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Forum Cinema em Cena

Alexei

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Everything posted by Alexei

  1. Outra coisa: Star Trek e Distrito 9, que vêm sendo prestigiados pelos sindicatos, podem sugar alguns votos de Avatar caso entrem na lista de Melhor Filme também. Talvez esses votos façam falta, já que a disputa anda acirrada. Acho que essa edição do Oscar é a mais indefinida dos últimos anos. No estado atual das coisas, eu diria que o prêmio de Melhor Filme pode ir para qualquer um desses 4 filmes, em ordem de favoritismo: Guerra ao Terror, Avatar (que não foi indicado para o SAG Ensemble e isso prejudica muito), Bastardos Inglórios e Amor sem Escalas (estes dois últimos empatados, eu acho).
  2. Esqueceram Bastardos Inglórios? Sally Menke fez um belo trabalho no filme, que ficou com uma edição de imagens bem fluida. A cena no bar, então, é sensacional. Essa indicação de (500) Dias Com Ela confirma uma idéia minha, de que o filme tem chances, discretas porém não desprezíveis, de aparecer na lista de Melhor Filme. Ele é bem popular e ajudaria a Academia aumentar a audiência da cerimônia (que anda bem baixa) entre os jovens. Já que não dá, de jeito nenhum, pra indicar Lua Nova...Alexei2010-01-12 11:09:20
  3. Também tenho interesse em participar da comissão desse ano, se possível. Eu gosto do prêmio e as escolhas do fórum CeC são, em geral, muito boas. Das vezes que eu participei, usei uma técnica que pode ajudar outros membros da comissão: imprimi a lista dos filmes lançados comercialmente nos cinemas brasileiros e fui simplesmente anotando, ao lado, todas as categorias em que o filme poderia ser mencionado. Após essa pré-seleção, ficava bem mais fácil chegar aos 5 indicados. Essa técnica também ajuda a não esquecer dos filmes lançados no começo do ano, que acabam ficando em segundo plano em relação aos mais recentes.
  4. Morreu hoje, aos 89 anos, o cineasta Eric Rohmer. Para quem não conhece, Rohmer foi um dos fundadores, juntamente com François Truffaut, Jean-Luc Godard, Claude Chabrol, Alan Resnais e Jacques Rivette, da Nouvelle Vague, movimento que buscou romper com a visão de cinema que havia na França naquela época, tradicionalista e subserviente à literatura. Rohmer é um dos meus diretores de cinema preferidos, praticamente um ilustre desconhecido neste fórum. Alguns filmes seus foram recentemente lançados em DVD no Brasil, como A Mulher do Aviador, 4 Aventuras de Reinette e Mirabelle, o excepcional A Carreira de Suzanne - que faz parte de uma coleção chamada 6 Contos Morais - e o meu preferido, o Contos das 4 Estações (4 filmes, na verdade). A Carreira de Suzanne é uma ótima introdução ao cinema desse sujeito brilhante. Quem vir, não se arrependerá. Segue a notícia: Morre o cineasta francês Eric Rohmer, aos 89 anos 11 de janeiro de 2010 • 15h27 • atualizado às 16h24 Eric Rohmer morreu aos 89 anos 11 de janeiro de 2010 Foto: Reprodução O cineasta francês Eric Rohmer morreu nesta segunda-feira (11), em Paris, aos 89 anos, informou à AFP sua produtora, Margaret Menegoz. Rohmer era um dos principais diretores da Nouvelle Vague, movimento artístico do cinema francês caracterizado por jovens diretores que queriam se opor ao cinema comercial, produzido na época, mesmo sem recursos financeiros. Parte deles, bem como Rohmer, trabalhava na revista especializada Cahiers du Cinema. Ao lado de nomes como Jean-Luc Godard, François Truffaut e Alain Resnais, entre outros, Rohmer ajudou a romper os padrões narrativos do cinema, apostando em personagens amorais e em montagens pouco previsíveis, que formavam uma visão única dos acontecimentos. Tal jeito de filmar seria copiado - com menos competência - ao longo dos anos, tornando-se o padrão que eles tanto lutaram para combater. Os filmes do cineasta se caracterizavam pelo forte apelo anticomercial, usando situações reais para expressar seu ponto de vista. Por exemplo podemos citar o fato que seus personagens sempre estavam de férias ou tinham o tempo livre, um modo discreto de protestar contra o capitalismo. Rohmer também abusava da iluminação natural e locações externas, mostrando assim seu olhar sobre a natureza: flores, nuvens, mar e paisagens, em geral, tinham muito espaço em sua filmografia. Como poucos, o cineasta reproduzia uma atmosfera familiar, como se cada filme fosse apresentado ao vivo todas as vezes em que se dava o "play". Editor da Cahiers, Rohmer foi o primeiro a tentar a carreira como diretor, em 1950, com Journal d'un scélérat, muito à frente de sua época. Com a extensa filmografia, ajudou a lançar atores de prestígio como Arielle Dombasle, Pascal Greggory e Fabrice Luchini. Entre seus filmes, pouco conhecidos no Brasil, apesar da fama da Nouvelle Vague, estão os premiados A Colecionadora (1967), La Marquise d'O (1976), Pauline à Plague (1983) e o recente, Triple Agent (2004). Confira a filmografia completa do diretor: 2004 - Agente Triplo (Triple Agent) 2001 - A Inglesa e o Duque (L'Anglaise et le Duc) 1998 - Conto de Outono (Conte d'Automne) 1996 - Conto de Verão (Conte d'Été) 1995 - vous de Paris 1993 - A Árvore, o Prefeito e a Mediateca (L'Arbre, le Maire et la Médiathèque) 1992 - Conto de Inverno (Conte d'Hiver) 1990 - Conto da Primavera (Conte de Printemps) 1989 - Les jeux de société (TV) 1987 - O Amigo da Minha Amiga (L'Ami de Mon Ami) 1987 - 4 Aventuras de Reinette e Mirabelle (4 Aventures de Reinette et Mirabelle) 1986 - Bois ton café, il va être foid 1986 - O Raio Verde (Le Rayon Vert) 1984 - Noites de Lua Cheia (Les Nuits de la Pleine Lune) 1983 - Tu? 1983 - Pauline na Praia (Pauline à la Plage) 1982 - Um Bom Casamento (La Beau Marriage) 1981 - A Mulher do Aviador (La Femme de l'Aviateur) 1980 - Catherine de Heilbronn (filme para a TV) 1979 - Perceval le Gallois 1976 - A Marquesa d'O (Die Marquise von O...) 1972 - Amor à Tarde (L'amour l'aprés Midi) 1970 - O Joelho de Claire (Le Genou de Claire) 1969 - La béton dans la ville (filme para a TV) 1969 - Victor Hugo architect (filme para a TV) 1969 - Minha Noite Com Ela (Ma Nuit Chez Maud) 1968 - Louis Lumière (filme para a TV) 1968 - Mallarmé (filme para a TV) 1967 - Fermière à montfaçon 1967 - A Colecionadora (La Collectonneuse) 1966 - Une étudiante d'aujourd'hui 1966 - Victor Hugo: Les contemplations (filme para TV) 1965 - Les caractères de La Bruyère (filme para TV) 1965 - Le celluloid et la marbre (filme para TV) 1965 - Cinéma de Notre Temps: Carl Th. Deyer (filme para TV) 1965 - Don Quichotte (filme para TV) 1965 - Entrettein sur Pascal (filme para TV) 1965 - Les histoires extraordinaires d'Edgar Poe (filme para TV) 1965 - Perceval ou le conte du Graal (filme para TV) 1965 - Paris vu par... 1964 - Les métamorphoses du paysage (filme para TV) 1964 - Nadja à Paris 1963 - A Padeira do Bairro (La Boulangère de Monceau) 1963 - A Carreira de Suzanne (La Carrière de Suzanne) 1960 - Présentation ou Charlotte et son steak 1959 - O Signo do Leão (Le Signe du Lion) 1958 - Véronique et son cancre 1956 - La sonate à Kreutzer 1954 - Bérénice 1950 - Journal d'un scélérat Com informações da AFP Alexei2010-01-11 17:55:20
  5. Nacka, eu entendi o que você quis dizer. É uma concepção interessante, sem dúvida. Mas eu preferiria que o material todo fosse melhor elaborado. Não foi, paciência. O Gustavo Adler escreveu umas coisas bacanas na página anterior, fez referência a algo que eu havia escrito antes no tópico. Concorda com algumas opiniões minhas, discorda de outras, traz novas leituras também. E não, eu não acho que minha opinião valha mais que a dos outros.
  6. Lucas, a edição que fiz ao meu post explica melhor meu posicionamento. E o Silva entendeu o que eu quis dizer, embora não tenha concordado com minha valoração do assunto. Nem é importante que alguém concorde comigo, e sim que me entenda. Só isso justifica a tortura de posts tão longos! Hah Mas eu continuo achando, sim, que a crítica à manipulação que se faz sob a égide de "guerra ao terror" ficou bem ruim. Mas isso não me faz, no geral, desgostar do filme não. Ao contrário, eu tive uma experiência muito agradável no cinema, inclusive pelas boas intenções do diretor. Mesmo com tantas coisas que eu meio que torci o nariz. Eu sou chato mesmo, exigente.
  7. Você quer dizer que eu estou incomodado com o fato de o Cameron ter resolvido "abordar o outro lado"? Oxe' date=' nava a ver! Hahaha Na verdade, é exatamente o contrário. Eu gostaria que esse outro lado tivesse sido melhor abordado, isso sim. Vamos ver como vem o filme da Kathryn Bigelow a esse respeito. Não tenho dúvida de que aquela visão canalha das coisas não é ficção. Eu concordo contigo, portanto. Mas, naquele momento, Cameron critica não a visão propriamente dita, e sim o discurso, a manipulação das massas (e é por isso que ele mostra os rostos dos fuzileiros anuindo com o general), e nesse ponto acho que ele foi bem desastrado. As razões estão no meu post anterior, que você pode concordar ou não. Nesse filme, Cameron não critica a instituição militar em si mesma, e sim o mau uso que se faz dela, por manipulação. Ou vocês acham que aquela exclamação de Trudy ("eu não me alistei pra isso!") não revela que ele distingue claramente o que ,e na concepção dele, o bom militar do mau militar? O problema é que a manipulação real, que ocorre aqui em nosso planeta, é muito mais bem-feita do que aquilo. Alexei2009-12-30 20:57:08
  8. Ó o Daniel usando táticas de retórica! Vale a pena eu me debruçar um pouco sobre esse post aqui, que está bem interessante. Meu querido Daniel (e ele é meu querido mesmo, a gente debate bastante, às vezes até se exaltando, mas continuamos nos querendo bem) acabou de lançar mão de uma estratégia de discurso que é bem conhecida: ao ser confrontado com uma proposição difícil de ser desmentida, rebata com uma outra proposição, igualmente verdadeira, ainda que não tenha relação com a primeira. Na mente do leitor ou do ouvinte, a força da primeira proposição será diminuída ou mesmo anulada. Acompanhem comigo. A primeira proposição consiste na impossibilidade de se comparar os Na'vi com os terroristas do Iraque, que, obviamente, empregam táticas de terrorismo (guerrilha, atentados contra a população civil, ataques suicidas etc.). Não há um só momento no filme em que os Na'vi se comportem como terroristas, eles estão apenas se defendendo de uma invasão. Dai surge o despropósito e a gratuidade da frase "vamos combater terror com terror". O verdadeiro discurso anti-terror é muito mais sofisticado do que isso, mas este é um assunto para o próximo post, quando eu comentar a afirmação do Nacka. Como é difícil superar esta conclusão, o Daniel veio com outra verdade: "Mas a guerra civil no Iraque foi causada pela invasão americana". Até aí, tudo bem, o leitor pode inclusive pensar "ele tem toda razão". Mas qual é a relação entre a primeira e a segunda? Nenhuma! O fato de a invasão norte-americana no Iraque ter desencadeado uma guerra civil não invalida o descabimento de se comparar os Na'vi a terroristas. Uma coisa não implica a outra, até porque não se está julgando o ataque dos fuzileiros aos Na'vi, e sim o discurso do general. Esta é uma estratégia de retórica, por sinal muito bem empregada. Se eu não a tornasse explícita, poderiam até pensar que eu estou justificando o ataque aos Na'vi, o que não tem nada a ver.
  9. Acho que você não leu direito o que eu escrevi ou, se leu, não entendeu ou não quis entender. Eu afirmei que gratuita e desproporcional foi a alegoria, e não o ataque aos Na'vi, que não haviam praticado terrorismo algum. Daí o descabimento da comparação. Acho bacana o Cameron denunciar o terror que a guerra ao terror causa. Mas se vai falar, que o faça com consistência e propriedade, né filho? É a isso que eu estou me referindo no post anterior.
  10. Eu também quero muito ver Tetro. Mal posso esperar, na verdade. E ainda não vi Youth Without Youth, que também disseram ser um filme interessante.
  11. Estou admirado de ver tantos posts em defesa de um filme tão ruim. E vejam só, entre todos os personagens, o único que me pareceu ter a espessura maior do que a de uma cartolina foi justamente o milionário russo. Óbvio que o segundo melhor personagem, em termos de complexidade e desenvolvimento, é o cachorro. (Spoiler daqui em diante) Que, aliás, se salva. Alexei2009-12-29 15:39:15
  12. O Segredo do Abismo é a síntese do cinema de James Cameron. Brega até dizer chega, porém muito bem-intencionado e visualmente caprichado. Segredo ainda é o meu preferido dele. Mas é leeeento...
  13. Assim ficou minha lista com os melhores filmes lançados nos cinemas neste ano: 1. Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos), de Pedro Almodóvar 2. Amantes (Two Lovers), de James Gray 3. O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married), de Jonathan Demme 4. As Testemunhas (Les Témoins), de André Téchiné 5. Up - Altas Aventuras (Up), de Pete Docter e Bob Peterson 6. Deixa Ela entrar (Låt den Rätte Komma In), de Tomas Alfredson 7. Simplesmente Feliz (Happy-Go-Lucky), de Mike Leigh 8. Coraline e o Mundo Secreto (Coraline), de Henry Selick 9. Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds), de Quentin Tarantino 10. Milk - A Voz da Igualdade (Milk), de Gus Van Sant 5 menções honrosas, sem ordem: Gran Torino (Idem), de Clint Eastwood; A Partida (Okuribito), de Yojiro Takita; 500 Dias Com Ela ((500) Days of Summer), de Marc Webb; Goodbye Solo (Idem), de Bahareh Azimi; Caramelo (Sukkar banat), de Nadine Labaki. Alexei2009-12-29 11:07:53
  14. Caraca, havia me esquecido que você manja bem disso, Silva! Se você tiver tempo - e paciência -, poderia até comentar um pouco esses conceitos, eles são bem interessantes. E só pra concluir, que eu já falei muito: eu gostei do filme. Sem sombra de dúvida. Tem muita coisa nele que me incomoda, eu apenas fui mais condenscendente porque há muita beleza ali, como o Bátima falou. As virtudes suplantaram os defeitos, na mnha opinião.
  15. Acho que vc precisa quebrar alguns paradigmas... Obviedade não é intrinsecamente ruim. Já eu acho obviedade uma merda, Dook. Eu prefiro 10 vezes mais uma linguagem sofisticada, como, por exemplo, a de O Novo Mundo, do que uma repleta de obviedades, como a de Avatar. Ainda bem que o visual e algumas idéia sapecadas pelo Cameron (como a consciência corporal que Jake vai adquirindo à medida que deixa de ser humano para se tornar Na'vi) são tão interessantes que me fizeram gostar do filme, que não é nenhuma Brastemp mas é bem legal. Tão ingênuo que chega a ficar bonito. Só citei o filme do Malick porque ele foi mencionado no tópico, mas na verdade acho meio complicado comparar os dois. O Novo Mundo tem uma estética muito sofisticada, elegante mesmo. Avatar é um caso agudo de didatismo; Cameron não nos deixa pensar nada, ele pensa por nós em antecipação completa.
  16. Acabei vendo o filme duas vezes. Da primeira não consegui ingresso para a sala 3D, aí fui na 2D mesmo. Como o visual do filme é muito bonito, assim que saí da sala, comprei o ingresso para ver o filme em 3D no dia seguinte, esperando um espetáculo ainda maior, mas fiquei até um pouco decepcionado. O filme em 3D não tinha aquele efeito que eu esperava, de uma selva quase tangível. As cores e as luzes continuaram bonitas, apenas com um pouco mais de profundidade. Quanto ao filme em si, acabei gostando mais que desgostando. Ele tem uns conceitos sensacionais, como o elo e o da rede neural-biológica, no meio de muita coisa reciclada (inclusive personagens), muito clichê usado sem qualquer cerimônia. Hipótese de Gaia, o mito do messias, o estado de natureza de Rousseau (o "bom-selvagem"), está tudo lá, porém excessivamente pasteurizado, de uma forma tal que por vários momentos eu pensei estar vendo um filme feito pra crianças. Tudo é muito simplificado ( "ganância = ruim; natureza = bom"), mocinhos e vilões são separados por um abismo do tamanho do planeta Pandora. Cameron também não é o rei do camp à toa, alguns diálogos são um verdadeiro desastre. Kitsch é elogio para aquelas falas e personagens. Mas o filme tem uma agenda preservacionista tão forte que eu até minimizei esses defeitos, que não são poucos. O visual é extremamente bonito, de bom gosto mesmo, e eu me diverti, mesmo vendo um roteiro que parecia ter sido escrito por uma criança de 6 anos para outras crianças de 5. Adivinhem com quantos anos eu me senti na sala de cinema...
  17. Ao invés de jogar Summer e Tom num tribunal, tentando encontrar algum culpado ou a conduta menos saudável, vamos voltar a discutir o filme, pessoal. Alexei2009-12-14 18:14:52
  18. Olha, eu vi A balada de Narayama em VHS. Nem sei te dizer onde você poderia achá-lo. Vale a pena, é um filme de beleza impressionante. Via a lista do Scofa e ela me lembrou de um filme que não pode faltar, Fanny & Alexander. Tem também Crimes de Paixão, do Ken Russel, que está me obrigando a editar a lista. Lá vou eu.
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