes, deriva desse contato.
  11. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Estive ausente por uns dias mas acho que não há nada a acrescentar em relação ao que eu já havia falado antes. O post do Rafal exemplifica bem o meu ponto: uma série de Ad Hocs que visam cobrir qualquer possível furo da Bíblia de maneira a sempre mantê-la intacta. O interessante é que ele mesmo parece admitir que o dilúvio é absurdo e para tentar manter a infalibilidade bíblica propõem uma hipótese ainda mais absurda: ".. a terra poderia ser bem mais nivelada, sem tantos montes". Mudando um pouco de assunto... Todas as vertentes cristãs ( ou quase todas, ao menos) sustentam que herdarão o paraíso aqueles que crêem na palvra de deus e no sacrifício de Cristo para salvar a humanidade. Pois bem.. a grande maioria das pessoas tem amigos e familiares- até mesmo pais e irmãos -, que não cumprem os requisitos para serem salvos. É de se imaignar portanto que ao chegarem ao paraíso muitos crentes terão deixado para trás uma série de pessoas importantes para eles. Como um lugar onde podemos ser privados do convívio com entes queridos pode ser chamado de paraíso? Moonsorrow2009-02-05 20:51:09
  12. Também achei excelente. Só me incomodou um pouco o personagem do Michael Shannon que aparece apenas para explicar ao público de maneira didática o que já havia ficado subentendido (ou até mais que isso) antes. O Shannon está brilhante entretanto, bem como Di Caprio e Winslet.
  13. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Acho que você não entendeu o que eu quis dizer. No final das contas nós falamos a mesma coisa. O que eu questiono é justamente isso que você colocou. Para que o inerrantismo bíblico não se torne uma tautologia é necessário que haja um método sistematizado para leitura dos livros, - e, até onde eu sei, não há.
  14. Moonsorrow

    Religião (#3)

    O princípio do inerrantismo bíblico só tem algum fundamento caso, como eu falei antes, haja algum critério para determinar a priori se determinada passagem é literal, simbólica, poética , whatever... do contrário a proposição "a bíblia é inerrante" torna-se uma tautologia.
  15. Moonsorrow

    Religião (#3)

    Cientistas chegam perto de recriar origem da vida em laboratório Dupla americana produziu duas moléculas capazes de se auto-replicar. Ambas são feitas de RNA, substância que é tida como primo pobre do DNA. Salvador Nogueira Do G1, em São Paulo Recriar a origem da vida em laboratório é um dos maiores desafios da ciência. Mais do que a complexidade dos processos envolvidos, o que conta é a falta de tempo: os cientistas não dispõem de vários milhares ou até milhões de anos na bancada para esperar tudo acontecer diante de seus olhos. Por conta disso, o processo todo precisa ser recriado aos pedaços. E o que pode ser o mais importante deles acaba de ser produzido por uma dupla de cientistas americanos. Tracey Lincoln e Gerald Joyce, do Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, na Califórnia, conseguiram ensaiar os primeiros passos do que os cientistas chamam de "mundo de RNA". Traduzindo do cientifiquês para o português, eles produziram moléculas extremamente simples que são capazes de se replicar e carregar um código genético rudimentar. Seus sucessos foram reportados on-line pelo periódico científico americano "Science". O problema do surgimento da vida é um dos mais intratáveis, do ponto de vista científico. Além da já referida falta de tempo hábil dos cientistas para conduzir os experimentos, há também um dilema adicional: as criaturas atuais fazem emergir a velha dúvida, "quem surgiu primeiro, o ovo ou a galinha?", em versão biomolecular. Eis a questão: todos os seres vivos conhecidos hoje têm, de um lado, uma molécula específica para guardar suas informações genéticas -- trata-se do famoso DNA, uma espécie de "manual de instruções" para a construção e o metabolismo de um indivíduo vivo. De outro lado, as estruturas e ocorrências que se dão no interior desse indivíduo são propiciadas pelas proteínas, moléculas complexas em geral construídas a partir do código armazenado no DNA. Ocorre que é improvável que essas duas coisas tenham surgido individualmente ao mesmo tempo e então se reunido para formar a primeira criatura viva. Alguma estratégia, mais simples, deve ter sido precursora do atual "formato" da vida na Terra. Entra em cena o mundo de RNA Há uma molécula que, hoje em dia, serve para funções "subalternas" nas células. É o RNA, uma espécie de primo pobre do DNA, posto que é mais instável. Atualmente, ele serve, por exemplo, para transportar a informação contida no DNA, localizado no núcleo da célula, até as fábricas de proteínas, posicionadas fora do núcleo. Mas os cientistas observaram que, em dadas circunstâncias, o RNA pode fazer mais que ser leva-e-trás de informação genética. Às vezes, ele também pode agir diretamente no metabolismo, "atuando" de forma similar às proteínas. Voilà, pensaram os biólogos, cá está a estratégia mais simples para o início da vida: tudo teria começado com o RNA, trabalhando como um "faz-tudo". É justamente este modelo que acaba de ganhar uma força imensa, direto da bancada de Lincoln e Joyce. A dupla criou duas pequenas moléculas de RNA que, em parceria, promovem sua própria replicação. E põe replicação nisso: "Essas enzimas de RNA de replicação cruzada passam por amplificação exponencial auto-sustentada na ausência de proteínas e outros materiasi biológicos", descrevem os cientistas em seu artigo na "Science". Eles apontam que a "população" de RNA auto-replicante dobra aproximadamente a cada uma hora -- e continua, indefinidamente, contanto que os recursos estejam disponíveis ao redor. Evolução em andamento Outra coisa que os cientistas americanos conseguiram observar foi a seleção natural, tal qual descrita por Charles Darwin, em franca operação. Várias versões diferentes das moléculas de RNA auto-replicantes foram produzidas e colocadas no mesmo substrato. Após gerações e mais gerações de "reprodução", os cientistas notaram que algumas delas saíram "vencedoras" e dominaram completamente a disputa por recursos. Com isso, ficou demonstrado também que, além do papel na replicação, as fitas de RNA também tinham papel como um sistema genético, que podia ser submetido à seleção natural. Sem dúvida, é um passo importante para explicar como a vida pode ter surgido e se apoderado dos recursos da Terra, da forma como fez cerca de 4 bilhões de anos atrás. Mas é a solução do mistério? Claro que não. De um lado, ainda fica o enigma de como essas fitas de RNA auto-replicantes poderiam ter aparecido, a partir da chamada "sopa primordial" de compostos orgânicos existentes na Terra primitiva. Na outra ponta, ainda resta explicar como essas precursoras da vida em forma de RNA evoluíram para ganhar tantas estruturas e complexidade, como um sistema genético com DNA e proteínas altamente sofisticadas para "tocar" o metabolismo das células. http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL948288-5603,00.html
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