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Forum Cinema em Cena

SergioB.

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Everything posted by SergioB.

  1. Assisto a poucas séries, mas muita gente ao meu redor estava acompanhando, e falando um monte, que maratonei. Sem querer armar pirimba, mas eu gostei muito. Odiei o primeiro episódio, mas o segundo e o terceiro são excelentes, e depois continua num nível muito bom. O maior senão da produção para mim não tem nada ver com a correção ou incorreção da vida real, tem a ver com a captação de som mesmo. Que mixagem de som tenebrosa! Que dificuldade de ouvir as falas! Mandem esses atores para uma preparadora vocal, socorro! O português é uma língua de divisão silábica, não é um embrulho! Tirando isso, que fotografia do Lula Carvalho! Que trilha foda! Excetuando o problema acima, Caroline Abras (ótima em "Gabriel e a Montanha"), Enriquei Diaz e Alessandra Colassanti - fantástica como Nelma Kodama - arrasaram. Se um dia eu vier a cancelar minha Netflix, não será por essa série, não será por ela perturbar a trave dos olhos dos fanáticos ideológicos, mas pelas dezenas de filmes ruins de mesma cepa que a Netflix oferece.
  2. Desculpem sujar esse ambiente, mas eu tento ver tudo - sem distinção de país, época, gênero. Pior filme que eu vi este ano, da pior trilogia que conheço. Se o primeiro era a inauguração do ridículo; o segundo, assistível; este terceiro é intolerável: é um lixo! Vazio de enredo, vazio de proposta, vazio de qualidades técnicas. De pensar que seu diretor, James Foley, já fez coisas boas; de pensar que o fotógrafo é o John Schwartzman; de pensar que a trilha é do Danny Elfman; enfim pessoas talentosas, mas...a serviço de nada! Como um ser humano adulto pode gostar disso?
  3. Vale mais pelo contexto histórico, mas a cada revisão me parece envelhecer pior. Embora quando pense que o agente de Gregory Peck aconselhou-lhe a recusar o papel, e o astro, ao contrário, aceitou-o, uma luz (que realmente deveria ser para todos!) se acende para mim. Filme vencedor do Oscar em 1948.
  4. Sabemos que o som é perigoso desde o lançamento do primeiro cd do KLB, mas este filme eleva isso ao máximo. Adorei!
  5. "Mary and The Witch`s Flower" tinha tudo pra ter entrado no Oscar de Animação deste ano, considerando a anterior indicação de seu diretor Hiromasa Yonebayashi por "As Memórias de Marnie", mas principlamente considerando o fato que é muito mais legal. Vale muito a pena! Eu amei.
  6. Reconheço as virtudes (como a trilha sonora, ou o trabalho premiado em Cannes do Joaquin), mas eu particularmente não gostei. Não gostei, pelos mesmos motivos que detestei "We Need to Talk about Kevin": artificioso, gelado, irritante. Revisitando "Taxi Driver" de uma maneira sorumbática.
  7. Como cinema é apenas ok, mas é bastante bonito e delicado. Deveria ter se aprofundado mais na parte do olvidamente artístico. Jamie Bell, fantástico, novamente filho de Julie Walters - o que nos desperta lembranças do maravilhoso "Billy Elliot". Relembrando a campanha de todos os anos: !Justice for Annette ! !Justice for Annette! !Justice for Annette !
  8. Imaginação, luz, e montagem, são, basicamente, as armas do cinema de Sogo Ishii. "Electric Dragon 80000V" é tudo isso em 55 minutos de videoclipe insano, em louvor às guitarras e aos répteis. Tadanobu Asano (hoje em dia fazendo "Thor") está eletrizante. Tanta gente sonha em fazer um novo cinema, e alguns simplesmente o fazem.
  9. Castigado por uma famigerada polêmica sociológica, os méritos cinematográficos de "Vazante" foram por água abaixo. É isso o que estamos colhendo: o mérito artístico aos poucos dobra-se à problematizações acadêmicas de esquerda. Por contradição, em vez de promover o debate, elas mataram a carreira do filme. Triste! Fotografia incrível, um preto-e-branco cru e cruel; figurino todo feito à mão; locação perfeita; escolha de elenco preciosa ( valendo-se de imigrantes, quilombolas, e pessoas da região do Serro); e muita coragem e visão da Daniela Thomas. Coragem por que toca em temas delicadíssimos; visão pois destrói a romantização típica de folhetim das 6 que nos impuseram a respeito do período da escravidão no Brasil Colonial. Ao contrário, eu fiquei com a sensação de que estava vendo um filme de terror. Tô mais fã da Daniela Thomas a cada dia, considerando ainda que ela foi uma das responsáveis por salvar a Cerimônia de Abertura das Olimpíadas do Rio de uma catástrofe.
  10. Os próximos 25 dias serão com um dos livros que mais desejei ter em minha biblioteca. "E o sangue do amor, com seu longo penar, alagou meu coração" é só uma das primeiras linhas, linhas que prometem muito, prometem demais. Finalmente relançado, em edição de grande valor:
  11. Terminado o livro do Petrônio, fui ver a adaptação de Fellini, de 1969, cuja película rendeu ao diretor italiano mais uma de suas indicações, dessa vez na cerimônia de 1971. É bastante fiel, mas não é 100% o livro (nem deveria). Em vez de se centrar na relação de amizade e servidão sexual dos homens daquela época, e em vez de se concentrar no lascivo e opulento banquete do imperador (que é o que faz a fama do livro até hoje), o filme escolheu fazer um hiperlink da época. Nada é muito específico, é tudo clima. Como cinéfilo, sempre me chama atenção o quão pouco se fala do cenógrafo e figurinista Danilo Donati ( 4indicações/ 2 Oscars) na concepção visual dos filmes de Pasolini e Fellini (que faz questão de creditar a si mesmo como o ideólogo dos cenários). Com pouco dinheiro, Donati criava soluções eficientes para roteiros bastantes simbólicos e oníricos. E me chama a atenção como ele usa a presença física dos atores secundários como CENÁRIO, preenchendo os espaços com - vamos dizer assim - a alma humana.
  12. Com muito atraso, mas em tempo de ver essa belezura aí. Taylor Sheridan em breve vai ganhar um Oscar. Que beleza ver o Graham Greene atuando. Jeremy Renner, excelente.
  13. Parente espiritual de "As Pontes de Madison", essa história de amor proibido ainda encanta (e desencanta!). Primeiras indicações ao Oscar de David Lean, ele, que, até o final da vida, chegaria ao total de 11, e 2 estatuetas. Trevor Howard e Celia Johnson estão maravilhosos, num roteiro corajoso para a época.
  14. 70 anos dessa maravilha que continua a emocionar as plateias. Foram no total 12 indicações ao Oscar, e a solitária vitória em Melhor Atriz para Jane Wyman em 1949. Lembrado pelo seu pioneirismo em tratar do tema da surdez e da linguagem de Sinais, contém ainda, na minha opinião, a cena mais bonita de oração de todos os tempos (rivalizando com a Julianne Moore em "The End of the Affair").
  15. Escrito no século I d.C, os costumes e políticas da Roma antiga são mostrados em toda a sua devassidão e violência. Inspirou o filme do Fellini, de 1969.
  16. Fabuloso, inesquecível, extraordinário, meu Truffaut anual, obrigatório. Só hoje me dei conta que esse exercício de metalinguagem de Truffaut sobre o que é o cinema, iria se repetir depois, mas focando o que é o teatro, no maravilhoso "O Último Metrô". Ambos indicados ao Oscar de filme Estrangeiro, mas este aqui faturou a estatueta em 1974. Aliás, curiosamente o filme seria indicado um ano depois, em 1975 - uma coisa meio "Cidade de Deus" - a três outros Oscars: Direção, Roteiro Original e Atriz Coadjuvante. Céu estrelado feito de dia!
  17. Tão infantil quanto sua protagonista foi a forma de filmar de Guadagnino. Quem diria que 13 anos depois desse filme bizarro de tão ruim, ele entregaria o requinte estético de "Call Me By Your Name"? Como eu sempre digo, "peixes pequenos crescem". Em entrevista recente, o diretor disse que não voltaria a trabalhar com atores italianos por que eles são péssimos. Acho que a polêmica declaração tem menos a ver com Marcello Mastroianni e Anna Magnani e mais a ver com os péssimos atores secundários desse filme. "Bruna Surfistinha" dá de 1000!
  18. Billy Wilder injeta seu costumeiro alívio cômico em um campo de prisioneiros, o que torna essa obra bastante ingênua para um drama de guerra. Décadas mais tarde, "A Vida é Bela" faria a mesma coisa. William Holden - o mais talentoso, o mais charmoso, o meu preferido da Era de Ouro depois de Marlon Brando - faturou seu Oscar pelo papel do prisioneiro cínico. Chance de ver também o diretor Otto Preminger atuando.
  19. Não há mais nada a dizer sobre esse filme. Continua influenciando até novela da Globo, como a dinâmica familiar e falas sobrepostas de "Avenida Brasil".
  20. Última indicação do Lumet, o filme angariou outras quatro, no Oscar do ano de 1983. Drama de Tribunal (ou seja, plateias gostam) imortalizado por um tapasso na cara. Quem viu sabe.
  21. A melhor coisa que eu fiz foi emparelhar esses dois filmes. Dois mestres do roteiro cada um dando sua versão sobre o mundo masculino. Linklater entende cada vez mais a "brotheragem", a parceiragem, a tiração de sarro intensa, particularmente em um tempo em que a figura masculina precisa se reiventar, mas - tomara! - sem perder seu habitual quê de infantilidade ( é dito que homens serão sempre meninos, os brinquedos apenas ficando maiores). Se o filme de 1973 parece hoje chauvinista, esta reinterpretação deu uma atualizada bastante boa nos diálogos, sem perder de vista que homens falam de sexo de maneira vulgar entre amigos e nenhum movimento feminista poderá eliminar isso. Que beleza de filme! Que homenagem ao Towne e ao Ashby, figuras hoje pouco celebradas em Hollywood! Muito emocionante para os cinéfilos catar as palavras sempre preciosas do Linklater para lembrar-nos dos filmes como "Coming Home", frutos daquela época pródiga em talentos, e sua busca por racionínios antiguerra. Pra coroar tudo, Cicely Tyson, 93 anos, fechando o filme com muita emoção. Mais um incompreendido trabalho do Linklater.
  22. Revi essa delícia de filme, de um ás da arte do Roteiro, para amanhã conferir o novo do Linklater, seu descendente espiritual. "The Last Detail", indicado a 3 Oscars, terceira indicação do Jack Nicholson.
  23. Paródia sobre a suposta delicadeza dos anos 1950. Paródia ruim.
  24. Como li recentemente o livro do Sam Shepard, me deu vontade de rever "The Rigth Stuff", filme pelo qual ele foi indicado ao Oscar. Vi pela primeira vez na adolescência, mas não me lembrava muito. Gente...que filme!! Trabalho de som fa-bu-lo-so, montagem incrível, atuações carismáticas...Ual, 193minutos que passaram voando! Revi para celebrar o Sam Shepard, mas acabei mesmo apaixonado pelo trabalho do jovenzinho Ed Harris. Deem um Oscar pra esse homem urgente!
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