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Forum Cinema em Cena

Alexei

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Everything posted by Alexei

  1. Realmente eu vi o original. Não apenas bom, Kairo é um dos melhores filmes dessa década inteira. Esse remake eu nem tive interesse, pra ser sincero.
  2. Gostei do filme quando o vi, e depois ele foi ficando cada vez mais intenso na minha cabeça. Sensacional a maneira que o James Gray utiliza para demonstrar a progressiva infelicidade de Bobby ao tentar corresponder às expectativas do pai e do irmão. Sufocado por tantas regras e senso de responsabilidade, por si e por terceiros, ele termina o filme como uma sombra de quem tinha sido, infeliz e sozinho. Há cinco cenas que eu considero espetaculares: os amassos no sofá, a noite na boate intercalada com a confraternização dos policiais (uma relação quase yin/yang, muito bem bolada e executada), a invasão da fábrica de drogas, a perseguição de carro na chuva e o cerco no trigal. Em todas elas Gray mostra não só domínio técnico, mas muita sensibilidade estética também, com enquadramentos lindos mesmo. E quando a Eva Mendes aparece, o filme é dela. Em todos os sentidos. Numa só palavra: excelente.Alexei2007-11-21 19:06:50
  3. Ainda não vi Psicose II nem revi A Missão, por isso vou ficar devendo ao Dook e ao Jail. O filme da Agnieska Holland eu vi só um pedaço, mas li a resenha ainda assim e gostei bastante, embora ache que a pontuação possa melhorar em algumas passagens (mas esse é um aspecto de menor importância). A escolha da fonte foi uma ótima sacada. Parabéns, Fe! A do ltr está excelente. Curta como eu gosto, com boa capacidade de síntese (o filme todo está aí) e ótimo uso das palavras. Como ele, também acho que essa parte do meio da trilogia é a mais fraca, mas Igualdade não deixa de ser bem interessante, apesar de irregular. Parabéns, garoto!
  4. Alexei

    1408

    É terrível. 1408 falha no que mais tenta acertar, que é a construção de um drama entrecortando o suspense (para dar conteúdo a esse último). É tudo muito primário e na hora em que a motivação por trás do estilo caça-fantasmas do protagonista é revelada, dá vontade de rir, tamanha sua simploriedade. Não dá certo fazer um filme em camadas assim, drama-suspense-drama-suspense, se a massa da lasanha já estava estragada. Mas o filme tem uma cena que, isolada, é muito bonita, quando Mike abraça a garotinha. O que faria John Cusack com um material melhor e em mãos mais habilidosas?
  5. Obrigado, Fe e Dook. Nos meus textos tento ser sintético ao máximo, na verdade. É uma filosofia minha mesmo, de deixar que o leitor se interesse para ver ou rever o filme a partir da leitura, sem necessariamente fazer um esmiuçamento de todos os conteúdos (às vezes eu até faço isso, às vezes não). É muito mais prazeroso - e eficaz - ter o insight durante a exibição do filme do que lê-lo em algum lugar. Pelo menos na minha opinião. Sem falar que isso fomenta a discussão no tópico, uma coisa que o Cineclube está precisando.
  6. Ótima a resenha. O texto revela cuidado até mesmo na escolha da cor que reproduz versos das músicas e a respectiva tradução. Parabéns, Rike! O que eu mais gosto nesse filme - meu preferido dessa cineasta - é a maneira como Sofia Coppola retratou Maria Antonieta como uma garota que fez o possível e que acertou mais que errou, dadas as circunstâncias. Para transmitir essa idéia a diretora deu um caráter atemporal à personagem, retirando dos seus ombros o peso de sua própria mitologia. Muito bom esse filme, dos melhores que passaram nos cinemas este ano.
  7. Uma cena desse filme que eu adoro mas esqueci de comentar é a da luta entre o animador de cassino e o marciano. Além de ser hilária, passa muito bem a idéia de semelhança que o Tim Burton emprestou a marcianos e terráqueos. No fundo, ambos são farinha do mesmo saco: se a superioridade tecnológica fosse dos humanos e não dos aliens, certamente estaríamos fazendo o mesmo estrago em Marte. O curioso é que em Independence Day também há uma cena na qual um humano (Will Smith, se não me engano) sai no muque com um alienígena. Ao contrário do que ocorre em Marte Ataca!, não sei dizer qual era a intenção do Roland Emmerich com isso, mas ficou uma coisa muito tosca (tanto quanto é aquele filme como um todo).
  8. Li a resenha e desta vez posso comentar, já que revi o filme há pouco tempo. Gostei muito do texto do Silva, principalmente pelos paralelos entre o filme e a cultura e a sociedade atuais. O segundo parágrafo é o meu preferido. Excelente! Quanto ao filme, adoro Marte Ataca!, sua linguagem agressiva e o cuidado do Burton com o visual (como o Silva apontou). Desenho de produção e figurinos perfeitos, sem falar na musiquinha que toca quando as naves marcianas aparecem. Há momentos que eu choro de rir ao mesmo tempo em que fico impressionado com sua acidez descontrolada. O alvo principal é o american way of life mesmo, mas tolices sociais não são privilégio dos ianques de jeito nenhum. Todos nós temos algo a aproveitar desse filme, um mea culpa pela alienação, pela pobreza estética e pela ganância da humanidade. Parabéns ao Silva e ao Cineclube pela excelência das discussões que ele proporciona (e cabe a nós desenvolvê-las).
  9. Esse é o diretor cujo trabalho eu mais me identifico. Todos os filmes do Truffaut fazem uma conexão imediata com minha alma, é uma coisa impressionante. Ajuda o fato de ele ter uma estética tão apurada e construir personagens tão fascinantes. A iniciativa do post que abriu o tópico é ótima, mas há dois links no YouTube que eu quero destacar. O primeiro deles é a canção Le Tourbillon, do filme Jules e Jim. Esse é o filme mais bonito que eu já vi na minha vida, acredito, e a cena (sem o fullscreen, que mata qualquer estética) é tão linda quanto a canção na voz de Jeanne Moreau: http://www.youtube.com/watch?v=1JH3O4HSs7g O segundo é o trabalho extraordinário do Georges Delerue, que compôs a trilha sonora para o filme A Noite Americana. Esse filme do Truffaut é muito interessante por contar um pouco das dificuldades que o diretor enfrenta para fazer um filme: http://www.youtube.com/watch?v=OF6Y5oCzFoI Para quem quiser se familiarizar com a obra desse diretor, o mais lírico de todos os tempos, esses links são uma boa pedida. Não esqueçam de aumentar o volume!
  10. Também acho que o brilho se deve aos interlocutores, não ao filme. Aliás, toda a minha participação aqui se deveu a uma observação em particular do Foras que me motivou a escrever sobre as possíveis causas para o Shyamalan fazer esse filme. Dook, qualquer dia eu vou ao tópico apropriado (aquele antro de malucos) escrever sobre ele. Coisas que a gente só faz em consideração aos amigos, ahahaha!
  11. Isso tudo ganhou ares de surrealismo. Se eu estivesse numa mesa de bar, estaria rindo dessa confusão toda, exatamente como estou agora! Ainda teria muitas outras coisas pra esclarecer, mas fazê-lo seria alimentar um processo que não tem mais fim. Falar desse filme aqui é muito cansativo (ainda mais o 'filme', que nem vale a pena) e os argumentos nunca são suficientes, como o Scofield mencionou. Mas tem uma coisa que, talvez, valha a pena mencionar, Dook. E para isso eu vou utilizar o Scofield como exemplo. Nosso Scofa aqui detesta todos os filmes que ele já viu de um diretor que eu adoro, o Pedro Almodóvar. Se eu fosse fazer um top de 10 diretores, Almodóvar estaria lá, nas cabeças. Se o Scofa fosse fazer um bottom de diretores, provavelmente ele também estaria lá. Eu poderia muito bem pensar que ele não tem capacidade para entender os filmes do Almodóvar, ou que falta boa vontade para embarcar na proposta do Pedro, não é mesmo? Mas eu não ajo assim. Justamente por saber que se trata do Scofield, um cara com sentidos muito apurados e excepcional capacidade de compreensão (sem falar na maturidade e sensatez, mas isso é outra história), eu nunca pedi pra ele explicações ou coisas semelhantes. Torço para que, um dia, ele consiga se divertir e aprender com os filmes do Almodóvar tanto quanto eu. E se isso não acontecer, tudo bem, ele será feliz do mesmo jeito. Uma das grandes questões que surgiram aqui é que você desqualifica quem pensa diferente, Dook. Foi assim comigo e, possivelmente, com o Troy há duas ou três páginas atrás. No caso do 'filme', você não cojita a possibilidade de uma pessoa tê-lo entendido e não gostado. Para você, falta a essa pessoa capacidade intelectual, percepção ou boa vontade, não há outra explicação. Isso esteve tão claro aqui quanto no tópico do 'filme', que tem posts como esses na página 54: Essa desqualificação não é argumento, Dook. É a morte dele, o anti-argumento. Meu receio é que isso esteja tão entranhado na sua ação que você nem perceba quando faz. E o mais interessante é que se você fosse um sujeito que não valesse a pena, nem eu nem o Scofield (que foi mais abrangente e não se limitou a você, já eu estou aproximando o foco) estaríamos lhe alertando. Seria menos cansativo deixar para lá, simplesmente ignorar. Mas se eu perceber que não há como você fazer diferente, deixarei realmente pra lá. Não vou me privar do que você tem de bom só por causa disso. Também considero você meu amigo, só vou deixar de sê-lo se você quiser. Mas não estaria sendo amigo de verdade se visse uma coisa que considero profundamente equivocada no seu comportamento e não falasse nada. Percebe? É isso. E agora é que estou vendo que até o Rike foi citado, e como parâmetro negativo! Não me admira que esse garoto ande tão paranóico nesse fórum, haha! Rike meu filho, chegue aqui para andarmos de braços dados!
  12. Ainda que esse não seja o cerne do problema comigo (até por achar interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores), tomara que Shyamalan não tenha sido idiota a esse ponto. Seria como penalizar o público por acreditar em expectativas que ele mesmo cultivou. Quem esteve usando essa linguagem cinematográfica desde O Sexto Sentido? O espectador é que não foi. No dia em que o cineasta não acreditar na capacidade de sua própria platéia, ele está acabado. Melhor mudar de ofício (para um que não exija habilidades de comunicação, pelo menos). Exatamente por acreditar, que ele usou deste artifício, considerando que seu público (do qual eu também faço parte, sem me sentir "punido") entenderia a sua reversão de expectativa (terminando, pra mim, em algo muito mais excitante e memorável que o final de O Sexto Sentido, pra ficar no exemplo comum). Alex, você não acha que seria muito pior se ele continuasse abastecendo seu público com exatamente aquilo que este exigisse? Se ele não acreditasse na sua platéia, se não desse crédito à sua capacidade de adaptação frente a qualquer elemento que fuja àquilo que ela já esperasse, Shyamalan teria feito apenas mais um dos seus filmes de suspense, e se tornaria um diretor com fórmula colada na testa. Já eu me sinto punido se ele realmente tiver feito um filme ruim só para provar que não está preso à fórmula que ele mesmo elaborou. Em O Sexto Sentido a última coisa que me interessa é o final. Esse filme tem uma cena, maravilhosa (dentre tantas outras), na qual a mãe olha para o desenho feito pelo suor do próprio filho numa mesa. Naquele momento poético até morrer, ela entende que está acontecendo algo muito errado com ele, mas não alcança e, por isso mesmo, se sente incapaz de ajudar. Aquele suor tem muita história. Tem mais significado, mais empatia, mais compreensão da alma humana do que todos os intermináveis minutos do filme que eu agora me recuso a escrever o nome (será "o filme", hehe). O Sexto Sentido fala, entre outras coisas, da agonia de ver alguém sofrer e não poder fazer nada. Fala também de uma coisa até óbvia, que crianças podem sofrer tanto quanto adultos; nosso comportamento ao ver um garotinho se arrebentar no chão e chorar (dizemos "tá doendo não, passou, passou!", minimizando seu sofrimento) revela que essa lição, por mais banal que seja, ainda não foi adequadamente assimilada. É preciso falar dela muitas e muitas vezes. O filme tem muitas outras virtudes na minha opinião, tanto nas idéias quanto em sua execução, em um número tão grande que eu poderia passar o dia inteiro escrevendo, e nenhuma delas tem nada a ver com o fato de o tal lá já estar morto. Cada vez que eu o revejo, aprendo coisas novas e me divirto ainda mais. Nada disso eu obtenho com "o filme". Tanto nesse post quanto naquele tratado que eu escrevi para o Dook, você pode perceber que considero os três primeiros filmes do Shyamalan muito mais que meros suspenses. A quebra da fórmula não me diz nada se não vier acompanhada de um argumento inteligente e um desenvolvimento satisfatório. Nada disso eu vi no "filme". Devo vê-lo com bons olhos só pelo fato de seu diretor estar admitindo que se considera o umbigo do mundo e que, por isso, tem que fazer coisas só para saber que é capaz de contrariar sua própria fórmula? Não creio.
  13. Putz, tantas coisas pra ler e eu aqui engastalhado por causa desse filme! Esse será um post longo, Dook, também pelo fato de que será o último. Vou fazer como a Scarlett O'Hara e fazer uma promessa: nunca mais mencionarei o nome do filme A Vila novamente! Só assim esse encosto de filme sai de mim. Larga do meu pé, chulé! Ahaha Não vou picotar o post, por isso os números se referem aos seus parágrafos. Abra duas janelas, Dook, ou eu vou dizer que você é comodista... Hehehe 1. Não ofenda minha inteligência, é claro que eu já ouvi falar de força de expressão. Meu comentário inicial era muito mais jocoso com a expressão que você usou, 'heresia' (que tem um contexto religioso, algo muito apropriado para o culto que essa bobajada chamada A Vila tem nesse fórum). Mas estava meio pesado também, aí eu suavizei. E sim, meus argumentos são aqueles, mas não posso fazer nada se você não os considera suficientes. Eu os reli ontem e considero, sem nenhuma falsa modéstia, que são muito lúcidos. E sobre a comparação, não estou medindo cineastas, e sim temas e propostas. 2. Eu me expressei mal, na verdade. Deveria ter escrito que os últimos filmes do Shyamalan não são de todo ruins. No caso de A Vila, tem Dallas Howard e Roger Deakins, e só. O resto é crap. 3. Eu posso tirar minhas próprias conclusões mesmo? Sério? Olhe que eu vou usar isso depois, hein? Ahahah Esse trecho aí do London Observer não trouxe comparação alguma com a filmografia do Hitchcock. Isso está bem claro, aliás. Vertigo é querido pelos seus valores artísticos próprios, e não pelo fato de ter produzido um corte no modus operandi do diretor. Ainda assim, o que isso tem a ver com o ponto que eu comentei no post do Forasteiro? Estou falando do processo que move um diretor ao realizar um filme, e não de resultados. De público, de crítica ou de qualquer outra coisa. O que impele um diretor a fazer um filme? Se esse filme for boa arte, uma resposta sintética seria: ele quer dizer alguma coisa. O cinema é uma forma de linguagem, assim como são a pintura, a escultura e outras artes. Como ele também precisa pagar suas contas, há um interesse financeiro subjacente, e outros como auto-afirmação e vaidade também são possíveis, a lista pode ser longa. Se o diretor tiver outros interesses como primários, aí pode ser comércio ou outras coisas, mas arte, não. Esse é o foco da minha discussão. Todas as querelas sobre os méritos de A Vila (ou a ausência deles) não me interessam. O Forasteiro levantou a possibilidade de A Vila ter como objetivo primário desconstruir uma linguagem cinematográfica que o próprio diretor havia cimentado ao longo de vários anos. Se esse tiver sido a meta principal do filme, então repito: é uma idiotice sem tamanho. Usando os próprios termos do Forasteiro, chupe você seu próprio pau, diretor de merda. Você não fez outra coisa, aliás, desde que resolveu filmar tolices como A Vila ou A Dama na Água. Saia dessa auto-felação e traga uma proposta decente, sim? 4. Já respondi, no próprio filme. É muito interessante quando um diretor (ou um músico, ou um pintor) tem um objetivo quando da feitura de sua obra de arte que é incompatível com a linguagem que ele mesmo sedimentou. Isso faz com que ele e sua platéia tenham de se libertar, exercitar outros músculos sensoriais. Bom pra ele e bom para seu público. Por isso é que eu disse que a quebra de paradigmas é mais do que válida quando representa um instrumento, não o fim. Sozinha ela não passa de um mero agente confirmador da repetição do passado. Aí o Shyamalan é muito mais tolo do que eu pensava. 5. Também já me pronunciei sobre esse assunto, não é possível que você queira que eu fale novamente! Ainda assim, tem uma outra questão interessante nesse parágrafo. Nunca afirmei que o artista é refém do público, e sim que seria um absurdo o Shyamalan sacrificar a platéia desenvolvendo de maneira pobre uma premissa interessante apenas para provar para si mesmo e pros outros que pode fazer filmes sem twist endings. Seria uma estupidez de marca maior. 6. Já falei. E estou mais cansado do que antes com relação a esse filme e sua defesa intransigente dele, se é que isso é possível. 7. PUTA MERDA, nem tô acreditando nisso. É CLARO que é o diretor que gera essa expectativa, cacete! Shyamalan faz seu primeiro filme, o público: uau, uma surpresa! Segundo filme: uma surpresa também. tecreiro filme, outra surpresa. Quarto filme: cadê a surpresa? Ah ok, não tem, ou tem uma que nem é muito importante. Mas peraí, você fez um filme só pra me dizer que pode não usar de surpresas? É incrível como você troca as bolas e distorce o que eu escrevi. Nunca afirmei que é papel do diretor satisfazer as expectativas do público, mas isso você não entende, por mais que eu digite aqui. E se não é o meu caso de ser comodista ou qualquer outro defeito que você insiste em atribuir à platéia e não ao diretor (se esquecendo que o sucesso da comunicação depende também de quem fala, e não apenas de quem ouve), porque voce está se referindo a isso? Sabe o que eu acho, rapaz? Que você se morde pelo fato de A Vila não ter a mesma receptividade dos outros filmes desse diretor, ou pelo filme ter sido um fracasso (de crítica ou de público ou sei lá do quê, eu nem me importo). Depois de ler toda essa tempestade num copo d'água, é o que me parece. Se eu fosse você, deixava isso pra lá. Abandone essa cruzada de querer que as pessoas gostem do filme mesmo que a fórceps. Além de poupar cansaço pra você e para os outros, vai te permitir aproveitar mais o filme, sem esse ranço todo. Opa, mas conselhos assim parecem que eu estou querendo ficar por cima da carne seca, então deixa pra lá. Ehehe 8. Não, eu estou de bom humor sim. Minha impaciência é pelo fato de que essa merda de filme só traz complicações para quem não gosta. Não gostou, o pobre tem sua existência aqui transformada num inferno, é obrigado a justificar sua opinião tintim por tintim para os integrantes da PIS (Patrulha Ideológica do Shyamalan). E isso chega ao ponto de se insultar quem não gosta do filme, como fez o Forasteiro no post mais infeliz que eu já vi esse usuário, o bom Foras, escrever. 9 e 10. Não compreendo isso porque acho uma grande imbecilidade. Só pelo fato de o filme ser comercial, eu tenho que ser condescendente com ele? Ora francamente! Fazer pensar? Sinais me faz pensar muito mais sobre a cultura do medo do que A Vila. E com um bônus, ele ainda toca no poder de persuasão da TV. Mostra uma família completamente desestruturada e com uma TV como o único ponto de contato com o mundo exterior. E enquanto aqueles pobres coitados transformam a própria casa num bunker, o terror interior passa a comandar seus atos tanto quanto o exterior. Ótimo filme, cheio de insights interessantes, 10 vezes mais envolvente que aquela coisa insossa e tacanha que é A Vila. Como você pode ver, Dook, não é o comodismo que me impede de gostar do filme, e sim o fato de que eu o considero ruim mesmo. Graças a Deus, sou dotado de ótima inteligência, suficiente para perceber a maior parte das mensagens que o artista insere em suas obras, explícitas, implícitas ou mesmo subliminares. Mas não no caso de A Vila, um filme que não consegue ser uma alegoria social decente, não consegue ser um drama familiar decente, não consegue ser um suspense decente, não consegue ser porra nenhuma. Ufa, já deu. Esse filme é o próprio arquétipo de "queridinho do CeC", eu acho. Aceitem quem não gosta dele e sejam felizes, ó adoradores, sem insultar ninguém. Avho que esse foi o post mais longo que já escrevi aqui, Bati meu próprio recorde.
  14. O Maki é como a Hidra de Lerna. Quando uma cabeça é cortada, surgem duas no lugar.
  15. Não é heresia não' date=' é só uma opinião mesmo. Questionar nem iria adiantar muito, já que eu considero uma perda de tempo repetir todos aqueles argumentos de antes. Nem o filme vale a pena, diga-se de passagem. Isso não tem nada a ver com o que escrevi, mas ainda assim, a que fracasso você se refere? De público? De crítica? Nenhum dos dois atrapalha minha leitura de um filme, mas eu preciso saber de que dimensão de fracasso você está falando. E esse tal fracasso se deveu apenas à mudança de rumo? Ou outros fatores estão envolvidos? A quebra das expectativas que Vertigo - nos seus dizeres - representou é o fim ou apenas um meio? Talvez eu não tenha sido claro o suficiente quando comentei o que o Forasteiro tinha dado a entender, mas foi essa a minha ênfase. Não custa repetir, inclusive com as mesmas palavras: acho interessante quando o artista desafia esperanças de seus admiradores. Se isso se torna o próprio objetivo da obra de arte, no entanto, vira uma tolice sem tamanho. O confronto pelo confronto no caso de A Vila seria um grande atestado de mediocridade, algo do tipo "vejam, eu também sei dirigir filmes sem twist endings!" E daí? Quem deu a entender o contrário, cara pálida, a não ser você mesmo? Essa contradição absurda é que me levou a postar aqui; do contrário eu nem perderia meu tempo. Só pode ser um idiota a pessoa que faz uma coisa dessas, e é por isso que eu continuo dando ao Shyamalan (um sujeito que fez filmes maravilhosos como O Sexto Sentido e Corpo Fechado, e meu gosto por eles não tem nada, absolutamente nada a ver com surpresas) o benefício da dúvida. Por hora, enquanto estou de bom humor. Hehe E eu creio em ruindade do material mesmo. Sabe, a última coisa que eu sou ao ver um filme é preguiçoso. Devo até ter outros defeitos enquanto espectador, coisas que posso muito bem desconhecer. Mas má vontade para embarcar na proposta de um filme, não. Por se tratar de uma coisa que eu reservo tantas horas da minha semana, seria até muita esquizofrenia da minha parte se eu agisse assim.
  16. Já eu acho A Vila uma bosta. Bem filmada, é verdade (Roger Deakins?), mas uma bosta ainda assim. E não me refiro às surpresas, ou à quantidade delas, ou à falta delas, ou ao que diabos o diretor estava querendo dizer com aquilo. Comigo não rolou e não sinto nenhuma falta, na verdade.
  17. Essa foi uma ótima lembrança, Ana. Gosto muito desse filme do John Carpenter, Starman. Mas vi há tanto tempo (como, aliás, tudo o que já vi desse diretor) que nem consigo comentar mais. Hehe. E Shy, quanto a Contatos Imediatos, dê uma olhada no que foi escrito sobre ele no tópico Perdidos no Espaço, um festival do Cineclube em Cena.
  18. Eu também acho que 2001 não é um filme sobre alienígenas. Segundo o próprio Arthur Clarke, o monólito é uma ferramenta de trabalho construída para fomentar a inteligência. Ele é um artefato, não um ser pensante. Mas se fôssemos restringir a definição do tópico desta forma, quase nenhum filme cairia no conceito solicitado. Contatos Imediatos também tem seu foco nos humanos que recebem a convocação extraterrestre e nos efeitos que ela provoca (há outros temas também, mas essa é uma história longa). Por isso é que se formos falar de filmes com alienígenas, aí o campo é vasto: Guerra dos Mundos, Alien e outros que já foram citados. Marte Ataca! é um caso curioso: é um filme realmente sobre alienígenas, mas os marcianos são tão predatórios, escrotos, filhos da mãe etc. quanto os humanos.
  19. Essa foi uma observação muito perspicaz, além de correta (até onde sei). Além do Intrusos (que eu gosto muito e já li o livro), tem também os documentários sobre a Área 51, todos feitos para a TV. Ainda não vi nenhum deles. Saindo da área "filmes sobre alienígenas" e entrando numa outra dimensão, a de "filmes com alienígenas", aí posso citar Contatos Imediatos de Terceiro Grau. Ô filme espetacular! Também gosto muito do Invasores de Corpos, do Philip Kaufman (a refilmagem; não vi o original).
  20. Estou com a impressão que este tópico, apesar de ter começado com uma idéia muito interessante, virou uma partida de paintball entre deficientes visuais. Ninguém sabe que já foi eliminado, por isso todos continuam atirando. E dá-lhe tinta. O que eu entendi do post inicial é que o Forasteiro está alertando para o possível desvirtuamento da cinefilia. As pessoas estão vendo descontroladamente filmes complexos e de diretores cultuados muito mais para poder aumentar seu repertório - satisfazendo a vaidade - e menos para assimilá-los realmente. Estão olhando mas não estão vendo. E um possível sintoma disso seria a pouca densidade dos comentários, do tipo "eu nem gostei (ou nem entendi) tanto, mas certamente é uma obra-prima!". Se isso estiver realmente acontecendo, também me preocupa (concordo com o Forasteiro, portanto) porque ninguém está obrigado a se maravilhar só porque o filme é do diretor A ou B, e muito menos a elogiar quando não concordou ou mesmo não entendeu. Essa auto-violação é desnecessária porque o verdadeiro objetivo do filme, que é se comunicar com o espectador, não está sendo alcançado. Sendo assim, a mensagem definitiva é: não forcem a barra só para se gabar de estar vendo Atom Egoyan ou Peter Greenaway (citei-os porque nunca vi um só filme desses caras que fosse de fácil digestão), levem o tempo natural para assimilar filmes. Me corrija aí, Foras, se eu estiver enganado.
  21. Eu tive a impressão de ter visto um grande filme, dos melhores desse ano. Os Simpsons não perdeu a forma de jeito nenhum: continua esperto, antenado com os problemas da humanidade e - o melhor de tudo - capaz de fazer crítica e autocrítica com muito bom humor. São tantas e tão rápidas as cenas bacanas que minha impressão é que se o espectador espirrar ou olhar para o saco de pipoca, perde alguma gag tão genial quanto engraçada. Um exemplo disso é a cena na qual os fiéis desesperados de Springfield correm para o bar do Moe enquanto os bebuns, igualmente desesperados, correm... para a igreja! A alusão ao ciclo pecado / penitência / venda de indulgências (explícita ou implicitamente) pela Igreja / retorno ao pecado (e mais grave ainda, o tratamento da religião e da bebida enquanto válvulas de escape semelhantes) é uma das sacadas mais geniais que eu vi no cinema nesse ano e não dura mais que uns dois segundos. Piscou, perdeu. E embora a crítica ao american way of government seja a mais visível (sintetizada na redoma gigante, exemplo flagrante da política americana de esconder a sujeira embaixo do tapete, e não só em questões ambientais), a alienação, o consumismo e o preconceito são pragas que atingem qualquer sociedade, ianque ou não. Pra finalizar, acho que dizer "é um episódio esticado" me parece um grande elogio, talvez dos maiores que o filme poderia receber. Pra um grupo de artistas que tem o bom senso de gozar com a própria cara logo no começo (Homer: "não consigo acreditar que estamos pagando para ver uma coisa que temos de graça na TV! Se quer saber, todo mundo nesta sala de cinema é trouxa, especialmente você!"), a auto-comparação é mais que lisonjeira. Alexei2007-09-07 13:55:52
  22. Com spoilers. Gostei demais do filme. Esse é um para ser visto e revisto, já que muitas coisas estão implícitas. Um dos meus momentos preferidos é aquele em que Agnes olha para o microscópio e grita: "milhões!". É um ato de rompimento com a realidade que não tem mais volta, muito triste de ver. Um dos meus filmes preferidos dos últimos anos, Spider (do Cronemberg) também trata da esquizofrenia. Mas lá a dor é usada como caminho para a cura; aqui ela funciona como um sentido para a vida mesmo. Melhor ter um propósito do que ficar à deriva, como estava Agnes antes de conhecer Peter. Isso sim, é assustador. Mais do que qualquer cena isolada de um filme de terror convencional (o que o resto da platéia no cinema esperava, infelizmente).
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