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Forum Cinema em Cena

Alexei

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Everything posted by Alexei

  1. Acho Fantasia o máximo. Desde a abstração da abertura (Tocata e Fuga, do Bach) até a o balé surreal dos hipopótamos e crocodilos (A Dança das Horas, do Ponchielli) e o antagonismo entre o mal (Uma Noite no Monte Clavo) e a espiritualidade de Ave Maria (Schubert), o filme é, como afimou Disney, música para ser vista e cinema para ser ouvido. O meu excerto preferido é a Suíte Quebra-Nozes, do Tchaikovsky. Aquele balé das flores é lindo demais. A mamuska, então, é antológica.
  2. Tentei esse post antes, mas as imagens não apareceram. Vamos ver se agora a coisa dá certo. O gênero sci-fi/space opera foi o mais marcante em minha infância e adolescência. Todo mundo já gostou de filmes que, futuramente, iriam pensar "putz, e eu adorava esse lixo..." Desses guilty pleasures temporários que passavam na TV aberta, um dos que mais me marcou (e outros aqui também, aposto, pelos menos aqueles com mais de 25 anos!) foi Mercenários das Galáxias (Battle Beyond the Stars, 1980).<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> Convenhamos, o filme é um horror, tão ruim que chega a ser divertido. Orçamento extremamente limitado, efeitos visuais pífios (as cenas das naves disparando lasers e explodindo foram reaproveitada várias vezes no filme), atores incrivelmente canastrões e um roteiro que era uma reciclagem de um monte de outras coisas (<?:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />pensem em Os Sete Samurais encontra Star Wars), porém repleto de furos e clichês. Tinha a gostosona com os peitos saltando do decote, um cowboy espacial (que comia salsichas e tocava gaita, era o pior de todos), os ets superavançados (os Nestor), cada personagem mais unidimensional que o outro. Mas eu me divertia, e muito! E reparem quem era o diretor de arte do filme... O roteiro, apesar de muito chinfrim, foi assinado pelo John Sayles, que posteriormente viria a fazer filmes elogiados e que eu quero muito ver no futuro, Sunshine Estate, Estrela Solitária, Limbo e Casa dos Bebês. O vilão, Sador (John Saxon, invariavelmente com a mesma expressão o filme inteiro) A absurdamente peituda Sybill Danning, com sombra azul-cintilante no olho e tudo o mais que tinha direito! Não sei se naquele tempo já tinha silicone; se não, os boobs da garota são realmente uma proeza da natureza. Como é um filme que dificilmente aparecerá nas listas, achei uma boa relebrá-lo aqui. Recordar é viver!
  3. Diálogos e frases memoráveis: "Onde você vai?" "Preciso lavar minha vagina." "Quanto tempo vai levar?" "Uns 5 minutos. Você a quer limpa, não quer?" (Becky e Jack Horner, Boogie Nights) ____________________________ "Sei que você e o Frank estiveram planejando me desconectar, e isso é algo que não posso permitir." "De onde você tirou essa idéia, HAL?" "Dave, apesar de você ter tomado precauções para que não fosse ouvido, eu li seus lábios." (HAL e David Bowman, 2001 - Uma Odisséia no Espaço) ___________________________________________ "Estas são pessoas ordinárias em situações extraordinárias!" (Claude Lacombe, Contatos Imediatos de Terceiro Grau) ___________________________________________ "Tantos segredos e mentiras! Estamos todos sofrendo! Porque não podemos compartilhar nosso sofrimento? Passei minha vida inteira tentando fazer outras pessoas felizes, e as três que eu mais me importo se odeiam! E eu estou no meio disso!" (Maurice, Segredos e Mentiras) ________________________ "Todo mundo fala 'gostosuras ou travessuras'. É o que se faz aqui no dia das bruxas." "Como assim, eles se ajudam a fazer a festa do dia das bruxas?" "Ajudar na festa do dia das bruxas, não. Aqui na América você não pede ajuda. Você exige." (Johnny e Christy, Terra de Sonhos) ____________________________ Alexei2006-11-17 16:39:36
  4. É inacreditável, mas eu perdi o prazo para mandar minha crítica. A lista já estava pronta, com breves comentários sobre quase todos os filmes. Achei que a data final era 16, e não 13, e até tinha me programado para escrever sobre Contatos Imediatos no feriado de amanhã. Não deu. E Laranja Mecânica estava nela (assim como Rollerball, O Enigma de Andrômeda, Solaris...). Ali tem sociologia e psicologia de sobra.
  5. Não considero Hawks um dos melhores diretores de todos os tempos porque não tenho elementos para avaliá-lo, já que vi apenas Os Homens Preferem as Loiras e Paraíso Infernal, ambos excepcionais. Essa pergunta deveria ter sido feita ao Gago, que o citou como um de seus preferidos. Li em algum lugar que Sargento York fora exibido na TV, mas infelizmente perdi a oportunidade, se isso tiver ocorrido mesmo.
  6. n. 2! Desculpas mais que aceitas. Para que eu não fique monopolizando o tópico (acho que, se formos colocar no lápis, 10% ou mais dos posts no Cozinha são meus; tá bom de Alexei, não? Hahahah), já já começaremos a acertar os ponteiros via MP, inclusive quanto à minha contribuição naquele episódio e meus próprios pedidos de desculpas, igualmente necessários. Quanto ao costume ainda não posso prometer nada, já que velhos hábitos são difíceis de superar, mas terei isso que você afirmou em mente quando a gente trocar idéias de novo, beleza? Mais uma vez, parabéns, inclusive pela cultura geral. Muitas coisas interessantes na entrevista.
  7. Expus minha opinião sobre o tema numa pergunta feita pelo Forasteiro no Cozinha. Só pra não passar batido, concordo com a observação feita pelo Rubysun, no sentido de que não há nada puramente objetivo na análise de um filme, nem em seus aspectos técnicos. A fotografia do Batman Begins é um exemplo. A cenografia dO Fantasma da Ópera, outro. Conheço gente que adorou tais filmes nestes quesitos e outros que acharam escura demais e extravagante, respectivamente. Com quem está a razão? Também entendo que a crítica tem, sim, que ser agradável aos leitores. Do contrário não há sentido em publicá-la (melhor fazer um diário se você quer escrever para si próprio). Também deve haver um certo controle por parte do autor no tocante ao fator pessoal, pois o leitor quer a opinião de alguém com experiência no assunto e não seu perfil político e ideológico ou uma coleção de suas reminiscências.
  8. Alexei

    Volver

    Sou suspeito pra falar do Almodóvar. Ainda assim, posso dizer que vi um dos melhores filmes desse ano até agora. Volver é muito engraçado, muito bonito e muito triste. Acolhedor talvez seja a palavra mais exata para defini-lo. Almodóvar volta às mulheres e aqui expressa todo o seu amor por elas, sem endeusá-las em nenhum momento. O filme é construído apenas em torno de personagens femininos, todos eles fortes mas ao mesmo tempo imperfeitos, às vezes cruéis e com seus esqueletos no armário. Esse concepção de personagens completos, redondos, cujas condutas são congruentes no transcorrer de toda a projeção já vem desde A Lei do Desejo e melhora a cada filme que se segue. Almodóvar sabe que programações mentais e emocionais de uma vida inteira não se desfazem de uma hora para outra e essa grande verdade se sobressai no filme, especialmente em Raimunda, cuja transcendência nós temos apenas um vislumbre, e já ao final do filme. Sua jornada está apenas começando. Fotografia muito linda, com um equilíbrio de cores - branca e preta, inclusive - que mostra ainda mais maturidade do diretor. A seqüência em que a câmera passeia pelos vários vermelhos das camisas dos músicos até chegar a Raimunda é de uma plasticidade incrível. Muitos planos, especialmente na casa da Tia Paula, são tão bonitos quanto discretos - como a abertura no cemitério e a cena em que Sole vai ao velório repleto de carpideiras, filmada do alto -, pedindo uma segunda visita ao filme. A trilha do Alberto Iglesias, que nunca vi fazer nada ruim, também contribui muito. Carmem Maura, Penélope Cruz, Lola Dueñas, todas impecáveis sob a batuta do Almodóvar. Mas foi Blanca Portillo quem me partiu o coração mesmo. Os olhares, a linguagem corporal e o tom de sua voz são comoventes. Pode não ser o melhor Almodóvar. Provavelmente não é mesmo, mas vida e morte, real e surreal se misturam tão bem aqui que tornam Volver um filme muito bonito, vitorioso em todos os sentidos.
  9. Parabéns, Deadman, por sua sinceridade. Há coisas nessa entrevista que pouca gente, creio, teria coragem de revelar num espaço público, ainda mais sem a proteção do anonimato propiciada por um fórum de discussão, já que você forneceu seu nome. Sobre o conteúdo, realmente não sei o que dizer ainda, já que fui citado como um dos passíveis de esganadura. Eu não lido bem com sua ironia - que ainda acredito ser muito destrutiva, e o fato de ser tão natural para você pode ter feito com que você perdesse a noção dos danos que ela causa -, nunca lidei. É algo que eu lamento, já que no resto da entrevista, você demonstrou muito conteúdo - e isso se reverte em uma perda para mim. Volto a comentar mais depois de refletir por um tempo. Se você tiver algum interesse, é claro.
  10. É algo a se pensar, mas talvez não. Não vejo muita transgressão em seus filmes, mas sim um monte de referências (auto-referências, inclusive; Tarantino adora loops), dispostas de forma inteligente. Vejo mais trangressão, desafio ao espectador, em Crash, do Cronemberg, ou Gerry, do Van Sant. Para não dar outra impressão, eu gosto do Tarantino. De Jackie Brown, inclusive!
  11. Lynch, Pasolini, Von Trier, Cronemberg e Van Sant, pela transgressão e inconformismo com as regras. Kubrick, Spielberg, Yimou e De Palma pela poesia em forma de sons e imagens. Fassbinder, Ashby, Lee, Bergman, Tarkovsky, Jordan e Leigh pela complexidade dos personagens. Ivory e Haynes, pela elegância ao filmar. Truffaut e Almodóvar, pelo amor às mulheres. E Altman, por ser uma síntese disso tudo. É dele meu voto. Alexei2006-11-11 11:33:50
  12. Muito bom. Gostei da forma como Nolan conduziu o filme, elegantemente, e Wally Pfister fez um trabalho de primeira grandeza (aquela cena do velório, ainda do início, e a das lâmpadas no chão, foram extraordinárias!). Mas o que eu gostei mais foi do Hugh Jackman. Não só da sua interpretação, mas também de como o personagem foi concebido. Ao contrário de outros filmes, não aparece uma seta dizendo "esse é o vilão. Estão vendo como ele é malvado?" Capaz de crueldades sem tamanho (sim, o que ele faz ao final de cada apresentação de seu Grande Truque é torpe ao extremo), ele vai se desdobrando aos poucos, sem parecer exagerado ou irreal. Minha única ressalva ao filme está exatamente no outro prestidigitador. Nesse sentido o filme ficou um pouco desbalanceado, pois as soluções para o personagem do Bale eu achei muito bobas, quase mundanas (concordo com o Renato nesse ponto). Eu preferiria algo mais no campo do extraordinário, como foi com o outro, ou mesmo que não fosse revelado nada, o que seria melhor ainda. A idéia de um sujeito ambivalente como ele estava aparentando ser é muito mais interessante do que a surpresa do final. De qualquer modo, esse filme é um daqueles que você vê no cinema e sai da sala com um sorriso de orelha a orelha. Em tempo: excelentes sacadas, Veras.
  13. Vem piorando a cada ano que passa. Considero Alien o melhor dele, mas faltou um filme bastante interessante na enquete, Os Duelistas. Gosto muito dA Lenda também.
  14. Valeu pela presteza, Gago. Vou ver se está disponível aqui pelas redondezas.
  15. E Fassbinder, e Bogdanovich, e Ashby, e Altman, e Argento, e De Palma, e Malick... A lista é infindável. E Truffaut! Mas eu adiro ao consenso momentâneo. Höstsonaten é um dos meus favoritos.
  16. Várias em uma, Gago: Vá refazendo sua lista, oras! Depois você põe as fotinhas. Eu também sou de impulso. Meus preferidos hoje não são os de amanhã, pode ter certeza, por isso é que já andei burilando minhas menções honrosas. Acabou de me ocorrer que eu esqueci A Essência da Paixão, do Davies. Filmaço! Revejo Fatale nesse final de semana ou no outro. Avise quando conseguir, para a gente dar início à discussão. Não vi Brick não, mas Gordon-Levitt deve ter arrebentado mesmo. Que longo caminho desde 10 Coisas Que Eu Odeio em Você (vulgo A Megera Domada para impúberes) ele percorreu, não? E boa viagem!
  17. Eu também, e foi a honestidade do Araki ao tratar do tema, aliado ao trabalho do Gordon-Levitt, que garantiram a posição dele no ranking. Aliás, se aqui no fórum houvesse um ranking para interpretações, esse cara figuraria na minha lista, com certeza. Esse filme é indispensável.
  18. Ditto. Cronemberg dominou a sua, hein? Hah Considero Fatale um dos melhores filmes do de Palma, provavelmente o melhor desde Vestida para Matar. Topa revê-lo nesse final de semana, para esmiuçá-lo? A gente pode abrir um tópico sobre o filme e discutir algumas coisas. Quem quiser também pode se juntar. E Yi Yi é lindo demais. De certa forma ele me lembra o Antonia's Line, só que ainda melhor (não me pergunte porque eu gosto tanto desse último, deve ser algo subliminar que a Marleen Gorris pôs na tela). Se eu tivesse feito a lista de forma mais racional, Yi teria subido algumas posições. Mas foi com o coração mesmo e aí Fale Com Ela reina soberano.
  19. Não se frustre com isso. Estou na mesma situação que o Nacka, vi o filme há muito tempo e queria revê-lo antes de comentar algumas das suas observações. De qualquer forma, o texto ficou ótimo! Capta muito daquilo que acredito ser a essência do filme (mas não posso falar mais, pelas razões já expostas), que é muito indigesto e, equivocadamente, por vezes interpretado como sexista ou gratuitamente violento.
  20. Ops, foi mal, Serge. Essa agora eu fiz mais com o coração mesmo. Então, é a que conta. E Dogville entre nas menções honrosas. Vou editar lá.
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