Members Moviolavídeo Posted June 13, 2010 Members Report Share Posted June 13, 2010 Após ler O Clube do Filme, de David Gimour fiquei um tempo digerindo as 239 páginas deste livro antes de escrever este texto. Por vezes o livro me emocionava (pelo diálogo franco entre pai e filho) e por vezes ficava indignado com a irresponsabilidade de David em relação à educação que ele estava dando ao seu filho adolescente. Como pai que sou não conseguia entender (e aceitar) a falta de autoridade de David com o filho. Por vezes, um pai precisa impor sua autoridade para colocar o filho no rumo certo e educá-lo de forma segura para que ele possa enfrentar as dificuldades da vida de forma íntegra, honesta e com responsabilidade. Não sei, sinceramente, se teria coragem de fazer aquela proposta que David fez ao seu filho Jesse de liberá-lo de freqüentar a escola ou mesmo de ter um emprego só para ficar em casa e assistir três filmes por semana como forma de educá-lo para a vida. Outra passagem do livro que me incomodou profundamente foi a forma, quase inconsequente, com que David reagiu quando descobriu que seu Jesse estava usando cocaína e a sua completa falta de responsabilidade como aceitava as bebedeiras do filho (inclusive bebia em sua companhia) e a aceitação do garoto em fumar. Devo lembrar para quem não leu o livro, que o garoto tinha somente 16 anos! Não era à toa que tinha perdido as rédeas da educação do filho. Isto que não estou levando em conta que os pais de Jesse eram separados. Por outro lado, foi interessante notar que, ao assistir a estes filmes, o garoto tomava ciência de outras experiências de vida tais como soluções para problemas existenciais, conseqüências por escolhas mal feitas, consolo para sofrimentos efêmeros (ou não), exemplos de superação e tantos outros “exemplos” que assistia na tela da TV em companhia do pai. Assim, por osmose, assimilava conhecimento de outras realidades diferente da sua ou, em alguns casos, similares a sua vivência. Eu não teria esta coragem de abrir mão da educação formal de meu filho para sentar com ele e ficarmos discutindo sétima arte como forma de educação. Foi muita coragem realmente. Claro que David tinha sua parcela de culpa por assistir ao seu filho trilhar caminhos tão árduos de enfrentar dificuldade na escola, ter relacionamentos confusos, bebedeira, cocaína e tudo mais. Mas foi emocionante assistir sua tentativa de reconciliação e aproximação através do diálogo e da companhia diária. Não precisaria todo este sofrimento se David tivesse usado pulso forte. Dizer não também é uma forma de educação e uma criança de 16 anos precisa de orientação e pais que os oriente com determinação, amor e respeito. Ser amigos dos filhos e compartilhar momentos é essencial, mas existe uma hora em que é preciso ser, muito mais que amigo, ser pai. Vale à pena ler o livro já pelos argumentos que David dava ao filho pelas escolhas dos filmes que iriam assistir e os comentários que ambos faziam após cada sessão. Cada filme tinha um propósito e variavam de acordo com o humor de ambos ou os problemas que estavam enfrentando no momento. Preciso ver alguns dos filmes citados no livro e outros fiquei com vontade de rever. Quote Link to comment
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