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Forum Cinema em Cena

SergioB.

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Everything posted by SergioB.

  1. Vamos colocar as coisas no lugar. Não é porque Riva está excepcional em "Amour" que Lawrence passou a ficar ruim em "Silver Linings Playbook". As reações de O`Russell e dela são absolutamente, humanamente, naturais. Nunca vi alguém ficar feliz na derrota, ainda mais quando havia a expectativa da vitória. Eticamente condenável seria se eles declarassem que a premiação da concorrente foi injusta, ou descabida. Não foi ocaso.
  2. E "Argo" vai levar apenas duas estatuetas?
  3. Mr. Scofield, isso se dá contigo em todos os musicais? Porque um dos melhores tem até sapateado no teto. Acho que tem de haver, como você falou bem, uma suspensão da descrença, para apreciar musicais.
  4. "Lincoln" é que nem a seleção brasileira. No papel, é excelente. Em campo, perde da Inglaterra, da França, do México, da Holanda... Já tá lá atrás no meu ranking de filmes do ano. Igual o Brasil no ranking da Fifa.
  5. O que é "Argo" perto de "Django"? Pó. O que é "Argo" perto de "Amour"? 1/3 do pó. E olha que eu não vi "Zerto Dark Thirty". É revoltante! Se "Argo" sobrepujar um gênio como Tony Kushner , em Roteiro Adaptado, será, como bem observou Nathaniel Rogers, por causa de um meme: "Argo Fuck yourself", uma fórmula que amarra tudo. E de pensar que o cinema já teve frases-símbolos como "Jamais sentirei fome novamente"...Para, Mundo, que eu quero descer!!!!
  6. Filme da noite: "Searching for Sugar man". MA-RA-VI-LHO-SO!!!! Não leiam nenhum release sobre esse documentário antes de vê-lo! Qualquer informação pode tirar a surpresa, o choque, a revelação. Construído como se fosse ficção, esse documentário mostra o quanto a arte vive dentro da gente. Emocionante!
  7. Continuando minha jornada para preencher o atraso cinematográfico, acabo de ver "Les Misérables" . Fico muito feliz de ver a Anne Hathaway ser reconhecida esse ano. Que cena fantástica! Ela já teria levado meu voto por "Rachel Getting Married", e agora, no mundo real, pelo voto real, vai levar um Oscar incontestável, coroando uma carreira de grandes sucessos comerciais e filmes arriscados. É a estrela que Hollywood precisa e sempre precisou. Gosto muito do Daniel Day-Lewis, mas, gente, pera lá, o Hugh Jackman faz tudo nesse filme: batiza, crisma, casa e encomenda! Justíssima indicação. Que bom que não veio por "Australia" e outras bizarrices. A estratégia do filme de colocar a câmera na cara dos atores me cansou um pouco. Nem todas as músicas são memoráveis, longe disso. Aquela composta para o filme e indicada ao Oscar é ridícula, o nadir do filme. A primeira indicação para Paco Delgado em Figurino é justíssima, com destaque para as roupas da dupla Sacha B. Coen e Helena B. Carter. Então é isso: Tom Hooper, está perdoado pelo "O discurso do Rei". Um filme ousado e interessante. Bom trabalho, bom trabalho!
  8. O que dizer de "Beasts of the Southern Wild"? Menos que "Já vimos isso antes", né? Muito original, com frescor, diferente, estranho... Mas fiquei feliz de ver algo incomum, num cenário incomum, com um tema incomum, com um tratamento incomum. Gente criativa como esse diretor Benh Zeitlin não tem apego ao padrão, enquanto conservadores são intolerantes ao erro. Por ser "fora da caixa", eu gostei. Agora, convenhamos, "nem tanto ao mar, nem tanto à terra". Não me emocionei como prometiam desde Sundance, nem consigo defender com unhas e dentes nenhuma indicação das 4 que o filme levou. O que eu mais gostei foi da fotografia e esta passou batido. A "atuação" (?) da menina Quvenzhané Wallis é caso para se discutir em Filosofia da Arte. Não sei se é algo instintivo, talento nato, apenas reação mimética à comandos objetivos, se é nosso olho de adulto que projeta admiração excessiva...Eu realmente vou deixar de comentar a justeza da indicação dela. Não sei se é de fato uma "interpretação". Vou deixar em suspenso. Como cinema é espelho social também, é legal ver um filme retratar a vida em áreas de invasão. Como podem haver partidos políticos e outras organizações que defendam e incentivem as pessoas a viverem nas beiras de estradas, em fazendas de gado, nos perímetros de barragens, em prédios abandonados, etc? É expor os mais indefesos - as crianças - à pobreza, à falta de educação formal, à doenças, à brutalidade dos adultos...Só faltou uma bandeira vermelha tremulando na "banheira". E algum universitário de 38 anos, representando a UNE, condenando em frente às câmeras a retirada "violenta" promovida pelo Estado. Narrativa mitificadora de cunho social não é só Benh Zeitlin que sabe fazer. Dinhow, saudade dos seus tweets também!
  9. Stradivarius, "Into the Wild" é meu filme favorito (não é o melhor que já vi, é pelo o que o filme evoca em mim)! Acho que ele foi roubado em muitas categorias naquele ano, notadamente Trilha Sonora, ridiculamente inelegível. A frase virou uma síntese do filme e talvez seja mais bonita em inglês. Eu a uso como assinatura porque há anos eu me recusava a participar de redes de relacionamento e ultimamente venho tentando me expor, tentando compartilhar ideias na rede, e tal (ainda que não tenha chegado ao Facebook). Não sei se você sabe mas o Cris da vida real passou 122 dias no Alasca, sozinho, sem falar com ninguém. Escrever essa frase em um livro de Tolstói - que pregava a boa vida familiar - é uma conclusão bastante forte pra quem efetivamente ficou sozinho e naquelas condições. Aquela cena me dilacerou. Chorei baldes no cinema. A minha sessão como um todo virou um rio. Foi um dia marcante hehe! Hoje à noite vejo "Indomável Sonhadora". Tô bem atrasado com relação a vocês. O que me faz pensar : se eu que sou Oscarmaníaco, que falo disso o ano todo, não consegui ver ainda todos os filmes, quiçá a maioria dos votantes. É difícil para todos assistir a todos. Por isso o fator marketing é determinante. Ele encaminha o interesse. Queria ver o filme da Noruega, alguém já viu?
  10. Visto "The Impossible". Como registro de uma tragédia histórica, é válido. Os efeitos são, inegavelmente, ótimos. O roteiro segue a história real de uma família, mas os diálogos não necessariamente precisavam ser tão pobres, tão cotidianos, tão realísticos no sentido desprezível do termo. Mas o maior problema do filme é , de fato, o etnocentrismo. Quando li essa palavra na crítica americana eu achei que fosse exagero, mas não é. Os tailandeses - e asiáticos , de uma maneira geral - fazem uma pequena "participação especial' no filme. Parece uma tragédia europeia. Só mostra a dor de suecos, italianos, americanos. Sério, não tenho absolutamente nada contra os Estados Unidos, a Europa, qualquer país ou continente, mas realmente pegou muito mal. Ficou parecendo que a tragédia só abateu os turistas dos resorts. Em suma, a crítica que eu tinha achado exagerada revelou-se procedente. Naomi Watts está bem. Será uma atuação, ou uma "performance"? Porque mais que tudo é uma entrega física. E este é mais um filme a explorar seu corpo. Os seios dela já são quase matéria-prima de Hollywood - como uma câmera, um microfone - estão pavorosamente se "coisificando". Amo a Naomi em "21 Gramas", e acho que ela está maravilhosa em "King Kong", esperei por anos a fio uma segunda indicação pra ela, mas não por algo assim. Bom, como em 2014 ela provavelmente será indicada novamente, a torcida fica adiada. Gostei, aí sim, da atuação do garoto Tom Holland.
  11. Eminisopu, obrigado pela correção! Acho esse caso de benfeito ou bem feito muito difícil de usar. Reconheço. Porque, por exemplo, eu usei o "bem" como adjetivo, e não como advérbio. Mas se você resolveu estrear neste espaço, neste seu primeiro post, em sua primeiríssima frase, corrigindo o português dos outros, você deve estar certo. É o tipo de detalhe linguístico que gente chata costuma ser especialista. Bem-vindo! Sobre o DGA, será a pal de cal? Acho que "Argo" infelizmente leva Melhor Filme. Não devemos ficar agarrados à obrigação monótona do passado. Do tipo, só porque algo costuma acontecer assim, será sempre assim. Vai levar Filme, sem (obviamente) levar Diretor. E ficamos combinados assim.
  12. Peço desculpas pelo post duplo. Acabo de ver "Anna Karenina". TInha lido o livro no início de janeiro, então, toda a história estava bem fresca em minha memória. E o que posso dizer é que a adaptação de Tom Stoppard é muito benfeita (odeio esse acordo ortográfico), ágil, e ela conservou bem a história. O grande problema para quem leu o livro é que, curiosamente, o grande personagem dele não é a personagem-título, e sim, um homem!, o fazendeiro idealista, Liêvin. Esse é um dos grandes truques de Tolstói. Achamos que vamos ler apenas uma novela amorosa ( a histórica foi primeiramente destinada aos folhetins) e depois mergulhamos em grandes discussões sobre a servidão na Rússia, sobre a bondade, sobre o desapego ao dinheiro, a importância da vida em família, etc. O filme foca o ramerrame amoroso. Bem, é uma escolha. E, respeitando a escolha, ficou muito bom. Os primeiros 40 minutos são absolutamente fantásticos. De uma rapidez, e cheio de soluções técnicas invejáveis. E o que salta aos olhos são o desenho de produção e o figurino: Sarah Greenwood e Jacqueline Durran já podem abrir espaço na prateleira, como dizem. Que visual LINDO! E quando digo LINDO , digo à proporção de " O clã das adagas voadoras", "Herói", etc. É LINDO! Não existe comparação com os outros indicados nessas categorias, é como querer comparar o Daniel Day-Lewis com o "Cigano Igor". Simplesmente, merecem o Oscar! A trilha sonora de Dario Marianelli também é excelente, mas talvez muito clássica para o padrão atual da premiação (e ele já ganhou recentemente). Keira Knightley está muito bem, mas ela deve parar imediatamente de interpretar esse tipo de personagem de época. Juntou o transtorno mental de sua última personagem às caracterizações clássicas dos seus primeiros filmes. Ou seja, nós já a vimos nesses papéis, e aqui, eles aparecem conjugados. Não rolou. Quem tá ótimo, num papel muito difícil, é o Jude Law (cada vez mais careca). Acho que o filme vale a pena, sim. Dos raros filmes da temporada, para se ver com pai, mãe , avó... Tem um começo estonteante, mas o final da adaptação é enrolado e abrupto. Infelizmente, muito distante do final emocionante, glorioso e significativo, do livro.
  13. Alguém comentou num foro americano que é legal ver a Jacki Weaver indicada, porque realmente é um papel coadjuvante. Não é um caso de fraude, nem é um caso de uma estrela da tv ou do cinema roubando cenas. Trata-se de chamar as coisas pelo seu nome.
  14. Acho "The Hurt Locker" soberbo, e "Avatar" dono de um roteiro infantil (já vimos aquela história com nomes diferentes: O último Samurai, Dança com Lobos,Mulan etc). A única coisa que eu acho bonita no filme do Cameron são as cenas dos personagens abrindo os olhos ( o despertar da consciência ambiental? Enfim, algo mais sutil). Mas só. A diretora de "Avenida Brasil", Amora Mautner, deve ficar satisfeita quando assistir a "Silver Linings Playbook", porque mostra mais uma família em que todos os integrantes estão em cena e falando muito, cortando, atravessando, uns aos outros. Não tem a marcação pesada vinda do teatro clássico, de esperar o outro terminar a fala. Famílias italianas não respeitam isso. Meus pais estão abalados com "Amour" (hahaha). Alguém já se perguntou o que teria acontecido se Emmanuele Riva tivesse sido indicada ao SAG? O trabalho dela é tão superior, tão acima de tudo...Se virem o filme, votarão ao final nela, eu creio. Se virem o filme. Galera, eu li o "Life of Pi". Não tem como inventar outro final, senão desvirtuaria a história original por completo. O didatismo está lá, claramente escrito, marcadamente indicado. E o Ang Lee ainda o suavizou, acreditem se quiser.
  15. Eu revi "Argo" e gostei ainda menos. A reboladinha da Jennifer Lawrence é inesquecível.
  16. Roteiros ainda estão bem nebulosos...
  17. João Pereira Coutinho lavou minha alma. Terminei de ler um livro da crítica americana Susan Sontag chamado "Diante da Dor dos outros". É seu último ensaio, de 2003, e nele há um dado impressionante: nos USA não existe um único museu da escravidão! Aliás, há poucos filmes sobre o tema também. Tarantino fez um trabalho brilhante. Expôs ao ridículo o pensamento americano liberal, por exemplo, gente que teve o trabalho de contar quantos "nigger" havia no filme (109). Queriam que os vilões os chamassem de "afrodescendentes", "afro-americanos"?? Poupem-me! Bigelow - cujo filme eu estou salivando pra ver - me parece ainda mais injustiçada. Tachar um artista de "apologista da tortura" é bem pesado. Tais filmes, entre outros, são, sim, "cinema de adulto" - no que essa palavra aponta de mais importante - defendem a vida da mente. Obrigado por postar o texto!
  18. "Porra"; "Fudeu", "Gente", posts anteriores de vocês, fizeram parte da nuvem de palavras que me passou pela cabeça ontem à noite. "Argo" agora irá de "Grande Hotel" a "Conduzindo Miss Daisy", na cepa de vencedores. Como já disse, eu o acho melhor do que "Lincoln", seu rival mais visível, mas realmente não é o que eu esperava depois de um ano considerado promissor. Quando Robert DeNiro subiu ao palco, eu já sabia que a Lawrence venceria. Uma atuação cheia de vida, e ela está linda, linda, linda. Eu adoro o SAG! Desde o comecinho com a fórmula "Meu nome é ....Eu sou um ator" (o que mostra como tradição pode ser algo simpático e não rançoso), passando pelo fato de dispensar mestre de cerimônias, até a duração enxuta.
  19. Meu ranking até agora: 1) Amour 2) Django e Life of Pi 3) Argo 4) Silver Linings Playbook ( Diálogos excelentes! Me animou a ler o livro - baratíssimo, por sinal) 5) Lincoln E acredito que ZDT vá lá pras cabeças....
  20. Põe o dedo aqui ^ quem também achou Argo melhor do que Lincoln...
  21. Quem vai definir, então, é o Sindicato dos Montadores, e não o dos Diretores? DGA vai pro Spilberg.
  22. Vou ter que ir pra balada sem saber quem ganhou o PGA! Entre um shot e outro, vou conferir as atualizações por aqui. Como diria Humphrey Bogart (3 indicações/ 1 Oscar): "A humanidade está três drinks atrasada".
  23. Um dado a ser observado: filmes lançados mais cedo ganharam mais destaque nas indicações. As listas dos Sindicatos tiveram um impacto fragorosamente menor este ano, vide SAG e DGA. O maior destaque de "Lincoln" pra mim é o Tommy Lee Jones. Brilhante! "Zero Dark Thirty", só vejo no cinema, comme il faut.
  24. Todos os meus amigos acharam "Lincoln" um porre! Vejo na sexta! Alguns jornalistas estão vendendo "Amour" de uma maneira muito amena, pro meu gosto. Casais de idosos estão saindo traumatizados do cinema com esse - talvez - primeiro Haneke da vida deles. Leiam a reação de alguns no blog de O Globo. Quando assisti a "A professora de Piano" num ameno final de tarde do começo dos anos 2000, a plateia estava lotada de idosos que, muito provavelmente, encantaram-se com o título. Menos de 10 minutos depois, algumas velhinhas esmurravam a porta clamando para sair da sala. Foi muito engraçado. By the way, que filme!!!!!
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