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Forum Cinema em Cena

conan

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Posts posted by conan

  1. Interessante o tema. Mas ainda assim cabe uma observação provocadora: o cristão do diálogo poderia ser trocado por um fiel de outra crença/religião sem que o teor da discussão se comprometesse por causa disso.

     

    Aliás, podemos extrapolar o diálogo e pensar em outras possibilidades:

     

    - Sim, o fato de sermos imperfeitos e de possuirmos a capacidade de conceber a ideia de perfeição aponta para a possibilidade de possuirmos a centelha divina em nós. Contudo...

    - Qual versão de Deus se aproximaria mais da Entidade Verdadeira e Perfeita? O que nos garante que Deus, tal como é concebido no Cristianismo, Judaísmo ou Islã não é uma corrupção inerente ao homem da Perfeição Divina?

    - Seria possível ter uma mínima compreensão de Deus, ou isso é algo completamente fora da nossa capacidade?

  2. Poisé Soto... agora é moda. Se bem que eu adoraria um remake pra agora do Hobbit!  :lol:

     

    Eu até curti o novo Vingador do Futuro. Não supera o original (apesar deste ter envelhecido muito mal), mas é bem competente e divertido. A refilmagem da Hora do Espanto também entra nessa. Adoro o original, o ícone por excelência dos filmes de horror dos anos 80. Mas o novo filme é bem bom. Estas duas refilmagem são filmes competentes, nada memorável que justifique a nova versão, mas não são de se jogar no lixo. São divertidos! Imagino que o novo Robocop deve entrar nesta categoria.

     

    Agora o remake do Conan, cruz credo!  :angry:  :lol:

     

    E olha que Robocop tem matéria de sobra para novas versões. Imagina um Robocop nas mãos do Cronenberg, e com o cara tendo liberdade para avacalhar no bom sentido o universo homem/máquina?

  3. O problema não é tanto os remakes em si, mas o propósito e a maneira como são filmados.

     

    Dentre os inúmeros exemplos de remake lixo, pelo menos dois são brilhantes e superam em muito (pelo menos em fama) os originais. É o The Thing do Carpenter e a Mosca do Cronenberg. Adoro os dois filmes e eles entram fácil em qualquer lista minha de ficção/horror. Os filmes originais não são tão marcantes...

     

    Agora o problema é muito maior quando o cara vai fazer refilmagem de um filme consolidado e aclamado. O cara tem que ser MUITO autoral e criar uma coisa nova. Ele praticamente tem que reiventar a roda...

     

    Não vi o Robocop ainda, mas pelo que vi um dos problemas é que não foi um filme tão autoral assim

  4. Cara, não gostei muito do Innkeepers. Mas deve ser porque vi o trailer antes. É o tipo do filme que as melhores cenas o trailer já aponta de alguma forma. Além disso, achei a premissa interessante, mas o desenvolvimento é muito aleatório. A ambientação realmente é muito boa, mas a narrativa não anda e fiquei com a sensação de estagnação. Nada de novo acontecia...

  5. Poisé, eu tenho uma visão bem provocadora sobre SDA e o Hobbit. Não existe nada, além da "preguiça mental", que confere à obra do Peter Jackson o status de "versão definitiva" da obra. Aliás, acho uma bobice que fãs fiquem extasiados por acompanharem algo que, teoricamente, eles seriam capazes de conceber imagens tão boas quanto. Na minha cabeça, um tanto de coisa é bem melhor que aquilo que o Jackson fez. Eu não idolatro o cara... só acho que ele foi muito competente na adaptação do SDA, mas está longe de ser alguém que tenha dado a última palavra sobre a concepção artística do universo de Tolkien (e nem deveria).

     

    Sou doido para ver alternativas à visão canônica do Jackson (que de canônica não tem nada). Uma visão que subverta os padrões. Por que diabos os orcs e trolls não podem ser bichos peludos? Por que o Gollum não pode ter escamas? Por que Sauron não pode adotar uma forma sombria humanóide (para além da adaptação literal do "olho que tudo vê"?)...

  6. Plutão, não me leve a mal. Eu adoro as ilustrações do SDA, inclusive estou querendo abrir um tópico de ilustrações baseadas nas obras dele que apresentam um conceito diferente da do Peter Jackson.

     

    Mas ainda assim acho válido deixar uma aura de mistério sobre as obras. Eu não sou doido para ver a adaptação para os cinemas. Acho que o livro sempre foi uma obra-prima independente dos filmes.

     

    Mas a preguiça mental é patente quando fãs do SDA tratam o Peter Jackson como deus, ou melhor, como o porta-voz oficial do deus Tolkien. Tudo o que ele faz é perfeito...

    Por isto estava doido para o Guillermo del Toro ter dirigido o filme, para ter apresentado um conceito diferente. Queria um choque artístico mesmo, algo completamente do que o Peter Jackson tinha feito.

     

    E aposto que teria muita gente torcendo o nariz, como se ele estivesse fazendo algo errado simplesmente por ter feito algo diferente do Peter Jackson...

  7. Provavelmente, o próprio Tolkien não aprovaria a adaptação. Referindo-se à possibilidade da obra ser transformada em teatro, Tolkein mostrou ceticismo sobre a transposição do universo que ele criou para outras formas de arte. Ele disse que a sua obra funciona muito bem na literatura, mas na arte cênica ela soaria como algo muito bobo.

     

    E, em certos pontos, concordo com ele. É legal ver a adaptação ao cinema, mas esta adaptação acaba matando um pouco a obra original. E grande parte dos fãs não nota isso, que filmar uma obra acaba raptando e fazendo a nossa imaginação de refém. A obra literária perde um pouco da sua graça, aquela capacidade essencialmente individual que cada leitor tem de conceber e visualizar mentalmente um universo a partir daquilo que está escrito.

     

    E isto foi pior ainda quando, logo após os filmes, começaram a vender os livros do SDA com figuras do filme na capa, ao invés das belíssimas ilustrações das versões anteriores.

     

    Foi um saco reler os livros e ter que fazer um esforço mental dobrado para imaginar o meu próprio mundo ao invés daquele criado pelo Peter Jackson. Cara, tentar dar um outro rosto ao Aragorn e Frodo, fazer outra concepção espacial do Condado, Minas Tirith, Orthanc, etc. é muito chato...

     

    É horrível ler um livro e toda hora ficar imaginando o filme. Gostar disso acaba estimulando uma certa preguiça mental...

  8. Acho o Jackson daqueles diretores de um filme (trilogia) só. Fora isso, não acertou muito não. Acho King Kong muito superestimado. Acho que o Jackson perdeu a mão na caracterização da ilha. Parece design de video game. Aliás, o filme todo.

     

    O melhor, depois do SDA, é o fome animal. Mas é um filme escrachado no qual não dá para ver a genialidade do diretor ali. É tudo jogado na tela sem cerimônias que fica difícil falar se o filme ficou bom por competência ou por puro "guilty pleasure" dos fãs de filmes trash.

     

    Os espíritos é um filme que acho sem sal. Novamente, tudo é jogado na tela bem escrachado, mas desta vez não funciona. O tom cartunesco não fica orgânico na história, e a alternância de humor e terror não ocorre de modo natural

     

    Aliás, é interessante ver como ele dirigiu um SDA obra-prima, mas sendo que o resto de sua filmografia não acompanhou o nível desta série. É um diretor meio Ridley Scott com seu Alien e Blade Runner.

  9. Considerações "positivas":

     

    1) Não achei o triângulo amoroso um desastre. Quebra o ritmo e não acrescenta nada de interessante, mas não é de todo mal. Talvez seja um sinal aos fãs daquilo que aconteceu no livro Senhor dos Anéis, o clima entre o Gimli e a Galadriel. Está certo que foi um "amor a primeira vista" sem maiores explicações. Mas é até bacana.

     

    2) Me surpreendi positivamente com o Smaug. Às vezes fica meio over, mas no geral ficou legal e ameaçador. Crédito do Peter Jackson que rendeu a participação dele. Mas, como tinha falado antes, a voz de Smaug ficou muito over, parecendo um vilão genérico de filme de terror. Até o Pablo concordou com isso.

     

    Considerações negatvias:

     

    1) Toda a trama envolvendo as politicagens da cidade do lago. Isso sim, foi muito chato. Personagens a mais que não achei interessante, e muito caricatos. Aliás, toda a parte na cidade do lago é bem chata e enrola as coisas.

     

    2) Sobreposição de narrativas. Ora a ameaça são os orcs perseguindo. Ora a ameaça é o Sauron. Ora a ameaça é Smaug. Mas a ligação entre estes três focos é muito tênue e não se justifica. Não gostei de orcs correndo pra cá e orcs correndo para lá. Falta propósito nesta correria toda.

     

    3) O que o primeiro capítulo tem de lentidão, este tem de correria. Trechos que deveriam ser bem mais desenvolvidos, aconteceram num piscar de olhos sem nenhuma emoção. A passagem na casa de Beorn foi totalmente inútil. E a sequência na Floresta das Trevas foi muito apressado e mal conduzido. Peter Jackson simplesmente descartou a parte mais tensa da Floresta das Trevas e preferiu enfatizar (mais uma vez) a porrada com os orcs. Aliás, até as lutas na cidade do lago ganha mais destaque.

     

    4) Cagaram no Beorn.

     

    Enfim. Um bom filme, adaptação bem fraca. Não se distingue dos filmes do gênero capa e espada que estão sendo feitos nos últimos anos. Divertido, mas esquecível.

  10. Cara, achei o Segredo da Cabana o terror mais WTF! Mas no bom sentido.

     

    Aquela maluquice toda é uma das melhores homenagens ao gênero do horror trash. Homenageia sem cair no saudosismo dos tributos. Tem um humor negro que não compromete a parte trash; não vira um pastelão. É engraçado, mas não é um terrir a la Shaun of the Dead. E o Gore rola solto. É meio ficção científica também. É algo meio "O Hospedeiro".

     

    É meio difícil de definir o gênero do filme, e é por isso que eu achei tão bacana.

  11. quem tiver tempinho, confira a otima antologia de terror que a Bloody Cuts disponibiliza aos amantes do gênero na web. Os curtas podem ser vistos online no link abaixo, sem restrições. Ja adianto que meus preferidos são "Dont Move",”Mother Died”, “Dead Man Lake” e “Prey”.

    http://www.bloodycuts.co.uk/films/

     

    Dá para ver claramente a melhora da qualidade dos filmes a cada episódio. Começa mais ou menos, tanto em questão de efeitos quanto de história. Mas depois fica muito bom.

     

    Gostei do Don't Move e do Suckablood. Este último gostei muito. Não é uma história inovadora, mas curti muito o clima... é o time de filmes de terror que eu gosto.

     

    Em tempo, a antologia é uma grande homenagem aos filmes de terror. Os amantes vão gostar bastante!

  12. Uai, Plutão... então você volta para a idade em que o homem dependia do cavalo para a locomoção e do boi para gerar energia do moinho?

     

    Mas bom... hoje em dia temos outras formas de locomoção e outras formas para gerar energia... ambas muito mais eficientes que o uso animal. Mas bom... acho que você não quer evoluir não, quer deixar a nossa espécie atrasada, na época em que precisávamos dos animais para tudo. Será que não podemos pensar em possíveis alternativas?  :rolleyes: aahh... não... foda-se tudo isso. rsrs

     

     

    Afeição por espécie está sim no nosso DNA os instintos maternos ou a maternidade em si manda uma lembrança. --> Você está se enrolando de novo, ou me fazendo de bobo... :lol:  Não estou falando de instintos maternos. E acho que você sabe bem a diferença entre liberdade, união e fraternidade e a relação entre a mãe e a sua prole. Mesmo assim, vale lembrar que a própria relação de maternidade nos homens está sujeita à intervenção da cultura.  tem sociedades que matam os bebês gêmeos por considerarem uma aberração que corrompe a ordem social.

    Tenho minhas dúvidas se você não reconhece que união, liberdade e fraternidade são conceitos culturais, e não quer dar o braço a torcer. rsrs

  13.  Esse aqui é recomendado pro SCOFA

     

     Visto ALTITUDE

     

     Altitude.2010.jpg

     

     

       Na trama, Sara (Jessica Lowndes) é uma piloto novata, que viaja em um pequeno avião com o namorado, o primo e mais um casal de amigos. Quando um mal funcionamento na aeronave faz com que o veículo não pare de ganhar altitude, os jovens começam a entrar em pânico. Mas este é só o inicio de seu pesadelo, já que eles se veem envoltos por uma tempestade da qual não conseguem sair e uma enorme criatura parece perseguir o avião.

     

     Bem interessante este claustrofóbico horror canadense, onde 95% da historia se passa dentro do pequeno avião. A narrativa parece saída de algum episódio de ALÉM DA IMAGINAÇÃO, já que a situação em que os personagens se encontram é aparentemente inexplicável. O diretor inclusive não esconde essa influencia ao incluir na historia a presença de uma historia em quadrinhos com historias de terror ao estilo CONTOS DA CRIPTA.

     

      Embora nenhum dos personagens seja realmente digno de nota ou um poço de carisma, o pequeno elenco consegue nos manter minimamente interessados no destino daqueles jovens, embora alguns sejam realmente irritantes, especialmente o casal de amigos, formado por um cara metido a valentão, e uma garota que parece pensar estar em um found footage, e não larga a câmera de jeito nenhum. Mas ok, por que o foco aqui não é desenvolver personagens, e sim explorar os efeitos que a atmosfera criada pela desesperadora situação provoca nos personagens e no publico. E isso ALTITUDE faz muito bem.

     

      Em seu longa de estreia, o diretor Kaare Andrews consegue nos mergulhar de maneira competente no microverso daquele avião, Vemos os personagens sendo acometidos aos poucos pelos efeitos da alta altitude, e dá-lhe crises de pânico, tremedeira e surtos de aerofobia.

     

      O tal monstro que persegue o avião também é usado de forma inteligente e em doses homeopáticas. Claramente não só por questões criativas mas também (principalmente) por tratar-se de um filme com orçamento reduzido. Mas o seu design é interessante, sendo claramente inspirados nas criaturas de H.P Lovecraft, e Andrews só bota o monstro em ação nos momentos mais dramáticos, embora é claro, exista momentos em que é impossível esconder a natureza digital do monstro.

     

    Mas na maior parte do tempo, o diretor consegue esconder tal baixo orçamento, como na sequência em que um dos personagens é obrigado a ir para o lado de fora do avião para tentar reparar um dano na aeronave. Uma sequência que tinha tudo pra ficar com cara de chroma key, mas que devido a uma boa decupagem e efeitos ficou bacana.

     

      A conclusão pode dividir opiniões, mas pessoalmente, achei bem coerente com o que havia sido mostrado até então.

     

       No geral, ALTITUDE é um bom filme de suspense, com uma boa atmosfera, que dá certa originalidade ao conceito do pesadelo lovecraftiano, e com um desfecho ao meu ver, bastante interessante. Recomendo.

     

     

    Achei a premissa muito boa, mas como você disse, parece ter saído do Twilight Zone. É um enredo ideal para uma história curta, um conto ou um episódio. Não achei que tinha fôlego para um filme inteiro sobre o assunto.

    É bem original e instigante, mas demora a engrenar na trama de verdade, e quando engrena não desenvolve todo o potencial que tinha.

    Pessoalmente, acho que o filme deveria se concentrar mais no ambiente estranho e no monstro, e menos na tensão psicológica. Tá, eu sei que tem a limitação dos recursos. Mas, idealmente para mim, era desenvolver mais a concepção do próprio monstro. É legal que explorem eventualmente os conflitos e os dilemas entre os personagens. Mas nem sempre isso precisa ser a regra, pois diante da outra alternativa, a de imergir o espectador neste universo estranho, a opção de focar nos dilemas dos personagens acaba tendo um efeito "broxante" na expectativa que é criada.

     

    A criatura não somente aparece em doses homeopáticas, mas nunca tem uma real importância na trama. Poderia ser uma bizarrice qualquer que não faria tanta diferença.

     

    Acho que este é o lance legal do Lovecraft. Ele provavelmente ia despirocar a história toda, rsrs... Ia adicionando camadas e camadas de bizarrices. Quando você achava que não dava para piorar a situação, a coisa ficava mais preta no instante seguinte...

     

    Mas é um ótimo filme sim!!! Bem melhor que muitos filmes que possuem todos os recursos do mundo!

  14. Plutão, nem o mais ardoroso defensor do teste em animais fica falando que é da nossa natureza usar os animais...

     

    Você fica dando voltas e voltas e não consegue responder as perguntas básicas...

     

    Você tenta naturalizar o que é extremamente ideológico. A base de seu argumento é fundamentalmente sentimental, utópico, idealista e emotivo.

     

    "Já respondi a você, que se a humanidade pensar dessa forma ai assim ela está fadada a extinção." --> óbvio que não!!! Ela passou a história TODA pensando justamente o contrário e não desapareceu. Estou para ver um mundo em que os homens são bons por natureza e andam de mãos dadas. Sempre houve conflitos, embates entre grupos, desprezo...

    Sem contar os exemplos do Gustavo, quantas e quantas vezes os homens não desprezaram o diferente e o deficiente???

     

    "Eu sempre defendi uma humanidade unida, livre e justa, pois isto é a garantia a meu ver de uma sobrevivência concreta nossa neste planeta." --> Mas isto é uma opinião sua, não um comportamento determinado pelo nosso DNA. Você não está percebendo as suas contradições??? União, liberdade e justiça... Você está sugerindo que isto existe na natureza de alguma forma que não por uma concepção humana???

     

    "Não tem como mudar ou abolir os usos de animais em testes" --> Está falando sério? Está dizendo que é da natureza do homem fazer experimentos em animais???

     

    E você só vai se enrolando no argumento... Em tempo, a discussão não é mais a utilidade dos animais para as sociedades humanas, mas o uso de Darwin, da ideia de sobrevivência do mais apto ou da crueldade da natureza como embasamento da argumentação.

     

    Vou te dar uma dica de contradição:

     

    Você usa a ideia de espécie como fundamento de sua identidade humana. Mas, ora, como o Gustavo já demonstrou, a própria ideia de identidade é um construto simbólico, discursivo e cultural. Logo, seu recurso à ideia de especie é uma ideia como qualquer outra (classe, nação, religião, raça...). Isto é um comportamento cultural e não natural. Espécie é uma ferramenta analítica que os cientistas utilizam para a classificação do mundo animal. Esta classificação poderia ser uma outra qualquer, dos animais voadores, corredores e nadadores... Por que não? É uma demarcação humana e arbitrária que não reflete a psique do animal. Nenhum animal pensa em termos da "nossa coletividade, os leões". Por que eles não pensariam em termos de classe, gênero, filo, etc? Ou então, por que não existe uma solidariedade natural entre os animais voadores?

     

    Você está trocando as bolas entre um recurso instrumental e uma verdade natural...

  15. Concordo totalmente com o Gustavo...

     

    É uma questão ética. Não tem nada de natural. Não está no nosso DNA tal comportamento...

     

    Insistir neste argumento, postando imagens de "como a natureza é cruel" é de uma ingenuidade absurda, caricata e um pouco de vergonha alheia...

  16. Plutão... já disse para largar este papo de Darwin.  :lol:

    Na boa...

     

    Você está jogando no lixo toda a sua defesa pelos direitos humanos com esta ideia "supremacia" humana.

     

    Se você parar para pensar, esta pataquada da sobrevivência do mais apto contraria o seu argumento. Você diz que estamos fazendo nada de diferente do que a natureza faria. Mas estamos sim.  Ao realizarmos testes em animais para o tratamento de doenças, estamos ludibriando as "regras" da natureza.

     

    "Você tem leucemia, câncer, alguma patologia congênita?  Azar o seu baby! A natureza é cruel e você é uma pedra para a nossa evolução". 

     

    Em última instância seu argumento vai desembocar num fascismo extremo.... Pois usar Darwin para justificar comportamentos sociais não é nada mais do que isso. Você não percebe, mas sua opinião está dando todo o embasamento necessário para posturas eugenistas...

    Se liga!

  17. Podemos ver narrativas semelhantes à Queda do Paraíso em diversas religiões. Claro que não são réplicas das particularidades da visão cristã, mas não deixa de ser interessante constatar isso.

     

    Mas se possuem uma narrativa semelhante, a questão mais cabeluda vem aí: será que possuem uma origem em comum de uma religião ancestral (visão histórica)? Ou ainda, será que todas são visões sobre uma realidade divina; que esta coincidência reflete, no fundo, uma natureza humana em comum? Ou será que todas elas refletem um padrão de comportamento social que não possuem um vínculo histórico?

     

    Aí vai para cada um. A fé em uma religião pode levar a pessoa ver neste fato uma corroboração à sua crença.

     

    Particularmente, acho que é válida a comparação entre as religiões. Mas não vejo a coincidência de alguns fatos como prova da primazia do cristianismo. Acho que ele é um elemento fundamental para entender este fenômeno, mas o cristianismo em si não se difere das demais manifestações religiosas (isso numa perspectiva mais sociológica). Ou seja, se é possível encontrar um elemento em comum na narrativa A e na narrativa B, só esta constatação não nos permite dizer qual narrativa tem precedência ou qual é o tipo de vínculo entre as narrativas...

     

    A permanência e a expansão do cristianismo realmente é algo muito interessante. Mas também aí, ele não é o único caso. Existem outras religiões com trajetórias semelhantes neste aspecto.

  18. Discussão interessante!

    Particularmente, acho difícil  falar de natureza do homem. Diversas filosofias e religiões usam este argumento e é difícil de encontrar alguma prova.

     

    Talvez seria interessante pensar que todas as religiões, de alguma forma, tratam desta potência divina que perpassa tudo e que move as coisas. Neste sentido, cada representação de determinada cultura seria um avatar, uma faceta, desta força que é uma realidade impessoal.

     

    Por este caminho, acho difícil ver na natureza humana uma noção já inerente de pecado e salvação.

     

    Na verdade, Dook, eu inverteria a lógica. Se há um pensamento semelhante ao cristianismo em outras comunidades não-cristãs significa que o próprio cristianismo seria uma representação histórica e culturalmente particular de um padrão de comportamento humano. Ou seja, ao invés de pensarmos em indícios do princípio cristão em outras culturas, seria ver o próprio cristianismo como um indício de algo cultural.

     

    De uma maneira geral os homens (mesmo os ateus) tendem a separar o mundo em coisas sagradas e coisas profanas. O sacrifício também é um padrão ritual que tem grande importância na construção e na manutenção da coesão social. Neste sentido, o sacrifício é expresso tanto na forma da paixão de Cristo como no ato de um soldado que dá a vida em defesa de uma causa mais geral, como aqueles que morrem pela nação...
    Neste sentido, é interessante observar como muitas religiões possuam uma narrativa semelhante...

  19. Plutão, só uma coisa:

    Seu argumento é muito bacana, cara. Mas aqui, tira este negócio de Darwin, sobrevivência da espécie humana e tal... Além de ser uma discussão cômica, isso não contribui em nada para o seu argumento. Sério. Nem vou responder sobre este negócio de natureza ser cruel que é uma discussão ridícula. Desculpe-me, mas é...

    Só digo uma coisa, sua solidariedade para com os homens não é instinto, mas cultura. Logo, não é um valor absoluto que existe na natureza em si. Mas enfim...

     

    Além do mais, eu estou falando sobre o assunto "Teste em cobaias animais" (que aliás, é o título do tópico). Não estou discutindo se o instituto Royall é uma empresa criminosa ou se os criminosos são os vândalos. Não estou falando de loirinha que usa cosméticos. Do dinheiro público que foi para o ralo...

    Estou falando do assunto genérico. Da temática...

     

    E confirmo o que eu disse no início. Os manifestantes são burros? Podem até ser. Mas foram eles que inseriram o assunto na agenda política.

    E não acho que seja um assunto fechado, sem mais discussões. No mundo inteiro não é. Então não tem o porque no Brasil seria?

     

    Então eu te pergunto: Você acha que é um assunto que não precisa ser discutido? Que não é preciso debater o uso de outros meios quando é possível?

  20. Para mim a equação é simples:

     

    Animais usados em testes para medicamentos e vacinas - perfeitamente válido se não há outros métodos ou sejam extremamente caros ou infactíveis. Fodam-se os ativistas.

    Animais usados em testes para produtos supérfluos e/ou que não são indispensáveis - contra MESMO SE não houver outro método

     

    Fim da opinião.

     

    Só para render a discussão...

     

    Se existirem outros métodos, mas que sejam mais caros (porém não extremamente custosos!!), eles deveriam ser impostos por uma regulamentação?

    Obviamente, as empresas querem o menor gasto e o maior lucro, portanto esta decisão não viria deles. Caberia ao governo impor uma lei do gênero.

    Então a questão colocada é: deveríamos apoiar esta regulamentação mais estrita?

  21. hahah... conveniente o sentimentalismo para com os "homens", mundo maravilhoso onde todos somos iguais e temos o mesmo direito. Agora me diz onde na natureza existe esta aliança entre os bichos da mesma espécie? Posso muito bem pensar que os africanos são um atraso para a espécie humana, uma forma arcaica que não se adaptou bem às condições em que vivemos, e por isso devem se submeter à expressão mais perfeita da nossa espécie: o homem branco (ironia).

    Agora me diga você por que raios eu deva ter algum vínculo com um aborígene ou um coreano? Certamente não é instinto, mas uma concepção de mundo que coloca todos os homens num grupo determinado e com determinadas características que os diferem de todos os animais.

    Claro que existem outras culturas que têm uma visão mais nuançada do vínculo do homem com a natureza e concebem outros tipos de relações. Mas isto não vem ao caso...

     

    Plutão! Presta atenção no que escrevi. Não disse que os testes em cães vai acarretar num desastre ambiental. Olha a interpretação...Disse que o caso dos testes em animais é um indício de um modo de vida geral. É uma manifestação particular de uma concepção de mundo mais geral, e o problema está aí. E ao que parece, esta concepção é a sua, com este papo de sobrevivência do mais forte e tal... Sério que você acha que os homens correm risco de extinção se abolir os testes para cosméticos?

     

    E, por fim, aí não mora o perigo não. Você acha que a UE tomou uma decisão arbitrária sem saber o que está fazendo? De que a ciência na Europa corre um sério risco? Usar este argumento é ingenuidade...

     

    Ainda acho que o exemplo europeu é muito claro. E insisto nele: a discussão é sobre o que estamos fazendo para diminuir ao máximo o sofrimento do animal.
    Eu concordo plenamente com a questão da cura das doenças. Mas novamente: o ponto é que temos que insistir em novos métodos.

  22. Eu esperava uma postura mais coerente sua. Se é para abolir o sentimentalismo, então abole completamente. Tem pessoas passando fome e sendo discriminadas? Azar o delas. Pois antes elas do que eu. É questão de sobrevivência do grupo social mais forte... Quanto aos mais fracos, só lamento... (ironia).

    Sério Plutão... Darwin está rindo disso tudo. Testar em cachorro novos componentes de um shampoo é a luta pela sobrevivência??? Menos, né... rs

     

    Plutão, não é questão de sentimentalismo. Esta mentalidade vai destruir o planeta (e a nós, obviamente). Se não repensarmos seriamente as bases do nosso estilo de vida, vamos nos auto-destruir.

     

    Não estou negando a importância do teste em animais para a história da ciência, não mesmo. Mas a questão não é esta. Com o conhecimento atual é possível passar para uma nova etapa. A tendência nos países cientificamente avançados é substituir o uso de animais por procedimentos alternativos quando possível. A discussão é esta: Não se trata de uma eliminação instantânea, mas a busca de um processo gradual de novos meios de pesquisa.

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