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Forum Cinema em Cena

dornas

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Everything posted by dornas

  1. Postei esse texto originalmente na página de comentários das críticas, mas coloco aqui pra quem quiser ver adicionar comentarios, concordar ou discordar. Crítica original com minhas considerações de vermelho e em negrito. Escrito por David Koepp a partir de um argumento concebido por George Lucas e Jeff Nathanson, o roteiro busca preencher, desde o início, as lacunas deixadas por Connery (que se recusou a abandonar a aposentadoria), Elliott (morto em 1992) e John Rhys-Davies (que cobrou demais) ao criar substitutos óbvios e pouco imaginativos: o professor Oxley, que Hurt é obrigado (obrigado? Ele fez papel de um louco, o roteiro exigia isso, poderia ser qualquer ator, até mesmo Sean Connery e nem por isso ele seria obrigado a desempenhar um papel que ele foi contrado.) a interpretar de maneira distante, como num transe, por quase todo o filme; o reitor que surge na ponta eficaz de Jim Broadbent; (se a ponta é eficaz, não deve ser obvia nem pouco imaginativa) e o mal desenvolvido assistente vivido por Ray Winstone. (Por acaso o assistente anterior vivido por John Rhys-Davies foi bem desenvolvido nos dois filmes que participou? Se ele voltasse como seria explicada sua traição? Melhor mesmo um ajudante diferente.) Enquanto isso, empalidecendo diante dos vilões dos filmes originais e oferecendo a primeira atuação realmente ruim de sua carreira, Cate Blanchett encarna a russa Irina Spalko de maneira absolutamente caricatural, jamais soando ameaçadora e deixando que seu penteado, seu figurino e seu sotaque façam todo o trabalho de “composição” da personagem. (Há algum vilão de Indiana Jones que não seja caricato?) Por outro lado, é inegável que Lucas teve uma boa idéia ao trazer um jovem impetuoso como contraponto ao envelhecido protagonista, o que, num mundo ideal, poderia recapturar a maravilhosa dinâmica estabelecida por Ford e Connery em A Última Cruzada, oscilando apenas a postura de Indiana para o lado carrancudo do espectro – e, de fato, este esforço pode ser observado na cena em que Mutt, depois de uma ação ousada, olha com um sorriso orgulhoso para Indy, que lhe devolve uma expressão mal-humorada (exatamente como acontecera tantas vezes no filme de 89). Infelizmente, esta dinâmica surge de maneira apenas pontual ao longo da projeção, que prefere gastar mais tempo nas repetidas (e apenas ocasionalmente engraçadas) referências à idade mais avançada do herói. (tenho certeza que se a dinâmica pai x filho fosse usada repetidamente, essa frase seria invertida.) Da mesma forma, o retorno de Marion decepciona por não resgatar a química explosiva vista em Caçadores, já que tudo aqui parece apenas uma imitação pouco inspirada do que ocorria no original: as brigas do casal parecem forçadas, assim como o eventual (e inevitável) romance – e o único momento em que o roteiro consegue recapturar aquela maravilhosa dinâmica é na breve cena envolvendo areia movediça (que, por esta razão – e sou capaz de apostar -, será aquela que levará o público às maiores gargalhadas) (Os dois não se vêem há quase 20 anos, isso não explica a falta de química explosiva?). Plenamente conscientes de estarem lidando com um personagem que ganhou contornos míticos ao longo das últimas décadas, Spielberg e Ford ao menos acertam na reverência com que tratam Indy: e o momento em que este surge em cena pela primeira vez é construído com cuidado, revelando-o gradualmente, já que, ao som do clássico tema composto por John Williams, vemos primeiramente seu chapéu e o contorno de sua inconfundível sombra. Porém, ainda que Ford mantenha a irreverência do arqueólogo (observem como ele ri, incrédulo, ao perceber que Irina tenta ler sua mente), as tiradas oferecidas pelo roteiro são geralmente frágeis – e, como se não bastasse, sua vulnerabilidade característica é simplesmente abandonada, já que, em nenhum momento da projeção, tememos realmente pelo destino de Indy ou de seus companheiros, ao contrário do que ocorria nos filmes anteriores (não vi diferença entre os filmes anteriores. Aqui Indy apanha talvez até mais que nos outros filmes e como sempre, sabemos que ele se salvará). Aliás, Spielberg nega ao espectador até mesmo a graça de vermos como o herói se espanta com a própria sorte: se antes o arqueólogo se surpreendia ao perceber como seu carrinho voltava aos trilhos depois de um longo salto ou percebia, confuso, como seus amigos o julgavam morto após a queda do tanque no despenhadeiro, aqui o diretor não nos mostra sequer o receio dos personagens ao caírem em três colossais cachoeiras (depois de três filmes e 20 anos de aventuras, ele parou de se espantar com a própria sorte, a cena inicial quando dois carros estão para bater de frente e o ajudante de Jones diz ao soldado russo “você não conhece ele” já diz tudo.) – e, ao manter sua câmera distante, Spielberg não apenas ressalta o absurdo de que todos escapem vivos como ainda desperdiça o impacto que a seqüência poderia gerar. (vemos Marion, depois de cair, em estado de choque com o volante na mão e cara de besta, o cinema todo riu. Pra mim essa cena funcionou muito bem.) E se antes as missões de Indy eram explicadas de maneira simples e objetiva, colocando a narrativa em movimento rapidamente, aqui as buscas e as deduções dos heróis exigem um longo tempo - e o pior: nem por isso se tornam mais claras. (A trama da Ultima cruzada é simples e objetiva? Alexandreta, mapas, livros com charadas, não vi muita diferença com a trama desse filme nos quesitos simplicidade e objetividade.) Além disso, embora haja um aspecto católico simbólico óbvio na presença de 13 alienígenas (Cristo e os apóstolos), a natureza daquele templo e os objetivos das criaturas jamais ficam claros. (pra que ficar claro? Aquilo está ali e não existem registros históricos suficientes, da mesma forma que os outros filmes ocultaram certas explicações convenientemente) Aliás, o fato é que a trama de O Reino da Caveira de Cristal é simplesmente ruim (opinião)– e a insistência de Lucas em utilizá-la é, provavelmente, o grande fator responsável pelo fracasso deste novo filme, já que nem mesmo as motivações de Indy são explicadas satisfatoriamente: por quê, por exemplo, ele insiste tanto em “devolver” a caveira como deseja Oxley? (poque ele entrou em contato com a caveira na cena em que ele esta amarrado encarando-a na tenda, da mesma forma que Oxley em algum momento anterior ao filme) E por que Ox, depois de fracassar em seu primeiro esforço para entrar no templo, retornou o artefato ao local no qual o encontrara em vez de guardá-lo para tentativas posteriores? (para protegê-la dos malvados russos ou algum outro bandido, ele conhecia o poder da caveira) E por que certa(s) criatura(s) agem daquela forma diante do pedido de Irina? (eles podem ter lido a mente dela e descoberto suas intenções ou ela pode realmente ter ido à outra dimensão, isso ficou aberto e não é necessariamente ruim) Infelizmente, em vez de buscar refinar a trama, Koepp tenta disfarçar os absurdos através de falas ridículas como “Eles voltaram para o espaço entre os espaços” (aliás, praticamente tudo o que John Hurt é obrigado a dizer neste filme dói aos ouvidos) (O velho está louco durante quase todo o filme, e nessa frase ele quis somente dizer que eles foram a alguma outra dimensão). Contudo, o mais decepcionante em O Reino da Caveira de Cristal é a maneira pouco imaginativa com que as seqüências de ação são conduzidas – e, com exceção de uma perseguição de moto ainda no primeiro ato, nada neste projeto nos faz lembrar de momentos geniais como Indy e os caminhões nazistas (em Caçadores da Arca Perdida), a perseguição nos trilhos subterrâneos (em Templo da Perdição) ou a luta envolvendo o tanque (em A Última Cruzada). Sim, aqui há uma longa briga sobre jipes na selva, mas o máximo que Spielberg consegue criar é uma gag batida de Mutt sendo atingido entre as pernas pela vegetação local. (Indiana Jones é feito de gags batidas e convenções existentes em filmes de ação, o filme inteiro é só isso, tanto que a estrutura dos quatro filmes é praticamente idêntica, excetuando O templo da perdição.) Além disso, a seqüência é orquestrada de maneira confusa, quase caótica, beirando a preguiça quando, depois que a luta chega ao fim, novos veículos russos surgem aparentemente do nada. (Nunca é explicado quantos veículos existem, se há reforços ou alguma outra companhia atrás da primeira, pra mim não fez diferença) Da mesma maneira, se a piadinha envolvendo a árvore que atinge os agentes comunistas pendurados na rocha é até engraçadinha, é triste perceber que, logo depois, aqueles mesmos capangas voltam a surgir ao lado de Irina, como se nada houvesse acontecido. (sinceramente não percebi se realmente eram os mesmos capangas) E por que Spielberg insiste em mostrar ágeis nativos que se escondem no templo e em outras ruínas se a natureza destes jamais é explicada claramente e eles não exercem qualquer efeito sobre o desenrolar da narrativa? (obstáculos para Indy, justamente como nos outros filmes. Será que aquela seita que protege o cálice tem algum efeito no desenrolar da trama? Se eles fossem cortados ou apenas citados não faria diferença em A ultima cruzada.) Mas o mais triste é perceber como a série Indiana Jones se deixa contaminar, neste quarto capítulo, pela praga da computação gráfica – e a insistência dos realizadores em afirmar que o recurso praticamente não foi utilizado não é apenas traiçoeiro, mas mentiroso. (Só percebi utilização de computação barra pesada no final do filme, o restante, se teve foi bem pontual e discreto) Aliás, para constatar como isto prejudica o filme, basta compararmos a cena das formigas gigantes com aquela de Templo da Perdição na qual Willie (Capshaw) era coberta por insetos nojentos: se aquele momento funcionava tão bem e provocava arrepios era porque sabíamos que os bichos eram reais e que a atriz (ou uma dublê) realmente tivera que senti-los percorrendo seu corpo. Já em O Reino da Caveira de Cristal, as formigas digitais surgem artificiais, falsas, e o máximo que sentimos é o incômodo por percebermos que tudo aquilo foi criado num computador. (Opinião! O cinema todo veio abaixo com essa cena, pra mim e todos presentes na sessão, as formigas foram repulsivas sim.) E o que dizer da cena desastrosa em que vemos Mutt saltando nos cipós como Tarzan e acompanhado por um exército de macaquinhos digitais? (finalmente concordo com você) Apesar de todos os seus problemas, porém, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal funciona ao menos como exercício de nostalgia: é prazeroso, como cinéfilo, rever o logotipo da Paramount se transformando em uma versão real que abre a aventura ou acompanhar o trajeto do herói através da linha vermelha em uma mapa. Além disso, Spielberg é hábil ao resgatar toda a linguagem dos filmes anteriores, desde os constantes travellings que nos aproximam dos personagens em momentos dramaticamente relevantes até o contra-luz ocasional que marca a (aqui, apenas suposta) força dos vilões. Da mesma forma, o diretor de fotografia Janusz Kaminski faz um trabalho impecável ao recriar o estilo do agora aposentado Douglas Slocombe, recapturando a preferência deste por sombras e silhuetas, por planos que revelam apenas os olhos dos personagens e pelo tom sépia elegante que confere ao filme um tom clássico que, mesmo belo, não trai a homenagem às produções B feita pela série. E como evitar um arrepio de reconhecimento diante da trilha icônica de John Williams? (adicionando aqui a textura do filme, há tempos não vejo um filme com essa cara de filme antigo, textura, cores bem diferentes dos tipos lavados e limpos de hoje.) Incluindo uma aparição-relâmpago da Arca da Aliança, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal representa uma experiência similar a um reencontro com um velho amigo depois de anos de separação: inicialmente, o prazer da reunião é contagiante, mas, depois de duas horas, ao constatarmos que todos os assuntos discutidos dizem respeito ao passado, acabamos percebendo que, afinal de contas, talvez a velha amizade funcione melhor como uma sensação de gostosa nostalgia e que não haja razões suficientes para que insistamos em mantê-la viva no presente. (amizade antiga é praticamente impossível de ser mantida viva, mas sempre é bom rever os antigos amigos, promover encontros esporádicos para relembramos os velhos tempos, uma sutil mudança de ponto de vista que muda tudo.)
  2. Mas realmente ficaria bem legal e talvez seja a única forma de um robin aparecer nessa nova fanquia, opinião minha, claro.
  3. Crítica original com minhas considerações de vermelho e em negrito. Escrito por David Koepp a partir de um argumento concebido por George Lucas e Jeff Nathanson, o roteiro busca preencher, desde o início, as lacunas deixadas por Connery (que se recusou a abandonar a aposentadoria), Elliott (morto em 1992) e John Rhys-Davies (que cobrou demais) ao criar substitutos óbvios e pouco imaginativos: o professor Oxley, que Hurt é obrigado (obrigado? Ele fez papel de um louco, o roteiro exigia isso, poderia ser qualquer ator, até mesmo Sean Connery e nem por isso ele seria obrigado a desempenhar um papel que ele foi contrado.) a interpretar de maneira distante, como num transe, por quase todo o filme; o reitor que surge na ponta eficaz de Jim Broadbent; (se a ponta é eficaz, não deve ser obvia nem pouco imaginativa) e o mal desenvolvido assistente vivido por Ray Winstone. (Por acaso o assistente anterior vivido por John Rhys-Davies foi bem desenvolvido nos dois filmes que participou? Se ele voltasse como seria explicada sua traição? Melhor mesmo um ajudante diferente.) Enquanto isso, empalidecendo diante dos vilões dos filmes originais e oferecendo a primeira atuação realmente ruim de sua carreira, Cate Blanchett encarna a russa Irina Spalko de maneira absolutamente caricatural, jamais soando ameaçadora e deixando que seu penteado, seu figurino e seu sotaque façam todo o trabalho de “composição” da personagem. (Há algum vilão de Indiana Jones que não seja caricato?) Por outro lado, é inegável que Lucas teve uma boa idéia ao trazer um jovem impetuoso como contraponto ao envelhecido protagonista, o que, num mundo ideal, poderia recapturar a maravilhosa dinâmica estabelecida por Ford e Connery em A Última Cruzada, oscilando apenas a postura de Indiana para o lado carrancudo do espectro – e, de fato, este esforço pode ser observado na cena em que Mutt, depois de uma ação ousada, olha com um sorriso orgulhoso para Indy, que lhe devolve uma expressão mal-humorada (exatamente como acontecera tantas vezes no filme de 89). Infelizmente, esta dinâmica surge de maneira apenas pontual ao longo da projeção, que prefere gastar mais tempo nas repetidas (e apenas ocasionalmente engraçadas) referências à idade mais avançada do herói. (tenho certeza que se a dinâmica pai x filho fosse usada repetidamente, essa frase seria invertida.) Da mesma forma, o retorno de Marion decepciona por não resgatar a química explosiva vista em Caçadores, já que tudo aqui parece apenas uma imitação pouco inspirada do que ocorria no original: as brigas do casal parecem forçadas, assim como o eventual (e inevitável) romance – e o único momento em que o roteiro consegue recapturar aquela maravilhosa dinâmica é na breve cena envolvendo areia movediça (que, por esta razão – e sou capaz de apostar -, será aquela que levará o público às maiores gargalhadas) (Os dois não se vêem há quase 20 anos, isso não explica a falta de química explosiva?). Plenamente conscientes de estarem lidando com um personagem que ganhou contornos míticos ao longo das últimas décadas, Spielberg e Ford ao menos acertam na reverência com que tratam Indy: e o momento em que este surge em cena pela primeira vez é construído com cuidado, revelando-o gradualmente, já que, ao som do clássico tema composto por John Williams, vemos primeiramente seu chapéu e o contorno de sua inconfundível sombra. Porém, ainda que Ford mantenha a irreverência do arqueólogo (observem como ele ri, incrédulo, ao perceber que Irina tenta ler sua mente), as tiradas oferecidas pelo roteiro são geralmente frágeis – e, como se não bastasse, sua vulnerabilidade característica é simplesmente abandonada, já que, em nenhum momento da projeção, tememos realmente pelo destino de Indy ou de seus companheiros, ao contrário do que ocorria nos filmes anteriores (não vi diferença entre os filmes anteriores. Aqui Indy apanha talvez até mais que nos outros filmes e como sempre, sabemos que ele se salvará). Aliás, Spielberg nega ao espectador até mesmo a graça de vermos como o herói se espanta com a própria sorte: se antes o arqueólogo se surpreendia ao perceber como seu carrinho voltava aos trilhos depois de um longo salto ou percebia, confuso, como seus amigos o julgavam morto após a queda do tanque no despenhadeiro, aqui o diretor não nos mostra sequer o receio dos personagens ao caírem em três colossais cachoeiras (depois de três filmes e 20 anos de aventuras, ele parou de se espantar com a própria sorte, a cena inicial quando dois carros estão para bater de frente e o ajudante de Jones diz ao soldado russo “você não conhece ele” já diz tudo.) – e, ao manter sua câmera distante, Spielberg não apenas ressalta o absurdo de que todos escapem vivos como ainda desperdiça o impacto que a seqüência poderia gerar. (vemos Marion, depois de cair, em estado de choque com o volante na mão e cara de besta, o cinema todo riu. Pra mim essa cena funcionou muito bem.) E se antes as missões de Indy eram explicadas de maneira simples e objetiva, colocando a narrativa em movimento rapidamente, aqui as buscas e as deduções dos heróis exigem um longo tempo - e o pior: nem por isso se tornam mais claras. (A trama da Ultima cruzada é simples e objetiva? Alexandreta, mapas, livros com charadas, não vi muita diferença com a trama desse filme nos quesitos simplicidade e objetividade.) Além disso, embora haja um aspecto católico simbólico óbvio na presença de 13 alienígenas (Cristo e os apóstolos), a natureza daquele templo e os objetivos das criaturas jamais ficam claros. (pra que ficar claro? Aquilo está ali e não existem registros históricos suficientes, da mesma forma que os outros filmes ocultaram certas explicações convenientemente) Aliás, o fato é que a trama de O Reino da Caveira de Cristal é simplesmente ruim (opinião)– e a insistência de Lucas em utilizá-la é, provavelmente, o grande fator responsável pelo fracasso deste novo filme, já que nem mesmo as motivações de Indy são explicadas satisfatoriamente: por quê, por exemplo, ele insiste tanto em “devolver” a caveira como deseja Oxley? (poque ele entrou em contato com a caveira na cena em que ele esta amarrado encarando-a na tenda, da mesma forma que Oxley em algum momento anterior ao filme) E por que Ox, depois de fracassar em seu primeiro esforço para entrar no templo, retornou o artefato ao local no qual o encontrara em vez de guardá-lo para tentativas posteriores? (para protegê-la dos malvados russos ou algum outro bandido, ele conhecia o poder da caveira) E por que certa(s) criatura(s) agem daquela forma diante do pedido de Irina? (eles podem ter lido a mente dela e descoberto suas intenções ou ela pode realmente ter ido à outra dimensão, isso ficou aberto e não é necessariamente ruim) Infelizmente, em vez de buscar refinar a trama, Koepp tenta disfarçar os absurdos através de falas ridículas como “Eles voltaram para o espaço entre os espaços” (aliás, praticamente tudo o que John Hurt é obrigado a dizer neste filme dói aos ouvidos) (O velho está louco durante quase todo o filme, e nessa frase ele quis somente dizer que eles foram a alguma outra dimensão). Contudo, o mais decepcionante em O Reino da Caveira de Cristal é a maneira pouco imaginativa com que as seqüências de ação são conduzidas – e, com exceção de uma perseguição de moto ainda no primeiro ato, nada neste projeto nos faz lembrar de momentos geniais como Indy e os caminhões nazistas (em Caçadores da Arca Perdida), a perseguição nos trilhos subterrâneos (em Templo da Perdição) ou a luta envolvendo o tanque (em A Última Cruzada). Sim, aqui há uma longa briga sobre jipes na selva, mas o máximo que Spielberg consegue criar é uma gag batida de Mutt sendo atingido entre as pernas pela vegetação local. (Indiana Jones é feito de gags batidas e convenções existentes em filmes de ação, o filme inteiro é só isso, tanto que a estrutura dos quatro filmes é praticamente idêntica, excetuando O templo da perdição.) Além disso, a seqüência é orquestrada de maneira confusa, quase caótica, beirando a preguiça quando, depois que a luta chega ao fim, novos veículos russos surgem aparentemente do nada. (Nunca é explicado quantos veículos existem, se há reforços ou alguma outra companhia atrás da primeira, pra mim não fez diferença) Da mesma maneira, se a piadinha envolvendo a árvore que atinge os agentes comunistas pendurados na rocha é até engraçadinha, é triste perceber que, logo depois, aqueles mesmos capangas voltam a surgir ao lado de Irina, como se nada houvesse acontecido. (sinceramente não percebi se realmente eram os mesmos capangas) E por que Spielberg insiste em mostrar ágeis nativos que se escondem no templo e em outras ruínas se a natureza destes jamais é explicada claramente e eles não exercem qualquer efeito sobre o desenrolar da narrativa? (obstáculos para Indy, justamente como nos outros filmes. Será que aquela seita que protege o cálice tem algum efeito no desenrolar da trama? Se eles fossem cortados ou apenas citados não faria diferença em A ultima cruzada.) Mas o mais triste é perceber como a série Indiana Jones se deixa contaminar, neste quarto capítulo, pela praga da computação gráfica – e a insistência dos realizadores em afirmar que o recurso praticamente não foi utilizado não é apenas traiçoeiro, mas mentiroso. (Só percebi utilização de computação barra pesada no final do filme, o restante, se teve foi bem pontual e discreto) Aliás, para constatar como isto prejudica o filme, basta compararmos a cena das formigas gigantes com aquela de Templo da Perdição na qual Willie (Capshaw) era coberta por insetos nojentos: se aquele momento funcionava tão bem e provocava arrepios era porque sabíamos que os bichos eram reais e que a atriz (ou uma dublê) realmente tivera que senti-los percorrendo seu corpo. Já em O Reino da Caveira de Cristal, as formigas digitais surgem artificiais, falsas, e o máximo que sentimos é o incômodo por percebermos que tudo aquilo foi criado num computador. (Opinião! O cinema todo veio abaixo com essa cena, pra mim e todos presentes na sessão, as formigas foram repulsivas sim.) E o que dizer da cena desastrosa em que vemos Mutt saltando nos cipós como Tarzan e acompanhado por um exército de macaquinhos digitais? (finalmente concordo com você) Apesar de todos os seus problemas, porém, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal funciona ao menos como exercício de nostalgia: é prazeroso, como cinéfilo, rever o logotipo da Paramount se transformando em uma versão real que abre a aventura ou acompanhar o trajeto do herói através da linha vermelha em uma mapa. Além disso, Spielberg é hábil ao resgatar toda a linguagem dos filmes anteriores, desde os constantes travellings que nos aproximam dos personagens em momentos dramaticamente relevantes até o contra-luz ocasional que marca a (aqui, apenas suposta) força dos vilões. Da mesma forma, o diretor de fotografia Janusz Kaminski faz um trabalho impecável ao recriar o estilo do agora aposentado Douglas Slocombe, recapturando a preferência deste por sombras e silhuetas, por planos que revelam apenas os olhos dos personagens e pelo tom sépia elegante que confere ao filme um tom clássico que, mesmo belo, não trai a homenagem às produções B feita pela série. E como evitar um arrepio de reconhecimento diante da trilha icônica de John Williams? (adicionando aqui a textura do filme, há tempos não vejo um filme com essa cara de filme antigo, textura, cores bem diferentes dos tipos lavados e limpos de hoje.) Incluindo uma aparição-relâmpago da Arca da Aliança, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal representa uma experiência similar a um reencontro com um velho amigo depois de anos de separação: inicialmente, o prazer da reunião é contagiante, mas, depois de duas horas, ao constatarmos que todos os assuntos discutidos dizem respeito ao passado, acabamos percebendo que, afinal de contas, talvez a velha amizade funcione melhor como uma sensação de gostosa nostalgia e que não haja razões suficientes para que insistamos em mantê-la viva no presente. (amizade antiga é praticamente impossível de ser mantida viva, mas sempre é bom rever os antigos amigos, promover encontros esporádicos para relembramos os velhos tempos, uma sutil mudança de ponto de vista que muda tudo.) dornas2008-05-23 09:30:35
  4. um pouco off topic mas... Alguém saberia me explicar porque o "Templo da Perdição" vem antes de "Os caçadores da arca perdida" na cronologia oficial?
  5. Entendi... acho que ninguém esperava o filme sair no dia 30 em circuito normal. Eu mesmo achei que no dia 30 seria a sessão da meia-noite, já estava até me preparando.
  6. Sobre a bilheteria no Brasil faz sentido o fato de ter sido véspera de um feriadão. As sessões foram diluídas durante o dia ao invés da famosa sessão da meia-noite e o Shopping que fui em BH, Pátio Savassi, estava todo vazio na hora que fui. Ele sempre foi bem lotado no fim da tarde nas sextas e vésperas de feriados.
  7. Meio off, mas achei curioso. Vazaram imagens de alguns personagens do filme GI Joe... engraçado é que o uniforme de alguns deles, se colocássemos uma capa preta e uma máscara, ficaria idêntico ao novo uniforme do Batman. Batgirl? dornas2008-04-18 13:48:11
  8. Esses extremos têm explicação, Iron Man era tratado com desconfiança por parte da mídia, crítica e público, por isso pesaram a mão na divulgação das imagens. O mesmo ocorreu com Begins. Lembram de 2005? até o roteiro vazou, 10 minutos, fotos, cenas... pois todo mundo tava ressabiado com Batman depois de Batman & Robin. Hoje é diferente, sabemos qual o mundo esse Batman do Nolan está inserido, sabemos da qualidade do diretor e da seriedade que ele trata o filme, então não precisa de tanta divulgação assim. Geralmente os trailers finais saem cerca de 1 mês antes do lançamento oficial, então ainda tá em tempo.
  9. Continuo não gostando desse excesso de pinduricalhos... tá parecendo um carro atual de fórmula 1 ou até como já disseram aqui, o BatRobocop.
  10. /mode K on Os dois foram inspirados no palhaço bufão, que tem olhos pretos e personalidade melancólica. Então o Coringa NÃO copiou o corvo mais ambos beberam da mesma fonte. Sobre o Coringa ser um capanga em beggins pelo que li nos foruns internacionais isso não deve ser verdade. /mode k off
  11. pra mim ele é albino e disfarça com mais maquiagem branca.
  12. Outra coisa interessante que notei, em nenhuma cena o coringa repete a mesma expressão.
  13. Interessante que notei nesse trailer e havia notado também em Begins é a atuação de Bale na hora de intimidar alguém. Ele faz algo que nunca vimos em nenhum Batman. Ele conversa mostrando os dentes, rosnando como um cão raivoso. Essas nuances que valorizam um trabalho assim. Caps que tirei do Trailer:
  14. Keduardo, tinha esquecido de como você é chato. Não discuto mais com você sobre nada. Ps. Você é ator, escritor, desenhista, sabe lutas do exército israelense, tem urmão design, pai aviador, digita mais rápido que o Clark Kent, tem um cachorro ciborgue, um gato jogador de xadrez mas esqueceu de uma das coisas mais cruciais, o português, vai fazer um cursinho para poder contar suas vantagens com mais propriedade. Não aguento mais você citar o Batman "Beggins" (que nem é em português) ou dizer "mais" no lugar de "mas". Isso sem contar os erros de digitação, faça uma mínima revisão no seu primoroso e extenso texto, por favor. Por quanto você me vende a verdade? Parece que você e o dono dela e num forum de discussão isso não é nada sadio. Pronto! Será que entrei pra máfia? Ahhh, vamos falar de The Dark Knight: Gostei do poster e do trailer, nunca poderia afirmar que vai ser a sensação do verão americano pois vem pedreira por aí, mas esse trailer deu pra empolgar. Why so serious?
  15. O trailer! Vejam antes que tirem do ar. A qualidade está horrorosa mas já da pra ter uma idéia da coisa: http://www.youtube.com/watch?v=lwT8GyLxIhk
  16. Só pq o cara é gordo? .......................................... Bem' date=' canso de dizer isso aqui no fórum, mas bora lá de novo... Acho patético um fanzóide de outro filme vir aqui e ficar acirrando a disputa com os fanzóides daqui. Por que os nerds que adoram Star Wars não podem gostar de Star Trek ou Senhor dos Anéis (e vice-versa)? Pq os fanzóides babões da Marvel não podem gostar dos heróis da DC (e vice-versa)? São picuinhas sem futuro, sem lógica, que não levam a lugar nenhum! Pois eu sou fanzóide de Marvel, DC, Star Wars, Star Trek, Senhor dos Anéis, Matrix, Piratas do Caribe, Indiana Jones, De Volta para o Futuro, etc... ou seja, um GEEK de carteirinha!!! Pq só o Indiana Jones ou só o Batman ou só o Homem de Ferro pode arrebentar nas bilheterias e ser bom? É tão difícil assim gostar de todos e torcer pelo sucesso de todos? Pra mim, não. Me considero um felizardo, pois não tenho nenhum preconceito e quanto mais heróis na tela, pra mim melhor! Quem ganha somos nós, expectadores. ................................. Ah...e Questão, obrigado por me assessorar com o lance do "melhor filme" junto ao Rah. Depois me passa o valor dos honorários, ok? rs! [/quote'] Bell, Você é um fãzoide bem promíscuo! .rs Falou certo! Essa briguinha não dá em nada, é melhor navegar por todos esses mundos pacificamente, aproveitar o melhor deles e sair pro abraço. Porque não gostar do Batman do Burton e do Nolan ao mesmo tempo? será pecado capital? Será que é humilhante dizer que gostava do seriado dos anos 60? ou até que qdo era criança gostou de Batman & Robin e gosta até hoje porque remete a algo da infância. Vamos lembrar que muita gente nos seus 20 anos ainda era criança quando Batman & Robin foi lançado. O seriado dos anos 60 faz parte da minha infância, adorava assistir na TVS e quando vejo hoje ainda gosto. Poxa! Porque é insulto gostar de Batman, Superman e homem-aranha? torcer para que todos esses filmes Dêem certo e se decepcionar quando não funcionam. É normal isso, o problema é que muita gente não admite. dornas2007-12-11 09:27:57
  17. Beetlejuice, Beetlejuice, Beetlejuice.
  18. Uma coisa boba e até meio óbvia mas gostaria de fazer essa observação. Parece que o Morgan Freeman vai ter um papel maior e mais ativo nesse filme, na maioria das fotos divulgadas ele aparece. Bom isso!
  19. O filme ficou sem personalidade e pronto, sintetizando tudo que você disse.
  20. Gostei dessa sua escalação Sunder, realmente não lembrava dela. Só mudaria o Jor-El... não que fosse um ator mais velho pois concordo com você, todo mundo tem a mania de colocar Jor-El como um sessentão. E nada me tira da cabeça até hoje que em Superman Returns o Christopher Reeve seria Jor-El e até teria um papel maior, pois o Brian Cantor disse que ele faria uma particiação especial no filme, daí veio a notícia da sua morte e mudaram os planos.
  21. Sério? então eu estava boiando.rs O cara já vai ser o Spock, se fosse o Super não seria ruim, pois o ator não ficaria marcado como ator de um personagem só... olha a versatilidade do cara: Sylar, Spock e Superman. É pra poucos.
  22. Postei isso no forum do Superman e posto aqui também, caso Brandon Routh não repita o papel do Super, o Sylar de Heroes daria um ótimo Clark Kent pelo menos. Vejam a foto:
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