Rede de Mentiras, de Ridley Scott

[henrique felipe]

 realmente eu não tenho mais paciencia  para ir ao cinema para assistir filmes sobre  terrorismo ja cansei a muito tempo, o ridley scott podia  voltar a fazer ficçao cientifica  .

[CACO/CAMPOS]

 RUSSEL CROWE, " REDE DE MENTIRAS" NÃO TEM MENSAGEM POLÍTICA.

 

Em "Rede de Mentiras", Russell Crowe faz o papel de Ed Hoffman, autoridade da CIA que coordena a ação dos agentes em campo ou de uma sala de controle ou do quintal de sua mansão nos Estados Unidos. Toma decisões cruciais que envolvem vida e morte ao mesmo tempo em que discute com a esposa ou leva os filhos para a escola. Quando algo parece aborrecê-lo, pega um avião e se desloca até o outro lado do mundo para impor sua vontade.

 um personagem interessante, que representa bem a postura intervencionista adotada na última década pelo governo americano. Fica melhor ainda emoldurado por Crowe, o problemático e versátil ator australiano que, sob a batuta de Ridley Scott, consegue operar boas interpretações. É a quarta vez que trabalham juntos. E de todas, incluindo "O Gladiador", "American Gângster" e "Um Ano Bom", esta foi aquela em que se saiu melhor.

 

Ridley Scott contou que pediu a você para engordar 20 quilos, a fim de interpretar Hoffman. Como você recebeu o pedido?

Você deve saber como falar sobre esse assunto pode ser tedioso. Quantas vezes viu meu corpo mudar nos filmes nos últimos 20 anos? Você sabe que vou fazer, simplesmente faço; não é grande coisa. Não acho que seja grande coisa. Não quero tapinhas nas costas por causa dessas coisas. Acho que é justo para o personagem. É o modo como Ridley viu o personagem, então, eu faço. Sim, é doloroso, e a dor continua, sabe? Mas saí de 88 quilos para 117 quilos. Quando voltar para cerca de 85 quilos, a jornada estará completa. Mas vou voltar no meu ritmo. Não vou correr para voltar porque alguém em uma revista me xingou ou coisa parecida. É só parte da função de fazer isso. Acredito que é mais real para as pessoas na platéia se você está interpretando um lutador de boxe parecer um verdadeiro lutador de boxe. Simples assim.

Seu personagem, Ed Hoffman, tem que tomar algumas decisões difíceis e, mesmo assim, parece levar uma vida caseira perfeitamente normal, embora não se preocupe com o resto do mundo.

Ed não sente o peso de nenhuma decisão que toma. Ele está completamente isolado disso. Está a dezenas de milhas de distância, na outra ponta de uma linha telefônica.

Você acha que o filme tem algum fundo político?

Não acho que Ridley tenha feito a escolha de forçar qualquer tipo de agenda política. Se muito, criou uma atmosfera ou um mundo - o mundo da espionagem. Esse é o mundo em que os espiões vivem, não há mocinhos nem bandidos. O filme fala sobre enganos, sedução e abandono. Esses são os temas do filme. Não política.

Ridley Scott é um amigo e um colaborador?

Com certeza. Não temos essa história de manter uma rotina social separada quando estamos trabalhando. Não precisamos disso. Temos nossa rotina social quando não estamos trabalhando. Vamos jantar e nossas mulheres saem juntas, e gostamos da companhia um do outro. Mas quando estamos trabalhando, estamos apenas trabalhando. E trabalhamos 24 por dia. Se algo precisa ser discutido, discutimos. Então, quando chegamos no set, não há muitas decisões a tomar porque já cobrimos uma boa distância. Quando estamos no set, é hora de sermos terrivelmente honestos. Não presta? Se não presta, fazemos tudo de novo. E se não é imprestável, talvez estejamos chegando a algum lugar. Simples assim. Gostamos de ser originais e viscerais e deixar o filme ter o seu próprio senso de realidade. Trabalhar rápido ajuda.

Vocês trabalham rápido?

Ridley pratica há tanto tempo que sabe que é mais eficiente filmar em dez semanas com cinco câmeras do que em 20 com duas. E gosto dessa atitude, porque significa que quando estou falando com você, ambos estamos em plano, e o que fazemos, a ação e reação, tudo é registrado ao mesmo tempo. E isso, para mim, é um passo à frente. Ele pegou o processo de feitura do filme e tornou-o mais imediato. Ele senta em frente aos seus cinco monitores, cinco câmeras - ele tem cinco equipes em atividade - e trabalha como um pintor. Ele tem a sua palheta; tem todas as opções disponíveis, e se quer um tom de vermelho, pum! Ele coloca na hora e no lugar que quer. Não espera para até mais tarde para julgar a si próprio, ele faz o julgamento na hora. Então, trabalhando, não está sentado esperando. E muitas pessoas, quando dirigem um filme, fazem isso. Elas sentam e deixam rolar. Depois, na pós-produção, montam o filme. Ele já editou boa parte do filme quando chega à pós-produção. Quer saber? Gosto de trabalhar assim.

Esse método de trabalhar juntos foi desenvolvido com o tempo?

Quando trabalhei com Ridley em "Gladiador", provavelmente, não estava muito claro na minha cabeça. Então, fiz mais alguns filmes depois. Ele me chamou para fazer algumas coisas e eu não estava interessado em fazê-las. Ou estava interessado, mas não estava disponível. Ou não estava disposto a tomar uma atitude para encontrar espaço na minha agenda para estar disponível. Depois de um tempo, ficou claro que ia ficar realmente difícil para nós nos reunirmos e trabalhar juntos. Porque, agora que o tempo passou, a expectativa do que podemos fazer juntos é gigantesca. Então, ou você se acostuma e tenta encontrar qual o veículo perfeito para trabalharmos juntos. Ou simplesmente toma a decisão: 'Você é o meu tipo, eu sou o seu tipo. O que tem vontade de fazer? Vamos fazê-lo". Desde então, fizemos "Um Ano Bom", "American Gângster", e agora este. E tudo baseado no fato de que agora eu vou dizer sim para Ridley, e depois vou pensar nas razões pelas quais fiz o filme.

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[Administrator]

É apenas mais um filme genérico sobre terrorismo que até dá pra assistir graças a trama bacaninha, os atores talentosos e a tensão e dinamismo empregado por Scott.