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Forum Cinema em Cena

Alexei

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Everything posted by Alexei

  1. É terrível. Pensem num filme ruim; agora multipliquem essa ruindade por 8 ou 10. Eis Sex and the City 2. Mal escrito, mal dirigido, mal tudo. Spoiler O filme tem uma cena infame na qual mulheres árabes tiram o xador para revelar, orgulhosas, roupas de grife, como se usar Dior ou Chanel fosse uma forma de subversão ou algo a ser almejado por pessoas que, ao que me consta, têm muito mais coisas para se preocupar.
  2. Outro admirador de Happy-Go-Lucky aqui. Pra mim, está entre os melhores filmes do Mike Leigh. E olhem que ele tem muitos bons filmes (Vera Drake, Topsy-Turvy...).
  3. Eu tive uma impressão bem parecida com essa sua, Beckin. O filme não é ruim, mas também não chega a ser bom. O que mais me incomodou, na verdade, foi o desinteresse do Tim Burton em explorar pequenos pontos interessantes num roteiro, no geral, muito sem sal. E a Ann Hathaway está péssima, embora eu não consiga dizer quem tem mais culpa no cartório, ela ou o Burton. Ficou parecendo uma garota-propaganda do Leite Moça nas décadas de 50 e 60. Mas tem umas coisas boas sim, embora poucas. As passagens na Corte de Copas são razoavelmente legais, especialmente quando Burton brinca com os conceitos do normal e do excêntrico, que é uma constante dele. Naquele momento se percebe que o cara por trás das câmeras tem conteúdo; pena que está tão preguiçoso. E a Helena Bohnam Carter, excepcional, é o ponto alto do filme, conseguiu tranformar uma caricatura num ser humano (quando o que mais se vê nos cinemas é o contrário, infelizmente: seres humanos transformados em caricaturas). Mas Burton continua um visionário, esteticamente falando. Cheshire, por exemplo, virou uma aparição, um wraith, ora ameaçador, ora acolhedor. O Jabberwocky também é sensacional e me remeteu aos dragões da Disney das décadas de 30 e 40. Mesmo com esses pontos algo razoáveis, o filme é insípido demais. Muito pouco pra quem tinha feito Sweeney Todd.
  4. Lembro que, quando vi Peixe Grande, saí do cinema maravilhado. Achei bem filmado pra caramba - dos cineastas na ativa, poucos tranformam o framing em uma verdadeira arte como Burton faz - e com um argumento de primeira grandeza. Filme sensacional. O Ed Gonzalez, da Slant, tem uma resenha muito bonita sobre o filme (4 estrelas em 4), que cravou uma posição nos 100 melhores filmes da década, feita pela equipe da Slant. Esse finalzinho é pra você, Nacka, que curte a boa escrita e também esse filme: "An older Sandy (Jessica Lange) gets into a bathtub fully clothed with her dying husband. "I don't think I'll ever dry out," she whispers. It's the most beautiful piece of dialogue you'll hear in any film this year, because it not only speaks to the power of their love but is indicative of just how saturated Burton's images are with that love. There's a suspicion that Edward Bloom may or may not have lived the fabulist life he compulsively speaks of. Whether or not he is telling the truth is beside the film's 'surprise' ending. Big Fish is sentimental but never manipulative, a non-secular tall tale that speaks to our universal desire to live life not necessarily to its fullest, but with wonderment of our very existence. It's a simple but profound truth. Big Fish is love and death, Burton style. " Alexei2010-05-17 11:49:21
  5. O que me incomoda nas touradas não é a morte do touro em si, mas sim o prazer que o público tem ao observar a tortura de um ser vivo. A morte faz parte da vida e é algo natural, mas a provocação de dor para o prazer alheio é uma coisa que eu considero doentia, além de carente de legitimidade. Nunca verei uma tourada na vida, mas se visse, certamente torceria pelo touro, mesmo sabendo que toda a estrutura do espetáculo foi concebida para a sua morte, da forma mais sangrenta possível. Seria uma esperança vã, portanto.
  6. Penso que o Oscar é, antes de qualquer coisa, um jogo de política, marketing e memória, no qual os jogadores - estúdios e integrantes da indústria do cinema de uma maneira geral - combinam esses três elementos para obter a vitória. Às vezes o merecimento até vem acoplado a essas dimensões, mas, em muitas outras ocasiões, isso não acontece. Procurar justiça nas premiações da Academia é perda de tempo. Pelo menos pra mim.
  7. Em Brasília, mas tirei a semana de páscoa de férias em Londres. Vi, além de Billy Elliot, Grease, The Phantom of the Opera, Love Never Dies, Dirty Dancing e, da vez passada que fui, Mamma Mia! e Stomp (que não é, tecnicamente, um musical, por isso a conta é de seis e não sete). Billy Elliot é o melhor, sem dúvida.
  8. Central do Brasil é muito bom. Gosto dele bem mais que de Cidade de Deus, a propósito. Mudando de assunto, falaram bastante do Stephen Daldry aqui e eu não poderia deixar de registrar que o considero um diretor bem ruinzinho. Esse último dele, O Leitor, é um desastre de tão ruim, vazio como ele só. A razão de eu ter comentado isso é a coincidência de eu ter visto, nas minhas férias da semana passada, o excelente Billy Elliot - The Musical, que é dirigido pelo próprio Daldry e é muito, mas muuuito melhor que o filme. Se eu fosse esse diretor, pararia de fazer suas doses-de-tristeza-na-veia em forma de filmes (que não me dizem absolutamente nada além dessa melancolia toda) e ficaria só com os palcos. Dos sete espetáculos que eu vi no West End, Billy Elliot é o melhor, disparado.
  9. Tentem ver Beijos Proibidos, o Quarto Verde e A Sereia do Mississippi, por motivos distintos. O primeiro por ser muito leve e lírico, e o segundo e o terceiro por trazerem uma visão singular da obsessão de Truffaut pela morte e pelas mulheres, respectivamente. Esse é A Sereia do Mississippi. Louis, o protagonista, sabe que aquela mulher, Julie - Catherine Deneuve, mais bonita do que nunca - pode lhe trazer a ruína, mas ele quer tê-la de qualquer jeito mesmo assim. Ou exatamente por isso. Cegueira ou autodestruição? Alexei2010-04-06 11:23:56
  10. Olha aí, estamos resolvidos. Era só uma questão de acordo intersubjetivo quanto ao significado do termo expectativa.
  11. Eu não esqueci, foi de propósito! Hahaha Talvez eu tenha me expressado mal mesmo, vou tentar reformular. Quando eu falo que não crio expectativas eu quero dizer, na verdade, que eu tento "limpar" minha mente e meu coração o máximo possível antes de ver algum filme. Quando eu tô lá, na poltrona, fiz esse pacto comigo mesmo, de entrar na sala como uma espécie de quadro branco, limpo, esperando que o diretor escreva nele. Se alguma coisa já tiver sido escrita antes, aí a análise, o gostar, podem ficar irremediavelmente poluídos. Podem, não necessariamente devem. É por isso que eu raramente dou bola pra esses previews, sejam eles do Mike Leigh ou do Michael Bay. Por outro lado, é difícil dizer se eu consigo esse grau de descontaminação ou não. Eu simplesmente tento, e não acho que esteja acima dos seres humanos normais por tentá-lo. Saca? Posso até não conseguir, mas eu tento. Tento muito! Sobre o Michael Bay, bem, Transformers foi o último dele que eu vi no cinema, e detestei. Mas me lembro que, naquela época, comprei meu ingresso pronto para gostar ou desgostar do filme independentemente da "grife" Bay. Não deu porque eu achei o filme ruim mesmo - teve horas que os robôs se engalfinhavam tanto que eu nem conseguia saber onde um terminava e o outro começava -, aí paciência. Só acho que você devia desencanar com essa idéia que eu quero passar uma imagem de que seria diferente dos "seres humanos normais", mesmo que não seja só comigo (você disse que é uma "mania" sua). Não é a minha praia, não que eu saiba.
  12. Mas na tentativa de sintetizar você acabou generalizando, o que é bem diferente. A síntese perpassa o objeto do começo ao fim; se aplica a qualquer uma de suas partes justamente porque revela o que é essencial e comum a todas elas. A generalização, ao contrário, tenta aplicar uma parte do objeto ao seu todo, mas não resiste ao teste de validação. São fenômenos que andam na contramão um do outro.
  13. Pois é, não vi ninguém sendo xiita, apenas alguns dizendo que têm fé no novo projeto mesmo sendo a cara do Burton, e outros dizendo que não têm fé exatamente por ser a cara do Burton. Algo legítimo de ser expresso, inclusive, pois o tópico é aberto. Eu nunca crio expectativas boas ou ruins para o novo filme de A ou B, prefiro deixar rolar. Mas acho natural que pessoas o façam. E depois é que você esclareceu, bat, que estava se referindo à cinegrafia do Tim Burton após A Lenda. "Sempre a mesma merda" - que foi seu primeiro post - é muito mais abrangente que isso. Muitos filmes diferentes acabaram sendo colocados no mesmo balaio. Alexei2010-03-18 20:12:12
  14. Não tinha como ficar claro que "a mesma merda" se referia ao período pós A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça. A carreira do Burton começou em meados da década de 80, e Lenda foi feito em 99. Inclusive porque você pode até considerar Peixe Grande - que foi, aliás, feito após A Lenda - uma merda, mas dizer que é "a mesma merda" que, por exemplo, Sweeney Todd, aí eu não vejo como. Argumento, estética, linguagem, tudo diferente. Só pra constar, considero Peixe Grande um dos melhores filmes já feitos sobre a construção da figura psicológica do pai, talvez até o melhor. Burton mostra como os pais são criados no imaginário dos filhos e meio que os desconstrói, mas com muita sensibilidade e imagens lindas. Ô filme do caralho.
  15. Já eu considero bem infeliz usar a expressão "sempre a mesma merda" para um cara que já fez filmes tão diversos quanto Ed Wood, Marte Ataca, Peixe Grande e A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça. Todos muito bons, na minha opinião. E concordo com a dark, Planeta dos Macacos é uma porcaria mesmo. Não é porque se trata do Tim Burton - que eu considero um sujeito verdadeiramente talentoso em múltiplos aspectos - que eu vou aprovar tudo o que ele faça. Então, vamos aguardar o que vem. Pode ser bom, pode ser ruim. Como qualquer filme, aliás.
  16. O Fernando também indicou a Blanca Portillo, então ela não entrou por pouco, provavelmente.
  17. A categoria de Atriz Coadjuvante ficou meio esquisita mesmo. Amy Adams ter entrado no lugar da Isabella Rossellini foi um pecado. Das indicadas, meu voto é de Rosemary DeWitt, que está sensacional em Casamento. A propósito, Saulo e Gago, se vocês ficaram meio frustrados por não verem muitos dos seus indicados na lista final, minha listagem servirá de consolo: Melhor Filme: Abraços Partidos, Amantes, O Casamento de Rachel, Coraline, Up – Altas Aventuras<?:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /> Melhor Diretor: Pedro Almodóvar (Abraços Partidos), James Gray (Amantes), Jonathan Demme (O Casamento de Rachel), Henry Selick (Coraline), Pete Docter e Bob Peterson (Up – Altas Aventuras) Melhor Ator: Jeremy Renner (Guerra ao Terror), Joaquin Phoenix (Amantes), Sean Penn (Milk – A Voz da Liberdade), Souleymane Sy Savane (Goodbye Solo), Joseph Gordon-Levitt (500 Dias com Ela) Melhor Atriz: Ann Hathaway (O Casamento de Rachel), Caroline Abras (Se Nada Mais der Certo), Penélope Cruz (Abraços Partidos), Kristin Scott Thomas (Há Tanto Tempo que te Amo), Sally Hawkins (Simplesmente Feliz) Melhor Ator Coadjuvante: Bill Irwin (O Casamento de Rachel), Christoph Waltz (Bastardos Inglórios), Red West (Goodbye Solo), Anthony Mackie (Guerra ao Terror), Eddie Marsan (Simplesmente Feliz) Melhor Atriz Coadjuvante: Blanca Portillo (Abraços Partidos), Viola Davis (Dúvida), Rosemary DeWitt (O Casamento de Rachel), Isabella Rossellini (Amantes), Debra Winger (O Casamento de Rachel) Melhor Roteiro: Deixa Ela Entrar, Amantes, Coraline, Up – Altas Aventuras, Simplesmente Feliz
  18. Estou com preguiça de ler essas 80 páginas, mas achei algo do Gago que exprime exatamente o que eu penso:
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