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Forum Cinema em Cena

J. de Silentio

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Everything posted by J. de Silentio

  1. Estou editando os posts. Transferi as imagens para outro site. Vamos ver se desta vez funciona.
  2. Acho que sei sim: Inveja' date=' inveja e inveja. Algumas perguntas, Silentio: 1- Há quanto tempo você coleciona?2 - Por que 3 Dogvilles? 3 - Por que 3 (ou 2) Casablanca? 4 - O que é aquela caixa preta do Kubrick??? [/quote'] 1 - Coleciono desde agosto de 2001. Na verdade, comprei meu primeiro dvd, "Magnólia", no final de agosto/2001. Mas comecei a querer de fato colecionar dvds em 2002. 2 - Tinha "Dogville" simples. Mais tarde foi lançado o box duplo com 1 disco de extras. Comprei-o. Não vendi o primeiro dvd. Sou esquisito mesmo. Gosto de comprar mas não de vender. Até hoje só vendi um único dvd, um repetido de "Toy Story 2". Mais tarde devo doar o dvd repetido para a minha irmã. Por enquanto, fica comigo. Detalhe: não conto como 2 dvds; só como 1. 3 - São 2, mas penso comprar a edição com a caixa de metal, para colecionador. É o mesmo caso de Dogville. Outros dvds estão em situação parecida, como Um Dia de Cão, Os Imperdoáveis, Todos os Homens do Presidente, Curtindo a Vida Adoidado etc. etc. Geralmente porque foram lançadas posteriormente edições duplas. Compro o dvd duplo, mas não vendo nem, por enquanto, dou o antigo. Minha irmã (ou irmão) é quem vai ganhar mais tarde tais dvds. O pior é o caso de "O Poderoso Chefão", que tenho em 3 edições (2 boxes e os avulsos). Outro dia explico melhor o porquê, totalmente bizarro. 4 - A caixa preta é o box lançado pela Cinemagia com os 3 primeiros filmes do Kubrick. A Fox lançou esse mesmo box mais tarde, em dvds, ao que consta, melhores, ainda que um pouco só.
  3. Acabando: Para encerrar, as fotos do intrépido colecionador e dos meus 2 últimos dvds adqueridos para a coleção. (O trocadilho foi ruim; vamos, portanto, às derradeiras fotos.): J. de Silentio2006-5-3 10:3:48
  4. Mais uma rodada: Dvds infanto-juvenis, por assim dizer: Fellini, Scorsese, De Palma, Polanski... J. de Silentio2006-5-3 9:52:36
  5. Continuando: Muitos dvds duplos e um triplo da Warner (mais o box Bogart): J. de Silentio2006-5-3 9:48:48
  6. Estes são os dvds do quarto do meu irmão. Lá, eu guardo dentro do armário, vago no momento, já que ele saiu de casa. Tirei as fotos com os dvds em cima da cama dele. A última caixa, que quase não dá para enxergar, é o box Alien Quadrilogia. J. de Silentio2006-5-3 9:46:25
  7. Agora, as fotos dos dvds que estão na sala: Esta foto saiu escura, mas creio eu que dá para identificar quais são os dvds. São os 3 boxes do Hitchcock, a trilogia do Hannibal Lecter, Vanilla Sky, Uma Mente Brilhante, Estrada para a Perdição e Efeito Borboleta wide: Outra foto ruim (não que as outras estejam boas). Trata-se dos boxes 24 Horas, Band of Brothers, O Senhor dos Anéis e mais alguns filmes: J. de Silentio2006-5-3 9:42:42
  8. Tenho mais de 1.000 dvds, contudo, o que poucos sabem, tenho também cerca de 3.000 livros. Meu quarto privilegia estes últimos, de que gosto ainda mais, muito mais, em verdade, do que dos dvds. Vejam que as 4 estantes abarrotadas de livros (com duas fileiras em cada prateleira) não permitem que os dvds tenham seu próprio e devido lugar: J. de Silentio2006-5-3 9:40:6
  9. Bom, acabamos de ver as fotos dos dvds que estão no meu quarto. Uma pessoa mais atenta já percebeu que tirei as fotos com os dvds colocados na sempre mesma prateleira da sempre mesma estante. O motivo disso é esclarecido no post a seguir. J. de Silentio2006-5-3 9:36:6
  10. Última imagem com 2 prateleiras. A partir da próxima os dvds ficam apenas em uma. Alguns westerns: J. de Silentio2006-5-3 9:32:36
  11. Novamente, com outro ângulo (última vez com essa besteira de ângulo; depois vai numa seqüência mais fluida): J. de Silentio2006-5-3 9:30:29
  12. Vou tentar postar algumas fotos: Outro ângulo: J. de Silentio2006-5-3 9:27:31
  13. Uma retificação: Veludo Azul só tem de decente o formato original e a capa do dvd. Os extras, como de praxe na época, 4 anos atrás, estão sem legenda alguma. O documentário de 70 minutos é muito bom, mas além da ausência de legendas, sua imagem é horrível. A imagem do filme tampouco é das melhores. (Como fazia um tempo que eu não assistia ao filme, dei uma olhada no dvd ontem.) Uma pena, pois o filme é fascinante. J. de Silentio2006-4-30 17:53:45
  14. Adorei essa capa de Sleepy Hollow. Parabéns.
  15. "Lost - 2ª Temporada Se você faz parte do time daqueles que se tornaram obsessivos pela série "Lost", não perdeu nenhum episódio até o momento, já comprou o box da primeira temporada, em busca de mais pistas que ajudem a decifrar o mistério, e está se perguntando quando chega ao mercado a segunda temporada, pode se alegrar! A Buena Vista pretende lançar em setembro a segunda temporada completa desta que é, sem dúvida, uma das séries de maior sucesso mundial. Acompanhe pelo site da 2001 Vídeo a confirmação do lançamento." A gananciosa Buena Vista correndo atrás o quanto antes do nosso dinheiro. Grande notícia, se confirmada.
  16. Opa. Aí está uma informação importante. Vou testar os dvds do box para ver esses extras "ocultos", ou melhor, ignorados.
  17. Todos os Homens do Presidente - edição especial Caixa amaray preta, sem luva e sem encarte. Disco 1 (com foto do Robert Redford): Filme em wide anamórfico. Aúdio em inglês, português, espanhol e japonês em mono. Legenda em 9 línguas. 138 minutos divididos em 32 capítulos. Inicialmente, achei a imagem um pouco granulada, até porque se tratava da cena noturna da invasão do Edifício Watergate; depois, melhorou bastante, de modo que a imagem do filme pode ser considerada boa - lembrando que o filme tem exatos 30 anos. Os extras do disco 1 são o trailer e os comentários em áudio do Robert Redford. Como de costume, não têm legenda. (Parece que o dvd R1 traz uma galeria de trailers dos filmes do diretor Alan J. Pakula, mas esta edição só vem com o trailer do presente filme.) O disco 2 (com imagem do Dustin Hoffman) apresenta todos os extras legendados. Contando a Verdade sobre Mentiras - o Making of de Todos os Homens do Presidente: com depoimentos do elenco, do roteirista William Goldman e dos dois jornalistas, autores da reportagem e do livro que deu origem ao filme, Bob Woodward e Carl Bernstein. Dura 28 minutos. Woodward e Bernstein - Pegando Fogo: tem quase 18 minutos de duração. Sobre a premiada dupla, ícones do jornalismo investigativo, e sua influência sobre a seguinte geração de jornalistas americanos. Há depoimento inclusive do Oliver Stone, autor, como se sabe, de um filme a respeito de Nixon. Esse extra apresenta uma interessante discussão sobre a prática jornalística, assinalando a mudança da imagem dos repórteres no decorrer destas 3 décadas: da imagem de um aliado do cidadão comum, lutando pela liberdade individual, a um mero criado das Corporações, cujos interesses os jornalistas sobrepõem à verdade. Garganta Profunda - À Luz do Dia: pouco mais de 16 minutos sobre a figura por muitos anos misteriosíssima do informante secreto que recebeu o apelido de Garganta Profunda, o agente do FBI Mark Felt. A personagem é das mais impressionantes do filme e da história do escândalo de Watergate e da subseqüente queda do presidente Nixon; como disse o Woodward: "Se Hollywood o tivesse inventado, ninguém teria acreditado". Meio e a Imprensa - o Making of de Todos os Homens do Presidente: featurette de 10 minutos realizado na década de 1970. 1976 Dinah! com Jason Robards: entrevista de 7 minutos feita pela Dinah Shore com o ator Jason Robards, que ganhou o Oscar de coadjuvante pelo papel de Ben Bradlee. Destoa um pouco dos outros extras por ser menos sério, mais superficial. Outro ótimo dvd duplo da Warner, em que pese, novamente, a ausência de legenda nos extras do 1º disco. Ainda que seus extras somem um pouco menos de 1 hora e meia, são muito bons, adequados ao filme, sério, político, adulto, filmado em forma de thriller; uma história de mistério, cujos detetives são jornalistas, e cujos criminosos estão nos altos escalões do governo. Bem se vê que continua atual.
  18. O dvd nacional, além dos míseros cortes, mantém porcamente o título dos extras americanos. Assim, temos "Cenas Inéditas", mas, na verdade e efetivamente, há uma única cena adicional. (No R1, são duas. Mas, quem sabe?, a Buena Vista tenha cortado uma das cenas a fim de justificar, em parte, o nome do extra; com efeito, a 2ª cena continua inédita.) No extra "Música e muito mais", há apenas e tão-somente uma canção; ou seja, nada, muito menos esse "muito mais". Em resumo, informações falsas, visando ludibriar os consumidores, ao tentar vender o nosso dvd vagabundo como se fosse a senhora edição americana. A Buena Vista anda merecendo um processo nas costas. J. de Silentio2006-4-26 9:49:44
  19. É o nome do bairro ou a definição? Falta inventarem um bairro com o nome de Inferno ou Pandemônio.
  20. Sempre morei no Paraíso.
  21. Com relação à lista postada pelo -felipe- a respeito dos 25 filmes que merecem uma nova e melhor edição em dvd, posso dizer o seguinte, adaptando-a à realidade do mercado brasileiro e ao meu (des)gosto pessoal: 25. Darkman - Vingança sem Rosto Tem uma edição simples da Universal. Não é prioridade, mas merece, sim, uma edição decente. Outros filmes do Sam Raimi, contudo, têm preferência, como "Homem-Aranha" em wisescreen e a série "Evil Dead". 24. Os Fantasmas Se Divertem Concordo. Falta uma edição em wise e com bons extras desse divertido filme do Tim Burton e com igualmente divertida trilha do Danny Elfman (com direito a canção do Harry Belafonte, Rei do Calipso). Do diretor, aguardamos também a edição especial de "Edward Mãos de Tesoura", já lançada lá fora, e de "Marte Ataca". 23. Um Punhado de Dólares/Por Uns Dólares A Mais Existem edições R2 matadoras desses dois filmes. Bastaria lançar aqui, até para completar a Trilogia dos Dólares em pé de igualdade com a ótima edição dupla de "Três Homens em Conflito". 22. O Último Tango em Paris A Versátil até está lançando alguns bons títulos antigos do Bertolucci. Falta, no entanto, lançarem "O Último Imperador" em versão decente no Brasil. "O Céu que Nos Protege" recebeu recentemente uma edição de banca competente. 21. sexo, mentiras e videotape Tenho o dvd da Fox. De fato, podia ser melhor, já que não tem extras. Mas o Soderbergh podia ter seu "Traffic" lançado por aqui em widescreen antes. 20. The Wizard Ignoro. 19. Soberba Existe uma edição da Continental que dizem ser um lixo. Está aí um filme que realmente merece uma edição especial. Vi que a Criterion lançou uma edição de "F for Fake"; quem sabe, por um milagre, não chega na Selva. Que "O Processo", "Otelo" e demais filmes do Orson Welles sejam disponibilizados em dvds decentes, e não pela infame Continental. 18. The Transformers: The Movie Não assisti. Não me importo. 17. Rebeldia Indomável Foi lançado pela Warner em foolscreen. Creio que é daqueles filmes que a Warner, mais cedo ou mais tarde, lança em dvd duplo. Tomara. 16. Ensina-me A Viver Esse clássico ainda não foi lançado por aqui, inexplicavelmente. Que seja então lançado já em edição especial. 15. Dias de Paraíso Tenho o dvd da Paramount. Sem extras. Merece uma edição restaurada, remasterizada, quando mais não fosse para termos a deslumbrante fotografia do jeito que ela e nós merecemos. 14. Chinatown Também da Paramount, a distribuidora que mais reluta em lançar seus clássicos por aqui; "Chinatown" felizmente foi lançado, mas simples e simplório. O -felipe- contou que os responsáveis pelo estúdio já declararam que o mercado de dvds não é prioritário para eles, de modo que são os filmes da Paramount os mais difíceis de receber uma edição especial. Além disso, outros filmes do Polanski tampouco receberam a atenção devida em dvd, inclusive pela Warner ("Busca Frenética", foolscreen). 13. Matador em Conflito Tenho o dvd da Buena Vista, mas não acho que seja um filme que mereça uma superedição. Claro que, se isso vier a acontecer, tanto melhor para nós; mas não há dúvida de que outros filmes na fila mereçam muito mais. 12. Vidas em Jogo Acabou de ser lançado aqui. Não vi o dvd, mas não parece ser daqueles dvds decepcionantes. Que tal "Se7en" (Playarte) e "Clube da Luta" (Fox), ambos duplos (já existem aqui), com os extras legendados? 11. Arizona Nunca Mais Divertido filme, lançado aqui sem extras. Mas queria, antes da edição especial de "Raising Arizona", que os filmes dos irmãos Coen lançados pela antiga Columbia fossem relançados, como "E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?" e "O Grande Lebowski". 10. True Lies Foi relançado pela Universal numa edição pelada no fim do ano passado. É um filme que merece um dvd duplo espetacular, como, aliás, outros filmes do James Cameron que por estas bandas tiveram edições medíocres: "Terminator 1", "T2" e "T3", que nem chegou a ser lançado para venda. 9. South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes Lançamento da Warner, em full e wide. Mais do que o filme, espero sejam lançadas as temporadas da série, sem começar pela 4ª ou 5ª temporada, como a Paramount, por uma questão de direitos, chegou a anunciar. 8. Los Angeles - Cidade Proibida Ano que vem chega o dvd duplo deste excepcional filme policial, dos melhores jamais realizados. James Ellroy é o maior escritor do gênero atualmente. Leiam "Dália Negra", para descobrir por quê. 7. Contato Outro dvd da Warner que ainda não comprei por pressentir uma futura edição especial dupla. Quem sabe no ano que vem, quando o filme completa 10 anos. Aposto que sai. 6. Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas Também da Warner, em fullscreen. Com certeza, mais um filme que ganhará dvd duplo, como só a Warner sabe produzir. Resta esperar sem desesperar. 5. Apocalypse Now/Apocalypse Now Redux Paramount, de novo. Merece uma edição que tenha as duas versões do filme (particularmente, acho a Redux, nova e maior, muitíssimo superior), além de extras, como o diário das filmagens, que, reza a lenda, foram conturbadíssimas. O Coppola também deveria ter seu "A Conversação" lançado enfim por aqui. Parece que é da Paramount, o que explica muita coisa. 4. Kill Bill "Pulp Fiction" duplo e "Jackie Brown" wide (além de "Um Drink no Inferno", que ele escreveu e no qual atuou) são, para mim, prioridades. Mas um box "Kill Bill" com as cenas deletadas, ou uma versão integral de mais de 4 horas até que viria a calhar. (Não, não me esqueci, por tabela, de "Sin City", cujo dvd duplo dificilmente aportará aqui.) 3. Song of the South Nada a declarar. 2. Blade Runner O Nacka já postou a notícia sobre a futura edição especial desse dvd. Como "Apocalipse Now", terá de vir com as duas versões, e mais um disco só de extras. 1. The Star Wars - Trilogia As edições originais não seriam de se jogar fora, mas não boto fé que o George Lucas volte atrás e as disponibilize em dvd. Dinheiro ele já tem de sobra. A nossa esperança, nada nova, é fiar no fato de que quanto mais eles têm, mais eles querem.J. de Silentio2006-4-24 18:54:27
  22. Excelente notícia Felipe... Adoro este filme... Tomara que Universal lance no mercado brasileiro este' date=' que para mim, é a obra prima de Billy Wilder. [/quote'] Além de "Pacto de Sangue", deveriam lançar do Billy Wilder, por aqui, "Se Meu Apartamento Falasse", "A Montanha dos Sete Abutres" (tão fácil de achar na época do VHS) e "Testemunha de Acusação". São estes filmes imprescindíveis numa coleção que se preze.
  23. Coração Selvagem - Edição de Colecionador – David Lynch Caixa amaray preta. Menu animado. Boa imagem em wide anamórfico 2.35:1. É bom lembrar, nesse sentido, que o dvd recebeu uma nova transferência, sendo por isso mesmo bem superior ao dvd antigo; tal processo é discutido pelo próprio David Lynch num dos extras do dvd, de que falarei mais tarde e abaixo. Som em inglês em Dolby Digital 5.1. Ao contrário da versão anterior, com a capa vermelha e sem extra algum, este dvd tem também áudio em português. A duração do filme é de 125 minutos, ao invés dos 120 minutos do dvd antigo. Consta que a duração inicial deste filme era de 4 horas e meia. Não há indícios de que no futuro essa versão integral seja lançada; espera-se, ao menos, que a futura edição, preferencialmente em dvd duplo, traga muitas dessas cenas deletadas. O –felipe– havia levantado a dúvida sobre se esse dvd seria igual ao R1. É, sim. Apenas a capa é diferente; como sempre, a capa americana é mais bonita, com a personagem do Nicolas Cage remetendo ao Elvis Presley, e a personagem da Laura Dern a Marilyn Monroe, os dois grandes ícones norte-americanos, conforme a intenção do diretor, possivelmente o mais autoral do cinema ianque nos dias de hoje. Vejam: capa de Wild at Heart Extras – todos legendados, excetuando o trailer: - Amor, Morte, Elvis e Oz – o making of de Coração Selvagem: documentário de 30 minutos, com depoimentos dos atores, do diretor e do autor do livro que deu origem ao filme, Barry Gifford. Já começa bem com a declaração do David Lynch a respeito do filme: “É uma história de amor vivida no Inferno”. Com efeito, há muito fogo no filme, seja nos clássicos, antológicos closes dos palitos de fósforo sendo acesos e dos cigarros sendo tragados, seja na cena do incêndio, vista em dois flashbacks importantes. Outra referência marcante, ainda mais explícita, é a homenagem a O Mágico de Oz. Totó, a Cidade Esmeralda, os sapatinhos vermelhos, a estrada de tijolos amarelos (as marcas de mesma cor do asfalto, que Lynch retomaria em A Estrada Perdida, que tem, por misericórdia, que ser lançado o quanto antes em dvd), as bruxas boa e má, esta em sua vassoura e com a bola de cristal, o que se oculta além do arco-íris, tudo isso, em suma, é citado em Coração Selvagem, claramente ou de forma mais sutil, como nos filtros com as 7 cores do arco-íris que aparecem nas cenas de sexo entre as duas personagens principais, Sailor Ripley e Lula. Tudo ao som das músicas, de Elvis a Richard Strauss, selecionadas a dedo pelo Angelo Badalamenti, colaborador habitual do diretor. Quem assistiu ao filme, vê, ou melhor, ouve Love Me Tender com novos olhos, ou melhor, ouvidos. - O Almoço do Dell: 9 featurettes sobre os mais variados temas. O extra leva esse nome por causa de uma cena do insano, excêntrico primo de Lula, o Dell, interpretado pelo Crispin Glover, que acreditava nos ETs de luvas pretas e vestia suas cuecas cheias de baratas (e ainda fazia cara de que estava gostando). Cumpre frisar que, embora o filme seja baseado num romance do Barry Gifford, Coração Selvagem apresenta a mesma coleção de bizarrices dos demais filmes do David Lynch, um dos cineastas mais originais de sua geração. Lembremos a esse respeito da personagem dos pombos, com sua inesquecível e hilariante voz de pato, e da cena do acidente de trânsito, em que a personagem da Sherilyn Fenn morre delirando, preocupada com a raiva futura de sua mãe sobre o desaparecimento de sua bolsa. A cena certamente é bizarra, mas também e na mesma medida comovente, pois é bastante ilustrativa do modo como todos morremos solitários, no espaço e sobretudo no tempo, o que me fez lembrar do verso de Rilke, em que o poeta roga: “Dá, ó Senhor, a cada um a sua própria morte”. Adiante. São estes os featurettes: 1 – A Bruxa Boa: sobre a personagem interpretada pela Laura Palmer de Twin Peaks, a atriz Sheryl Lee, em participação especial. Tem 1 minuto e 40 segundos; 2 – “Selvagem por dentro e estranho por fora”: sobre a inserção desta fala da personagem Lula a respeito do que é o mundo, e que resume bem o filme. 2 min e 23 seg; 3 – “Nascem Sailor e Lula”: depoimento de 1 min e 49 do escritor Barry Gifford sobre a criação das duas personagens; 4 – Mãe da Lula: acerca da personagem, louca e decadente, interpretada pela Diane Ladd, mãe também na vida dita real da atriz Laura Dern. 3 minutos e 2 segundos; 5 – O Cano Vermelho: 2 minutos sobre um objeto de cena que o David Lynch precisava para completar o take; ilustrativo do nível de detalhamento e do método de criação do diretor; 6 – Pombos: a respeito da personagem de que tratei acima. 2 minutos e 8; 7 – Cannes: 3 minutos e 40 sobre a experiência do filme ter ganho a Palma de Ouro em Cannes; 8 – “Não estou falando da sua cabeça”: Willem Dafoe fala, em 1 minuto e meio, a respeito de sua frase com duplo sentido na introdução de sua famosa, e para muitos perturbadora, cena do “Fuck me”; 9 – Jaqueta de Couro de Cobra: 2 min e 12 sobre a jaqueta usada no filme pelo Sailor do Nicolas Cage, por meio da qual ele expressa sua “individualidade e crença na liberdade pessoal”. - Galeria do Sailor e Lula: galeria de fotos, com música e montagem. 2 minutos e 8 segundos. (O dvd americano informa que há um total de 65 fotos.) - Espontaneidade Específica. David Lynch em destaque: 7 minutos de depoimentos sobre o diretor, seu estilo inconfundível, único. - David Lynch em dvd: aqui há um erro de tradução; não é “em dvd”, mas “sobre o dvd” (on, em inglês). Quase 3 minutos a respeito da produção deste dvd; como produziram um novo negativo e deste fizeram uma nova cópia, cena por cena, para obter uma “master em alta definição toda corrigida”. - Mini documentário original: featurette feito na época, o que se percebe pelas imagens e também pelo fullscreen. 7 minutos. - Spots de TV (surpreendentemente legendados): 4, quase idênticos (para mim, impaciente, iguais), em pouco mais de 1 minuto. - Trailer: 1 minuto e 47 segundos. Em resumo, o segundo melhor dvd do David Lynch lançado no Brasil. O melhor, evidentemente, é a 1ª temporada de Twin Peaks, da Paramount. (Dizem que a 2ª temporada, a ser lançada lá fora no segundo semestre deste ano, só chegará aqui em 2007. Aguardemos.) Veludo Azul tem uma edição decente, em wise e com alguns extras, mas merece muito mais; Cidade dos Sonhos foi lançado em foolscreen, mesmo caso de Uma História Real. O Homem Elefante, ainda que em wisescreen, não deixa de ser um dvd de banca. Duna teve uma edição em dois dvds pela Versátil, mas também não agradou a todos. Quanto a Estrada Perdida, Eraserhead e os curtas, não temos notícias de que venham a ser lançados, ainda que o desejemos com veemência.
  24. Opa! Valeu, Silentio! E essa edição tá bonitinha? Achei ela bem baratinho e tô a fim de comprar! É excelente. O making of tem quase 3 horas de duração (a cena inacabada do rinoceronte é muito legal; uma pena que não tiveram verba para incluí-la no filme). Mas não venda seu dvd duplo, porque nesta edição tripla temos "apenas" a versão estendida. A versão do Cinema está no dvd duplo antigo. Além disso, os extras são diferentes, o que significa que esse filme tem, na verdade, uma edição quíntupla. Cofre absoluto, sem medo de se arrepender.
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