Jump to content
Forum Cinema em Cena

Gago

Members
  • Posts

    2057
  • Joined

  • Last visited

  • Days Won

    1

Posts posted by Gago

  1. Considero o Park superestimado. Eu gosto de alguns dos filmes dele, mas consigo pensar, em questão de segundos, nuns 6 ou 7 diretores asiáticos cujo trabalho está na década de 90 pra frente e que são imensamente mais talentosos que ele.

     

    O primeiro filme dele que me vem à cabeça é Lady vingança, que, de certo modo, me diz muito sobre o cinema do Park em geral. É visualmente maravilhoso, cinema extremo, cheio de violência mesmo, quase cartunesco. É legal e até gostoso de assistir, mas não é o que eu tenho como referência de cinema de primeira grandeza. Na minha opinião, ele substitui a substância dos seus filmes pelo impacto da força física das cenas. O choque pelo choque, por assim dizer, o que às vezes o faz se levar um pouco mais a sério do que deveria. Senhor vingança, por exemplo, é todinho construído em cima disso. É um filme corpulento e viril, mas fraquinho que dói.

     

    Por favor, não estou fazendo nenhum discurso a favor ou contra nada, até porque gosto muito de vários filmes cujo lema básico é o do visual sobrepujando a substância.

     

    Enfim, é isso. Gosto de alguns filmes do cara, mas não divido esse espírito de celebração todo. Nem sei qual é o meu preferido, talvez Oldboy.

     

  2.  

    Gostei muito. Só o modo carinhoso e a ardência com que o Almodóvar filma a Penélope já valeria o ingresso. Mas ele é (bem) mais que isso.

     

    É um filme sobre a força da imagem e o poder ao mesmo tempo apaixonante e cruel que ela pode exercer. Os filmes dentro do filme, o drama de um ex-diretor que trocou de nome após ficar cego - um Almodóvar impregnado de cinema que não perde sua impressão digital nem mesmo às portas de uma fusão de gêneros e referências: suas estórias apaixonadas sobre homens loucos de amor e suas mulheres intensas. E isso é demais.

    Gago2009-10-22 20:19:12

  3. Me chamou a atenção mesmo por ser produto desse nosso cinema de hoje. Às vezes me pergunto quantos diretores estadunidenses - e do mundo todo também - receberiam carta branca pra realizar um filme livre desses, feito à vontade do criador.

     

    Enquanto isso, como apreciador de filmes, digo que saí pouco empolgado da sessão. É um exercício de estilo mesmo, no qual o roteiro é franzino, quase insignificante. É até interessante de um modo geral, mas não deixa de ser uma opção que pode deixar a estória pouco densa. É o caso desse Sede de sangue, na minha opinião. Tive a sensação de que os fãs do Chan-Wook dificilmente sairão decepcionados da sessão: é um filme violento, pontuado por um humor bizarro e, na maior parte do tempo, grotesco. Particularmente, acho que o filme deveria ser mais enxuto, especialmente porque melhora muito no terço final, e, até lá, me desinteressava de quando em quando.

     

  4.  

    Nah.. essa da Boscov é muito contida. Sou mais essa do Maurício Saldanha:

     

     

    06

     

    Estava até agora assistindo a essas doideras que, juro, não conhecia. Muito surtado esse cara!

     

    Em boa parte do tempo ele não é nem um pouco interessante, mas em alguns momentos ele acerta, e é bacana. Sou muito mais inclinado a dar mais valor a esse tipo de pessoa do que o academicismo aborrecido de, por exemplo, uma Contracampo da vida. Mais até que um texto engessado como de um Villaça.

     

    Mas estou fingindo que ele não disse aquelas coisas (nada contra a opinião em si, mas aquelas referências!) sobre Vicky cristina barcelona. Haha.

     

  5. Estive pensando agora há pouco. Até mais ou menos metade do filme, com exceção do casal principal, só tem imbecil passeando na tela. Ou o que é pior: gente tratada assim. Quando não os dois ao mesmo tempo.

     

    E salvo uma cena, praticamente nada dos outros episódios me pareceu realmente bom. Está lá só para que os personagens agreguem algo à sua mochila de viagens, de modo a contribuir pra conclusão, pro desfecho das coisas. Como se estivessem lendo diferentes versões sobre um determinado assunto numa página da Wikipédia.

     

    Não desceu mesmo.

     

  6.  

    Deve ser alguma herança do teatro, não sei. Mas me intriga como a mente desse sujeito entende que cada personagem deve surgir com uma seta na cabeça indicando o que ele é e para que serve (o casal zen, os avós porra-louca, a mãe adotiva que não engravida etc.). Parecem rótulos ambulantes. Inclusive as situações do road movie, que de tão calculadas parecem móveis encomendados sob medida para uma sala de estar.

     

    Tudo tem que estar em cena para dar prosseguimento à estória - que, neste caso, é desenvolvida com um mau gosto gritante. Três dos seis episódios são constrangedores, tamanha sua idiotice. É um negócio tão ruim, tão bobo, que não agrega e nem faz rir, só exerce sua função de dar sequência ao todo. Sério, é deprimente. Não sei se chamo de ruins os que sobram, mas não enxerguei rigorosamente nada de especial neles, quando muito.

     

    O lado positivo é que pelo menos o Mendes finalmente aprendeu a olhar seus protagonistas com lentes mais humanas, mais carinhosas. É um avanço.

     

     

    Gago2009-10-03 03:18:58

  7. O filme narra a estória de um relacionamento marcado pelo confronto entre a visão moderna dos romances e a velha idealização do amor. É interessante, mas o problema é que eu não vejo nada de maravilhoso ou especial por trás disso tudo. A sensação que eu tive é que o diretor (ou o roteirista, vai saber) percebeu que não tinha um texto dramaturgicamente rico nas mãos, e então resolveu maquiar a falta de profundidade do material com, por exemplo, os vaivéns temporais que seguem a lógica de um ioiô - eles apenas contrastam a felicidade/tristeza de Tom em momentos distintos. Dá espaço prumas risadas e só. E boa parte do todo é mais ou menos calcado nisso, equilibrando o relacionamento com referências à cultura pop (Smiths, Beatles, Belle Sebastian, Nintendo Wii etc.). O resultado é um filme moderninho, bonitinho e constantemente engraçadinho, mas que não me pareceu ter nada de mais.

    Gago2009-10-02 15:12:31

  8. Arrã.

     

    E o curioso é que apesar dele ter se consagrado já no final da década de 70, meus dois Allen favoritos foram feitos num espaço de tempo de três anos, mais precisamente entre 89 e 92. Eu já tinha comigo que Crimes e pecados é um dos melhores filmes desse mundo e um Woody Allen superior. E esse Maridos e esposas é maravilhoso, cara. Segundo lugar fácil.

     

    Estou com Memórias arrumadinho aqui, é só dar o play. Talvez eu o assista ainda nesta noite.

     

     

  9. Maridos e esposas, finalmente. Agora, mais do que nunca, é que eu não compreendo mesmo como vocês não acham que a qualidade dos filmes caiu vertiginosamente com o passar dos anos. Com exceção de Crimes e pecados, eu não consigo lembrar de outra situação na qual o Allen trabalhou com tanta clareza de idéias quanto aqui. É um catálogo completo das neuroses, inseguranças, medos e insatisfações de uma relação matrimonial. Nada é gratuito ou superficial. Ele vai fundo, talvez imbuído com a curiosidade de quem sabe que não vai encontrar respostas fáceis, algo definitivo. E a câmera é o compêndio pulsante disso. Espetacular.

     

  10. É, tô achando esse ano ótimo, ao contrário de umas opiniões que andei lendo por aí. O meu segundo favorito, pasme!, é Up. E ainda tem outras coisinhas deliciosamente boas, como Coraline, O casamento de rachel, Gran torino, Simplesmente feliz e Inimigos públicos (não sei, mas talvez nessa ordem mesmo). Pra estrear, tem Deixe ela entrar, que é maravilhoso. E outros que não vi, mas cuja assinatura indica coisa provavelmente muito boa vindo por aí, tipo Bastardos inglórios e A serious man.

     

  11.  

     

    O negócio é que a minha visão é extremamente parecida com essa do Foras. Eu acho triste porque ele não ama a personagem da Shaw. E é otimista sob o prisma de um grande altruísmo da parte dele, entende? Já que a Platrow não oferecerá aquilo que ele precisa pra viver, ele parte para o suicídio - o que faz todo sentido dentro da lógica do filme. Até que o Phoenix percebe que pode fazer pela Vinessa tudo aquilo que a outra não pôde dar a ele. Eu só não sei dizer com certeza se eu acho que ele comete um suicídio emocional ao voltar pra casa, porque talvez exista a possibilidade dele sentir alguma satisfação com a vida futura, apesar de provavelmente nunca encontrar a felicidade plena. Não sei.

     

    Sério, eu não posso deixar de repetir que este é o melhor filme desse e de muitos outros anos.

     

     

     

    Gago2009-10-01 16:16:15

×
×
  • Create New...