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Forum Cinema em Cena

SergioB.

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Everything posted by SergioB.

  1. "Pear Cider and Cigaretes", outra produção canadense, é o mais diferente dentre os indicados em curtas de animação. Pra começar, é o mais longo, 35 minutos. Não conta a história através da animação, pois é narrado. Se por acaso a voz sumisse, não seria possível entendê-la adequadamente através do desenho. É dizer: a animação apenas ilustra o que é dito. A respeito dos traços, parece uma HQ! Uma HQ que foi filmada. É legal, a música é ótima, é "indie" o suficiente para me entreter, mas...como cinema...não sei se seria merecido ganhar. Robert Valley, primeira indicação.
  2. "Blind,Vaysha", curta de animação: pouco mais de 8 minutos. Chega a ser tenebroso pensar que todos nós olhamos o mundo, ou melhor, somos cegos, como Vaysha. A premissa batida da relação passado-presente-futuro sai rejuvenescida pelo trabalho desse búlgaro (embora a produção seja canadense) Theodore Ushev (primeira indicação). A animação parece um cordel. Um sombrio cordel. Maravilhoso!
  3. "Borrowed Time", curta de animação: menos de 7 minutos, 5 anos de trabalho. Uma situação-limite, com a categoria ímpar dos profissionais da Pixar, embalada pela trilha do Gustavo Santaolalla, Primeira indicação dos animadores Andrew Coats ("Brave", Inside Out") e Lou Hamou-Lhadj ("Brave", "The Good Dinosaur"), e, segundo as palavras deles: foi feita pensando nos adultos. Para mostrar que qualquer história pode ser feita pela técnica de animação. Ninguém tem mais dúvida. O esqueleto do cavalo no final me impressionou. Mais dramaticidade do que muita coisa por aí. Sensacional.
  4. Deixei "Life, Animated", para o finzinho, pois achei que seria bobo, e - Nu!!! - que coisa maravilhosa! Fiquei emocionado. Sério que não tem chance? Ganhou o prêmio de direção em Sundance. Li algumas declarações de voto hoje, e todos votaram nele para documentário, pois o consideraram o mais otimista. Essa categoria todo ano me deixa sem saber o que fazer das mãos e dos pés. É muito talento, é muita história bonita, é muita história importante, é muita coragem. Que montagem é essa? Profunda simbiose dos momentos da vida do cara com os desenhos da tela. Este doc é do primeiro negro (e gay) a ganhar um Oscar de Direção, Roger Rosso Williams. Foi na categoria curta de documentário. Minha única preocupação foi verificar se a Disney entrou como produtora, pois aí seria um pouquinho complicado, mas até onde pesquisei, não. Ponto negativo: A presença da câmera, de per si, torna algumas situações mais auspiciosas do que realmente seriam caso não estivesse lá. Por exemplo, a entrevista de emprego. Não acuso de ser "armado", mas é quase artificioso.
  5. O Gust84 postou ontem um vídeo que destaca o papel da linguagem no cinema. Como indica a conhecida frase do Lacan: "Il n`y a pas de hors-texte", "não há nada fora do texto". Lacan quer dizer que somos seres textuais: não é que a linguagem expressa o pensamento; não, a linguagem faz mais que isso, ela constitui o pensamento! Daí meu apreço cada vez maior por "Arrival", pela sua compreensão semiótica da comunicação. Este nariz de cera é só pra dizer que entendo a profundidade de "20th Centurry Women" para além dos limites de uma simples comédia bem feita, e para além da questão feminina. "Manchester By the Sea" e este novo filme de Mike Mills trabalham a linguagem no diapasão do Realismo do jeito que eu mais amo: sem usar palavras de alarde. Na verdade, "Manchester by The Sea" faz isso em sua inteireza, por isso meu voto em Roteiro Original seria para ele. Não há frases de feito. Todas as frases são mundanas, do jeito que uma pessoa comum falaria, e não como um sábio, ou um ilustrado falariam. Em "20 Century Women", é preciso que haja frases de efeito pois quer-se mostrar a originalidade, a excentricidade, e a inteligência daquela mãe e daquela família. De todo modo, Lonergan e Mills são superescritores, os dois verdadeiras bênçãos na indústria, profissionais prosadores. Sim, muita gente poderia dizer que eles são "poetas", como uma forma de elogio. Mas querendo ser gentis, estarão errados. A unidade do poeta é a palavra, a unidade do prosador é a frase. Eles são prosadores da melhor qualidade, além de organizarem a ação dramatúrgica muito bem ( função basilar do roteiro). Pensem na cena da Michelle Williams, sim, naquela cena, "a" cena: não há nenhuma palavra espetaculosa naquele diálogo; ao contrário, ele é poroso, quebrado, não há nenhum vocábulo tirado do fundo de um dicionário, que feche o filme com efeito de 5 minutos. Ao contrário, tudo é banal, convincente, e realista. Mas, voltando ao foco, "20th Century..." requer frases estupendas! Senão a família especial não seria especial. E é preciso dizer que aqui é outro acerto, um acerto que vem desde "Begginers": a elaboração de uma nova forma de família - sem núcleo, sem árvore genealógica, família antiBolsonaro, família de laço de afeto. E é numa reunião à mesa, como convém às famílias, que a palavra menstruação nunca mais será a mesma no cinema. Que cena! E o que é a frase na boca do ator certo: Billy Crudup, Greta Gerwig, o rapazinho, putz, arrasaram. Cadê esse povo no SAG de elenco? Mais uma vez o lançamento tardio prejudica a carreira de um filme. Mas o filme não seria espetacular se não fosse "la" Bening! Dei risada de um carinha que berrou na internet: "Justice for Annette!!!" É bem isso. Daqui pra frente, além de "LulaPresoAmanhã", este será um lema a proferir-se. Que atuação! É claro que...qualquer atriz daria um banho com esse personagem. Grande parte do mérito cabe ao Roteiro. Mas ela conseguiu passar toda a humanidade da personagem. As cenas de dança me encantaram. É uma enciclopedia de gestos e expressões. Como é que essa mulher não tem um Oscar, gente? "Justice for Annette!!!". É preciso escrever isso em letras garrafais. Vamos colar pôsteres nos muros. Contratar um avião para fazer propaganda na praia. Inserir em biscoitos da sorte. Justice for Annette!
  6. Gente, "20th Century Women"...
  7. "Silence" separa os homens dos meninos. "É longo"; "é cansativo"; "poderia ter 40 minutos a menos", "muito parado", "chato", "zzzzzz". O processo de imbecilização da sociedade pode ser constatado quando nos deparamos com esse tipo de reação. O cinema agora só é bom quando é agil, dura menos que duas horas, e é feito de cortes mil. Filmes de 161 minutos como "Silence" são encarados como desafios à rotina (cada geração tem um "Sátantangó" que merece). Afinal de contas, ninguém tem tempo a perder. Como acompanho Oscar há muito tempo, sempre temi pelo lançamento tardio de qualquer filme jogado para os confins de dezembro. "Silence" não foi visto, como prova sua bilheteria, nem teve tempo para ser discutido, estimado, ou ser suficientemente embalado pelo marketing. No início das previsões, era meu virtual papa-Oscar. Trouxa eu? Sim, sempre. Subestimei seu aspecto pouco americano, seu tema indigesto, sua profundidade incomunicável. Pois é, ele é duro, é complexo, é agoniante. É difícil, also, de ser gostado. Como sempre ressalto, "gostar tem muitos caminhos". Assim como Deus. Que a genial Hilda Hilst tratava por "D_us", assim mesmo, como uma letra faltando. Porque é na falta, ou no silêncio, que ele está. Roteiro fidelíssimo ao livro; com um show de atuação dos atores japoneses; um Andrew Garfield dando conta do recado (embora não esteja excepcional. Implico com os vários movimentos de cabeça em negação dele - o que para este filme - é um gesto que não cabe bem) em um papel muito difícil; uma fotografia naturalística ( não exatamente o aspecto técnico que mais me encantou); um trabalho de som excepcional - dada a ausência de música- que valeu-se do som de cigarras, chuva, mar, pássaros; um design de produção que limou a opulência artística japonesa para privilegiar a esterilidade da forma; enfim, eu, como ateu, adorei o filme (E ainda tem "risada amalucada", gênero de cenas que eu coleciono). E é o meu ateísmo que me faz entender muito bem o que é a perseguição, o que é a resignação, e o que é o silêncio. Martin Scorsese, louvado seja!
  8. Serve a um bom exercício comparativo confrontar o excelente "Fire at Sea" e este excelente "4.1 Miles". O que um evita, o outro explicita. O que é relato diuturno, no outro é imagem flagrante do real. A diretora indicada, Daphne Matziaraki, é uma jovem grega, que ganhou com o curta o prêmio estudantil da Academia em 2016. Dramático, comovente, agoniante. Ia escrever "urgente", mas sinto que a pauta do mundo mudou. embora o problema não tenha fim.
  9. Gust84. muito obrigado. "Arrival", discussão semiótica, e ainda tem Tarkovsky! Adorei! Pablo declarou recentemente que "Arrival" é o predileto dele nesta temporada. Eu vou colocar o meu ranking final no sábado. No momento, estou dedicado a ver a os últimos curtas.
  10. Jailcante, não mencionaram o ótimo "Miss Sloane", com uma atuação formidável da Jessica Chastain.
  11. Cinema Audio Society Awards: Motion Picture – Live Action “La La Land” Production Mixer: Steven Morrow, CAS Re-recording Mixer: Andy Nelson, CAS Re-recording Mixer: Ai-Ling Lee Scoring Mixer: Nicholai Baxter ADR Mixer: David Betancourt Foley Mixer: James Ashwill Motion Picture – Animated “Finding Dory” Original Dialogue Mixer: Doc Kane, CAS Re-recording Mixer: Nathan Nance Re-recording Mixer: Michael Semanick, CAS Scoring Mixer: Thomas Vicari, CAS Foley Mixer: Scott Curtis Motion Picture – Documentary “The Music of Strangers: Yo-Yo Ma and The Silk Road Ensemble” Production Mixer: Dimitri Tisseyre Production Mixer: Dennis Hamlin Re-recording Mixer: Peter Horner
  12. 2017 Writers Guild Awards Winners: FILM WINNERS ORIGINAL SCREENPLAY Moonlight, Screenplay by Barry Jenkins, Story by Tarell Alvin McCraney; A24 ADAPTED SCREENPLAY Arrival, Screenplay by Eric Heisserer; Based on the Story “Story of Your Life” by Ted Chiang; Paramount Pictures DOCUMENTARY SCREENPLAY Command and Control, Telescript by Robert Kenner & Eric Schlosser, Story by Brian Pearle and Kim Roberts; Based on the book Command and Control by Eric Schlosser; American Experience Films Lembrete: "Lion" e "The Lobster" não elegíveis.
  13. Make-Up and Hairstylists Guild Winners: Winners for Feature Length Motion Picture (Feature Films): BEST CONTEMPORARY MAKE-UP Nocturnal Animals Make-Up Artists: Donald Mowat, Malanie J. Romero, Elaine Offers BEST CONTEMPORARY HAIR STYLING La La Land Hair Stylists: Barbara Lorenz, Jackie Masteran, Frida Aradottir BEST PERIOD AND/OR CHARACTER MAKE-UP Suicide Squad Make-Up Artist: Alessandro Bertolazzi BEST PERIOD AND/OR CHARACTER HAIR STYLING Hail, Caesar! Hair Stylists: Cydney Cornell, Pauletta Lewis-Irwin, Matt Danon BEST SPECIAL MAKE-UP EFFECTS Star Trek Beyond Make-Up Artists: Joel Harlow, Richie Alonzo
  14. Eu nunca poderia esperar que a cena mais ridícula do ano estivesse presente em um filme do Ang Lee, mas está. "Billy Lynn`s Long Halftime Walk" é muito ruim, mesmo! Dá pena da gente, dá pena de mim, ter considerado um dia que ele ia ser indicado a tudo. Só Joe Alwyn e a Fotografia do John Toll se salvam. Por que fazer um filme assim?
  15. Sem filme do Oscar, acabei vendo Pequeno Segredo. Que não foi, não é, nem jamais seria um filme digno de Oscar. O que deu na cabeça dessas pessoas do comitê? Só porque o filme é - vamos dizer assim - transnacional? Falado parcialmente em inglês? Arruinado pela péssima escolha da criança, arruinado pela onipresente trilha sonora, arruinado pelo roteiro medíocre, arruinado pela direção tola (o finalzinho é especialmente terrível, parecia um comercial de sabão em pó), quase arruinado pelo Marcello Antonony - um dos piores atores da nossa tv - que aqui nem teve chance de arruinar o filme, mas que com mais 1 ou 2 minutos de certeza o faria, o filme é arruinado principalmente porque supõe que irá emocionar pela questão de saúde imanente à história, mas não. Supõe errado. Não é por causa da doença que irá emocionar. A emoção viria pelo esmero na estrutura, e não pelo tema em si. Aliás, teve um pouco de emoção sim. Quando aparecem as imagens reais, de arquivo. Fico imaginando que belo curta de documentário ele poderia ser. Entretanto, como filme, é pra gente passar com o carro, ou com o veleiro em cima, e, não sei se veleiro tem marcha à ré, voltar atrás e passar por cima de novo pra conferir se foi fatal ou não.
  16. Viram o "Live By Night"? Toda a parte técnica poderia estar indicada, principalmente o monumental trabalho do Jess Gonchor e da Jacqueline West, mas a (não) atuação do Ben Affleck arruinou o filme. Aquela cara de paisagem de sempre. A história do Dennis Lehane foi respeitada em linhas gerais, mas eles aceleraram demais o princípio (tipo, umas 160 páginas foram contadas em 8 minutos!) e cortaram a cena mais apavorante de violência que vocês possam imaginar. Dessossaram o personagem da Zoe Saldana que poderia lhe dar uma indicação. Apostei muito nele no início das previsões, mas não tem jeito. Ficou só no potencial. Vou doar o livro amanhã mesmo.
  17. BAFTA Awards: Best Film: La La Land – Fred Berger, Jordan Horowitz, Marc Platt Best Director: Damien Chazelle, La La Land Best Actor: Casey Affleck – Manchester by the Sea Best Actress: Emma Stone – La La Land Supporting Actor: Dev Patel – Lion Supporting Actress: Viola Davis – Fences Cinematography: La La Land – Linus Sandgren Best Original Screenplay: Manchester by the Sea – Kenneth Lonergan Adapted Screenplay: Lion – Luke Davies Outstanding British debut: Under the Shadow – Babak Anvari, Emily Leo, Oliver Roskill, Lucan Toh Film Not in the English Language: Son of Saul – László Nemes Best Animated Film: Kubo and the Two Strings – Travis Knight Documentary: 13TH – Ava DuVernay Special Visual Effects: The Jungle Book – Robert Legato, Dan Lemmon, Andrew R. Jones, Adam Valdez Production Design: Fantastic Beasts and Where to Find Them – Stuart Craig, Anna Pinnock Editing: Hacksaw Ridge – John Gilbert Sound: Arrival – Claude La Haye, Bernard Gariépy Strobl, Sylvain Bellemare Costume Design: Jackie – Madeline Fontaine Original Music: La La Land – Justin Hurwitz Make-Up & Hair: Florence Foster Jenkins – J. Roy Helland, Daniel Phillips British Short Film: Home – Shpat Deda, Afolabi Kuti, Daniel Mulloy, Scott O’Donnell British Short Animation: A Love Story – Khaled Gad, Anushka Kishani Naanayakkara, Elena Ruscombe-King Best British Film: I, Daniel Blake – Ken Loach EE Rising Star Award: Tom Holland
  18. Minha única curiosidade no BAFTA acaba de ser respondida: Best Supporting Actor: Dev Patel, "Lion".
  19. ADG Art Directors Guild Award: FILM Contemporary Feature Film LA LA LAND Production Designer: DAVID WASCO Period Feature Film HIDDEN FIGURES Production Designer: WYNN THOMAS Fantasy Feature Film PASSENGERS Production Designer: GUY HENDRIX DYAS
  20. "Gente bonita da internet", deem uma ajudinha a um OscarManíaco: Minha vida de Abobrinha I am not your negro Watani: My homeland Mindenki Silent Nights La femme et le TGV Pear Cider and Cigarettes Vaysha, a cega Ennemis intérieurs Timecode Onde? Quando? Como?
  21. Mozts, o CGI é muito convincente e foi pouco usado (nada de "Malévola" ou "300" por aqui). Você sabia que todas aquelas explosões de lama foram reais? Eles procuraram usar fogo de verdade, até o limite do possível. Eu fiquei muito encantado com essa parte "mão na massa" do filme.
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